Investigações na Suíça comprovam ligação de Robson Marinho a Alstom

O Tribunal Federal da Suíça, em Lausanne, ligou oficialmente o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil de Mário Covas, à offshore Higgins Finance Ltd.

Em acórdão enviado ao Ministério Público no Brasil, a Suíça informa que Marinho detinha o “direito econômico” da Higgins Finance, constituída nas Ilhas Virgens Britânica, e menciona o caso Alstom – que pagou propina para obter contratos no setor  de energia do governo tucano em 1998.

A Higgins é titular de conta no Crédit Agricole de Genebra, que recebeu depósitos de US$ 2,7 milhões entre 1998 e 2005 da Alstom. O Ministério Público informa ter provas de que o dinheiro de Marinho tem origem em propinas no caso Alstom.

De acordo com a Justiça, o dinheiro seria pagamento de propina para vencer uma concorrência no valor de R$ 23,2 milhões. O serviço prestado era o fornecimento de equipamentos em três subestações elétricas da Eletropaulo e EPTE. Segundo o Ministério Público, Marinho recebeu dinheiro para dar um parecer favorável à empresa.

Congresso Internacional reúne sindicalistas na Alemanha

No último dia 18 de maio, 1500 sindicalistas, de 161 países, se reuniram para a abertura do III Congresso da Confederação Sindical Internacional (CSI), em Berlim, Alemanha. Sob o lema “Reforçar o poder dos trabalhadores”, o presidente da CSI, Michel Summer, em seu discurso, enfatizou o poder de unidade e mobilização que o movimento sindical possui para derrotar a crise da globalização neoliberal e arrancou aplausos do público. “Vemos hoje muitos países serem submetidos às regras do mercado financeiro. Temos muitos governos que capitularam e assinaram acordos de livre comércio que acabam com a soberania nacional. Nós estamos aqui para afirmar que os Estados têm de ser soberanos diante das multinacionais e de seus interesses”, destacou o presidente.

Summer também apontou o agravamento da crise, representado por 60 milhões de trabalhadores que vivem na linha da pobreza. A política de austeriadade adotada por alguns governos, segundo o dirigente, agride a negociação coletiva, o sistema público de seguridade social e empurra milhões de pessoas em direção à escravidão – resultado, ainda, de uma economia dominada por especuladores financeiros; oligarquias de Wall Street, Londres e Hong Kong. Finalizando sua participação, Summer solidarizou-se com os mortos no acidente que vitimou mais de 300 mineiros na Turquia e ressaltou a importância de existirem sindicatos para setores formais e informais que, unidos, lutem por um regime democrático que sirva às pessoas. “A voz dos trabalhadores precisa ter mais peso, porque a desigualdade aumentou muito nos últimos dez anos no mundo. O contrapeso é um movimento sindical forte”, decretou Frank Walter Streunmeier, ministro de Relações Exteriores da Alemanha.

João Antônio Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT e candidato à presidência da CSI, declarou que as falas no primeiro dia do evento serviram para demarcar a “luta constante entre capital e trabalho que extrapola a questão nacional, que diz respeito à manutenção e ampliação de direitos, à valorização, salarial, à construção da justiça social, com afirmação de políticas públicas e de distribuição de renda”. Diante desse quadro, o sindicalismo é a força política que pode, e deve, pressionar organizações em defesa das reivindicações que proporcionem condições decentes aos trabalhadores, enfrentando os interesses daqueles que dominam o capital mundial.

Felício na disputa da CSI

O secretário de Relações Internacionais da CUT e ex-presidente da entidade, João Felício, deve ser escolhido o próximo presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI). A definição acontecerá após o 3º Congresso Mundial da Confederação, em Berlim, na Alemanha, realizado entre 18 a 23 de maio.

A CSI, com 311 entidades filiadas, representa 175 milhões de trabalhadores no mundo. Em entrevista ao Portal da CUT, Felício, que participará do congresso, expressou sua intenção de aproximar o sindicalismo das Américas do Norte e do Sul, tratando dos problemas comuns que os trabalhadores enfrentam em diferentes continentes. “A luta para frear o avanço das multinacionais sobre os direitos trabalhistas também deve ser uma das prioridades, porque essas empresas exercem uma forte influência sobre governos para aprovar tratados de livre comércio. Não somos contra haver relações comerciais entre países, o que não pode é limitar a isso. Também devemos ter relações multilaterais de direitos sociais”, completou o dirigente.

Governo lança campanha Copa sem Racismo

Copa sem Racismo, esse é o tema da campanha que o governo federal lançou no início de maio.  Diversas ações publicitárias foram preparadas com o objetivo de conscientizar a sociedade de que o racismo é um crime e intolerável.

 
Os anúncios serão veiculados em sites de notícias, nos portais dos Ministérios e órgãos públicos e em canais abertos de televisões. Há também uma forte campanha nas redes sociais.  
 
Racismo é crime
Há 25 anos, o racismo foi definido na Constituição Federal,  como um crime inafiançável e imprescritível no País e qualquer atitude racista deve ser denunciada. Em São Paulo, as denúncias devem ser feitas ao SOS Racismo, no telefon

Ingerência Tucana: gambiarra no Cantareira vai até outubro

O Governo do Estado iniciou hoje a distribuição da captação do volume morto do reservatório da Cantareira, para abastecer a região metropolitana de São Paulo, porém se não chover até outubro, as obras terão sido em vão.

As obras realizadas nos últimos dois meses bombeiam a água para o Cantareira mas especialistas deram o nome de “gambiarra” às obras que por conta da pressa, são extremamente mal feitas e imprevidentes diante das necessidades futuras.

Das  14 bombas instaladas, apenas 4 estão operando, mas este não é o principal problema. Quando a tão esperada chuva vier, toda a obra ficará submersa. Investimento de emergência que não resolve e poderá ser inútil em poucos meses.

Além disso, a origem da água que está sendo coletada do volume morto, não foi 100% aprovada pela Cetesb. Em seu relatório, a companhia afirma que a qualidade da água deve ser garantida pela Sabesp. 

Executiva Nacional da CUT discute quadro político-econômico brasileiro

A Executiva Nacional da CUT promoveu ontem (14), na sede da CUT – Rio de Janeiro, um debate sobre a conjuntura atual do país. A reunião contou com dirigentes da CUT no estado e de diversos sindicatos.

Convidado para o encontro, Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), apresentou uma análise sobre o cenário político-econômico nacional, concluindo que um dos nossos principais desafios é reposicionar o desenvolvimento industrial. “O Brasil nunca teve um crescimento continuado como agora. As políticas de inclusão adotadas pelo governo geram uma dinâmica favorável para o setor econômico”, destacou em seu diagnóstico. O economista enfatizou também que é necessário aumentar a capacidade produtiva das micro e pequenas empresas, responsáveis por gerar 60% das vagas no mercado de trabalho. Além disso, Clemente apontou que o Brasil oferece muitos empregos, porém, com salários ainda baixos – situação que só pode ser resolvida com investimento e uma nova estratégia para a indústria.

Para  Sérgio Nobre, secretário-geral nacional da CUT, as eleições deste ano devem definir o futuro do páis.  “O que está em jogo é a continuidade do projeto democrático-popular, de crescimento com desenvolvimento e distribuição de renda, que a oposição, com o auxílio da grande mídia, quer impedir a todo custo a continuidade. Querem impor o retorno das políticas neoliberais que fazem retornar a inflação, o desemprego, não promovem distribuição de renda e inibem o crescimento. Queremos continuar a ter geração de emprego e renda, aumentos de salários e ações que favoreçam a classe trabalhadora e toda a sociedade e promovam o desenvolvimento do País. Não vamos permitir o retrocesso e a atuação do movimento sindical é fundamental para impedir que isso ocorra”, salientou.

Conquista do movimento sindical, acordo garante trabalho decente durante a Copa

Hoje (15), será assinado, pela presidenta Dilma, o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Copa do Mundo FIFA 2014, projeto elaborado pela CUT em conjunto com as demais centrais, o setor patronal e o governo federal, representado pela Secretaria Geral da Previdência. O documento garante que a maioria das pessoas contratadas durante o evento terão carteira assinada e os direitos trabalhistas assegurados. Segundo estimativas dos setores de gastronomia e hotelaria, 40 mil novos empregos serão gerados ao longo da Copa do Mundo.

O acordo é válido até o dia 31 de agosto, sua negociação foi iniciada há um ano e meio, e sua adesão é de livre escolha por parte das empresas, das quais deve partir a iniciativa de assinar o compromisso. “Essa é uma experiência que demonstra maturidade do movimento sindical brasileiro. Nossa preocupação era garantir que os empregos gerados pela Copa, muito provavelmente de curta duração, tivessem todos os direitos. É uma negociação inovadora em termos de Copa, já que em outros países-sede isso não aconteceu”, celebrou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Além das salvaguardas trabalhistas, constam no compromisso o combate ao trabalho infantil e à exploração sexual. As empresas que aderirem ao pacto deverão produzir material explicativo, e terão inserções em rádio sobre os temas. Comitês regionais, com a participação de representantes dos trabalhadores, dos empresários e do governo, fiscalizarão o cumprimento do acordo – a empresa que não respeitar as diretrizes do documento será incluída em uma espécie de “lista suja” e aquela que seguir o combinado receberá um selo de qualidade.

Cresce oferta de emprego no interior

O emprego segue crescendo no Brasil, porém, pela primeira vez, o interior superou as regiões metropolitanas do país no crescimento da oferta de vagas formais. Segundo a economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Patrícia Palatieri, em 2013, o interior registrou um crescimento de 12% em relação a 2012 – números que até podem ser maiores, pois os empregos públicos são desconsiderados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego. Entre os empregadores, quatro setores se destacaram no interior: indústria, construção, comércio e serviços – atestando um deslocamento do eixo nacional de desenvolvimento, deixando as capitais.

O Dieese considera a melhoria da qualidade de vida nas cidades interioranas como fator preponderante para esse movimento, incentivado, sobretudo, pelas políticas públicas do governo federal, como a valorização do salário mínimo, que ajudou a impulsionar o fenômeno. Da mesma forma, programas de infraestrutura – como Minha Casa, Minha Vida – criaram condições para o desenvolvimento da região. Os incentivos fiscais também são importantes para gerar a transferência de empresas.

Sob a ótica do trabalhador, uma melhor qualidade de vida no interior – distante de problemas ocasionados pelas grandes concentrações populacionais presentes nas metrópoles, como o trânsito – é um grande atrativo. “Não é à toa que a pauta das centrais sindicais inclui a redução de jornada. Justamente por conta do tempo que o trabalhador perde nos seus deslocamentos é que precisamos de uma jornada menor”, defende Palatieri.

Crise da água é culpa de Alckmin, afirmam movimentos sociais

Durante o seminário “A Crise da Água em São Paulo e seus Impactos ao Emprego, Meio Ambiente e à Energia”, realizado ontem (13), na Alesp, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e integrantes de movimentos sociais anunciaram a intenção de mobilizar denúncias contra o governo Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a crise de abastecimento que atinge diversas cidades da Grande São Paulo. “Vamos nos reunir com os demais movimentos para organizar esse processo. Vamos convocar associações de bairro, igrejas, todos os que podem ser impactados por essa situação”, assegurou o presidente da CUT – SP, Adi dos Santos Lima.

O dirigente afirmou  ainda que a entidade questionará judicialmente a cobrança de multa sobre o consumo de água, proposta pelo governador tucano, por considerá-la inconstitucional. “A crise pode provocar o aumento do custo de vida e desemprego, principalmente na região de Campinas, Guarulhos e Jundiaí. A água é a base de todos os setores industriais. Sem ela, além dos problemas sociais diretos, corremos o risco das empresas buscarem lugares com melhor oferta de água”, disse o líder sindical.

Durante o evento, os movimentos participantes também defenderam que o problema é resultado da má administração do governo estadual e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo). Apesar de Alckmin refutar a ideia de racionamento, na prática, a medida já está sendo aplicada, inclusive na capital. “Nunca fomos informados oficialmente, mas por volta de 22 horas não tem mais água vinda da rede. E só volta pela manhã”, afirmou Jadir Bonancia, militante do MAB  (Movimento dos Atingidos por Barragens) e residente da Casa Verde. Na região de Paralheiros, que deveria ser abastecida pelo Sistema Cantareira (foco da crise), moradores estão furando poços para suprir a baixa oferta de água encanada.

O deputado estadual Marcos Martins (PT)  pretende instaurar uma CPI na Assembleia para investigar o caso. Já conta com 26 assinaturas de parlamentares, mas faltam 6 para que o pedido possa ser protocolado.