Negociações difíceis

As negociações com a bancada patronal não estão nada animadoras. Nas três rodadas em que foram discutidas as cláusulas sociais não se conseguiu nenhum avanço e na última reunião, realizada nesta terça-feira, dia 31, os patrões propuseram reajustes diferenciados para o piso e para a PLR de acordo com o tamanho da empresa.  A proposta não agradou os dirigentes sindicais e na próxima semana representantes dos sete sindicatos que negociam conjuntamente se reúnem na Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico) para discutir os rumos da Campanha Salarial.   

Trabalhadores da L’Oréal param

Os trabalhadores da L’Oréal atrasaram a entrada na fábrica nesta terça-feira, dia 31. O protesto, que faz parte das mobilizações da Campanha Salarial 2012, visa sensibilizar a bancada patronal que realizou a última rodada de negociação hoje, na sede do Sindicato dos Químicos. 

Mobilização na porta da Akzo

Os trabalhadores da Akzo se mobilizaram nesta terça-feira, dia 30, na entrada da Akzo Nobel. O objetivo da manifestação é pressionar a bancada patronal e garantir aumento real nas negociações que acontecem amanhã, dia 31, na sede do Sindicato.

Já ocorreram três rodadas de negociações para discutir as cláusulas sociais, mas até o momento não se conseguiu nenhum avanço. Na rodada de amanhã serão discutidas as cláusulas econômicas. A categoria reivindica reajuste de 12%, PLR de R$1.400 e piso de R$1.400,00.

Fetquim lança Cartilha com reivindicações da campanha salarial

A Federação dos Trabalhadores no Ramo Químico da CUT no estado de São Paulo (Fetquim), entidade que coordena a atual Campanha Reivindicatória 2012 da categoria química, exceto setor farmacêutico, acaba de publicar uma cartilha sobre as reivindicações deste ano.

O nosso sindicato e os demais sindicatos filiados estão distribuindo o material nas portas das fábricas, o que vem contribuindo para a mobilização do setor nesta campanha cujas negociações estão um pouco mais difíceis do que habitualmente.

Fique por dentro das reivindicações: http://www.fetquim.org.br/site/materiais/cartilha_completa_Fetquim.pdf

São Paulo volta para o trilho da história com Haddad, diz presidente da CUT

Com a eleição de Fernando Haddad (PT) para a prefeitura de São Paulo, a cidade deve se alinhar às políticas do governo federal e retomar um projeto de inclusão social dos mais pobres, avalia o presidente da CUT, Vagner Freitas. “A cidade de São Paulo volta para um projeto de inclusão social, pois a cidade está indo na contramão do país. O Brasil vive um momento de desenvolvimento, mas São Paulo, não”, avalia. “Eu acho que a eleição do Haddad significa colocar a cidade de novo no trilho da história.”

Freitas acredita que com uma prefeitura petista a cidade passará a utilizar mais os recursos federias que são direcionados para políticas de moradia, educação e saúde. “O que é colocado de verba federal a prefeitura atual não utiliza para fazer enfrentamento com o PT. São Paulo sempre foi uma capital pujante, mas que agora não consegue crescer porque a prefeitura não está alinhada com o projeto de desenvolvimento nacional hoje capitaneado pela presidenta Dilma.”

Para ele, a vitória de Haddad confirma uma tendência “inquestionável” de crescimento do PT. “Foi o partido mais votado no Brasil, somando mais de 19 milhões de votos. O PT cresceu em mais 150 prefeituras e mais mil vereadores do que tinha na eleição passada. É o único partido com crescimento constante, mesmo sofrendo todo processo de perseguição da grande mídia.”

Freitas lembra que o maior desafio para o novo prefeito será solucionar problemas de mobilidade e saúde que interferem diretamente na vida do trabalhador. “Quando a cidade não tem políticas sociais o trabalhador sofre. Ele, por exemplo, fica em média três horas para chegar e voltar do trabalho e assim não tem tempo para se capacitar ou para conviver com a família.”

O dirigente também espera que o novo prefeito mantenha um canal de diálogo com os sindicatos e com os próprios funcionários públicos municipais. “Esperamos que o novo prefeito tenha com a CUT uma relação respeitosa, mantendo uma mesa permanente de negociações.”

No primeiro ano do Pronatec, 720 mil alunos se matricularam , diz Dilma

Ao comentar o primeiro ano do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), a presidenta Dilma Rousseff disse nesta segunda feira (29) que cerca de 720 mil alunos já se matricularam no ensino técnico. “Queremos ampliar esse número ainda mais”, completou.



No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma lembrou que o Pronatec amplia o acesso ao ensino técnico oferecido em escolas federais e estaduais e também em escolas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industria (Sesai) e do Serviço Nacional do Comércio (Senac).



“Com o Pronatec, queremos que o país, cada vez mais, tenha uma geração de jovens com formação técnica de qualidade, capazes de melhorar nossos produtos e serviços e contribuir para ampliar a competitividade da nossa economia”, destacou.



Para a presidenta, o programa também auxilia na redução da evasão escolar, uma vez que fortalece o ensino médio integrado, direcionado para a formação profissional, o que torna a escola mais atraente para os alunos.



“O Pronatec oferece à economia uma mão de obra da mais alta qualidade, porque as disciplinas do curso técnico são integradas às disciplinas do ensino médio regular, proporcionando maior embasamento científico e tecnológico para o estudante”, explicou.



Segundo Dilma, o governo está expandindo a Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica. Este ano, a previsão é que 76 novas escolas técnicas federais comecem a funcionar. Até o final de 2014, expectativa é que mais 132 escolas federais sejam entregues.



De acordo com a presidenta, o Senai está investindo R$ 1,5 bilhão, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para construir 53 novas escolas e modernizar e ampliar 251 escolas já existentes. Outra estratégia consiste em um acordo com o instituto alemão Fraunhofer na tentativa de montar 85 centros de inovação e de serviços tecnológicos.



“Todo o nosso esforço é para qualificar os nossos jovens e nossos trabalhadores em todo o país e aumentar a competitividade das nossas empresas, o que ajuda a melhorar os salários dos trabalhadores e a fazer a renda das famílias crescer ainda mais”, ressaltou Dilma.

Consumidores respondem à pesquisa sobre trabalho decente no Salão do Automóvel

No primeiro dia do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, diversos consumidores se interessaram em responder às perguntas da pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e o United Auto Workers (UAW), sindicato dos trabalhadores no setor automobilístico norte-americano. Os representantes dos trabalhadores participam do Salão Internacional do Automóvel de SP, de 24 de outubro a 4 de novembro, onde realizam uma pesquisa de opinião junto aos consumidores para saber se as condições de trabalho nas montadoras exercem alguma influência no momento da compra de um carro.

 

Durante a coletiva à imprensa, a representante do UAW no Brasil, Ginny Coughlin afirmou que esta deve ser a primeira pesquisa com tanta amplitude em torno do tema no mundo. “Nos não temos conhecimento de nenhum trabalho com este enfoque no segmento de automóveis no mundo todo. Há 20 anos foi realizada uma pesquisa semelhante nos Estados Unidos pela Universidade MaryMount, no setor têxtil, por conta de péssimas condições de trabalho neste segmento no país na época”, afirma.

 

O UAW é formado por mais 750 sindicatos que representam 390 mil trabalhadores da ativa e mais de 600 mil membros inativos nos Estados Unidos, Porto Rico e Canadá, e estabeleceu uma base no Brasil recentemente.

 

Segundo o secretário-geral e de Relações Internacionais da CNM-CUT, João Cayres, a intenção, além de estimular nos consumidores a importância de conhecer e acompanhar o processo produtivo no setor automotivo brasileiro é colocar o público do salão, que é formado, na maioria, por aficionados por carros, em contato com os trabalhadores que fazem os veículos. “Para os trabalhadores também é interessante, já que muitos deles nunca visitaram o salão antes”, afirma. Segundo ele, entre os objetivos da pesquisa está o levantamento de dados por parte da CNM/CUT e o UAW sobre a influência das condições de trabalho nas montadoras na decisão dos consumidores em escolher um modelo de carro nas concessionárias.

 

Para João Cayres, o crescimento da indústria automobilística brasileira nos últimos dez anos tem sido muito positivo para as empresas, mas para os trabalhadores os novos polos produtivos oferecem pisos salariais cada vez menores e piores condições de trabalho. “A pesquisa pode servir como um indicativo para campanhas de conscientização dos consumidores de carros sobre as condições de trabalho nas fábricas”, afirma.

 

O dirigente da CNM/CUT diz que a preocupação dos consumidores com os processos produtivos da indústria está cada vez mais aguçada, principalmente em aspectos como uso de recursos naturais, danos ao meio ambiente, responsabilidade social, trabalho infantil e trabalho escravo. “Os casos de crimes e abusos a este respeito por parte da indústria ganham cada vez mais visibilidade na imprensa, principalmente nas novas mídias na internet e em redes sociais e causam grandes reflexos para as empresas”, afirma. Segundo ele, as empresas, por seu lado, procuram cada vez mais diminuir custos de produção, aumentar os lucros e expandir suas unidades produtivas de acordo com os custos de mão de obra e recursos naturais, e isso tem reflexo direto na piora das condições de trabalho”, diz João Cayres.

 

Quarto maior mercado consumidor de veículos no mundo e sétimo maior produtor de automóveis, segundo levantamentos de 2011, o Brasil é apontado pela representante da UAW como uma das maiores referências para a indústria automobilística mundial e a realização desta pesquisa inédita reflete os rumos do setor e suas implicações nas condições de trabalho nos fábricas de carros.

 

“Não há como não considerar o Brasil no cenário futuro da indústria automobilística mundial”, diz Ginny. Para ela, esse crescimento tem reflexo direto nas condições de trabalho. Nos Estados Unidos, que é o segundo maior produtor mundial de veículos, o índice de sindicalização dos trabalhadores na indústria automobilística tem diminuído desde a década de 1950 por conta de pressões cada vez maiores das empresas. Segundo Ginny, os índices de sindicalizados era de 35% a 40% nos anos 1950 e atualmente não passa de 11%. De acordo com Cayres, o resultado da pesquisa será divulgado para a imprensa e também será apresentado em dezembro em Genebra durante encontro do IndustriAll, sindicato global criado este ano.

 

A Pesquisa

O levantamento será feito de forma voluntária por trabalhadores nas empresas Ford, Scania, Mercedes-Benz e Volkswagen durante a realização do Salão Internacional do Automóvel de SP, no Pavilhão de Exposição do Anhembi, na capital paulista. Com o lema “Por trás de toda grande empresa existe um grande trabalhador,” a realização da pesquisa faz parte de uma campanha conjunta da CNM/CUT e UAW no estande no evento.

 

As perguntas são:

 

1. É importante para você que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados?;

2. Como um consumidor de veículos você estaria interessada (o) em ter mais informações sobre as condições de trabalho dos trabalhadores (as) que fazem seu carro?;

3. Você estaria interessado em comprar um carro se soubesse que os trabalhadores que o fazem possuem condições precárias de trabalho e seus direitos desrespeitados?;

4. Você repensaria comprar um carro de determinada marca se soubesse que os trabalhadores que o fazem possuem condições precárias de trabalho e seus direitos desrespeitados?;

5. Os fabricantes de veículos fornecem um grande número de informações sobre seus automóveis. Você acredita que eles deveriam trabalhar em conjunto com os sindicatos para fornecer informações sobre os trabalhadores dessas indústrias?

Mineradora promete recontratar milhares de grevistas na África do Sul

A Maior mineradora de prata do mundo, a Anglo American Platinum concordou em recontratar os 12 mil mineiros demitidos por terem participado em greves ilegais nas últimas semanas.



O Sindicato Nacional de Mineradores disse que a companhia sinalizou com a medida mediante a condição de que os funcionários voltem ao trabalho até terça-feira (30/10).



O acordo pode ser um desfecho para uma greve que acabou em tragédia no país. Dezenas de pessoas morreram durante protestos de trabalhadores e repressão pelas forças de segurança locais.



No último episódio, a polícia sul-africana lançou bombas de gás lacrimogêneo e atirou com balas de borracha em um grupo de mineradores.