Patrões boicotam debates na 1ª Conferência de Emprego e Trabalho Decente

No Brasil, as relações de trabalho têm sido historicamente baseadas na total ausência de democracia, predominando o autoritarismo, o assédio às práticas antissindicais e o desrespeito. Lamentavelmente, essa lógica se repetiu na 1ª Conferência de Emprego e Trabalho, realizada entre os dias 8 e 11 de agosto, em Brasília, quando a bancada empresarial abandonou o debate democrático por não concordar com a sociedade civil e os trabalhadores. 

A conferência reuniu 1.217 pessoas, entre representantes dos trabalhadores, empregadores, sociedade civil e governo, com o objetivo de debater 637 propostas consolidadas a partir das etapas estaduais do encontro.  As expectativas eram de que a conferência contribuísse, efetivamente, para a promoção do trabalho decente e para o fortalecimento de políticas públicas, garantindo o fim das discriminações e a liberdade de organização.

A dinâmica da conferência previa, no primeiro dia, a formação de 12 grupos por temas. As propostas aprovadas e as rejeitas que obtivessem 1/3 seriam encaminhadas para as plenárias por eixos (quatro eixos), no dia seguinte. Seguiriam para a plenária final as propostas aprovadas e rejeitadas, desde que obtivessem 1/3 dos votos.

Sabia-se que o embate não seria fácil. Cada setor da sociedade – trabalhadores, governo e empregadores – contava com 30% do total de pessoas aptas a votar. A sociedade civil participou com 10%.  Portanto, nenhum setor seria capaz de aprovar qualquer definição na plenária final, sem construir alianças. Mas esse não seria um entrave se o debate fosse democrático.

A dificuldade em vencer as bancadas do movimento sindical e da sociedade civil e em aprovar propostas voltadas à precarização das relações trabalhistas, fez com que os patrões desistissem da conferência no segundo dia de trabalho, quando se constituíram os grupos de trabalho por eixo. Um gesto de profundo desrespeito com  milhares de pessoas que participaram das etapas preparatórias da conferência e com toda a sociedade civil que custeou, com recursos públicos, a viabilização do evento. 

Não há dúvidas de que a realização da conferência foi um avanço. O compromisso do governo com a Agenda do Trabalho Decente é novo. Só foi estabelecido em junho de 2003 durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva.  

Essa foi a primeira conferência e vários consensos foram construídos no primeiro dia de trabalho e servirão de referência para a construção de políticas públicas. Mas é preciso refletir sobre o ocorrido: o debate democrático precisa ser respeitado. As regras do jogo eram claras e abandonar a partida no meio por não aceitar o resultado não é ético.   

Apesar dos boicotes, na plenária final, as propostas de redução da jornada, liberdade e autonomia sindical, de combate às práticas antissindicais e de igualdade entre gêneros foram aprovadas. O próximo passo é reunir a comissão organizadora da conferência para sistematizar os pontos aprovados e construir o Plano Nacional de Trabalho Decente. Paralelamente, o governo federal deve retomar o Grupo de Trabalho Tripartite para construir essa agenda.

Para a classe trabalhadora, a aprovação dos eixos servirá de referência em disputas nos espaços de formulação de proposições, inclusive políticas públicas

Diretoria Colegiada

Começa horário eleitoral no rádio e na TV

Começa hoje (21) e vai até 4 de outubro a  propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, nos municípios com estações ou retransmissoras. Na TV, os programas dos candidatos a prefeito e vereador passarão das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h. No rádio, das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30. 

Além destes horários fixos, os candidatos têm direito a inserções de até 30 segundos cada durante a programação. O total de inserções, bem como o tempo nos programas, depende da representação dos partidos no Congresso Nacional e das coligações específicas para a campanha.

As eleições municipais ocorrem nos dias 7 e 28 de outubro – primeiro e segundo turnos – e destinam-se à escolha dos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Em outubro, haverá eleições em mais de 5,5 mil municípios de todo o país.

Ontem (20), foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto 7.791 que determina que as emissoras de rádio e televisão que exibirem a propaganda eleitoral gratuita terão dedução do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ).

18º Grito dos Excluídos terá atividades espalhadas pelo país

No dia 7 de setembro acontece o 18º Grito dos Excluídos em grande parte dos estados brasileiros e terá como tema “Queremos um Estado a Serviço da Nação, que Garanta Direitos a Toda a População!”

Movimentos sociais organizam a atividade, que também acontecerá em São Paulo. Entre os temas abordados, as eleições municipais terão destaque. Segundo Ari Alberti, membro da coordenação nacional da atividade, a sucessão de denúncias envolvendo políticos tem afastado o povo da política, com reflexos negativos para a sociedade.

Trabalhador conquista hora extra por portar celular da empresa

A 1ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu o direito do recebimento de horas de sobreaviso a um trabalhador que tinha recebido da empresa um celular, para que fosse acionado a qualquer momento.  O TST considerou que o trabalhador ficava à disposição da empresa, que o acionava a qualquer momento, e que isso limitava seu horário de descanso e sua liberdade de locomoção, inclusive nos finais de semana.

O sobreaviso é caracterizado pela disponibilidade do trabalhador às demandas da empresa mesmo depois de sua jornada regular. No caso do trabalhador analisado, o celular foi entregue para que ele atendesse a qualquer horário. O juiz, então, entendeu que o celular nada mais é do que um instrumento de trabalho e que a casa do trabalhador é um braço da empresa.

Governo se compromete com CUT e centrais a retomar mesa de negociação permanente

Em reunião realizada nesta quarta-feira (15) pela manhã, o Governo se comprometeu com a CUT e demais centrais sindicais a retomar a mesa permanente de negociações para discutir temas de interesse da classe trabalhadora.  

 

A audiência foi realizada no Palácio do Planalto com o ministro Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República e centrais sindicais. Também contou a participação do ministro do Trabalho, Brizola Neto.

 

“Vamos retomar a discussão com o governo sobre temas importantes como Terceirização, regulamentação da Convenção 151 da OIT, que garante o direito de negociação coletiva para os trabalhadores no serviço público, a ratificação da Convenção 158, que coíbe a rotatividade e a demissão imotivada, entre outras pautas da agenda da classe trabalhadora que ainda estão sem solução”, declarou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, presente à reunião representando a Central ao lado de Sérgio Nobre, secretário-geral nacional.

 

Governo e centrais definiram que as reuniões serão realizadas uma vez por mês e foi tirado um calendário com os primeiros temas: PLR (Participação nos Lucros e Rendimentos); Terceirização; Fator Previdenciário; Convenções 151 e 158 da OIT e Rotatividade.

 

“Desde maio deste ano estávamos esperando que o Governo apresentasse uma proposta sobre PLR. O ministro Gilberto Carvalho nos informou que o ministro Guido Mantega se comprometeu em retomar o tema, sinalizando que o governo concorda em discutir a isenção do imposto até um determinado valor”, relatou Vagner, dizendo que o governo já havia se comprometido publicamente.

 

Programa Nacional de Estabilização e Manutenção do Emprego

Durante a reunião, a CUT e as centrais apresentaram ao Governo dois projetos: o ACE – Acordo Coletivo Especial e o Programa Nacional de Estabilização e Manutenção do Emprego, que propõe a criação de um fundo de recursos, com a finalidade de manter empregos em situações de crise econômica. O Programa de Estabilização é baseado em uma iniciativa alemã, criada há 40 anos.

 

Sobre o Acordo Coletivo Especial, o ministro Gilberto Carvalho informou que o governo gostaria de discutir melhor a proposta. Já sobre o Programa de Estabilização, disse que o governo se coloca à disposição para aprofundar esse debate.

 

Servidores Públicos

Nesta quarta-feira, 15, foi realizada mais uma grande marcha dos servidores federais em Brasília. A CUT e as entidades que representam os trabalhadores no Serviço Público Federal têm cobrado constantemente o governo para que apresente uma proposta e negocie com a categoria.  Segundo Vagner Freitas, que também falou no assunto durante a reunião, o governo se conscientizou de que é preciso negociar com os servidores.  “Esta sempre foi a luta da CUT. Desde o início das mobilizações temos pedido para que o governo receba os servidores para negociar e vamos continuar insistindo para que isso aconteça”, finalizou Vagner.

Presidente da CUT cobra contrapartidas sociais no programa de concessões do governo

As medidas de estímulo à economia anunciadas nesta quarta-feira (15) pelo governo federal são positivas.

Esta foi a avaliação dos dirigentes da CUT, Vagner Freitas, Presidente; Carmen Foro, Vice-Presidente; e Sérgio Nobre, Secretário Geral, que participaram de reunião com os ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria geral da Presidência da República, e Brizola Neto, do Trabalho e Emprego, e o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, antes da Presidenta Dilma Rousseff anunciar oficialmente o Programa de Concessões do Governo Federal.



Para eles, no entanto, não basta garantir que o programa gere mais emprego, como enfatizaram Carvalho e Augustin. “É preciso garantir a criação de emprego de qualidade, trabalho e renda decente e organização no local de trabalho. E essas exigências têm de estar no bojo do programa”, cobrou Vagner.

O ministro Gilberto Carvalho, que convidou representantes da CUT e das demais centrais sindicais para conhecer as medidas, afirmou que ainda é possível aperfeiçoar a proposta e se comprometeu a levar as reivindicações dos dirigentes para a presidenta.



“As críticas e sugestões que vocês fizerem podem contribuir para esse aperfeiçoamento”, garantiu o ministro.

O secretário do Tesouro Nacional, que detalhou o programa para os dirigentes sindicais, explicou que a crise vai continuar e por isso é necessário alavancar rapidamente a economia com medidas na área de logística, infraestrutura, ferrovia e rodovia e a maneira encontrada para reduzir os custos e acelerar os investimentos foi o Programa de Concessões.



Segundo ele, o objetivo é enfrentar a crise e manter o emprego e a capacidade de crescimento do país.

O governo anunciou a duplicação de 5.700 quilômetros de rodovias e a construção de 10 mil quilômetros de ferrovias, através de PPP – Parceria Público Privada. As concessões ao setor privado estão estimadas em R$ 133 bilhões ao longo dos próximos 30 anos. Desse total, serão R$ 42 bilhões serão investimentos em rodovias e R$ 91 bilhões em ferrovias.



Vagner reafirmou que as medidas eram boas, mas incompletas. Para serem completas, disse ele, o programa tinha de ter um item relacionado aos direitos dos trabalhadores.

Gilberto Carvalho, então, sugeriu a adesão das empresas ao Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Indústria da Construção, assinado este ano pela presidenta.

 “Podemos discutir com a presidenta maneiras de evitar distorções”, disse o ministro se referendo as condições de trabalho e renda nas empresas que conseguirem concessão.



 Os sindicalistas aprovaram a sugestão feita pelo ministro e disseram que é preciso construir essa proposta.

3º lote de restituição do Imposto de Renda é liberado

A Receita Federal liberou nesta quarta-feira, dia 15, o 3º lote de restituição do Imposto de Renda. Cerca de 2 milhões de pessoas receberão a verba, que é referente ao imposto de 2011 e de alguns contribuintes que caíram na malha-fina de 2008, 2009, 2010 e 2011.

O dinheiro da restituição é depositado diretamente na conta apontada pelo contribuinte quando ele faz a declaração.

Para consultar se a sua restituição já foi depositada, acesse: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/Atrjo/ConsRest/Atual.app/index.asp

Consumidores não sabem o quanto pagam de taxas bancárias

Uma recente pesquisa publicada pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) detectou que 39% das pessoas não sabem quanto pagam de tarifas bancárias para manutenção da conta corrente. A média apontada pelo levantamento é de R$ 54,93 por mês.

Outro ponto que chama a atenção é o nível de descontentamento dos entrevistados em relação aos serviços prestados. Os altos juros, o atendimento nas agências bancárias e a falta de transparência, foram as principais reclamações.

Verba do PIS/Pasep é liberada

A partir de hoje (15 de agosto) começa a ser liberada a verba de abono salarial do PIS/Pasep de 2012/2013. Mais de 21 milhões de trabalhadores serão beneficiados.

Para receber o benefício, o trabalhador precisa estar cadastrado no Programa de Integração Social (PIS) e cumprir as exigências da Caixa Econômica (tempo de registro no PIS e teto salarial estipulado pela Caixa). A verba é liberada em lotes, de acordo com o mês de aniversário dos contribuintes.

Para saber se você tem direito a receber o abono e quando resgatá-lo, acesse: www.caixa.gov.br/voce/social/beneficios/abono_salarial/index.asp