Assembleia Legislativa encerra ciclo de 21 audiências ao Orçamento do Estado 2015

A Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo promoveu ontem, 17, às 19h, a 21ª Audiência Pública do Orçamento 2015, na Câmara Municipal de Guarulhos, com a participação dos Deputados membros efetivos e suplentes da Comissão, e a população da região metropolitana de Guarulhos.

A vice-presidente da comissão, deputada Beth Sahão, defende a regionalização do Orçamento, assim comop a bancada de oposição da Alesp. Para a deputada, este modelo de audiência está esgotado e seria necessária uma nova postura por parte da própria comissão, para que o atendimento das demandas se concretizasse, e revertesse em conquistas para as regiões. Muitas entidades apresentam o mesmo pleito há mais de 8 anos. 

Conquistas

Uma conquista significativa para o processo de participação popular, alcançada pela classe artística, foi a destinação de mais recursos para o PROAC (Programa de Ação Cultural) que conseguiu, devido à expressiva mobilização dos artistas das 21 cidades do Estado, um aporte ao orçamento no valor de R$ 10 milhões. Outras demandas ainda necessitam resposta, como por exemplo, o histórico pedido de pagamento de precatórios do Estado aos aposentados com mais de 65 anos.

OIT atualiza convenção sobre trabalho forçado

Na última quarta-feira (11), a 103ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovou, com a corroboração de 185 países, uma atualização da Convenção 29, referente às práticas de trabalhos forçados. A medida visa adequar as recomendações da entidade às formas mais modernas de trabalhos forçados, assim como orientar a implementação de ferramentas para enfrentar a prática.

“O que aprovamos são instrumentos modernos e equilibrados, que permitem não apenas punir os responsáveis pelo trabalho forçado, mas também adotar ações concretas para proteger as vítimas, compensá-las pelo dano causado, bem como prevenir, de forma efetiva e sustentada, o reaparecimento do trabalho degradante”, declarou a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, defendendo que as formas modernas de trabalho forçado exigem novos mecanismos de combate. No Congresso Nacional, a Emenda Constitucional 81/2014, que determina a expropriação dos imóveis onde for constatada a utilização de mão de obra escrava, foi promulgada, mas ainda aguarda regulamentação.

O combate à miséria está no rumo certo

No casebre de paredes maltratadas havia uma única porta, a que se abriu para a inesperada visita de uma assistente social. Nos demais cômodos, a privacidade só era assegurada por cortinas improvisadas. Foi de pés descalços sobre o chão rústico, em meio à inquietude dos dois filhos no colo, que Bárbara da Silva, de 22 anos, descobriu ter direito ao Bolsa Família para superar a extrema pobreza. “Fiquei surpresa. Nunca fui atrás, porque não tinha todos os documentos. Não faz nem um mês, consegui tirar o Título Eleitoral e o CPF”, conta a nova beneficiária, incluída no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal naquela abafada tarde do fim de maio.

Para viver na modestíssima casa em Formosa, interior de Goiás, Bárbara paga 150 reais de aluguel. É o valor que o antigo companheiro costuma enviar à mãe solteira para contribuir com a criação do filho Kauã Lukas, de 1 ano e 8 meses. Todas as demais despesas são custeadas com os 300 reais ganhos com o emprego de babá. O trabalho não lhe garante, porém, segurança alimentar. “Nem sempre dá para comprar o leite dos meus filhos. Não posso contar com o pai de Ana Beatriz, de 2 anos e 5 meses, que sumiu no mundo. Agora, com o Bolsa Família, espero que não falte nada em casa.”

 

A babá e seus filhos representam uma do mais de 1,1 milhão de famílias incluídas no programa pela busca ativa do governo federal nos últimos três anos. Desde o lançamento do Plano Brasil sem Miséria, em junho de 2011, quando Dilma Rousseff assumiu o compromisso de erradicar a extrema pobreza no País, as ações na área sofreram profundas mudanças. Em vez de esperar a iniciativa dos mais pobres, o Estado decidiu ir até eles.

Além disso, o desenho do Bolsa Família foi aperfeiçoado. Se antes os valores transferidos dependiam essencialmente do número de crianças e adolescentes, com o lançamento da Ação Brasil Carinhoso, em 2012, o cálculo passou a considerar a intensidade da miséria em cada família. E o governo se dispôs a complementar a renda doméstica de forma que cada integrante disponha de, no mínimo, 70 reais mensais, renda per capita usada pelo Ministério do Desenvolvimento Social para definir quem está abaixo ou acima da linha da extrema pobreza.

Mesmo antes das mudanças, o Brasil havia conquistado um feito inimaginável duas décadas atrás. Em 1990, a população com renda inferior a 70 reais mensais somava 13,4%. Segundo os organismos internacionais, que usam como parâmetro a renda per capita de 1,25 dólar por dia, 25,5% dos brasileiros eram extremamente pobres. Em 2012, o cenário captado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, era diferente: 3,5% dos habitantes viviam com menos de 70 reais mensais, ou 3,6% com renda de 1,25 dólar ao dia.

O Brasil estaria muito próximo, portanto, de erradicar a miséria, uma vez que o Banco Mundial considera residual uma taxa de 3%. A Pnad de 2013, a ser divulgada em setembro, espera o governo, deve confirmar a superação dessa barreira.

 

“Essa meta de 3% leva em conta o fato de a pobreza não ser um fenômeno estático. Muitos fatores podem levar famílias à miséria, choques conjunturais como a perda do emprego ou questões mais perenes como doenças incapacitantes”, explica a economista norte-americana Deborah Wetzel, diretora do Banco Mundial para o Brasil. “Na maioria dos contextos não é possível chegar a um nível zero de extrema pobreza. A preocupação principal é eliminar as formas crônicas desse fenômeno.”

De acordo com a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, o Brasil erradicou a extrema pobreza, se levar em conta apenas o critério da renda. “Não há mais beneficiários do Bolsa Família na miséria. Mais de 22 milhões de brasileiros abandonaram essa condição somente com as mudanças feitas no desenho do programa no governo Dilma.” Em junho deste ano, emenda a ministra, o valor das transferências foi reajustado de forma a garantir que todas as famílias tenham renda per capita superior a 77 reais. “Hoje, só permanece na miséria quem está fora do Bolsa Família. Por isso iniciamos a busca ativa.”

Pelas estimativas da pasta, falta incluir cerca de 300 mil famílias extremamente pobres. Ninguém sabe o número exato, até pela dificuldade em encontrar os indivíduos. “Há casos de famílias com quatro gerações sem documentos”, explica Campello. “Mas todas as projeções indicam que, hoje, estamos com um índice abaixo de 2%.”

A última Pnad, sustenta a ministra, não captou os efeitos das recentes mudanças no programa, mas uma simulação do Ipea revela um promissor potencial de redução da miséria. O instituto traçou três cenários distintos. O primeiro indica uma prevalência de 10% da extrema pobreza entre crianças e adolescentes, e cerca de 5% entre os adultos, caso o programa não existisse. No segundo cenário, com o formato do Bolsa Família de 2011, o porcentual cai para menos de 6% na infância e gira em torno de 3% na idade adulta. Com o novo desenho dos benefícios a partir de 2013, todas as faixas etárias se aproximam de 1%.

“Tudo indica que, em 2013, houve drástica redução da extrema pobreza. Não sabemos se a próxima Pnad vai captar isso, mas a expectativa é de que a média fique abaixo dos 3%”, diz Rafael Osório, diretor do Departamento de Políticas Sociais do Ipea.

A expectativa é compartilhada pelo representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Jorge Chediek. “Esperamos que as pesquisas confirmem a superação dessa marca de 3%. O Brasil teve um avanço extraordinário e é uma das nações que mais contribuíram para a diminuição da miséria no mundo.”

A China, aponta o Pnud, teve uma queda mais expressiva: 60,2% de sua população era extremamente pobre em 1990, porcentual reduzido a 13,1% em 2008. No início dos anos 1980, metade da população da Índia era miserável. Em 2010, passou a 32,7%. “Em números absolutos, eles tiveram uma evolução maior, mas só o Brasil está próximo da erradicação”, compara Chediek. “Este é o novo milagre do País. Nos anos 1970, a economia cresceu de forma notável, mas a concentração de renda aumentou. O milagre de hoje é do ponto de vista social.”

Quem vive com pouco mais de 1,25 dólar por dia continua, obviamente, em situação bastante precária. Tal linha, explica Wetzel, do Banco Mundial, representa “uma severa privação no atendimento das necessidades humanas básicas, inclusive comida, água potável, educação, saúde e moradia”. Os especialistas consultados por CartaCapital destacam que a renda é apenas um dos critérios usados na medição da pobreza. E o estabelecimento de uma única linha, para o mundo ou para o Brasil, pode encobrir distorções.

Por essa razão, o Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) lida em diferentes linhas de pobreza extrema, baseadas em especificidades regionais. A linha da indigência na região metropolitana de São Paulo, a maior do País, foi estimada em 108,6 reais em 2012, bem acima dos 70 reais estabelecidos pelo governo. Na zona rural da Região Nordeste, só quem ganha menos de 59,3 reais é considerado miserável.

 

“O custo de vida varia muito de um lugar para outro. Isso indica que o governo subestima a miséria na periferia das metrópoles e a superestima no campo”, afirma a economista Sônia Rocha, pesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade. “De toda forma, é inegável o êxito do Bolsa Família. Muitos exigem que o programa apresente portas de saída, mas é besteira. Seu objetivo é distribuir renda e ponto. A saída está na educação, na geração de empregos.”

Transferir renda é só o primeiro passo, reconhece Campello. “O desafio agora é universalizar o acesso aos serviços públicos e, na medida do possível, fazer com que eles cheguem primeiro aos setores mais vulneráveis da sociedade.” Para ampliar o acesso das crianças mais pobres em creches, o governo federal oferece um repasse adicional às prefeituras para cada vaga destinada aos beneficiários. Também busca convencer os estados e municípios a priorizá-los nas escolas de tempo integral. Hoje, dos 48,5 mil colégios públicos com jornada ampliada de estudo, 31,7 mil têm mais de 50% dos alunos inscritos no programa. “Com as crianças na creche ou na escola em período integral, elas têm a garantia de cinco refeições diárias. E a mãe tem ao menos um turno livre para trabalhar.” Mais de 1,2 milhão de brasileiros de baixa renda, destaca a ministra, estão matriculados em cursos do Pronatec e 405,9 mil beneficiários do Bolsa Família se tornaram microempreendedores.

Inscrita no programa há sete anos, a cabeleireira Vivian de Souza Cruz improvisou um salão de beleza em um cômodo de sua casa. Fez um curso de inglês pelo Pronatec e pretende se inscrever em outro, de design de sobrancelhas. Seu marido também passou por qualificação e hoje é operador de máquinas agrícolas. A renda é modesta, mas assegura uma vida digna às duas filhas, de 11 e 14 anos. “Agora, ele ganha dois salários mínimos e eu consigo mais uns trocados no salão. Cobro 10 reais pelo corte de cabelo. Só em mulher, senão perco o marido”, brinca.

A família quer trocar a velha moto de 100 cilindradas por um carro usado. Vivian Cruz tem confiança na capacidade de realizar o sonho em breve. Só muda a feição otimista ao lembrar-se das privações do passado. “Meu marido vivia de bicos de pedreiro nem sempre tinha trabalho. Por falta de pagamento, ficamos sem água, luz e gás várias vezes. Tive até de cozinhar com cavacos de madeira”, conta. “O benefício ajudou a manter as contas em dia e não faltar nada para as meninas. Aos poucos, nos reerguermos.”

*Publicado originalmente na edição 803 de CartaCapital sob o título “Miséria residual”

Risco de demissão cai 61% nos últimos 10 anos

Segundo pesquisa do Banco Central sobre o comportamento do mercado de trabalho, o risco de demissão caiu 61% nos últimos dez anos.

O estudo mostra também que no período houve uma estabilização das vagas já existentes nas empresas, além de novas contratações, contrastando com o comportamento da década anterior,  quando era comum o processo de enxugamento. 

Quase 100 mil empregos e projeção de R$ 30 bi no PIB: é o legado da Copa ao Brasil

“O Brasil já ganhou com a Copa. É um momento histórico de oportunidades, com obras de infraestrutura, promoção do país e qualificação de trabalhadores”. A afirmação é de José Claudeonor Vermohlen, assessor da Secretaria de Relações Político-Sociais da Presidência da República e debatedor da mesa “O Legado da Copa”, realizada no final de maio durante a 14ª Plenária Estatutária da CUT São Paulo, em Guarulhos.

Construção de 12 estádios multifuncionais; projetos de mobilidade urbana com 42 obras viárias, terminais, estações e corredores exclusivos; intervenções em 12 aeroportos e reformas em seis portos; investimentos em segurança pública e em telecomunicações. Isso sem contar a geração de 50 mil postos de trabalho na construção dos estádios e outros 47 mil empregos no setor turístico das cidades-sede. Para quem ainda tem dúvida sobre o legado da Copa do Mundo ao Brasil, vale destacar que estes dados são apenas parte do saldo positivo do evento.
 

Além de demonstrar uma série de benefícios ao Brasil, dados do Portal da Transparência e do Portal da Copa 2014 desmontam o mito de que os investimentos na competição são maiores do que o governo federal aplica em educação e saúde.

Para a construção e a reforma de estádios foram consumidos R$ 8 bilhões, dos quais R$ 4 bi são financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – valor que retornará ao caixa do banco com pagamento de juros -, R$ 1,4 bilhão do governo do Distrito Federal e o restante oriundo de recursos privados, mas sem dinheiro federal para a área.

Para as obras de infraestrutura foram gastos outros R$ 17,6 bilhões, sendo os maiores aportes: R$ 8 bilhões em 42 projetos de mobilidade urbana; R$ 6,3 bi em 30 projetos nos aeroportos e R$ 1, 9 bilhão em segurança pública nos centros integrados de comando e controle e aquisição de equipamentos para o setor. Somando estes custos e os das 12 arenas, foram R$ 25,6 bilhões destinados à realização do evento.

Em contrapartida, ano passado foram investidos R$ 101,9 bi em educação e mais R$ 83 bi em saúde. Em 2014, a previsão de investimento em cada área é de, respectivamente, R$ 107 bi e R$ 91,5 bi. Desde 2010, quando as obras da Copa começaram, o governo federal destinou R$ 825 bilhões nos dois segmentos.

Vale destacar, ainda, que, no ano passado, a Copa das Confederações acrescentou R$ 9,7 bilhões ao PIB e, para 2014, a projeção é de R$ 30 bi de incremento com a realização da Copa do Mundo.
 

Impactos sociais e econômicos – Segundo Vermohlen, 165 mil jovens e trabalhadores já fizeram ou estão matriculados em cursos oferecidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) na área turística, e 840 catadores serão contratados e capacitados para realizar a coleta de resíduos sólidos nos estádios da Copa para reciclagem. Também foram distribuídos gratuitamente 50 mil ingressos aos beneficiários dos programas sociais do governo federal.

Os investimentos em novos negócios para micro e pequenas empresas são da ordem de R$100 milhões e, de acordo com estimativa da Embratur, a expectativa é de que os turistas gastem R$ 25 milhões no país. Até 2016, serão 422 novos empreendimentos de hospedagem e, destes, 154 foram inaugurados entre 2011 e 2013.

“A Copa tem ainda como legado a revitalização de espaços e apoio a projetos ligados às artes, ao artesanato e à diversidade cultural brasileira, além do intercâmbio com outros povos, transparência na divulgação de dados e fiscalização das obras pelos órgãos de controle”, finaliza Vermohlen.

Luta pela redução da jornada de trabalho aumentará durante ano eleitoral

Na última terça-feira (10), representantes das centrais sindicais e do Ministério do Trabalho reuniram-se com o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Vicente Cândido (PT-SP), para reforçar a necessidade de aproveitar o ano eleitoral e acelerar a tramitação da pauta trabalhadora no Congresso. A comissão trata como prioritária a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 231/95, que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, e pretende pressionar os deputados, logo no início de julho, para que assinem um requerimento de urgência para tramitação do projeto, além de acompanhar a proposta nas subcomissões.

“O debate da redução da jornada é muito mais ideológico do que econômico. Em ano de eleição, de disputa do projeto político, de escolha de deputados e senadores, queremos saber quais parlamentares estão com a classe trabalhadora”, afirmou Pedro Armengol, secretário-adjunto de Relações do Trabalho da CUT. A reunião definiu, ainda, que serão cobrados dos líderes partidários, também, requerimentos de urgência para os projetos de lei 6094/2013, que se refere à correção da tabela do imposto de renda, e 6653/2009, sobre igualdade de gênero no trabalho.

Centrais brasileiras reclamam de desrespeito à negociação coletiva no Brasil

Seis centrais sindicais brasileiras apresentaram uma reclamação ao Departamento de Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), referente a violações do Estado brasileiro ao livre direito de negociação coletiva. O documento, entregue durante a 103ª Conferência Internacional do Trabalho, é assinado por CGTB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT.

As queixas concentram-se, sobretudo, em decisões de Tribunais Regionais e Superior do Trabalho e em iniciativas do Ministério Público do Trabalho – principalmente relacionadas a contribuições e exercício do direito de greve. Um dos exemplos citados é o do chamado interdito proibitório, medida judicial, solicitada por empregadores, que veta e pune com multa a aproximação de representantes sindicais de locais de trabalho – inviabilizando o direito de greve em algumas categorias.

Além das críticas direcionadas ao Estado, por manter brechas na lei e restringir a representação sindical, os empregadores também são alvos de contestações, por recorrerem à Justiça do Trabalho visando solucionar questões que deveriam ser negociadas diretamente entre as partes.

Dilma dz que teremos a copa das copas

Em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, a presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (10) a realização da Copa do Mundo, apresentou dados sobre a preparação do Brasil para o evento, desejou boa sorte aos jogadores e pediu que os brasileiros recebam bem os turistas estrangeiros.

Ressaltou a maneira generosa como os brasileiros são recebidos em todos os países, e que devemos retribuir essa generosidade, recebendo bem os turistas que vierem ao Brasil. “Tenho certeza que os visitantes vão conviver com um povo alegre, generoso e hospitaleiro” afirmou a presidenta.

Dilma reafirmou que, durante a preparação do Mundial, o governo não deixou de investir em saúde e educação, e disse que as contas estão sendo analisadas “minuciosamente pelos órgãos de fiscalização”.

Apresentando alguns números, ressaltou a diferença entre o país que recebeu a copa em 1950 e o atual: “somos hoje a 7ª economia mundial; líder em produção industrial em diversos setores; reduzimos a desigualdade social e tiramos em uma década 36 milhões de brasileiros da miséria”.

No encerramento do discurso, a presidenta mandou um recado aos jogadores e a comissão técnica: “Estamos todos juntos para o que der e vier! Viva a paz, Viva a Copa, Viva o Brasil!”

Assista o video na íntegra no Facebook do Sindicato.

 

Melar a Copa pode ser o objetivo de Alckmin, observa analista político

A intransigência demonstrada pelo governador Geraldo Alckmin na negociação com os metroviários pode sinalizar a intenção do governo tucano de “melar” a abertura da Copa do Mundo na capital paulista, afirmou o analista político Paulo Vannuchi, em comentário realizado na Rádio Brasil Atual. Outro ponto destacado em sua fala foi a truculência policial direcionada aos grevistas, visando agradar a parcela da população conservadora, base eleitoral do governo do PSDB.

“O que o governo tucano fez nas negociações com os grevistas? ‘Não vamos recuar’. Talvez pensando nesse segmento da população, que é órfão do período ditatorial, que, na hora da eleição, tende a votar em Geraldo Alckmin”, ponderou Vannuchi, destacando, ainda, como o governo federal, em oposição à política tucana, buscou o diálogo com as demandas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). “A dúvida que fica é se haveria algum interesse do governo de São Paulo escondido em melar a festa da Copa para poder emanar o brilho durante o evento que acaba sendo do governo federal, da presidenta Dilma.”, questionou o analista.

Nova pesquisa confirma favoritismo de Dilma

Pesquisa do Ibope, encomendada pela União dos Vereadores do Estado de São Paulo, mostra que a presidenta Dilma Rousseff mantém a liderança com 38% das intenções de voto. Aécio Neves, do PSDB tem 22% e Eduardo Campos do PSB, tem 13% das intenções de voto. Num eventual segundo turno, Dilma venceria Aécio por 42% a 33%, e Campos por 41% a 30%.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Foram ouvidos 2.002 eleitores, entre 4 e 7 de junho.