Brasileiros querem cassação de Temer e Diretas já

A rejeição ao governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) tem aumentado dia após dia. Pesquisa realizada pelo Instituto Vox Populi apurou que 85% dos brasileiros querem que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) casse Temer por irregularidades cometidas durante a campanha presidencial. Em abril, o índice era de 78%.  

A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 4 de junho. O TSE inicia o julgamento da chapa Dilma-Temer hoje (6).  

Em caso de cassação ou renúncia, 89% querem eleições diretas para escolher o substituto de Temer. 

A pesquisa, realizada em 118 municípios do Brasil de todos os Estados e do Distrito Federal, em capitais e regiões metropolitanas, atesta que a avaliação negativa de Temer é unânime em todas as regiões do Brasil independentemente da classe social, idade e gênero. 

Centrais definem nova Greve Geral em 30 de junho

A CUT e as demais centrais sindicais se reuniram na manhã desta segunda-feira (5) e definiram uma nova Greve Geral em 30 de junho.  A data será referendada pelas categorias em plenárias e assembleias.

A preparação começa imediatamente e o esquenta, com participação de todos os estados, está marcado para o próximo dia 20, com panfletagem e diálogo com a população pela manhã, e atos durante a tarde.

A expectativa diante do agravamento da crise no governo do ilegítimo Michel Temer (PMDB) é de que o movimento supere a Greve Geral do dia 28 de abril, aponta o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

“Primeiro as categorias devem referendar o dia 30. E o dia 20 será a preparação para o dia da Greve Geral, uma grande mobilização nacional com protestos, ações em todas as capitais, assembleia nas portas de fábrica, paralisação de lojas, bancos, comércios, enfim, uma grande manifestação criando condições para a Greve Geral do dia 30”, afirma.

Além da luta contra as reformas trabalhista e previdenciária, Nobre ressalta que as mobilizações ganham o ‘Fora Temer’ como ingrediente importante ao lado da bandeira por Diretas Já. O dirigente indica, contudo, que a agenda pode mudar de acordo com a conjuntura política.

“Se o Congresso Nacional, mesmo com tudo que temos feito, resolver antecipar a votação das reformas, também anteciparemos as mobilizações. Não vamos permitir que votem contra a vontade do povo brasileiro”, diz.  

 

*Com informações da CUT

CUT denunciará Temer em conferência da OIT

A CUT e as demais centrais sindicais brasileiras protestarão no próximo dia 12 durante a Conferência Internacional do Trabalho da OIT (Organização Internacional do Trabalho) contra os ataques do ilegítimo Michel Temer (PMDB) aos direitos trabalhistas e à organização sindical.

A manifestação acontece em Genebra, onde ocorre atividade, na Place des Nations, às 18h (horário local).

Além de participar dessa mobilização, a Central também divulgará um documento escrito em quatro línguas em que aponta a relação entre as reformas e a violação de 13 Convenções da OIT, como as normas 87, 98 e 154, atingidas por propostas como a prevalência do negociado sobre o legislado e o ataque à organização sindical.


Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, a mobilização internacional é uma forma de driblar a blindagem no Brasil.

“Qualquer veículo de comunicação sério, que tenha compromisso com a população, deveria tratar as reformas como ela são, um ataque frontal às condições dignas de trabalho e renda e é isso que iremos denunciar na OIT.  Qualquer reforma tem de ser debatida pela sociedade  e só pode ser proposta por um governo legitimamente eleito pelo voto direto. Discutir as reformas Trabalhista e da Previdência no Brasil hoje é a  falar do golpe de Estado contra o país, contra a democracia e contra a classe trabalhadora” falou Vagner.

Para o secretário de Relações Internacionais, Antônio Lisboa, a Central entende como fundamental pautar o debate sobre os direitos trabalhistas no Brasil em instâncias internacionais.

“A OIT é o principal instrumento de regulação internacional do trabalho e a CUT estará presente pela necessidade de fortalecer a OIT e denunciar as atrocidades que estão ocorrendo no Brasil contra a classe trabalhadora com a retirada de direitos trabalhistas e práticas antissindicais”, disse.

Além de Vagner e Lisboa, compõem a delegação da CUT a secretária-geral adjunta Maria Godói Faria, o secretário de relações internacionais adjunto, Ariovaldo Camargo, a secretária da Mulher Trabalhadora, Junéia Batista, também em nome da ISP (Internacional dos Serviços Públicos) e a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos, Jandira Uehara. O ex-presidente da CUT, João Felício, representará a CSI (Confederação Sindical Internacional).

Mais de 100 mil em São Paulo pedem diretas já e enaltecem a importância das ruas

Mais de 100 mil pessoas compareceram ao ato SP pelas Diretas Já, no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista. O ato convocado por artistas, ativistas da mídia independente e apoiado por movimentos sociais reuniu em um mesmo palco debate político, cidadania, música e poesia. Foram cerca de sete horas de shows com presenças de importantes nomes do cenário cultural brasileiro, como o músico Mano Brown, que encerrou a noite, os rappers Criolo e Rael, a atriz e poeta Elisa Lucinda, entre outros.

Os artistas que passaram pelo palco defenderam as pautas centrais: queda do presidente Michel Temer (PMDB) e convocação de eleições diretas. Também não faltaram críticas à agenda política de Temer, com suas propostas de reformas, como a trabalhista e da Previdência, que de acordo com os presentes “atacam direitos” e representam um retrocesso na cidadania brasileira.

“O que está acontecendo agora é algo extraordinariamente interessante em um sentido de consciência ampliada do que significa votar e o que significa neste momento pedir por diretas já. Estamos falando da verdadeira reforma política no Brasil”, disse o ator Osmar Prado. “O ato de hoje representa o quanto há uma insatisfação. Neste sentido os artistas podem colaborar falando, cantando e usando sua imagem à favor daquilo que eles acreditam”, ressaltou a atriz Mel Lisboa.

Mano Brown disse que a participação de artistas populares tem um peso importante no movimento pela democratização. “Os artistas têm acesso ao povo. Às vezes o artista comunica muito mais do que os políticos através da música. A classe artística tem muito tempo que está envolvida na política.”

“Muita juventude, muita gente bonita, muita gente acreditando que na ruas é possível mandar o governo Temer para onde ele deve ir: o arquivo morto da história”, disse a deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP). Ela estava na praça, junto com os demais manifestantes que querem a volta da democracia e do direito de decidir. Ali no chão da praça também estavam outros políticos como os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e Sâmia Bonfim (Psol), os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP) e Ivan Valente (Psol-SP) e o deputado estadual Carlos Gianazzi (Psol).