Paralisações por todo o Brasil em defesa das aposentadorias

Desde as primeiras horas desta quarta, Dia Nacional de Luta Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista, diversas categorias e movimentos sociais, da CUT e das demais centrais, aderiram ao movimento. Transportes – ônibus, metrô e trens – de diferentes capitais prometem manter-se parados até pelo menos as oito da manhã. O Portal da CUT segue as movimentações em todo o país, com uma página exclusiva trazendo a cobertura Minuto a Minuto.

Em diferentes rodovias, militantes interromperam o tráfego com barreiras de pneus. Trabalhadores e trabalhadoras estão concentrados na porta das empresas, atrasando a entrada ou simplesmente decidindo não manter as atividades laborais por todo o dia.

As emissoras de TV e de rádio, assim como os grande portais de internet, estão informando ininterruptamente sobre a paralisação nacional, divulgamndo os motivos do movimento – em especial contra a reforma da Previdência, tema aos quais a imprensa está dando maior destaque, mas também para a luta pela manutenção de todos os direitos sociais e contra os retrocessos. A mídia, para não perder o costume, porém, dá grande destaque, em tom negativo, a algumas consequências do movimento, afirmando, por exemplo: “Paralisação contra reformas trabalhista e da Previdência causou também 139 km de congestionamento na cidade de São Paulo”, como afirmou um telejornal matinal.   

Em São Paulo, todos os moradores sentem a mobilização e, por conta do noticiário – que foi municiado pelas assessorias de imprensa das entidades que estão mobilizando os trabalhadores e trabalhadoras – estão sendo introduzidos ao debate.

O questionamento ao governo Temer e sua proposta de Reforma da Previdência está sendo bem sucedido. Uma das rádios da capital paulista, a 105, está abrindo seus microfones para os moradores da cidade, e muitos estão declarando apoio às paralisações.

Saiba de tudo o que está  ocorrendo no país acompanhando nosso Minuto a Minuto.

Povo nas ruas no dia 15 vai barrar fim da aposentadoria

As manifestações no Dia Internacional de Luta das Mulheres reuniram milhares de pessoas em todo o país unificadas pela defesa da igualdade, mas também contra a avalanche de roubos dos direitos trabalhistas, principalmente, a reforma da Previdência.

Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, o 8 de março foi uma demonstração da resposta que está por vir aos golpistas, a começar, pela próximo dia 15, quando todas as centrais sindicais brasileiras e movimentos sociais do campo e da cidade promoverão um Dia Nacional de Paralisação.

Em entrevista, o dirigente ressalta o papel dos sindicatos nesse processo e aponta porque a proposta de reforma trabalhista começa a ganhar visibilidade. Não por acaso, quando a insatisfação com o roubo da aposentadoria promovido pelo ilegítimo Michel Temer (PMDB) cresce na sociedade.

Os atos do dia 8 de março foram muito grandes em todo o país e atacaram duramente a reforma da Previdência do Temer. Isso amplia a capacidade de mobilização para o dia 15?
 

Vagner Freitas – Eu participo dos atos do Dia Internacional da Mulher desde 1991 e nunca um tão bonito e tão forte como esse. Levantou muito o moral e deu um belo pontapé para o dia 15. As mulheres colocaram uma energia em todo mundo e nossos sindicatos estão muito organizados e vibrantes para fazer a paralisação. Um movimento que não é apenas em São Paulo, mas em todo o país para impedir que o Temer acabe com a aposentadoria.

Estamos ganhando esse assunto, as pessoas estão entendendo que não é só reforma, ele está acabando com a Previdência, não vai ter aposentadoria, se não houver briga. Nas estaduais da CUT temos outdoors nas ruas, comitês criados por sindicatos, movimentos sociais, partidos políticos, igreja, movimento estudantil. Há setores que não são só trabalhadores envolvidos nessa briga. Comitês que são extremamente importantes porque pressionam os parlamentares onde moram dizendo para eles que se votarem a favor da reforma vamos colocar sua foto no poste, dizendo que é traidor da classe trabalhadora e nunca mais irá se eleger.

Não à toa partidos da base governista defendem que essa reforma não consegue passar no Congresso. Temos condições de transformar o 15 de março numa trincheira em defesa da aposentadoria como política pública e parte da Seguridade Social e não um ativo para ser comprado em agência bancária.

Nesse cenário, qual o papel que o sindicato no interior do país deve exercer?

Vagner – Nossa orientação é para que se unam à sociedade, aos movimentos sociais, à periferia aos partidos políticos que queiram fazer campanha. Nossos sindicatos devem ser instrumentos para fomentar a luta nos municípios, que serão os mais prejudicados com a reforma da Previdência.

Aí deixa de ser uma questão do trabalhador e do sindicato para ser uma questão do prefeito, da Câmara dos Vereadores, de economia e de sobrevivência.

Boa parte dos aposentados são arrimos de família em cidades pequenas e médias. A escola do filho e do neto hoje é paga pelo aposentado, quando não é pública. Não paga só o próprio remédio, mas também o do filho e do neto que adoece.

O fim da Previdência é a falência dos municípios e promoverá um êxodo absoluto das pessoas para a cidade aumentando a crise social. Temos de desmistificar a ideia de que o Temer está querendo sanar o rombo da Previdência, ele quer acabar com a aposentadoria porque se comprometeu a vendê-la para os bancos privados que financiaram o golpe.

A CUT mantém a postura de não negociar a proposta de reforma da Previdência?

Vagner – Não temos o que negociar e não é por intransigência ou radicalismo, mas porque não é uma proposta para melhorar. A CUT estará cumprindo um desserviço ao trabalhador se negociar, ao invés de 49, 45 anos de contribuição. Ao invés de a idade mínima para aposentar ser de 65, passar 62 anos. Isso é entrar na lógica que o Temer quer para passar a proposta dourando a pílula.

Não dá para discutir com um governo golpista, que não foi eleito e que foi colocado para cumprir algumas tarefas. Como não é candidato à reeleição e já foi acertado isso com os golpistas iguais a ele, tem dois anos para fazer todos os ataques e roubos que puder à classe trabalhadora.

Ele ainda não completou o golpe, o golpe é retirar nossos direitos democráticos e trabalhistas. O que temos de fazer é resistência e as outras centrais que negociarem serão cobradas pela história. E pode ter certeza que no dia 15, muitos dos sindicatos que estão ligados a elas farão greve por determinação de suas diretorias e de suas bases. Nós queremos unidades com as centrais, com a Frente Brasil Popular, com a Frente Povo Sem Medo. Não queremos disputar hegemonia, queremos união para impedir que o golpe se concretize.

A reforma trabalhista parece ganha peso justamente nesse momento em que o governo sente o cenário desfavorável para implementar a reforma da Previdência. Você acha que ela pode ser acelerada para minar as centrais sindicais que comandam essa resistência?

Vagner – Não tenho dúvida nenhuma, a reforma trabalhista que o Temer quer dá força para os não sindicalizados comporem uma convenção coletiva construída pelo sindicato. Comissão que pode, inclusive, não ser associada ao sindicato, sendo composta por patrões.

Querem justificar as atrocidades e irregularidades que os empresários já cometem hoje e que têm na Justiça do trabalho um regulador como última instância. Não foi à toa que falam que tem de acabar. E olha que a CUT nem é uma entusiasta dessa instância, achamos que precisa ter uma série de reformas, o poder normativo, por exemplo, que determina o fim do conflito entre Capital e Trabalho nós não concordamos e fundamos uma central sindical também por isso.

Mas agora, neste momento, você dizer que rasga a CLT e todos os direitos terão de ser negociados com patrão sem regra básica de lei num momento em que têm trabalhadores fragilizados por crise, demissão, desgoverno, crise institucional, golpe, inflação e crise econômica e política é uma aberração. Neste momento não há negociação entre trabalhador e empregador em pé de igualdade.

Nós acreditamos na negociação coletiva e na livre negociação, mas isso só pode ocorrer quando economia está desenvolvida, quando há crescimento, emprego em níveis satisfatórios, país estável política e socialmente e não joga fora a Constituição.

Nossos sindicatos fazem negociação que não estão no texto da lei, mas não podemos aceitar que os conservadores aproveitem o momento de instabilidade geral nacional e internacional para aprovarem o que não conseguem em tempos de normalidade democrática. Se querem fazer debate, retirem todas as propostas e venham para mesa de negociação.

Uma reforma como essa gera emprego?

Vagner – Esse desgoverno não apresentou uma única proposta para recuperação econômica, que é o sucateamento da indústria e a não competitividade da moeda. Tudo que fazem é tirar direitos dos trabalhadores para tirar gasto público. Só que isso não é gasto, é direito e política social.

Por mais que a imprensa fique especulando e torcendo para ver uma luz no fim do túnel, de que há uma recuperação, não podem esquecer que vivemos uma instabilidade institucional. A cada minuto há uma denúncia nova contra o presidente golpista, o presidente da Câmara, do Senado e centenas de parlamentares. Fora que o corte de gasto em investimento social sucateia a infraestrutura e torna isso um problema para quem deseja investir no país.

Um país só atrai investimento externo quando cumpre contratos ao longo dos anos. O contrato principal que tínhamos, a Constituição e a democracia, rasgaram e jogaram fora. Destituíram uma presidenta da República sem a menor base legal e o mundo sabe disso.

O que gera emprego é aquecimento da economia e não vieram para resolver problemas de trabalhadores, mas de quem financiou o golpe, os rentistas, quem quer dominar o setor de óleo e gás e por isso não pode ter Petrobrás. É para esse povo que estão governando e por isso não podemos negociar a retirada de mais direitos dos trabalhadores.

Reforma Trabalhista de Temer escraviza trabalhadores

O presidente da CUT Vagner Freitas participou nesta terça-feira (7) de audiência pública em Brasília, na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, para discutir o Projeto de Lei da reforma rabalhista de Michel Temer. Segundo Freitas, a proposta além de oficializar o bico, escraviza os trabalhadores.

“O que significa quando você só trabalha quando o patrão chama, só ganha pelo que produz, pode ser temporário por 120 dias ou mais, sem direito a FGTS nem férias?” ressalta Freitas.

O presidente da CUT chama todos os trabalhadores a se mobilizarem contra as medidas do governo que ameaçam os direitos dos trabalhadores para participarem do dia 15 de março, em atos por todo o País.

O Projeto de Lei da reforma trabalhista (PL 6.787/2016) altera a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em cláusulas que retiram os direitos dos trabalhadores como: flexibilização da jornada de trabalho, parcelamento das férias, o aumento do prazo para contratos temporários, além de privilegiar o “negociado sobre o legislado”.

Abaixo, ouça entrevista de Vagner Freitas sobre as propostas da reforma trabalhista:

Mulheres tomam as ruas em defesa da aposentadoria

Os tradicionais atos realizados pelos movimentos de mulheres no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, este ano se transformaram em grandes protestos em todo o País contra a reforma da previdência.  

Em São Paulo, a concentração organizada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) no viaduto Santa Ifigênia contou com total apoio das trabalhadoras químicas. Mais tarde elas seguiram em caminhada pelo centro de São Paulo para se encontrarem com outros movimentos de mulheres que também protestavam.   

A proposta do governo Temer é igualar as condições de aposentadoria entre homens e mulheres, ampliando o tempo de contribuição, sem levar em consideração as diferenças sociais e de gênero.

No caso das mulheres, a idade mínima para se aposentar passará dos atuais 60 anos para 65 anos, somada ao tempo mínimo de contribuição, que sobe de 15 para 25 anos. “O projeto não leva em conta a dupla jornada de trabalho da mulher. Também não considera que as mulheres são as mais vulneráveis ao desemprego e que dificilmente conseguem se manter no mercado de trabalho por tanto tempo”, explica Celia Alves dos Passos, secretária da Mulher, do Sindicato. 

De acordo com a sindicalista, o governo desconsidera a discriminação que as mulheres ainda sofrem no mercado de trabalho. “As mulheres, em geral, ganham 25% menos que os homens e são excluídas das melhores ocupações”, alerta.

Além da questão previdenciária e da discriminação no mercado de trabalho, as mulheres lembraram que a violência ainda é um tema importante e que precisa ser combatido. O Brasil figura entre os cinco países do mundo com maior número de mulheres assassinadas por crimes de violência sexista. “A violência é ainda mais perversa entre as mulheres negras e as mais pobres. Por isso a independência financeira é tão importante”, avalia Celia.  

Novos protestos em todo o País são chamados pela CUT e pelas demais centrais sindicais para o dia 15 de março (quarta-feira). Em São Paulo, a concentração será na Avenida Paulista. 

Saque de contas inativas do FGTS começa nesta sexta-feira

Os saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) começam na sexta-feira (10) para os cidadãos nascidos em janeiro e fevereiro. “Pagaremos através de agências, caixas de autoatendimento e lotéricas. Quero ressaltar que não é necessário as pessoas esperarem nas portas das agências, temos tempo suficiente para todos os pagamentos, sem transtornos”, afirma o diretor executivo da Caixa Econômica Federal Valter Nunes.

Nunes participou de transmissão via Facebook, na qual respondeu questões de internautas. O executivo explicou que o calendário de saque reserva 21 dias para cada grupo de pessoas, sendo que o último lote, de pessoas nascidas em dezembro, começa a ser pago em 14 de julho. “Se você ver uma agência cheia em um dia, deixe para o próximo. A Caixa fez todo esforço para manter a rotina de pagamentos sem problemas.”

Os pagamentos serão feitos de diferentes formas. Para quem possui poupança na Caixa, o depósito ocorre automaticamente no primeiro dia do ciclo específico, no caso, de quem nasceu em janeiro e fevereiro, e o dinheiro será creditado na sexta-feira. Para correntistas de outras modalidades da Caixa, a indicação é para acessar o site do banco e solicitar o crédito automático.

Para correntistas de outras instituições, ou mesmo aqueles que optarem por não aderir ao crédito automático, as orientações são: “entrar no site da Caixa com seu número do PIS/Pasep para verificar se possui direito. Também tem a opção via telefone, através do 0800 726 2017. Para quem possui cartão cidadão e deve receber até R$ 1.500, a melhor opção é com os terminais de autoatendimento. Quem tem cartão cidadão e vai receber até R$ 3 mil, pode retirar nas casas lotéricas. Já os que vão receber acima de R$ 3 mil, devem ir às agências pessoalmente”, afirmou Nunes.

O executivo recomendou para todos aqueles que devem retirar o dinheiro nas agências a levarem a carteira de trabalho. “Caso alguma dúvida apareça, o funcionário da Caixa pode acertar na hora, isso agiliza o atendimento. Já para quem deve receber um valor acima de R$ 10 mil, é obrigatório o porte da carteira de trabalho”, afirmou. A carteira profissional pode auxiliar também em casos em que o trabalhador tenha sido desligado da empresa, mas esta não tenha comunicado à instituição. Caso isso aconteça, o funcionário efetuará a baixa no sistema e agendará uma outra data para o saque.

Como as agências vão funcionar? Haverá um expediente diferenciado?

A partir do dia 10, trabalharemos em horários estendidos. Vamos antecipar em duas horas a abertura das unidades. Em locais onde a agência já abre às 9h, vamos estender uma hora. Também trabalharemos aos sábados só para atender questões relativas ao FGTS. Essa vai ser uma estratégia utilizada durante todo o calendário, até julho. Serão 1.800 agências funcionando nos sábados.

Para contas inativas há mais de 30 anos, como proceder?

Todas as contas anteriores à data de 13 de julho de 1990 já estão liberadas há um tempo, não é necessário seguir o cronograma.

O cônjuge pode receber o valor do FGTS de um companheiro falecido?

Neste caso existem duas situações. Os herdeiros devem se dirigir a uma agência com o alvará do inventário para realizar o saque. Caso tenha mais de um herdeiro, a Caixa paga a cota parte devida. Caso o herdeiro seja menor de idade, a Caixa abre uma poupança para ele sacar quando atingir a maioridade. Caso não tenha o inventário, a Caixa aceita a declaração de dependentes.

O saque pode ser transferido via TED, ou apenas em dinheiro na boca do caixa?

Foi definido pelo decreto que todos os valores podem ser transferidos. Vamos somar os valores e transferir via TED para outros bancos sem nenhuma tarifa. A única exceção é se o cidadão quiser receber o dinheiro no sábado. Vamos trabalhar aos sábados para complementar o atendimento, mas como outros bancos não abrem, vamos limitar os pagamentos para outras instituições ao limite do DOC, então o crédito acontece na segunda-feira.

Algumas contas apareciam com saldo, mas nos últimos dias aparecem zeradas. O  que pode ter ocorrido?

Estamos falando em um volume expressivo de contas. São mais de 7 milhões. O valor aparecer zerado nestes dias próximos ao cronograma de saques significa que o valor está em trânsito de pagamento. Procedemos o débito na conta do FGTS alguns dias antes da liberação para que o cliente tenha a condição de receber no prazo correto. Começamos a fazer isso logo após o carnaval.

É importante ressaltar que muitas pessoas foram surpreendidas por não terem mesmo os valores. De acordo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, 200 mil empresas não fazem o recolhimento de forma correta. O trabalhador pode acompanhar isso. Nossa sugestão é utilizar nossos sistemas para cobrar a empresa.

É possível sacar o FGTS de contas inativas do exterior?

Sim. Temos duas alternativas. Se for cliente Caixa, será creditado automaticamente. Caso contrário, o cliente baixa um formulário no site da Caixa, preenche, anexa os documentos indicados e se dirige ao consulado que nos envia. É bom fazer isso logo, porque as contas inativas, depois de julho, já vão ser bloqueadas novamente.

 

Pauta dos farmacêuticos já está com os patrões

Os dirigentes do nosso Sindicato e da Fetquim se reuniram hoje (9 de março) com a bancada patronal,  na sede do Sindicato, para entregar a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2017.

A pauta deste ano contempla reposição da inflação (estimada em 4,88% pelo INPC/IBGE) e mais 5% de aumento real. O reajuste é pleiteado para todas as faixas salariais. Os trabalhadores também reivindicam PLR mínima (para quem não tem programa próprio) de dois pisos reajustados.   

Violência contra mulher persiste apesar dos avanços

Nos últimos anos, as mulheres conseguiram avançar muito e o tema da violência passou a ser debatido mais abertamente nas comunidades e na televisão.

Ainda assim, os dados revelam que o problema persiste.  Todas as pessoas conhecem uma mulher que foi agredida por um parceiro. “Não podemos naturalizar, atribuindo a violência ao comportamento das mulheres ou aceitando desculpas como se a culpa fosse das próprias mulheres, como querem nos fazer crer. Além disso, é importante que a mulher se empodere, tenha consciência dos seus direitos e denuncie”, explica Celia Alves dos Passos, secretária da Mulher, do Sindicato.

Celia lembra que a Lei Maria da Penha significou uma grande conquista para todas as mulheres. “Por meio da lei, conseguimos coibir práticas abusivas, proteger e salvar vidas”, explica. 

O Brasil infelizmente figura entre os cinco países do mundo com maior número de mulheres assassinadas por crimes de violência sexista. A violência é mais perversa ainda entre as mulheres negras e a  população mais pobre, por isso, a autonomia financeira para as mulheres é tão importante.

Nos períodos de crise, quando as mulheres enfrentam em maior número o desemprego e a informalidade, tornam-se mais vulneráveis aos ataques e às agressões de seus próprios companheiros.

Os benefícios alcançados pelas mulheres com a Lei Maria da Penha são inúmeros. A lei criou os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra as Mulheres, com competência cível e criminal.

Também reforçou a atuação das Delegacias de Atendimento à Mulher, da Defensoria Pública, do Ministério Público e de uma rede de serviços de atenção à mulher em situação de violência doméstica e familiar.

A lei previu, ainda, uma série de medidas de caráter social, preventivo, protetivo e repressivo e definiu as diretrizes das políticas públicas para a prevenção e erradicação da violência contra as mulheres.

Violência na rede

A violência contra as mulheres nas redes sociais também deve passar a ser penalizada. Já foi aprovado na Câmara e encaminhado para o Senado um adendo à Lei Maria da Penha que inclui essa nova forma de violência. Se aprovada a inclusão, a divulgação pela internet, ou por outro meio de propagação, de informações, imagens, dados, vídeos, áudios, montagens ou fotocomposições da mulher sem o seu expresso consentimento será penalizada.

PIB de 2016 cai 3,6%, com menos consumo e investimento

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 3,6% em 2016, com recuo em todos os setores, redução do consumo e do investimento, segundo o IBGE. Em valores, somou R$ 6,267 trilhões. O PIB per capita (resultado do valor dividido pela população) foi calculado em R$ 30.407, queda de 4,4%.

Foi a segunda queda seguida, depois dos -3,8% de 2015, marcando um período de recessão aguda. Entre os setores de atividade, a agropecuária caiu 6,6%, a indústria teve retração de 3,8% (sendo -5,2% na indústria de transformação, mesmo resultado da construção) e os serviços, de 2,7%, com retração de 6,3% no comércio.

A taxa de investimento atingiu 16,4%, abaixo do ano anterior (18,1%) e a de poupança foi de 13,9% (14,4% em 2015). A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), outro indicador de investimento, caiu 10,2%, na terceira queda seguida. “Este recuo é justificado pela queda da produção interna e da importação de bens de capital, sendo influenciado ainda pelo recuo da construção”, diz o IBGE.

Já o consumo das famílias recuou 4,2%, ainda mais que no ano anterior (-3,9%). Segundo o instituto, isso se explica pela “deterioração dos indicadores de juros, crédito, emprego e renda ao longo de todo o ano de 2016”. O consumo do governo caiu 0,6%, ante -1,1% em 2015.

As exportações de bens e serviços cresceram 1,9% no ano passado. As importações tiveram queda de 10,3%.

Trimestres

Do terceiro para o quarto trimestre do ano passado, o PIB caiu 0,9%. Nessa base de comparação, foi o oitavo resultado negativo seguido. A agropecuária cresceu 1%, enquanto indústria (-0,7%) e serviços (-0,8%) caíram. O consumo das famílias recuou 0,6% e a FBCF variou -1,6%.

No quarto trimestre de 2016, em relação a igual período do ano anterior, a retração do PIB, a 11ª consecutiva, foi de 2,5%, com a agropecuária caindo 5% e a indústria recuando 2,4%, mesmo resultado dos serviços. A indústria de transformação variou -2,4% e a construção, -7,5%, enquanto o setor extrativo-mineral cresceu 4%, puxado pela extração de petróleo e gás. O consumo das famílias teve a oitava queda seguida (-2,9%), atingido pela redução no crédito, no emprego e na renda.

Farmacêuticos aprovam pauta de reivindicações

Os trabalhadores do setor farmacêutico aprovaram a pauta de reinvindicações da Campanha Salarial 2017 no último sábado, dia 4, em assembleia realizada na subsede da Lapa.

Os farmacêuticos vão lutar pela reposição da inflação, mais 5% de aumento real em todas as faixas salariais, e por uma PLR de dois pisos reajustados.  

A pauta será entregue aos patrões no dia 9 de março.