Redução da integração do vale-transporte em São Paulo é derrubada na Justiça

O desembargador João Carlos Saletti, do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu liminar na tarde de ontem (26) determinando que sejam retomadas as quatro integrações no uso do Bilhete Único vale-transporte. Um decreto do prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), tinha reduzido o uso do cartão para dois embarques em até três horas, em 1º de março. Para o magistrado, a medida causa discriminação entre os usuários de transporte coletivo e causa prejuízos aos que se utilizam do Vale Transporte, já que uma terceira condução dobraria o valor gasto diariamente. “De forma ilegal, estabeleceu discriminação entre os usuários em geral submetidos à tarifa comum e os de vale-transporte”, escreveu.

“O art. 5º da Lei Federal 7418/85 veda a imposição de qualquer gravame aos usuários de vale transporte, que devem receber tratamento idêntico ao do usuário comum. Injusta medida discriminatória, que, para um mesmo serviço, exige contraprestação diferente, sem motivação ou justificativa plausível, violando o princípio da isonomia. O valor do vale transporte é custeado pelas empresas e pelos trabalhadores, não sendo razoável que esses paguem mais pelo mesmo serviço”, argumentou Saletti. Ação foi proposta pelo vereador Alfredinho (PT).

A decisão do magistrado também suspende a cobrança diferenciada de valor no vale-transporte. Desde 7 de janeiro, a prefeitura não aplica mais subsídio para essa modalidade do Bilhete Único. Com isso a tarifa estava em R$ 4,57, contra R$ 4,30 do bilhete comum. As mudanças afetavam cerca de 1,2 milhão de pessoas por mês, que utilizam o vale-transporte. A prefeitura informou que vai recorrer da decisão.

Prejuízos à população
Além da mudança na integração, a gestão Covas prevê redução no número de linhas e mais baldeações na licitação encerrada na última segunda-feira (25). O que agravaria ainda mais a situação de quem usa o vale-transporte. Serão extintas 149 linhas e outras 186 terão seu trajeto reduzido. Isso vai levar a um aumento no número de integrações. Em 2017, antes da licitação, a RBA já havia revelado que a prefeitura estava extinguindo linhas de ônibus em várias regiões da cidade.

Como exemplo, na região sul da cidade – área 6, azul claro – serão 53 as linhas modificadas. A linha 675X Terminal Grajaú/Vila Mariana será cortada no Campo Belo. Quem já pega uma linha para chegar ao Terminal Grajaú terá de pagar mais uma para chegar à Vila Mariana. Na região de Parelheiros, a linha 695H-Jardim Herplin/Terminal Santo Amaro, passará a ir apenas até o Terminal Grajaú. Será preciso mais uma integração para chegar a Santo Amaro.

Situação semelhante à dos moradores da região noroeste – área 1, verde claro – que terá 51 linhas modificadas. Essa área ainda possui muitas linhas que vêm dos bairros ao centro e grande parte delas será cortada. Entre os mais prejudicados, estão os usuários da linha 8622 Morro Doce/Praça Ramos de Azevedo. A linha vai passar a fazer final do Terminal Jardim Britânia. De lá será preciso ir até o Terminal Lapa e daí pegar um ônibus para o centro da cidade. A nova licitação ainda vai definir como serão realizados os cortes de linhas.

O coordenador de projetos da Rede Nossa São Paulo, Américo Sampaio, já havia alertado que medida seria muito prejudicial para os trabalhadores mais pobres. “É uma medida que não faz sentido para (se buscar) a melhoria do sistema e que amplia a desigualdade social. Prejudica o desenvolvimento econômico da cidade, porque estimula as empresas a contratar quem mora mais perto do local de trabalho. E vai prejudicar aqueles trabalhadores que vivem nas periferias e procuram emprego na região central”, afirmou em entrevista em fevereiro.

Farmacêuticos negociam com a bancada patronal

Todo ano a história se repete. Os empresários do setor farmacêutico ignoram os números, que mostram o crescimento da indústria de medicamentos, e dificultam as negociações por reajuste de salário acima da inflação. A primeira rodada de negociações aconteceu hoje (29 de março) na sede do Sindicato.

Os trabalhadores do  setor farmacêutico estão lutando pela reposição da inflação do período e mais 5% de ganho real, além da renovação de todas as cláusulas sociais da atual Convenção Coletiva. “Neste momento conturbado, com patrões e governo unidos pela retirada de direitos, a renovação da nossa Convenção é uma importante garantia para os trabalhadores”, explica Deusdete José das Virgens, diretor do Sindicato e secretário de Finanças da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico).

Em 2018 o faturamento do setor farmacêutico foi de R$ 62,4 bilhões, crescimento de 9,8% em relação ao ano de 2017. A produção de genéricos apresentou dados ainda mais positivos, com crescimento de 15,4%.

Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a produção física de produtos farmoquímicos e farmacêuticos cresceu 6,1%, bem acima do restante da indústria, que cresceu 1,1%.

Após o encontro com os empresários, o Sindicato definiu chamar uma assembleia para a próxima sexta (5 de abril) para posicionar os trabalhadores sobre o rumo da conversa.

Fique por dentro da pauta

Reajuste pela inflação do período

5% de ganho real

Piso de R$ 2.040

PLR de R$ 4.080

Auxílio-alimentação de R$ 467,65

Assembleia decisiva será dia 5 de abril

Após reunião com os empresários do setor farmacêutico, em 29 de março,  o Sindicato resolveu chamar uma assembleia de trabalhadores para definir os rumos da Campanha Salarial 2019. O encontro será no dia 5 de abril (sexta-feira), às 19h, na subsede Santo Amaro (Rua Ada Negri, 127).  Haverá transporte nas regiões. A participação de todos é muito importante!

Centrais lançam abaixo-assinado contra a reforma da Previdência

A CUT e as demais centrais sindicais decidiram organizar uma coleta de assinaturas contra a reforma da Previência. A coleta começa no dia 2 de abril, na Praça Ramos, em São Paulo.  O abaixo-assinado, será ampliado para todo o Brasil: “nos 27 estados e no Distrito Federal, haverá coleta de assinaturas. Nós vamos entregar esse abaixo-assinado ao Congresso, logo após o Dia do Trabalhador (1º de maio), para mostrar aos deputados que o povo brasileiro não quer essa reforma”, disse Sergio Nobre, secretário Geral da CUT.

No dia 2, o DIEESE levará à praça o “Aposentômetro”, ferramenta elaborada para o trabalhador calcular quanto tempo falta para a sua aposentadoria pelas regras atuais e como ficará se a reforma for aprovada. “Vamos dialogar com a sociedade sobre a reforma, mostrar para os trabalhadores os prejuízos dessa proposta de Bolsonaro. Montaremos barracas, com computadores, inclusive, para simular como ficaria a aposentadoria se a reforma acontecer”, explica Nobre.

Greve Geral

Ainda segundo Sérgio Nobre, também é unanimidade entre as centrais a possiblidade de uma greve geral, caso a reforma avance na Câmara.

Bolsonaro ataca FAT e FGTS

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) quer passar a gestão dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o mercado. Supostamente, a medida melhoraria a gestão e desoneraria o setor produtivo.

De fato e de direito, o governo matará essas duas importantes fontes de financiamento de políticas de geração de emprego e renda e habitação, afirmam em artigo o secretário de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo e o presidente Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira filiados à CUT (Conticon), Cláudio da Silva Gomes, o Claudinho.

De acordo com o artigo de Quintino, que também é conselheiro do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), e de Claudinho, que é conselheiro do Conselho Curador do FGTS, a medida vai engordar os lucros financeiros dos bancos privados. Não vai contribuir em nada para o desenvolvimento econômico do Brasil.

O único interesse dos bancos privados, dizem os dirigentes no texto, é botar a mão nos R$ 846 bi dos fundos, sem contrapartidasou seja, sem qualquer compromisso com a geração de emprego ou com a execução das políticas sociais a cargo do fundo.

Leia a íntegra do artigo:

O ataque aos fundos públicos

Inflação acelera e prévia de março aumenta

A prévida da inflação de março acelerou para 0,54%, puxada pelo aumento nos preços dos alimentos e dos transportes. É a maior variação para um mês de março, desde 2015, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta semana pelo IBGE.

O IPCA-15 acumulado nos 12 meses pulou de 3,73% para 4,18% entre  fevereiro e março deste ano.

No último período (de 13 de fevereiro a 15 de março), o feijão carioca, subiu 41,44%, o tomate 16,73%, frutas 2,73% e o leite longa vida 2,35%.

No grupo dos transportes, os dois principais impactos vieram de passagens aéreas, que aumentaram 7,54%, do etanol, com alta de 2,64% e da gasolina que registrou alta de 0,28%. Ainda em transportes, destaca-se o resultado de 0,73% dos ônibus urbanos, que tiveram reajustes de tarifas em Porto Alegre, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro e Fortaleza.

OIT debate trabalho decente para pessoas com deficiência

A (OIT)  Organização Internacional do Trabalho realizou o seminário Ação Sindical em Relação ao Trabalho Decente para Pessoas com Deficiência no Brasil, com apoio do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), entre os dias 11 e 15 de março.

Durante estes cinco dias os representantes sindicais do Brasil debateram os problemas relacionados ao tema e propuseram ações pertinentes aos eixos estratégicos do trabalho decente, com a perspectiva de gênero e não discriminação, contribuindo ao fortalecimento do Diálogo Social com outras instituições e profissionais que atuam em redes e organizações de empregadores, governamentais, sociais e internacionais.

O ramo químico esteve representado pela diretora do nosso Sindicato e presidenta da CNQ (Confederação Nacional dos Químicos), Lucineide Varjão Soares, que representou a Industriall  e por Jansen Nunes Rosa, secretário de políticas sociais dos Químicos do ABC, que representou a ICEM.

A atividade terminou com as centrais sindicais definindo um plano de ação global, que visa ampliar as cláusulas que garantam proteção efetiva às pessoas com deficiências, em todos os instrumentos normativos de negociação coletiva  – acordos e convenções.

Também foi definido implementar  ações efetivas contra as restrições impostas pela reforma trabalhista, visando principalmente garantir empregos,  direitos e criar condições para o cumprimento da lei de cotas.

A efetividade das normas de saúde e segurança no trabalho o resgate do  papel da CIPA nas estruturas sindicais e nos ambientes de trabalho e a inclusão dos trabalhadores com deficiência também fazem parte do plano de ação.

Mais de 70 mil pessoas protestam contra a Reforma da Previdência

Na tarde de sexta-feira (22), mais de 70 mil trabalhadores se reuniram na avenida Paulista, em São Paulo,  para protestar contra a Reforma da Previdência.  No mesmo dia aconteceram outros protestos em todo o País.

O  Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência,  foi um esquenta para a greve geral que a CUT, junto com as demais centrais sindicais,  está organizando. “Se colocar para votar a reforma da Previdência, nós vamos fazer a maior greve geral da história deste País”, disse Vagner Freitas, presidente da CUT.

Trabalhadores e servidores se unem em defesa da Previdência Social

Foi instalada nesta quarta-feira, 20 de março, no Auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, reunindo mais de uma centena de sindicatos, associações, federações e centrais sindicais e dezenas de deputados federais e senadores. A CNQ/CUT (Confederação Nacional do Ramo Químico) marcou presença em Brasília numa demonstração clara de que a defesa da aposentadoria é uma das principais lutas em 2019.

A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, integrada por parlamentares e movimentos sociais, já teve participação decisiva na tramitação da Reforma da Previdência do governo Temer, através da PEC 287/16, sob a coordenação do senador Paulo Paim (PT) e do ex-deputado Arnaldo Faria de Sá (PP) em 2016.

Agora a proposta de Bolsonaro e Paulo Guedes é ainda mais cruel com as mulheres, rurais e aposentados em geral, reduzindo os benefícios, de imediato, a 60% e impedindo que a maioria dos brasileiros consiga se aposentar algum dia. Cria um regime de capitalização nos moldes do Chile. Lá os chilenos que se aposentam recebem o equivalente a 30% do salário mínimo.

Popularidade de Bolsonaro despenca em três meses

 A aprovação da gestão de Jair Bolsonaro (PSL) caiu 15 pontos em 60 dias, segundo pesquisa do Ibope divulgada esta semana.

Em janeiro, 49% dos brasileiros consideravam sua administração boa ou ótima, em fevereiro caiu para 39% e agora está em 34%.

Outros 24% dizem que seu governo é ruim ou péssimo, 34% consideram que é regular, e 8% não souberam ou não quiseram responder.

O início do mandato de Bolsonaro é o pior desde a redemocratização do Brasil. Os ex-presidentes Fernando Collor de Mello, Lula, Fernando Henrique e Dilma Rousseff conseguiram índices maiores nos primeiros meses de governo.

Confiança

O percentual dos que dizem confiar em Bolsonaro caiu de 62% para 49% entre janeiro e março.

Já a desconfiança saltou de 30% para 44%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, a confiança em Bolsonaro está a um ponto percentual de um empate técnico com a desconfiança (no limite, essas taxas são hoje de 47% e 46%, respectivamente).

Nordestinos e os moradores das grandes cidades, em sua maioria (53%) desconfiam de  Bolsonaro. Quem sustenta a confiança no presidente são, principalmente, os evangélicos, os mais ricos, os homens e os moradores do Sul.

*Com informações da CUT