Três décadas de lutas e conquistas

Há 30 anos os trabalhadores reconquistavam a direção do Sindicato dos Químicos de São Paulo. Em 1964, quando os militares instalaram a ditadura no Brasil, houve intervenção em todos os sindicatos e foram colocados interventores mancomunados com os interesses dos militares e dos patrões. Em agosto de 1982 aconteceu a histórica eleição vitoriosa da chapa 2, tendo como presidente Domingos Galante e todo um time de trabalhadores comprometidos com a categoria.

Desde 1982 a direção do Sindicato travou junto com a categoria inúmeras lutas em defesa de melhores salários, melhores condições de trabalho, chegando a conquistar em 1985, junto com o então Sindicato dos Plásticos, a redução da jornada de trabalho sem redução de salários. O sindicato assumiu junto com os movimentos sociais as lutas pela redemocratização do país e sempre esteve na vanguarda das lutas do povo brasileiro.

Entre outubro e novembro deste ano acontecerá no Sindicato uma série de atividades para comemorar os 30 anos da conquista, entre elas, devem ser publicadas uma revista especial e um vídeo documentário com depoimentos dos diretores que atuaram no Sindicato desde aquela época.

Saúde e segurança dos trabalhadores são temas debatidos na Rio+20

A Conferência Rio+20 debateu à exaustão questões relativas ao meio ambiente e, lamentavelmente, os mandatários das dezenas de nações presentes na etapa final não chegaram a um acordo que possa de fato garantir avanços no que diz respeito à promoção de políticas internacionais que garantam o desenvolvimento sustentável. O Sindicato dos Químicos esteve presente nesta atividade e participou da Assembleia Sindical. Para Maria Aparecida Araújo Carmo (Cidinha), dirigente do Sindicato presente na Rio+20, os mandatários dos países ricos não abrem mão do consumismo para proteger o ambiente. “Os mais ricos sempre gastaram sem se importar com o ambiente, não é agora que vão fazer isso. Saímos da Rio+20 frustrados pela má vontade dos governantes, mas animados pela participação das mulheres, da juventude, dos m o v i m e n t o s sociais e pela consciência de cidadania que ganha o mundo. Mais cedo ou mais tarde os governantes terão que se curvar à vontade popular e principalmente à necessidade de reduzir o consumo, para salvar nosso planeta”, afirmou. Durante os dias que transcorreram os debates entre diplomatas do mundo todo, paralelamente, movimentos de ambientalistas, movimentos populares e sindicais promoviam também encontros, nos quais debatiam as questões fundamentais para o desenvolvimento sustentável, que colocam em primeiro lugar os cuidados com o planeta para garantir a sobrevivência de todas as espécies. O movimento sindical também marcou presença na Rio+20 . Entre os dias 10 e 13 de junho, mais de 400 delegados, representando 66 organizações sindicais de todo o mundo, realizaram a Assembleia Sindical sobre Trabalho e Meio Ambiente. O Sindicato dos Químicos de São Paulo marcou presença junto com dirigentes de sindicatos cutistas. Como aconteceu na Rio92, a primeira conferência da ONU sobre meio ambiente realizada no Brasil, 20 anos após, na Rio+20 , a participação dos dirigentes do Sindicato dos Químicos também foi marcante, mostrando que este Sindicato não se preocupa apenas com o dia a dia no chão de fábrica, mas com toda sociedade e o ambiente. Desta vez, mais bem organizados, os dirigentes apresentaram propostas que foram aceitas e figuram no documento final da Assembleia Sindical. Lourival Batista Pereira, dirigente do Sindicato que esteve na atividade, conta que o Sindicato sempre esteve na vanguarda das lutas sociais, desde quando reassumiram o comando da entidade para os trabalhadores, há 30 anos, na luta em defesa da vida e do ambiente. “Nós sempre pautamos essas questões dentro do Sindicato junto com a categoria e levamos nossas propostas para todos os lugares onde julgamos importante nossa participação. Não fugimos à nossa responsabilidade, pois nossa categoria atua com produtos que podem ser nocivos à saúde e ao ambiente, então nossa preocupação é dobrada. Estivemos na Rio92 e agora 20 anos depois na Rio+20, levamos propostas relevantes que foram aceitas e entraram no documento final”, destacou. Algumas das propostas do Sindicato que foram aceitas pela Assembleia Sindical: desenvolvimento de políticas públicas que garantam a saúde e segurança; direito à e=””>informação sobre as propriedades e impactos de substâncias químicas (controle, substituição e eliminação de substâncias nocivas e perigosas nos diferentes setores da produção, como amianto, endosulfan, paraquat, benzeno, metais pesados, entre outros).

Emprego e desemprego na categoria

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) implantou uma Subseção no Sindicato e fará acompanhamento regular e permanente da evolução do emprego da Indústria Química e Plástica a partir dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados mensalmente pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

Mensalmente será apresentado à diretoria um balanço sobre a situação do emprego e desemprego e a variação salarial na categoria. Embora o primeiro boletim apresenta uma análise do emprego e desemprego em nível nacional, o foco principal é a base do Sindicato, afirma Victor Gnecco Pagani, técnico que atua na Subseção do Dieese no Sindicato. “Vamos focar a análise no conjunto dos municípios que compõem a base de representação do Sindicato: São Paulo, Caieiras, Embu, Embu Guaçu e Taboão da Serra. Por fim, apresentamos as diferenças salariais entre admitidos e desligados, mulheres e homens nos quatro setores da base do Sindicato”, conclui.

Indústria Química e Plástica

Em maio de 2012, foram gerados 1.672 empregos no total da Indústria Química e Plástica, resultado de 24.067 admissões e 23.010 demissões. Esse saldo de empregos corresponde a 8,6% do saldo da Indústria da Transformação e a 1,2% do saldo total de empregos em todo o Brasil.

No ramo Químico, o setor Farmacêutico contribui com o maior número de empregos criados (634), seguido do Químico (486), Plástico (453) e Cosmético (99).

Movimentação e salário médio de admitidos e demitidos

Em maio de 2012, no conjunto da base de representação do Sindicato, o salário médio dos trabalhadores admitidos foi 11,4% inferior ao salário médio dos demitidos. Enquanto o salário médio dos trabalhadores demitidos foi R$ 2.907, o dos admitidos foi R$ 2.576.

Nos outros quatro meses de 2012, apenas em fevereiro o salário médio dos admitidos superou o dos demitidos. Porém, é importante observar que em fevereiro foram registrados os menores salários médios dos desligados (R$ 2.212) e também dos admitidos (R$ 2.344).

No total acumulado no ano, o salário médio dos trabalhadores desligados foi R$ 2.586 e o dos admitidos, R$ 2.444 (5,5% menor).

IndustriALL: 50 milhões de vozes na globalização da luta por trabalho decente e vida digna

Com a presença do nosso Sindicato, foi criada a Federação Sindical Internacional, que representa 50 milhões de trabalhadores dos setores da química, energia, mineração, indústria metalúrgica e têxtil em 140 países, cujo nome é IndustriALL (numa tradução mais literal -, “todos da indústria”). Seu objetivo principal. é lutar por um modelo de globalização mais justo e equitativo e por um novo modelo econômico e social que coloque as pessoas em primeiro lugar.

A nova organização sindical reúne as entidades afiliadas às antigas federações sindicais internacionais: ICEM (químicos, plásticos, farmacêuticos e outros), FITIM (metalúrgicos) e ITGLEW (têxteis e vestuário). Como afiliados da ICEM, somos agora parte de IndustriALL, e somos, por isso, mais fortes.

Este fato ocorre no mesmo período em que a Conferência Internacional do Trabalho elege como Diretor Geral da OIT (Organização Internacional do Trabalho) o sindicalista britânico Guy Ryder. A OIT é a única agência do sistema da ONU (Organização das Nações Unidas) em que os governos não tomam as decisões sozinhos, tendo de compartilha-las com representantes dos trabalhadores e dos empregadores.

Para a classe trabalhadora, especialmente para nossa categoria, a notícia dessa unificação é muito bem-vinda especialmente nesse momento em que presenciamos a Europa em crise e os Estados Unidos encalhados em outra, e ambos colocam em situação de risco toda a economia mundial, podendo afetar inclusive o crescimento de países em desenvolvimento como o Brasil. A situação aqui está sob controle por que a presidente Dilma Rousseff agiu rápido e colocou em prática uma série de medidas que estimulam o crescimento por meio do consumo interno, enquanto protege nossa indústria e nossos empregos da concorrência internacional desleal.

Em um mundo cada vez mais globalizado e interdependente, estar organizado e ter poder de influência nas decisões em nível global faz parte da estratégia de luta de um sindicato como o nosso, marcado pela numerosa presença das principais empresas multinacionais nos nossos setores. Desta forma, somamos nossas vozes às dos 50 milhões de trabalhadores de todo o mundo na luta por trabalho decente e vida digna.