Bancários rejeitam proposta e entram em greve na terça

Na próxima terça-feira (6) os bancários iniciam uma greve nacional por reajustes salariais. Em assembleia ontem (1), trabalhadores de bancos públicos e privados rejeitaram a oferta de 6,5% da Fenaban e optaram pela paralisação. 

A oferta da Federação não cobre a inflação do período, estimada em 9,57% para agosto deste ano e representa perda de 2,8% para os trabalhadores.

A categoria reivindica, entre outros pontos, reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual nos locais de trabalho, fim da desigualdade salarial entre homens e mulheres e fim da terceirização.  

Temer começa desmonte em diversas áreas

Michel Temer assumiu a presidência do Brasil e já está colocando em prática reformas impopulares que caracterizam o seu governo golpista. A Câmara aprovou uma medida provisória que admite a redução definitiva do número de ministérios. A extinção da secretaria das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, já em maio deste ano, causou grandes manifestações.  

Na área da saúde, Temer convocou um grupo que fará uma revisão da legislação do Sistema Único de Saúde (SUS). A ideia é desmontar o órgão e, para isso, também há a proposta de reduzir os investimentos obrigatórios destinados à essa área.   

Outro ataque foi em relação à Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O presidente Ricardo Mello foi exonerado e o Conselho Curador, que garantia a participação popular no meio de comunicação pública foi extinto, com o intuito de que a EBC seja cada vez mais controlada pelo governo não eleito. 

ONGs de direitos humanos repudiam repressão em protestos

A Anistia Internacional, Conectas e Artigo 19, três das mais importantes ONG’s brasileiras relacionadas à defesa dos direitos humanos, publicaram uma nota de repúdio à ação extremamente violenta da polícia militar de São Paulo na repressão de protestos contra Michel Temer.

Na manifestação de quarta-feira (31) uma jovem perdeu a visão do olho esquerdo, atingida por estilhaços de bomba. “Vemos com profunda preocupação algumas ameaças que já se confirmaram durante o período de administração interina, em particular o endurecimento do Estado no controle e na vigilância sobre o dissenso. (…) Ainda que a responsabilidade direta pelas polícias militares seja dos governos estaduais, existe uma clara discricionariedade política sobre quais protestos incidirá a repressão”, diz um trecho da nota da Conectas. 

Comunidade internacional não reconhece Temer como presidente

Após o impeachment de Dilma Rousseff na tarde de ontem (31), líderes de diversos países se manifestaram contra o acontecimento. Rafael Correa, presidente do Equador, disse que a destituição de Dilma é uma apologia à traição e declarou que retirará seu embaixador do Brasil, assim como Evo Morales, presidente da Bolívia.

Nicolás Maduro, da Venezuela, também  prestou solidariedade a Dilma e condenou o que chamou de “golpe oligárquico da direita”.

Xavier Benito, do partido espanhol do Podemos, enviou uma carta para a Alta Representante da União Europeia (UE) para Política Externa e Segurança, com assinatura de mais 30 deputados de diversas nacionalidades, que não reconhecem “legitimidade democrática” no governo de Michel Temer.     

Manifestantes contra o golpe são reprimidos com violência

Na noite de ontem (31), em resposta ao impeachment de Dilma Rousseff, as ruas de diversas cidades do País como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba foram tomadas por manifestantes contrários ao afastamento da presidenta.

A resposta a essas manifestações foi a total repressão e violência por parte da polícia. Diversas pessoas ficaram feridas por conta de tiros de borracha, cassetetes e bombas de efeito moral.

“Isso mostra o quanto a nossa polícia tem dificuldade em conviver com a democracia. Na atual conjuntura, isso me preocupa ainda mais porque o governo, qualquer que seja, ou é legitimado pelo consenso ou pela força. Como agora o atual governo federal não tem voto – o consenso – temo que queira se legitimar pela força apenas”, disse André Bezerra, presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD).  

Copom mantém taxa de juros Selic

Em reunião ontem (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter, pela nona vez, a taxa de juros básica (Selic) em 14,25%. Analistas acreditam que a taxa se manterá inalterada até o final do ano.

A Selic é a principal taxa pela qual o Banco Central controla a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).