Ciclistas fazem protesto contra mudanças de João Doria

Ciclistas fizeram ontem (5) um protesto em frente à casa do prefeito eleito João Doria (PSDB), em defesa das ciclovias. Doria já declarou que fará mudanças em programas da gestão de Fernando Haddad (PT).

O prefeito não se comprometeu com a extensão das ciclovias em São Paulo e disse que manterá apenas as faixas de maior movimento. Doria também já declarou que a velocidade nas marginais voltará a subir, ignorando pesquisas que mostram uma queda no número de acidentes e mortes com a redução da velocidade.

Os ciclistas entregaram ao segurança da casa uma carta na qual defendem a permanência das ciclovias e da redução da velocidade, medidas que estimulam a mobilidade urbana.  

Site reúne retrocessos da PEC 241 que congela gastos públicos

Entre as polêmicas propostas de retirada de direitos do presidente ilegítimo Michel Temer, a PEC 241, que prevê um congelamento dos gastos públicos por 20 anos, tem gerado grande preocupação.

O site Não à PEC 241 reúne informações a respeito da Proposta de Emenda à Constituição, que deverá ser votada nos próximos dias. O portal também disponibiliza uma petição contra a PEC do Congelamento.

A medida afetará os direitos da população, especialmente sobre a área da saúde, educação e previdência, que sofrerão com grandes cortes em seus orçamentos. O congelamento também recairá sobre o salário mínimo.   

Zaraplast é a grande campeã da IX Copa Sindiquim

Com 52 equipes e dois meses de jogos, a IX Copa Sindiquim terminou no dia 8 de setembro e consagrou a Zaraplast como campeã. Na final, a Zaraplast venceu a Altaplast por 2 a 1. Na disputa pelo terceiro lugar, a Otto Baumgart ganhou da Gávea de 3 a 1.

Foram premiados também os artilheiros e o goleiro menos vazado. A artilharia do campeonato teve um empate e dois jogadores venceram: Adilio Batista de Lima (Zaraplast) e Ailson Gusmão (Otto). O goleiro menos vazado foi Anderson da Silva (Zaraplast).

Os jogadores Bruno Nunes da Silva Gouveia (Zaraplast) e Tiago Edson Ferreira de Lima (Otto), foram convidados para participar da seleção do São Bernardo Futebol Clube pelo presidente do clube,  Luiz Fernando, que prestigiou a final do campeonato.   

‘Poucos partidos não seriam destruídos com uma campanha dessas’, diz Boulos sobre PT

Apesar do resultado eleitoral desfavorável, elegendo 256 prefeitos nas eleições municipais deste ano, ante 630 em 2012, o PT não está morto. Na avaliação do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, embora tenha havido inegável vitória dos setores conservadores, é preciso considerar o massacre sofrido pelo PT no último ano e meio. “Um massacre midiático, jurídico. Houve um trabalho para dizimar o PT. Poucos partidos não seriam destruídos com uma campanha dessas. Era esperado que o PT sofresse com isso, o antipetismo foi disseminado no país”, afirmou.

Boulos, porém, avaliou que “o PT sai enfraquecido, mas não foi dizimado”. E que precisa, com os demais atores da esquerda – movimentos sociais, sindicatos, movimento estudantil, demais partidos –, retomar as bases de um projeto pautado em superar o atual sistema político. “A esquerda tem condições de construir uma alternativa coerente a esse sistema político, que está falindo, com a radicalização sobre a democracia. De confrontar os efeitos da crise econômica sobre os mais pobres, com um programa de reformas populares e estruturais. E não tomar a institucionalidade como o único espaço da política”, afirmou.

Para ele, compõem esse raciocínio dois outros fatores: o crescimento do Psol, que disputará a prefeitura do Rio de Janeiro e de Belém no segundo turno, e o maior índice de abstenções e votos brancos ou nulos da história em várias cidades. “O que está em jogo é uma perda de credibilidade do sistema político. Os números da eleição mostram uma profunda insatisfação social com esse sistema político, que ainda não foi vocalizada na construção de alternativas, mas que é um contrapeso a esse avanço da direita”, afirmou Boulos.

A alternativa que a esquerda tem de apresentar, na opinião do militante sem teto, são novas formas de se fazer política, com maior participação social, valorizando as ruas e os espaços de decisão popular. “Dizem que a esquerda está sem resposta, que o programa da esquerda se esgotou. Mas dizem isso considerando os 13 anos de governo petista. O programa da esquerda, com as reformas estruturais, nem sequer foi colocado efetivamente neste tempo.  Esse discurso apareceu apenas em setores muito minoritários”, ponderou.

Para ele, a eleição de João Doria (PSDB) à prefeitura de São Paulo é, em parte, resultado desse esgotamento do sistema político, que leva as pessoas a buscar aqueles que negam a política. Mas que logo deve ser desmascarado. “Há uma crise brutal de representatividade. E quando chega alguém dizendo ‘eu sou de fora’, isso pode captar o sentimento do povo nesse sentido. Mas que logo vai ser traído, porque o Doria, por exemplo, representa o que há de mais velho na política. Quem acreditou no discurso dele de novo vai se desiludir novamente”.

O militante sem teto não descarta que possa haver uma escalada repressiva contra os movimentos sociais, considerando a aliança que haverá entre município e governo estadual, administrado pelo também tucano Geraldo Alckmin, em São Paulo. Mas ironizou a afirmação de Doria, de que não permitirá ocupações na capital paulista.

“O que é importante é que saibam que de nossa parte não vai haver recuo. Como assim não vai poder fazer ocupação? Tem déficit habitacional, desemprego crescendo, população não consegue pagar aluguel. Ninguém vai pedir licença pro Doria pra fazer ocupação, ele não tem de admitir ou não. Os conflitos sociais, principalmente com o avanço da crise econômica, se agravam. E da parte do MTST, e estou seguro que da maioria dos movimentos sociais, garanto que não vai haver recuo”, concluiu.

Golpe não deu votos ao PMDB de Temer

O PT, como era previsível, perdeu nas urnas deste domingo mais da metade das prefeituras que tinha e só ganhou em uma capital, Rio Branco (AC).  Mas foi o PSDB, e não o PMDB, que o removeu do Planalto com o golpe do impeachment para herdar o governo, o maior beneficiário da onda conservadora. Derrotado no chamado “triângulo eleitoral das Bermudas” (Rio, São Paulo e Belo Horizonte), o partido de Temer venceu apenas em Boa Vista (RR), com Teresa Jucá, no primeiro turno.   Certamente um resultado frustrante para quem patrocinou o golpe apostando na viabilização de um projeto próprio de poder.  “Derrotamos o PMDB em homenagem à democracia brasileira”, proclamou Marcelo Freixo, do PSOL, sob gritos de “Fora Temer. Ele passou ao segundo turno derrotando o peemedebista Pedro Paulo.

A rejeição ao governo Temer certamente contribuiu para o resultado frustrante do PMDB nas capitais, ainda que o partido venha a manter o maior número de prefeituras do pais, concentradas no interior. As maiores derrotas sofridas pelo partido de Temer foram impostas pelo aliado PSDB, como a de São Paulo, onde Marta Suplicy amargou um quarto lugar neste primeiro turno, em sinal de rejeição à sigla e também ao oportunismo dela, que deixou o PT quando o barco em que sempre viajou fez água,  para garantir a candidatura. Em São Paulo, o governador tucano Geraldo Alckmin fez barba, cabelo e bigode, ganhando na capital e nas maiores cidades. Derrotou o PT em seus feudos mas esmagou também o PMDB de Temer.

As refregas entre os dois partidos no primeiro turno, e as disputas que terão no segundo, devem ter reflexos sobre uma aliança que vem claudicando a olhos vistos, com os tucanos cobrando resultados na agenda neoliberal prometida por Temer e até admitindo retirar o apoio ao governo. Ao mesmo tempo, a Lava Jato emite todos os sinais de que, depois dos danos impostos ao PT, agora pode voltar seu fogo contra os peemedebistas envolvidos no “petrolão”.

Afora São Paulo, o PSDB derrotou o PMDB na capital do estado do poderoso ministro Eliseu Padilha. Em Porto Alegre, o tucano Marchezan Júnior chegou na frente do peemedebista Sebastião Melo e eles vão se enfrentar no segundo turno.   Em Minas, o tucano João Leite não ganhou no primeiro turno, enfraquecendo o senador Aécio Neves, mas o peemedebista Rodrigo Pacheco ficou em terceiro lugar.  No Ceará do líder Eunício Oliveira o PMDB chegou ao quarto lugar.  No Pará de Jáder Barbalho o mais votado em Belém foi o tucano Zenaldo Coutinho, que disputará o segundo turno com Edmilson, do PSOL. O PMDB ficou na turma da lanterna.  No Maranhão de Sarney a disputa na capital, no segundo turno, será entre o pedetista Edvaldo Holanda e Eduardo Braide, do PMN. Nas Alagoas de Renan Calheiros, o tucano Rui Palmeira foi o mais votado e disputará o segundo turno com o peemedebista Cícero Almeida, que larga em desvantagem. Na Bahia de Geddel Vieira Lima a força avassaladora de ACM Neto deixou o PMDB comendo poeira.  Em Goiás deu-se o contrário. O ex-governador Iris Resende, peemedebista histórico, é que chegou com larga vantagem ao segundo turno, podendo derrotar o candidato Vanderlan (PSB), apoiado pelo governador tucano Marconi Perillo. Em Porto Velho, base do senador Valdir Raupp, vice-presidente do PMDB, o mais votado foi o tucano Dr. Hildon, deixando o peemedebista Pimentel em quarto lugar.  PMDB e PSDB vão se enfrentar também em Cuiabá. Mas, no frigir dos votos, afora Jucá, todos os líderes peemedebistas do golpe foram derrotados nas capitais.

A aliança entre o PMDB e PT nunca se reproduziu linearmente nos estados, tanto em eleições municipais como nas estaduais. Ela garantiu, entretanto, uma supremacia das forças de centro e de centro-esquerda que garantiu a estabilidade política ao longo dos governos petistas, ciclo interrompido a partir da eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, no início de 2015, quando começa a desestabilização do governo Dilma.  O rompimento da aliança não favoreceu o PMDB nas primeiras eleições após o impeachment e resultou, pelo menos neste primeiro turno, no favorecimento da ala tucana mais conservadora e na emergência de candidatos de direita filiados a partidos pequenos e sem proeminência, num aumento também nefasto da dispersão político-partidária.

“Direita, volver”, disseram os eleitores na maioria das capitais e dos municípios. Passado o segundo turno, que deve confirmar esta inflexão, começará um novo jogo com vistas a 2018. Nas condições políticas e econômicas atuais – com a sustentabilidade do governo Temer sempre ameaçada e a economia fazendo água – é temerário afirmar que a supremacia conservadora prevalecerá também na eleição presidencial, embora seja o mais provável. Até lá, muitas águas vão rolar. Tudo dependerá muito do desempenho do governo e da economia, da Lava Jato, da relação do PSDB com o governo e da própria sobrevivência de Temer, que ainda tem sobre a cabeça a ação tucana no TSE que pede a cassação da chama Dilma-Temer.