Renda total das mulheres aumenta 60% mais que dos homens em dez anos

Um fenômeno que, segundo o sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, acompanha o crescimento da classe média e ajuda a desenhar o quadro de aumento de preços e demanda por serviços é a entrada da mulher no mercado de trabalho. Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, duas décadas atrás, as mulheres representavam 38,8% das pessoas ocupadas no Brasil. Em 2011, elas já eram 42,3% dos trabalhadores no país.

A consultora de vendas Patrícia Mota contribuiu para a mudança nessa estatística. Até 2008, ela se dedicava apenas ao lar. Lavava, passava, cozinhava, cuidava da filha, do marido e de seu bebê recém-nascido, limpava a casa e, muito raramente, gastava dinheiro com cuidados pessoais. “Hoje eu faço escova progressiva e aproveito melhor o tempo que gastava todo dia arrumando o meu cabelo.”

Com a conquista do mercado de trabalho, as mulheres encontraram meios de bancar seus desejos. Nos últimos dez anos, a massa de renda das mulheres cresceu 60% mais que a dos homens, de acordo com o Data Popular. “As mulheres gastam mais com serviços que os homens. Além de impulsionar a demanda por alimentação fora de casa e telefonia móvel, por exemplo, elas usufruem mais de serviços de beleza”, comenta Meirelles.

O sexo feminino também se apresenta mais disposto a investir em um dos itens que mais subiram em 2012: educação. Entre as mulheres, 37,7% contam com 11 anos ou mais de estudo, enquanto esse percentual entre os homens é de 33,1%. Estudar, entretanto, está cada vez mais pesando no orçamento. O reajuste nos cursos regulares, que incluem ensino fundamental, médio, superior e pós-graduação, além de creche e educação infantil, foi de 8,35% no ano passado, o mais alto dos últimos cinco anos.

As despesas com educação, que em 2007 e 2008 subiram menos que a inflação, voltaram a ser reajustadas acima do IPCA e, no ano passado, os aumentos nesse grupo superaram em quase dois pontos percentuais a inflação, chegando a 7,8%. “Ganhando mais, a classe média viu a possibilidade de buscar uma educação melhor para seus filhos”, destaca o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri.

Um estudo da “Folha de S. Paulo” revelou que, na capital paulista, as instituições de ensino que mais subiram preços desde 2001 foram aquelas com mensalidades de até R$ 500. O reajuste chegou a 147% no período, enquanto nos colégios que cobram mais de R$ 500 a alta foi de apenas 15%. Enquanto isso, as matrículas na rede pública de ensino caíram 14%. De acordo com o levantamento, feito em 962 escolas da cidade de São Paulo, 38% dos alunos da rede privada estão em escolas que custam até R$ 500 por mês.

O aumento da renda e da escolaridade na classe C, pontua Meirelles, diminui a disposição dos trabalhadores para exercer certas funções, como as de pedreiro, pintor e empregado doméstico. A escassez desse tipo de profissional também explica os fortes aumentos nesses serviços nos últimos anos. Em 2012, o reajuste de empregados domésticos foi de 12,7%, pelo IPCA. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), contabilizou aumento de 15% nos serviços de pedreiro e de 10% nos de pintura no ano passado na cidade de São Paulo.

“Os preços dos serviços devem continuar subindo porque a demanda está crescendo mais rápido que a oferta. Isso, provavelmente, vai incentivar a abertura de novos negócios, mas até que essa oferta se firme, os preços continuarão avançando acima da inflação”, diz Meirelles.

As estimativas da LCA Consultores apontam alta de 8,4% para os serviços em 2013, ano em que a previsão para o IPCA é de alta de 5,4%.

Dilma receberá pauta da classe trabalhadora no dia 6 de março durante marcha da CUT

Em reunião nesta terça-feira (5) com dirigentes da CUT, a presidente Dilma Rousseff, ressaltou a importância da Central – “a CUT chegou aonde chegou porque teve um olhar para a sociedade como um todo” – e da interlocução com os movimentos sociais para continuar o processo de transformação social do País e atendeu pelo menos duas propostas feitas pelo presidente da CUT, Vagner Freitas.

A primeira foi para que a presidente ajudasse os sindicalistas a ter espaço e voz na próxima cúpula do G20, que acontece nos dias 5 e 6 de setembro, em São Petersburgo. Dilma disse que vai trabalhar para que uma delegação sindical internacional tenha direito de fala na próxima reunião da cúpula do G20 e também para que os líderes sindicais sejam recebidos pelos chefes de estado. Com a presidenta Dilma, a audiência já está garantida.

“A presidenta se comprometeu a ser a interlocutora do nosso pedido porque concorda que a crise financeira internacional não pode ser colocada como responsabilidade da classe trabalhadora”, disse Vagner. Segundo ele, a CUT e a Confederação Sindical Internacional (CSI) vão escolher o grupo de dirigentes que vão participar dessas audiências.

Além de Vagner, participaram da audiência o secretário-geral da CUT Sérgio Nobre, o secretário de Relações Internacionais João Felício, a vice-presidenta da CUT Carmen Foro, a secretária da Mulher Trabalhadora Rosane da Silva, o secretário de Organização Jacy Afonso, o secretário de Finanças Quintino Severo e o secretário de Políticas Sociais, Expedito Solaney.

O presidente da CUT também conversou com a presidenta sobre a importância do diálogo permanente com os representantes dos trabalhadores e reivindicou que Dilma recebesse a pauta da classe  trabalhadora, após a marcha que será realizada em Brasília no próximo dia 6 de março. A presidenta concordou e vai receber uma comissão de sindicalistas de todas as centrais sindicais que participarão da marcha.

Entre os itens da pauta, estão a redução da jornada de trabalho sem redução de salário (para 40 horas semanais), o fim do fator previdenciário e as reformas tributária e agrária, entre outros. 

Comissão da Verdade terá investigação sobre repressão aos trabalhadores na Ditadura

Todas as violações aos trabalhadores brasileiros praticadas entre os anos de 1964 e 1985, período do golpe e da Ditadura Militar brasileira, constarão do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) que será entregue à presidenta Dilma Rousseff em maio de 2014.

A reivindicação para que a CNV tivesse um capítulo sobre os trabalhadores  perseguidos, torturados, desaparecidos e mortos pelo Regime Militar foi feita pelo secretário Nacional de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, à presidenta Dilma Rousseff durante audiência realizada nesta terça-feira (5), em Brasília, com parte da Executiva Nacional da Central.

 

Dilma, segundo Solaney, atendeu de pronto a reivindicação por entender que esse é um capítulo fundamental da história do Brasil e que deve constar do relatório final. “Ela fez, inclusive, uma breve consideração sobre o golpe, dizendo que a ditadura não distinguiu quem era trabalhador, se era preto, branco, estudante etc. Quem combateu o regime, disse a presidente, sofreu as bárbaries da ditadura, foi torturado, morto, perseguido”, contou o secretário.  

Solaney explicou que um grupo de trabalho será criado para  fazer o levantamento sobre as violações praticadas contra trabalhadores e líderes sindicais e que estes dados constarão do relatório final da CNV. “Isso”, disse o dirigente, “vai contribuir para o resgate, a memória da luta desses trabalhadores durante um dos períodos mais conturbados, violentos e tristes que o País viveu”.

Ainda durante a reunião com a CUT, a presidenta determinou que o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Brizola Neto, que estava presente, marcasse uma reunião com Rosa Cardoso, integrante da CNV, para que seja instalado do grupo de trabalho que vai levantar dados sobre o que aconteceu com os representantes dos trabalhadores no período da ditadura.

No final da audiência com Dilma, Solaney conversou com o ministro Brizola Neto e agendou reunião com a Rosa Cardoso para tratar da criação do grupo temático que vai acompanhar, estimular e contribuir no levantamento de dados para o completo resgate da memória dos trabalhadores perseguidos, mortos e desaparecidos durante a ditadura militar.

Para Solaney este resgate é de fundamental importância, afinal, concluiu o dirigente: “O golpe foi especialmente antioperário, anticamponês. E a CUT que combateu o golpe e lutou pela redemocratização do país quer que o relatório seja o mais completo possível”.

Também participaram da audiência com a presidenta Dilma o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República e seu assessor especial José Lopez Feijóo. 

Inflação menor é promessa do governo para 2013

A redução da inflação que chegou a 5,84% em 2012 também está nos planos do governo petista.  De acordo com a presidente, o governo não descuida da inflação em nenhum momento e o índice deve cair em função da redução das tarifas de energia elétrica e de outras desonerações.  Sobre o impacto do reajuste da gasolina e do diesel, Dilma disse que ele é compensado com folga pela redução das tarifas de energia: “nós ganhamos muito mais do que por ventura perdemos”.     

Dilma estuda desoneração integral da cesta básica

Desonerar integralmente a cesta básica e revisar os itens que fazem parte dela estão nos planos do governo Dilma Roussef. Segundo a presidente, o governo estuda desonerar a cesta dos impostos federais e deve iniciar conversas com os estados para que seja possível implementar a desoneração de encargos regionais. A revisão dos itens que compõe a cesta, segundo Dilma, é necessária porque alguns itens estão “ultrapassados” .

Varejo cresce em janeiro

O comércio varejista de todo o país aumentou o movimento em 13,8%, em janeiro, em relação a igual mês do ano passado. Essa foi a maior alta registrada desde 2008, segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio.  Na comparação com dezembro, a alta foi de 1,5%.

O setor de móveis, eletroeletrônicos e informática foi o que apresentou melhor desempenho entre os seis setores pesquisados, com 15,6% de elevação ante janeiro de 2012. Em relação a dezembro, houve aumento de 9,7%.  Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, a demanda aquecida foi estimulada pelos benefícios fiscais, razão que também motivou a grande procura por veículos, motos e peças.   

Salário mínimo de R$ 678 começa a ser pago nesta semana

Em vigor desde 1º de janeiro, o novo salário mínimo de R$ 678 só começa a ter efeito na renda da maioria dos trabalhadores brasileiros nesta semana, com o pagamento da quantia referente ao mês passado. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também está depositando os benefícios do piso previdenciário pelo novo valor. O pagamento das aposentadorias, dos auxílios e das pensões da Previdência começou no último dia 25 e vai até quinta-feira (7).



Quem recebe a cada 15 dias já foi beneficiado pelo aumento do salário mínimo no pagamento referente à primeira quinzena de janeiro. Quem recebe no dia 30 ou no início de cada mês só passou a sentir a diferença ao receber o salário do mês passado.



Até 2015, o salário mínimo será reajustado com base na Lei n° 12.382, de 25 de fevereiro de 2011. Pela regra, a cada ano, o aumento do salário mínimo corresponderá à variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano retrasado mais a inflação do ano anterior medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 2013, o reajuste totalizou 8,83%. Desse total, 2,73 pontos percentuais referem-se ao crescimento do PIB em 2011; e o restante, à variação do INPC no ano passado.



O novo valor acresce R$ 56 à renda de quem ganha um salário mínimo e gera um impacto estimado nas contas da Previdência Social de mais de R$ 12,3 bilhões, em 12 meses. Ao todo, mais de 20 milhões de pessoas terão os benefícios reajustados.



Segundo os cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento do mínimo representa uma injeção anual de renda na economia de R$ 32,7 bilhões. O departamento informou também que o novo valor aumentará a arrecadação tributária em R$ 15,9 bilhões sobre o consumo, na mesma comparação, já que atualmente 45,5 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo.

CUT é contra a exploração do voluntariado durante eventos da Copa

Para a Central Única dos Trabalhadores, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, que o Brasil vai sediar este ano e em 2014, respectivamente, são eventos estratégicos para o País avançar, investir em infraestrutura, transporte e mobilidade urbana e, sobretudo, para gerar renda e emprego decente.

 

O balanço financeiro da FIFA referente à Copa do Mundo de 2014 revela que o evento já rendeu, só no ano passado, cerca de R$ 1,6 bilhão para a entidade – cerca de R$ 68 milhões de lucro. Com os bilhões de dólares em lucro que a entidade vai acumular até a realização dos eventos, é injustificável a contratação de cerca de 50 mil voluntários/as sem remuneração, com jornada de seis a dez horas por dia, sem possibilidade de assistir aos jogos, durante vinte dias corridos. Essa proposta não pode ser tolerada, muito menos incentivada pelos governos e por entidades que representam parcelas significativas da juventude.

 

O trabalho voluntário é importante quando realizado em entidades sem fins lucrativos e a própria Legislação brasileira proíbe que entidades que realizam eventos lucrativos, como a Copa, explorem o voluntariado. Contudo, à revelia da indignação de diversos setores da sociedade, que se manifestaram contra, a Lei Geral da Copa sobrepôs-se e desrespeitou esta e diversas outras garantias legais duramente conquistadas pela classe trabalhadora brasileira.

 

Apoiar o voluntariado neste caso significa estimular o lucro fácil e prejudicar milhares de jovens e o país. No primeiro caso, porque vagas de empregos renumerados deixarão de ser criadas. No segundo porque, sem trabalho remunerado parte do lucro que poderia ficar circulando no Brasil, irá diretamente para os cofres da FIFA e das multinacionais, que terão, ainda, isenção de impostos para transações financeiras. Neste sentido, a CUT critica veementemente o uso de mão de obra voluntária nesses dois eventos esportivos.

 

O Brasil é o único país do mundo que aprovou uma Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude, fruto de discussões entre o governo, organizações de empregadores, de trabalhadores e entidades juvenis. A CUT foi protagonista na construção desta agenda e seguirá firme na defesa do direito da Juventude em ter trabalho decente.

 

Somos fortes, somos CUT.