Anhangabaú é palco de ato contra impeachment no domingo

No próximo domingo (17) será votado na Câmara o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Em São Paulo, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo organizam um ato no Vale do Anhangabaú, no centro, a partir das 10h, contra o impeachment.

O presidente da CUT/SP, Douglas Izzo, declarou que é importante a defesa da democracia, mas ressaltou que o governo também precisa implantar mudanças. “Encerrado esse processo (de impeachment), o governo tem de buscar uma repactuação com o Congresso, chamar os movimentos populares”, disse.

Josué Rocha, coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), relembrou que vêm aumentando as manifestações contra o impeachment. “Isso porque está mais claro o caráter de um golpe, com um processo conduzido por um presidente da Câmara envolvido em inúmeras denúncias”, disse, referindo-se a Eduardo Cunha. 

Os organizadores da manifestação reforçaram à Polícia Militar o pedido de segurança no local e nos transportes públicos, para evitar possíveis confrontos com opositores.      

Pesquisa Vox Populi mostra opinião da população sobre impeachment

A Pesquisa CUT/Vox Populi, divulgada ontem (14) apontou que 58% dos entrevistados acreditam que o impeachment não resolverá os problemas do País. 50% acreditam que a oposição está se aproveitando de um desgaste do governo Dilma para pressioná-la a deixar o poder. Mas 52% acreditam que o impeachment não é um golpe.

Para 49% das pessoas, o processo de impeachment é um gesto de vingança do deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. 57% concordam que políticos como Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ambos do PSDB, apoiam o processo contra a presidenta em defesa de interesses próprios.

A avaliação de Michel Temer é negativa para 61% dos entrevistados. 45% avaliam Lula como o melhor presidente do País, e 15% elegeram Fernando Henrique Cardoso. Para 45% dos entrevistados, a presidenta Dilma sairá fortalecida se não houver impeachment.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, avalia que a pesquisa mostra que a população está dividida. A maioria quer mudanças econômicas, mas se preocupa com a manutenção dos direitos trabalhistas.  “A turma do Temer só fala em arrocho salarial e sacrifício para a classe trabalhadora. E isso os trabalhadores não vão concordar nunca”, disse. 

Impeachment representa ameaça aos trabalhadores

Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) destacou na sua coluna de hoje (14) no jornal Folha de S. Paulo algumas das mudanças que serão implantadas no País caso o processo de impeachment seja aprovado, o que ele classificou como o “pacote do golpe”.

Todos os itens afetam diretamente os direitos sociais e trabalhistas no País. Se o impeachment for aprovado, Michel Temer assumirá no lugar da presidenta Dilma, e terá o deputado Eduardo Cunha como o seu vice.

O PMDB, partido de Temer e aliado dos empresários, pretende implantar no Brasil o documento chamado “Uma Ponte para o Futuro” que prevê, em outras coisas, a retirada de direitos dos trabalhadores, por meio da terceirização, do fim do salário mínimo e da reforma da aposentadoria (exigindo uma idade mínima), que não leva em conta que o brasileiro começa a trabalhar, em média, aos 16 anos de idade.   

Programas sociais como ProUni e Bolsa Família também correm risco de serem extintos, com uma redução dos subsídios destinados a eles. A saúde e a educação não terão mais um gasto mínimo, sendo que os recursos dessas áreas serão destinados ao pagamento de dívidas do governo. A proposta de privatização de estatais como a Petrobrás também é ruim, pois retiraria do Brasil os benefícios oriundos da empresa.    

Cientista político destaca realidade da luta de classes no Brasil

O cientista político André Singer esteve ontem (13) em um debate promovido pela Associação dos Docentes da USP (Adusp). Na ocasião, ele comentou a respeito do ataque ao governo Dilma, que caracterizou como uma luta de classes. “O capital no Brasil parece que não consegue conviver com uma alternativa popular competitiva”, disse.   

Para ele, o impeachment não é apenas uma tentativa de derrubar o governo, mas um desejo de derrubar a política popular no Brasil. “Se você desmantela a alternativa popular, ela vai demorar mais dez, vinte anos para se reconstruir. Talvez seja isso que esteja em jogo. Se for isso, estamos não no fim, mas no começo de um novo processo de luta de classes selvagem”, disse.

Armando Boito, professor da Unicamp, também esteve presento no debate e comentou a respeito do caráter do governo petista, que segue uma linha que chamou de desenvolvimentista. Ele lembrou que os movimentos sociais não apoiam os neoliberais, porque sabem que não terão espaço nesse tipo de governo. Singer reforçou que o PT trouxe grandes mudanças para o País, por meio de programas sociais como o Bolsa Família e o ProUni.  

Evento reúne personalidades em defesa da democracia

Na noite de ontem (13), os jornalistas Leonardo Sakamoto e Juca Kfouri, a atriz Letícia Sabatella, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos e a cantora Anelis Assumpção participaram de um debate no Largo da Batata, a respeito da democracia e do atual clima político no País.

No evento, foi ressaltado que não se trata de defender um partido e sim a democracia no Brasil. O líder do MTST criticou o que chamou de pacote do golpe, ou seja, medidas contra os trabalhadores que serão implementadas caso o processo de impeachment seja aprovado.

Juca Kfouri argumentou que os movimentos da oposição são mais sutis do que na época da ditadura militar. “É um golpe político e midiático e quando as pessoas menos se dão conta ele está estabelecido”, disse. O jornalista também criticou o deputado Eduardo Cunha que, apesar de estar ligado a casos de corrupção, não é julgado.  

Leonardo Sakamoto chamou atenção para o clima de intolerância que tomou conta do País. “Os ataques às figuras públicas mostram que ter opinião crítica neste país é crime. Quando convicções políticas e ideológicas acabam sendo escondidas por medo de retaliações, algo está muito errado neste país”, disse.  

Congestionamento diminui em São Paulo

O congestionamento em horários de pico na cidade de São Paulo diminuiu no ano passado, em comparação com 2014. No período da manhã (7h às 10h) a redução foi de 6,6% e no período da tarde (17h às 20h), chegou a 16,6%.

A melhora no trânsito se deu em um período de aumento do número de veículos na cidade. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o número de carros aumentou de 7,8 milhões no final de 2014 para 8,1 milhões em dezembro de 2015.

O prefeito Fernando Haddad atribui o fato as medidas implantadas pela prefeitura, como a redução da velocidade nas vias e a ampliação das faixas de ônibus. Com a redução da velocidade, também cai o número de acidentes, o que contribui para a fluidez do trânsito.  

Vacinação contra H1N1 começa para grupos prioritários

Começou ontem (11) em São Paulo a vacinação contra o H1N1. Terão prioridade na imunização crianças de seis meses a cinco anos de idade, idosos e gestantes. A vacinação será feita em 451 Unidades Básicas de Saúde (UBS).

“A Organização Mundial da Saúde recomenda que você direcione a campanha de vacinação em primeiro lugar para o público-alvo, porque esse precisa ser vacinado o mais rápido possível e estar mais protegido antes de começar o aumento da transmissão”, disse Alexandre Padilha, secretário municipal da Saúde.

Ele destacou que nem toda gripe é sinal de ter contraído o vírus H1N1. A recomendação é que a pessoa fique em casa por alguns dias, descansando e cuidando da alimentação. Caso apareçam sintomas de febre, deve procurar um posto de saúde. “Se tem alguém preocupado com H1N1, a pior coisa é ir para lugar de aglomeração, ir para unidade de saúde ou clínica particular atrás de vacina, porque você não está com H1N1 e pode ficar com a doença”, alerta.     

Aumenta número de trens do metrô parados

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) tem aumentado a prática chamada pelos metroviários de “canibalização”, que se trata da retirada de peças de alguns trens para reposição em outros. A troca estaria ocorrendo por falta do repasse de verba do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) para a manutenção dos trens.  

Desde o mês passado até agora, o número de trens parados para a retirada de peças aumentou de cinco para nove, segundo a Rede Brasil. Trabalhadores alegam falta de 3 mil peças para manutenção. O Sindicato dos Metroviários diz que a situação já acontece há dois anos.

Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do Sindicato dos Metroviários, diz que os trabalhadores da manutenção estão sendo orientados a liberar os trens para circulação, mesmo que não estejam prontos. Ele acredita que a população é a mais prejudicada com a medida. “Isso faz parte de um projeto do governo Alckmin de precarizar o Metrô para justificar a privatização”, disse.  

Farmacêuticos garantem 10% de aumento salarial

Depois de duas rodadas de negociações o índice de reajuste proposto para os trabalhadores farmacêuticos é de 10% para todas as faixas salariais até o teto de R$ 7.759,71. Acima desse valor, o reajuste será fixado em R$ 775,97.

A inflação acumulada de abril de 2015 a março de 2016 fechou em 9,91%. Portanto, o reajuste de 10,0% representa um aumento real de 0,08%. Esse é o 11º ano consecutivo que a negociação garante aumento real de salário. 

A proposta também contempla reajuste de 10% na PLR mínima (para empresas que não têm programa próprio), e reajustes no vale-alimentação.

Confira as propostas

Reajuste Salarial
10% de reajuste para salários até R$ 7.759,71

Acima de R$ 7.759,71, reajuste fixo de R$ 775,97

Pisos Salariais
Para empresas com até 100 empregados: R$ 1.378,49

Para empresas com mais de 100 empregados: R$ 1.551,55

PLR (Para empresas sem programa próprio)
Para empresas com até 100 empregados: R$ 1.475,10

Para empresas com mais de 100 empregados: R$ 2.046,00

Vale-Alimentação ou Cesta Básica
Para empresas com até 100 empregados: de R$ 100,00 para R$ 184,00 (reajuste de 84,0%)

Para empresas com mais de 100 empregados: de R$ 160,00 para R$ 250,00 (reajuste de 56,3%)

Acesso a Medicamentos: Reajuste de 12,5%