Começou ontem (14) o seminário “A terceirização no Brasil: Impactos, resistências e luta”, com a participação do movimento sindical, Academia e Poder Judiciário. Já no primeiro dia de discussões, ficou clara a importância de se enfrentar a terceirização sem limites no país. “Vamos ganhar competitividade e flexibilizar o mercado de trabalho. Sabe o que isso significa? Descer porrada em cima de vocês”, resumiu o professor Luiz Gonzaga Belluzzo em sua palestra sobre a precarização e como superá-la.
Manoel Messias, secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, condenou o ataque de empresários aos direitos trabalhistas – visando reduzir custos e intensificando a precarização – e criticou que o tema da terceirização seja resolvido no Judiciário, em vez de negociado entre patrões e trabalhadores. “Até agora não houve consenso porque os empresários queriam retirar limites (para a terceirização), recusando direitos de trabalhadores se manterem unidos em representação sindical única e não fragmentada diante do empregador. O mecanismo que precisamos avançar é esse, estabelecer regras, e não permitir que terceirização vá para o núcleo da atividade considerada fim”, defendeu.
Lembrando-se das eleições em outubro, Maria das Graças Costa, Secretária de Relações do Trabalho da CUT, atentou para a necessidade de eleger representantes da classe trabalhadora, sobretudo por projetos como a PEC do Trabalho Escravo e a PEC das Domésticas ainda possuírem pontos pendentes – combatendo, assim, retrocessos na legislação trabalhista.