Protestos para barrar retirada de direitos por governo Temer já tomam capitais do país

Belo Horizonte, Curitiba, Recife, entre outras capitais, amanheceram com manifestações convocadas por movimentos sociais e sindical ligados às frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, que convocaram os atos de hoje como preparatórios para uma possível greve geral contra o avanço da agenda de retrocessos de Michel Temer (PMDB). Entre os principais pontos apontados está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que impõe limites a gastos públicos em áreas como educação e saúde, as reformas trabalhista e previdenciária e outras.

Desde as primeiras horas da madrugada, trabalhadores de Belo Horizonte organizam paralisações em fábricas da região metropolitana. “Hoje estamos unidos com outras entidades sindicais e movimentos sociais para realizar estes atos. Os trabalhadores têm motivos de sobra para somarem à luta”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Região, Geraldo Valgas.

Já em Curitiba, organizações estudantis, somadas às das entidades sindicais reuniram-se em frente à sede da Caixa Econômica Federal, na região central da cidade. Um dos principais pontos do ato é rechaçar a política de privatizações já anunciada por Temer, inclusive em visita recente às Nações Unidas.

No último dia 13, o presidente anunciou a intenção de transferir 34 projetos de infraestrutura, incluindo hidrelétricas, aeroportos, áreas de exploração de petróleo, entre outras a empresas e grupos econômicos.

Porto Alegre registrou conflitos na madrugada entre integrantes de movimentos sociais, após terem sido atacados por soldados da Brigada Militar.

Para o secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Antônio Fermino, a agenda de Temer está aliada a projetos de retirada de direitos que tramitam no Congresso Nacional. O sindicalista citou as 55 medidas denunciadas pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que atentam contra os trabalhadores. “As 55 medidas retiram direitos. Não podemos permitir isso. Mesmo a Caixa vem sofrendo ataques do governo golpista. Ela é um banco social, gestor de programas sociais”, disse.

O interior do estado do Paraná também conta com atos nesta manhã. Petroleiros, petroquímicos e trabalhadores da montagem e manutenção industrial estão mobilizados desde as 7h na frente da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), na cidade de Araucária. Contra a retirada de direitos e em defesa da democracia, os manifestantes anunciam que este é apenas um aquecimento para uma greve geral que se avizinha. A mobilização exige realização de eleições diretas já, plebiscito para uma nova Constituinte, além do coro contra o desmonte da Previdência e a retirada de direitos trabalhistas.

Em Recife, a fábrica da Gerdau amanheceu fechada por cerca de 200 trabalhadores metalúrgicos que bloquearam a entrada do local a partir das 5h30. A ação foi coordenada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindimetal) com apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Além das pautas contra Temer, o vice-presidente da Sindimetal, Enoque Amâncio Neto, afirma que “a Gerdau foi a única empresa de Pernambuco que não aderiu ao acordo coletivo para aumento de salários”. Outra capital nordestina que segue a agenda de paralisações é João Pessoa.

Químicos fazem assembleia nas fábricas

O dia começou cedo, com protestos nas principais fábricas da categoria: Bayer, Mazda, Nitroquimica e Sansuy, dentre outras. Em seguida, representantes da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico) entregaram a pauta para a bancada patronal. 

A pauta aprovada pelos químicos em assembleia reivindica 14% de reajuste, piso salarial de R$ 2.000,00 e PLR mínima de dois pisos reajustados (R$ 4.000,00).

De acordo com as estimativas do Banco Central, a inflação dos últimos 12 meses deve ficar bem próxima de 9%, portanto o reajuste contempla as perdas do período e garante um ganho real de aproximadamente 5%. 

Ação na porta da Bayer (foto: Wilton Andrade)

Ação na Sansuy (foto: Eduardo Oliveira)

Mais de metade de acordos coletivos fechados ficam abaixo da inflação

Mais da metade dos acordos coletivos fechados no mês de agosto ficaram abaixo da inflação do período, segundo levantamento da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas). Do total analisado, 162 negociações, 17 tiveram reajustes abaixo da inflação e também  redução de jornada com cortes salariais.

Os dados de agosto apresentam um aumento de 9,6% no número de negociações abaixo da inflação. Esse índice estava caindo desde de janeiro, quando quase 70% das negociações fecharam sem reposição. Porém de julho para agosto, este número subiu de 36,2% para 51,8%.

Greve dos bancários é a maior da história

A greve nacional dos bancários entrou na sua terceira semana e é a maior da história, com 13.071 agências paralisadas. Este número representa 56% do total de agências do Brasil.

O movimento apresenta crescimento em resposta ao desrespeito da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que não tem dado retorno às reivindicações da categoria  e propôs um reajuste inferior à inflação no período.

22 de setembro é Dia Nacional de Paralisação, rumo à greve geral

As principais centrais sindicais do Brasil – CUT, CTB, UGT, Força, NCST, CSP-Conlutas e Intersindical –, e as entidades que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizam no próximo dia 22 o  Dia Nacional de Paralisação, rumo à greve geral – Nenhum direito a menos.

As paralisações, atrasos e assembleias nas portas dos locais de trabalho, ocorrerão durante todo o dia em todo o País.

Em São Paulo, berço do golpe, os trabalhadores iniciam a concentração, às 10 h,  na avenida Paulista, em frente à Fiesp. Ás 11 h os sindicalistas entregam uma pauta de reivindicações e na parte da tarde haverá um ato público conjunto no vão livre do Masp.  


Nenhum direito a menos

Há 55 projetos tramitando no Congresso Nacional que visam retirar direitos dos trabalhadores,  entre eles, o projeto que libera o trabalho terceirizado e a  reforma da Previdência, com idade mínima de 65 anos e redução de benefício.

“É contra esses ataques aos direitos sociais e trabalhistas que todos os trabalhadores têm de participar do Dia Nacional de Paralisação e se preparar para a greve geral”, explica o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

As centrais sindicais defendem um projeto de desenvolvimento com geração de emprego e distribuição de renda, trabalho decente, aposentadoria digna e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário.

 

Com informações da CUT

Pesquisa indica melhoria da percepção dos paulistanos sobre o trânsito

As medidas de redução da velocidade máxima nas ruas e avenidas, implementação de ciclovias e faixas exclusivas de ônibus, e ampliação do número de radares, realizadas pela gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), tiveram impacto positivo no trânsito, segundo a percepção dos paulistanos ouvidos em pesquisa divulgada hoje (19) pela Rede Nossa São Paulo e o Ibope. O trânsito melhorou duas posições no ranking de áreas problemáticas da capital paulista e teve redução de 44% nas menções dos entrevistados quanto à área que consideravam com mais problemas na cidade.

Em 2014, o trânsito era considerado a quarta pior área da capital paulista, com 32% de menções negativas entre o total de entrevistados. Em 2015, o setor já havia melhorado uma posição. Neste ano, o trânsito passou para a sexta posição, com 18% das menções. A melhora se deu mesmo com o aumento da frota de veículos na capital paulista, que atingiu oito milhões de automóveis, em maio do ano passado. Segundo a pesquisa, 60% dos paulistanos têm ao menos um carro e 33% utilizam carro todos os dias, mesmo como carona. No entanto, metade dos ouvidos disse usar o carro com menos frequência que há um ano.

Também aumentou a aprovação da abertura de ruas e avenidas para lazer na capital paulista, incluindo a Avenida Paulista, principalmente entre os que utilizam automóveis cotidianamente. Em 2015, 64% dos paulistanos, dentre os quais 54% dos que utilizam carro diariamente, aprovavam a medida. Neste ano, os índices aumentaram para 76% e 75% respectivamente.

O apoio à construção de corredores e faixas exclusivas de ônibus segue alto: 92% dos paulistanos apoiam a medida. No ano passado, o índice era de 90%. Os favoráveis à ampliação das ciclovias também cresceram: 68% da população da capital paulista – e 58% dos que usam automóveis todos os dias – querem o aumento da rede cicloviária. Segundo a pesquisa, três em cada quatro paulistanos nunca andaram de bicicleta. O principal motivo apontado é a falta de segurança para os ciclistas, representado por medo de furtos ou roubos, desrespeito dos motoristas e motociclistas e buracos e irregularidades no solo. Porém, os que já andaram nas ciclovias apontam muito menos problemas de segurança que os que nunca andaram.

O apoio à redução da velocidade máxima nas ruas e avenidas, no geral para 50 km/h, também recebeu maior apoio neste ano, mas ainda é um ponto das políticas da gestão Haddad para a mobilidade que divide os paulistanos. No ano passado, 43% eram favoráveis e 53%, contrários à medida. Neste ano, 47% se posicionaram a favor e 50% contra a redução. Dados comparativos dos anos de 2014 e 2015, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), indicam que o número de mortes em acidentes na capital caiu 20,6%, após a política. O número total de acidentes caiu 15%.

A pesquisa foi lançada como evento de abertura da Semana da Mobilidade, que culmina no Dia Mundial Sem Carro, na quinta-feira (22). Foram ouvidas 602 pessoas, entre os dias 23 de agosto e 1º deste mês. A relação de áreas problemáticas da capital paulista apresentou, em primeiro lugar, a saúde pública, seguida pelo desemprego, segurança pública, educação e transporte coletivo, que também melhorou uma posição em relação ao ano passado.

Químicos aprovam pauta da Campanha Salarial

A pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2016 foi aprovada por unanimidade pelos trabalhadores que compareceram à assembleia realizada no dia 16 de setembro, na sede do Sindicato.

Os trabalhadores reivindicam 14% de reajuste, piso salarial de R$ 2.000,00 e PLR mínima de dois pisos reajustados (R$ 4.000,00).

De acordo com as estimativas do Banco Central a inflação dos últimos doze meses deve ficar bem próximo de 9%, portanto o reajuste contempla as perdas do período e garante um ganho real de aproximadamente 5%.  “Sabemos que as negociações não serão fáceis. Os bancários estão em greve e os bancos não querem nem repor a inflação, sendo que este é o setor que mais lucra. Teremos que fazer uma campanha de resistência, senão nós é que vamos pagar o pato”,  avalia Renato Zulato, diretor do Sindicato. 

A pauta será entregue aos patrões na quinta, 22, e o dia será marcado por mobilizações nas fábricas e na avenida Paulista. “É um esquenta para a greve geral do dia 29, quando outras categorias vão se unir aos químicos em defesa dos salários e dos direitos”, informa Zulato. 

O secretário Jurídico, Edson Passoni, lembrou a lista de projetos que estão para ser votados no Congresso e que retiram importantes direitos dos trabalhadores.  “O patrão quer se aproveitar do momento econômico para retirar direitos.  A Fiesp dizia que não ia pagar o pato e financiou a saída da presidenta Dilma. Sem mobilização, nós é que vamos pagar o pato”, desabafa   

As negociações deste ano envolvem só as cláusulas econômicas, uma vez que as sociais foram renovadas no ano passado por dois anos. Essa negociação contempla 180 mil trabalhadores dos cinco sindicados que negociam conjuntamente – São Paulo; ABC; Campinas, Osasco e Vinhedo; Jundiaí e região; e São José dos Campos e região, sob coordenação da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico). 

 

Fique por dentro da pauta

– Aumento salarial de 14%

– Piso salarial de R$ 2.000,00

– PLR mínima de dois pisos reajustados –  R$ 4.000,00  (para empresas que não têm um programa próprio)

Mais um golpe aos direitos: PEC 241

O governo do presidente ilegítimo Michel Temer propôs uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para congelar os investimentos sociais, como saúde, educação e assistência social, pelos próximos 20 anos, usando como base de verba o ano de 2016, que é recessivo em relação aos anos anteriores.

A PEC 241, a chamada PEC do desmonte, representa um rompimento com os direitos sociais previstos na Constituição Brasileira e resultará no sucateamento dos serviços públicos. Abaixo, o infográfico mostra os danos às políticas públicas que a PEC pode causar, comparando com os investimentos feitos nos últimos 13 anos.

(arte: Marcio Baraldi, e diagramação: Fabiana Tamashiro)

Frente Brasil Popular organiza mobilização por paralisação do país dia 22

Em comunicado distribuído na noite de segunda-feira (12), após reunião nacional, na segunda-feira (12), a Frente Brasil Popular (FBP) afirma ser a hora de dar “uma demonstração de força e barrarmos o plano neoliberal dos golpistas, que querem jogar todo peso da crise sobre as costas da classe trabalhadora, retirando direitos”. A frente reúne movimentos populares, partidos progressistas, além das centrais sindicais CUT e CTB, e foi articulada para fazer o enfrentamento às ofensivas conservadoras contra os direitos civis, humanos e trabalhistas executadas a partir do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Segundo os dirigentes da FBP, é necessário e urgente parar a produção, a circulação, o transporte das riquezas e de pessoas, no maior número possível de cidades brasileiras, além de manifestações e atos públicos contra o golpe e o retrocesso “civilizatório” em curso no país.

Entre as ameaças aos trabalhadores, apoiadas pela grande imprensa, estão o aumento da jornada e a precarização das relações de trabalho, a desvalorização do salário mínimo, a reforma da Previdência, a privatização do pré-sal e outros.

Os dirigentes defendem ser preciso barrar as iniciativas do governo ilegítimo de Michel Temer e ao mesmo tempo fomentar a consciência da classe trabalhadora, utilizando “todos os meios possíveis”, como imprensa popular, rádios comunitárias e outras manifestações culturais.

Os comitês da Frente Brasil Popular no país começam a discutir e se preparar para ampliar a paralisação nos espaços de trabalho, escolas, órgãos públicos e espaços sociais das cidades.

Para a FBP, o sucesso dos atos e paralisações do dia 22 será fundamental para a realização de uma greve geral que “de fato enfrente o governo golpista e seu plano neoliberal”.

Químicos debatem racismo nas fábricas

O Sindicato dos Químicos promove nesta terça (13) o debate “ Diálogo Social para Promoção da Igualdade Racial nas Empresas do Setor Químico”, em conjunto com Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico).

Na parte da manhã o encontro contou com a participação de Edvaldo Mendes Araújo, o Zulu, da Fundação Pedro Calmon, de Salvador. Ele lembrou que o Brasil viveu quase 400 anos de escravidão patrocinada pelo Estado brasileiro. “Escravidão não é só trabalho sem remuneração. É a perda da dignidade humana. Não é possível construir a democracia de maneira plena sem combater o racismo e promover a igualdade, mas essa tarefa é árdua. O racismo no Brasil não é fácil de se identificar e não é fácil de se combater”, alertou.  Para Zulu, as cotas nas universidades públicas são a única forma de democratizar a educação.

O diretor do Formação do Sindicato, Geraldo Guimarães, lembrou que quase não existem negros em cargos de destaque nas empresas. “Os patrões costumam justificar a falta de negros nas empresas dizendo que eles não são qualificados, o que é uma inverdade, já que essa realidade vem mudando nos últimos anos.

Na parte da tarde o debate contará com a participação de empresas do ramo químico.