Químicos são homenageados

Os trabalhadores da indústria química foram homenageados na manhã de segunda (23), no auditório da Assembleia Legislativa de São Paulo, por iniciativa do deputado Luiz Fernando Teixeira (PT), que também apresentou o Projeto de Lei 361/2016, de sua autoria, que institui o “Dia Estadual do Trabalhador da Indústria Química”, a ser celebrado anualmente no dia 21 do mês de julho.

O evento homenageou 14 pessoas que de alguma forma colaboraram na construção da história da categoria dos trabalhadores da indústria química.  Os dirigentes do Sindicato, Osvaldo Bezerra, Lucineide Varjão Soares,  Helio Rodrigues (que neste momento está afastado das atividades sindicais), os ex-dirigentes, Francisco Chagas e Domingos Galante, e o membro da Associação dos Aposentados, José Cecílio Irmão, dentre outros foram homenageados. 

Pesquisa Ibope mostra pessimismo dos brasileiros

O Ibope Inteligência fez uma pesquisa entre os dias 12 e 16 de maio para saber o que os brasileiros pensam sobre o futuro do País. Os dados mostram que 34% dos brasileiros estão pessimistas em relação ao futuro do Brasil, enquanto 31% se dizem otimistas.

O órgão destacou que a situação é similar ao momento vivido em 1992, com o impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Na época, 40% das pessoas se mostravam pessimistas e apenas 27% estavam otimistas com o País.

53% dos entrevistados também declararam que não acreditam que haverá uma mudança em relação à corrupção. A maioria (63%) também diz que os deputados e senadores atuaram em benefício próprio e também na defesa de interesses de partidos políticos e instituições privadas no processo de impeachment.

Dilma ressalta caráter golpista de seu afastamento

A presidenta Dilma Rousseff participou ontem (23) do 4º Congresso Nacional da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Fetraf). Na ocasião, em Brasília, aproveitou para falar a respeito do processo de impeachment.

“ Se alguém ainda não tinha certeza que há um golpe em curso, baseado no desvio de poder e na fraude, as falas incriminadoras do Jucá e quem está por traz dele eliminam qualquer dúvida”, disse. Dilma convocou os brasileiros a se unirem para derrotar os golpistas e a lutarem pelo fortalecimento da democracia no País e voltou a ressaltar que não responde por nenhuma acusação de crime.

Dilma também  classificou como uma das medidas mais graves do governo provisório, a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Mais de 1,2 mil representantes da agricultura familiar no Brasil  estavam presentes no evento. 

Conselho de Serviço Social lança campanha por direitos trabalhistas

Foi lançada na semana passada uma campanha pelo Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), em defesa dos direitos trabalhistas. O órgão trabalha com famílias em situação de vulnerabilidade social.

Fábio Rodrigues, diretor do Conselho, explica que o objetivo da campanha é proteger os trabalhadores da terceirização e manter os direitos já conquistados. “Pelo início do governo interino se percebe que esses ataques podem vir de forma muito mais radical. Eram temas que já estavam na pauta, mas que agora podem caminhar de maneira mais rápida, porque há pressão do mercado para que essas mudanças ocorram. É necessário que toda classe trabalhadora esteja atenda e se organize para barrar esses projetos”, disse.

O CRESS lançou um site no qual é possível acompanhar notícias sobre o tema. Acesse aqui: http://cress-sp.org.br/direitos/  

Gravações de Jucá comprovam articulação de golpe

Gravações feitas em março expõem conversa do atual ministro interino do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) com ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, na qual os dois pensam em uma forma de acabar com as investigações da Operação Lava Jato.

Jucá e Machado aparecem preocupados com a investigação, e dizem que se ela continuasse, tudo iria piorar para eles. “Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá. Os dois acabam por definir que a única saída seria um impeachment de Dilma Rousseff.

Machado sugere que Michel Temer seria a solução e que é preciso um acordo com o Supremo Tribunal Federal.  “É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional”, diz Machado. “Com o Supremo, com tudo”, afirma Jucá. 

Manifestação contra Temer tem enterro da Constituição

Movimentos sociais realizaram ontem (19) um protesto contra o afastamento de Dilma Rousseff da presidência da república. O ato contou com a presença de alunos e professores da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, que realizaram a “missa de sétimo dia da democracia”.

Os alunos fizeram um enterro simbólico da Constituição Federal. Os manifestantes não reconhecem o governo interino de Michel Temer e denunciam o golpe que está sendo instaurado no País.

“O processo do impeachment foi uma farsa, por isso a gente achou importante fazer esse enterro. A São Francisco não é só golpe. Vamos seguir em luta”, afirmou Diego Pandullo à Folha de S. Paulo. O estudante refere-se a nomes como Janaína Paschoal e Miguel Reale Junior, autores do processo de impeachment e professores da instituição. 

Prática de reposição de peças no metrô deve continuar

O Tribunal de Contas de São Paulo concluiu que novos trens do Metrô de São Paulo devem acabar sendo utilizados para a reposição de peças em trens antigos. O Metrô, sob a administração de Geraldo Alckmin (PSFB), já vem realizando essa prática, chamada de canibalização, com trens que estão parados no pátio de Itaquera.

“O entendimento da Engenharia (do TCE) é de até o início de 2017 outros trens novos estarão na mesma situação de ‘fonte de peças’”, diz o órgão. Em reunião com o TCE, o Sindicato dos Metroviários apresentou uma lista com pelo menos 300 peças que estão em falta.

O Sindicato já denunciou a prática meses atrás e alega que a qualidade do serviço de transporte e a segurança dos passageiros correm riscos.  “Determinadas peças que são reutilizadas já estão deterioradas ou desgastadas”, disse Alex Fernandes, o secretário-geral do sindicato. O governo paulista terá 15 dias para prestar esclarecimentos ao TCE a respeito do assunto.

Parlamentares e centrais lançam frente em defesa dos trabalhadores

 

Mais de 20 entidades representantes de centrais sindicais, federações e da sociedade civil lançaram hoje (18), a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Classe Trabalhadora, composta por 179 deputados e 42 senadores. As atividades foram iniciadas com a realização de um seminário que teve como tema “O mundo do Trabalho: Desemprego, Aposentadoria e Discriminação”, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado.

A frente tem caráter suprapartidário e agrega o apoio dessas entidades para a organização de manifestações populares, seminários e outras iniciativas com objetivo de impedir a retirada de direitos trabalhistas e conquistas sociais após a posse do governo interino de Michel Temer. Entre os retrocessos temidos pelo coletivo, está oaumento de idade mínima para a aposentadoria, a possibilidade de acordos negociados por empresa suplantarem a legislação trabalhista, a ampliação da terceirização e uma série de outras pautas negativas para os trabalhadores.

O presidente da CUT, Vagner Freitas disse que não se trata de se reunir meramente para “falar mal aqui dos golpistas”. “Quero aproveitar esta tribuna para fazer um chamamento à classe trabalhadora. As vítimas desse golpe são os trabalhadores. O golpe só foi praticado para a retirada dos nossos direitos, é luta de classe na veia. Só a classe trabalhadora organizada e fazendo greve e mobilizações vai permitir e garantir a defesa desses direitos”, destacou. “Os que votaram ou não votaram na Dilma precisam ter consciência de que estamos vivendo outro momento. Precisamos deixar de lado esse tipo de divisão para atuar juntos. Vamos fazer uma agenda de mobilização da construção de greve e queremos chegar a uma greve geral no Brasil.”

Trabalho articulado

A secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, disse que a finalidade primordial da iniciativa é fortalecer o diálogo do Congresso com as entidades de representação do mundo do trabalho e da sociedade civil, e atuar em todos os espaços de negociação e decisão do Legislativo e perante os demais poderes. “Está em jogo a defesa desenvolvimento econômico e social do Brasil com garantia de direitos para a classe trabalhadora”.

O número de parlamentares envolvidos na frente formada hoje foi elogiado pela presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. Para ela, a adesão dos congressistas é importante para a mobilização social. “Mais do que uma mobilização, o trabalho da frente marca uma ação de orientação à população brasileira para que continuemos organizados”, avaliou.

Ela explicou o fato de os presentes terem empregado diversas vezes as expressões “golpista” e “fora Temer” como uma reação ao fato de o governo empossado inverter a lógica dos projetos de país que foram escolhidos nas urnas.  “A questão não é partidária, mas programática. As ações que estão sendo propostas por esse governo correspondem a tudo o que foi apresentado nas eleições de 2014 e que foi rejeitado pela população por meio do voto.O golpe foi articulado com os empresários, e tentará impor uma pauta negativa para os trabalhadores, isto já está claro”, ressaltou Juvandia.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) reiterou que “o neoliberalismo nunca ganharia” uma eleição, lembrando que as pessoas mais influentes do governo interino de Michel Temer perderam as eleições de 2002, 2006, 2010 e de 2014. “Para implementar um programa como este, só há um jeito: dar um golpe. Foi o que fizeram. O objetivo é diminuir direitos da classe trabalhadora, baixar o nível salarial”, disse.

Seu colega de bancada Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), ex-presidente da CUT, disse que a bancada BBB (de bala, Bíblia e boi) deveria ter “um outro B, que é a bancada dos bancos, também influente no Congresso”. “Esse povo não tem nenhum interesse na vida dos trabalhadores. Eles querem lucrar sob qualquer circunstância. E essa Frente Parlamentar vem em boa hora, para nos ajudar a fazer, juntos, uma barreira de defesa da democracia e dos direitos trabalhistas”, afirmou.

Defesa de uma causa

O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH do Senado e um dos coordenadores da frente, destacou que, no total, foram listadas 57 propostas consideradas prejudiciais para os trabalhadores em tramitação no Congresso.  “A Frente Parlamentar não defende um partido, e sim uma causa”, disse. “Por isso, mais que nunca, precisamos destacar que essa iniciativa precisa sair daqui, de dentro do Congresso, para fora, para contar com a população das ruas, com atos e manifestações destas entidades que aqui se encontram, nos seus estados.”

O vice-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Guilherme Guimarães Feliciano, sugeriu como contrapartida aos projetos de lei que representam retrocessos, a defesa, pela Frente Parlamentar, de propostas que representam avanços, como o Projeto de Lei do Senado (PLS) 220/14, que muda a CLT para ampliar direitos relacionados à saúde e à segurança no ambiente de trabalho. E propôs atenção na tramitação do PLS 554/15, que regulamenta a terceirização.

Participam da frente criada nesta quarta-feira entidades como CUT, Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas (Alal), Fórum em Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização, Dieese, Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), UGT, Nova Central, Intersindical, CSP-Conlutas, CTB e CSB, Anamatra,Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Centro de Estudos Femininos e Políticas para Mulheres (Cefêmea), Movimento Humanos Direitos, Federação dos Sindicatos de Professores e Professoras de Universidades Federais e Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CMN-CUT).

O secretário de Relações Institucionais da UGT, Miguel Salaberry Filho, por sua vez, disse que a central pretende compor, ao lado da frente parlamentar, parceria com as demais centrais e representantes da sociedade civil, para combate contra a perda de direitos. Ele lembrou também que uma das tarefas é “fazer com que leis que não estejam sendo cumpridas passem a ser respeitadas”.

Pela Nova Central, o diretor de Assuntos Parlamentares, Luiz Gonzaga de Negreiros, afirmou que a entidade se manterá fiel à defesa aos diretos e a bandeiras de luta que uniram as centrais nos últimos anos. “Não vamos retroceder nem permitir que tirem de nós direitos obtidos às custas de muito suor pelas categorias. São direitos dos pais de família, das mulheres, dos jovens que estão em jogo.”

Momento de sobrevivência

A dirigente da Intersindical Nilza Pereira lembrou que a entidade fez um combate radical ao que considerou serem ataques a direitos trabalhistas observados no início do segundo mandato de Dilma Rousseff. “Mas se por um lado aquele período era considerado por nós um momento de resistência, o que vivemos hoje é muito pior, é um momento de sobrevivência”, destacou. De acordo com ela, as entidades sindicais precisam recriar uma nova identidade de classe, que nos últimos tempos foi perdida. “A maioria dos trabalhadores não tem mais uma cultura de luta, nem de fazer greve geral. Há um individualismo nas categorias que precisamos combater.”

O dirigente da CSP-Conlutas Gibran Jordão também enfatizou a ilegitimidade do governo de Michel Temer – “Vamos lutar por sua derrubada” –, sem deixar de criticar o governo Dilma . “Não foi segredo para ninguém que nos últimos anos tivemos uma trajetória de combate duríssimo ao governo Dilma Rousseff pelos erros cometidos. E a ascensão do governo Temer só foi possível em razão desses erros”, destacou.

Os problemas do Brasil são se resumem a erros do governo Dilma, na opinião do diretor executivo da CTB Mário Teixeira, para quem a crise política foi deliberadamente tramada pelas forças que “usurparam” o poder. Segundo ele, o principal objetivo do governo Temer não é ajudar o Brasil a sair da crise, “mas para homologar a saída em definitivo” da presidenta. “Os pontos mais sérios para os trabalhadores são, hoje, a extinção do Ministério da Previdência e sua absorção pelo Ministério da Fazenda e a extinção da Secretaria dos Portos, que vai reduzir muitos trabalhos no setor portuário. Precisamos ficar atentos e seguir nesta luta conjunta”, defendeu.

A Frente dos Direitos da Classe Trabalhadora é aberta à participação de parlamentares de todos partidos políticos e de todo cidadão ou entidade que aceite os seus princípios e tenha interesse de transformar em realidade os seus objetivos.

Dilma faz críticas a projetos do governo interino de Temer

A presidenta Dilma Rousseff participou hoje (19) de um bate-papo com a população, por meio de uma rede social. Ela respondeu a algumas perguntas e falou a respeito de temas relacionados ao governo interino de Michel Temer, como o fim do Ministério da Cultura e o corte em programas sociais.

Dilma falou sobre o Bolsa Família e como o programa tem ajudado milhões de brasileiros, ou como uma complementação de renda ou como sendo a única fonte de renda de muitas pessoas. Ela destacou ainda que graças ao programa, 17 milhões de crianças e jovens estão frequentando regularmente a escola e quase 1 milhão de adultos fizeram cursos de qualificação profissional no Pronatec.

Dilma também criticou a ausência de mulheres no comando de ministérios e falou que uma secretaria não consegue englobar toda a complexidade de um ministério, referindo-se à cultura. Segundo lembrou, o MinC foi criado no período de redemocratização do Brasil, após o fim da ditadura militar.  

Movimentos sociais reagem aos retrocessos do governo

O ministro interino das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), cancelou a contratação de 11.250 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida. As unidades seriam dos estados da Bahia, Ceará, Alagoas e Amazonas.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) divulgou uma nota na qual repudia a ação, que classificou como o primeiro corte efetivo em programas sociais realizado pelo governo ilegítimo de Michel Temer e disse que haverá manifestações. O MTST criticou ainda posições tomadas por ministros interinos em relação à educação, cultura, previdência social e ao SUS.

Na noite de ontem (17) integrantes de movimentos sociais como a Marcha Mundial das Mulheres, a União da Juventude Socialista, a União Estadual dos Estudantes de São Paulo, o Movimento dos Atingidos por Barragens e o Levante Popular da Juventude, realizaram um protesto na Avenida Paulista conta o governo de Michel Temer.