Entidades reivindicam plano de emergência para reverter crise da água

O Coletivo de Luta pela Água –  criado em janeiro com a participação de organizações não governamentais, gestores do setor, movimentos sociais e sindical  – se reuniu na última semana  e apresentou um manifesto com uma série de propostas para enfrentar a crise no abastecimento. O coletivo quer que o governo Alckmin decrete Estado de Calamidade Pública nas Bacias do Alto Tietê e do Piracicaba, Capivari e Jundiaí e que apresente logo um plano de emergência, contemplando, entre outras medidas:

– prioridade ao abastecimento para consumo humano e dessedentação de animais;

– manter sem interrupção o abastecimento dos imóveis em que residam populações internadas, vulneráveis ou serviços públicos de administração pública ou privada (hospitais, unidades de saúde, asilos, creches, escolas, presídios, delegacias, aeroportos, rodoviárias);

– administrar com equidade a falta de água de modo a não penalizar a população que mora nas periferias e nos pontos mais altos;

– distribuição imediata de caixas de água para todos os imóveis de população de baixa renda que não disponham;

O coletivo também reivindica transparência na divulgação dos dados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e anunciou que entrará com uma Ação Civil Pública para responsabilização do governo Geraldo Alckmin (PSDB) pela crise.

Também ficou definido um ato para o próximo dia  20 de março,  Dia de Luta pela Água. O local ainda deve ser definido. 

CUT exige manutenção de direitos

Dirigentes e militantes da CUT de todo o País foram ao Congresso Nacional, em 4 de fevereiro, solicitar o apoio dos parlamentares recém-empossados ao avanço da pauta dos trabalhadores. Durante o encontro o movimento sindical também repudiou as medidas provisórias 664 e 665, anunciadas pelo governo federal no final do ano.

Para a Central, essas medidas representam prejuízo aos direitos conquistados pelos trabalhadores. “Essas medidas provisórias trazem mudanças negativas para conquistas históricas da classe trabalhadora, como seguro-desemprego, abono salarial e outras coisas. Essas medidas foram anunciadas de forma unilateral pelo governo e acabaram rompendo um diálogo que estava iniciado com o movimento sindical. Nós não aceitamos isso, não concordamos com medidas que restringem direitos e conquistas dos trabalhadores. Não pode haver uma política de reduzir as despesas do governo cortando as conquistas dos trabalhadores. Nós temos que taxar as grandes fortunas, os rentistas que recebem rendimentos das suas ações e não pagam um centavo de Imposto de Renda. São os ricos que têm que pagar e resolver essa defasagem econômica”, avalia o secretário Nacional da CUT, Jacy Afonso.

Segundo a secretária de Relações do Trabalho da CUT Nacional, Maria da Graça Costa, não há como dialogar sobre as MPs. “Queremos a retirada dessas medidas provisórias. Não se negocia  direitos”, disse.

A pauta de reivindicações da CUT que está em mãos da presidenta Dilma Rousseff desde o mandato anterior contempla redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário; fim do fator previdenciário; reforma agrária e agrícola; não ao projeto de lei 4.330, que precariza as relações de trabalho; redução dos juros e do superávit primário; reforma política.

Receita divulga regras para declaração de IR 2015

A Receita Federal divulgou hoje (4) as regras para a declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física 2015. O prazo de entrega da declaração começa no dia 2 de março e termina dia 30 de abril.

A declaração deve ser feita por quem teve, em 2014, renda igual ou superior a R$ 26.816,55, ou rendimentos isentos (não tributados ou tributados na fonte) acima de R$ 40 mil, quem obteve algum ganho de capital na alienação de bens ou direitos, fez alguma operação na bolsa de valores, de mercadorias e futuros e quem tem propriedade rural de acordo com o valor estabelecido pela Receita.

Este ano as declarações poderão ser feitas por meio do programa Receitanet, que transmite os dados para a Receita, por quem possui certificado digital ou pelo aplicativo “Fazer Declaração” em tablets e smartphones. O contribuinte poderá fazer o rascunho de sua declaração até o dia 28 de fevereiro e depois esses dados serão transferidos para o formulário definitivo.

São Paulo terá linhas noturnas de ônibus

A partir do dia 28 de fevereiro os usuários de ônibus da capital paulista terão 140 linhas operando diariamente das 0h às 4h. Parte dessas linhas funcionará no trajeto do metrô e do trem, que fecham neste horário, e também fará a ligação com os corredores de ônibus. Nos terminais locais sairão ônibus paras os bairros.

As novas linhas contarão com uma frota de 500 ônibus, e os intervalos de saída serão de 15 minutos no sistema estrutural e de 30 minutos nos terminais locais.

Por decreto, Geraldo Alckmin inclui água mineral na cesta básica

São Paulo – Na surdina e sem a presença da imprensa, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou um decreto que inclui galões de água mineral, de 10 ou 20 litros, na cesta básica paulista.

O decreto 61.103 foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (03) e determina a redução no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) das embalagens de 10 e 20 litros.

Com a medida, o galão de água passa a ser um “alimento” da cesta básica, e deixa o rol de bebidas frias, como cerveja, vinho, entre outras. O decreto teria sido sugerido pelo deputado estadual Itamar Borges (PMDB).

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) condenou a medida. “Isso é uma quantidade irrisória para a manutenção da família. A inclusão é irrisória. É diferente de 10kg de arroz, que dependendo da família dá. Isso ratifica que a água potável, que deveria ser fornecida pelo governo por um preço módico, será um bem escasso. Isso tem que nos deixar em alerta para uma possível privatização da água, porque já há um fomento da indústria da água”, afirmou a advogada do instituto, Claudia de Moraes Pontes.

Ainda de acordo com o Idec, o decreto é insuficiente. “Quando você dá isenção, tem que haver a contrapartida, que seria a manutenção do preço. Isso não foi proposto no decreto. O governo precisa se comprometer e determinar que não haja aumento do preço, não é o que temos visto”, vaticina Cláudia.

Para o deputado estadual João Paulo Rillo (PT), líder da bancada petista na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o decreto resume o comportamento “autoritário” do governador. “Alckmin mais uma vez terceiriza a responsabilidade pela falta de água em São Paulo. O pior é que ele faz isso de forma autoritária e sem nenhum debate com a sociedade. Como se 10 litros de água resolvessem algo na vida de uma família.”

Advogado aponta provas para responsabilizar gestores públicos por falta d’água

São Paulo – “Temos uma inação clara do governo de São Paulo e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), com vistas a manter o valor das ações da estatal no mercado. Um sacrifício constante de uma parcela cada vez maior da população, com o racionamento informal. E um discurso extremamente fraudulento em relação à realidade da situação.” Assim o professor de direito internacional da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) João Alberto Alves Amorim resume o cenário de responsabilidades sobre a seca na capital e região metropolitana de São Paulo.

Especialista em direito ambiental, Amorim considera que os estudos que informavam a possibilidade de seca, a mudança no ciclo de chuvas, os documentos que exigiam a redução da dependência do sistema Cantareira, somados às declarações do governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante o último debate para a eleição do governo paulista de 2014, podem configurar crime de responsabilidade. O governador disse à época: “Não falta água em São Paulo, não vai faltar água em São Paulo”.

“As provas são robustas. Há dez anos, o documento de outorga do Sistema Cantareira determinava a redução de dependência do manancial. O relatório Cenários Ambientais 2020, desenvolvido em 2009 pela Secretaria de Recursos Hídricos, também já trazia um cenário trágico para 2015”, explica Amorim.

A outorga é o documento de autorização para que a Sabesp utilize a água de determinado rio ou represa para abastecimento da população. E o relatório foi realizado por 200 especialistas, a partir das condições e projeções climáticas para os anos de 2010 e 2020, que já previram a seca em São Paulo. “Por volta de 2015, a crise atinge também a Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí”, diz um trecho do documento. Esses rios abastecem represas do Cantareira.

Amorim pondera que não só o atual governador estaria implicado, mas também gestores da Sabesp, da Secretaria de Recursos Hídricos, dos órgãos reguladores, como a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (Daee), e, até mesmo, a Agência Nacional de Águas (ANA), nos últimos dez anos.

“As exigências feitas pela ANA e pelo Daee, na concessão da outorga, não foram cumpridas no prazo estabelecido. Algumas começaram a ser cumpridas recentemente, mas só depois que a crise se instalou. E estes órgãos, ANA, Daee e Arsesp são os que deviam fiscalizar e, inclusive, punir o não cumprimento das normas”, salientou.

Mecanismos de gestão do sistema também foram deixados de lado no início da crise, como a Curva de Aversão a Riscos, que define o quanto pode ser retirado de água de acordo com o nível das represas. Em janeiro de 2014, por exemplo, as represas estavam com 20% da capacidade, podendo ser retirados no máximo, 27 mil litros de água por segundo, de acordo com a curva. Mas estavam sendo retirados 33 mil.

O especialista destaca ainda que não o fato de o governador não decretar racionamento também causou efeitos graves aos reservatórios, afetando principalmente a população, que deveria ter o consumo priorizado, de acordo com a Lei 9.433, de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos. No último ano, os reservatórios perderam cerca de 70% do volume que tinham em janeiro de 2014.

“A lei diz que o abastecimento de água deve priorizar o consumo humano e a dessedentação animal, em situações de escassez. Mas o governo estadual e a Sabesp fizeram exatamente o contrário. Por razões econômicas e políticas não se reconheceu oficialmente, até hoje, a situação de emergência”, afirma Amorim.

A população é responsável por apenas 8% do consumo de água. Os outros 92% são utilizados pela indústria e pelo agronegócio. “Toda conta pela crise está caindo sobre a população. O setor industrial não tem sido tocado, nem cogitado, muito menos o setor agrícola”, completa.

Além disso, Amorim lembra que há um desperdício que não tem sido considerado nas contas: os cerca de 30% de água tratada que se perdem na rede de água da Sabesp. “Quem vai multar a Sabesp por desperdiçar tanta água tratada através de seus dutos cheios de vazamentos? Essa também é uma obrigação da Arsesp, do Daee e até da ANA, que são órgãos de regulação. E até agora tem sido complacentes”. A estatal tem um programa de redução de perdas, mas a meta estimada é de perder de 10% a 15% da água tratada ainda em 2019.

Neste cenário, Amorim engrossa o coro dos que consideram ilegal a multa por aumento de consumo de água, anunciada em dezembro do ano passado e que passou a vigorar no último mês. A punição prevê que quem aumentar em até 20% o gasto de água vai pagar 40% a mais sobre o valor correspondente ao consumo de água na conta mensal. Se aumentar mais que 20% a multa será de 100%.

“A multa é absolutamente ilegal. Só se pode instituir a multa quando o racionamento estiver decretado”, reitera. Entidades de defesa do consumidor interpelaram judicialmente a Sabesp e o governo do estado por conta disso. Tiveram uma vitória inicial em 8 de janeiro, mas o presidente do Tribunal de Justiça, José Renato Nalini, cassou a liminar dias depois.

No entanto, Amorim teme que a Justiça não seja tão eficaz para punir os responsáveis. “No ano passado, os Ministérios Público Estadual e Federal entraram com ações na Justiça para que fosse reconhecida a crise e decretado o racionamento. Mas o Judiciário não deu sequência a isso. E a ação não pedia nada demais.” Outra ação foi a já citada  suspensão da multa por aumento de consumo de água, que também não tem data para ser julgada.

Sindicato firma convênio para cursos profissionalizantes

O Sindicato dos Químicos, pensando na qualificação profissional de seus associados, firmou uma parceria com o Colégio Destaque com descontos para cursos profissionalizantes. Os cursos são direcionados à categoria e os descontos são válidos para associados e seus dependentes.

O Colégio Destaque tem unidades na zona leste de São Paulo e tem cursos em laboratórios de química

 

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Sede Central: Rua Tamandaré, 348 – Liberdade 

Telefone: 3209-3811 ramal 213

Subsede de São Miguel: Rua Arlindo Colaço, 32 – São Miguel

Telefone: 2297- 0631

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