O Ministério Público de São Paulo quer que a prefeitura da capital indenize a sociedade em R$ 20 milhões pelos abusos cometidos pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) contra pessoas em situação de rua. Além de ter recebido denuncias de diversas agressões, o MP argumenta que o decreto municipal que permite que a Guarda aborde os moradores de rua é inconstitucional.
Mês: julho 2023
Estatuto da Criança e do Adolescente faz 22 anos
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) completou 22 anos na última sexta-feira, dia 13. A lei prevê uma série de direitos e deveres de crianças e adolescentes, pais, conselheiros tutelares, juízes, médicos, entre outros. Estabelece, por exemplo, o direito à saúde, à educação, à convivência familiar, além de questões relacionadas às políticas de atendimento, às medidas de proteção e socioeducativas.
Em 2007, foi sancionado o projeto de lei que determina a inclusão do ECA nos currículos escolares do ensino fundamental. Pelo projeto, não é necessário criar uma disciplina, mas os professores precisam desenvolver os conteúdos do estatuto em sala de aula. No entanto, essa lei não é respeitada por todas as escolas.
CUT terá paridade entre homens e mulheres em cargos de direção
No inicio da tarde de quinta-feira (12), o plenário do 11º Concut aprovou uma alteração no estatuto para garantir a paridade de gênero na direção da central, a partir do próximo congresso, em 2015, que garante número igual de mulheres e homens nos cargos de direção. Hoje, as mulheres representam 30%. “Isso significa trazer a mulher para dentro da central. Estamos reconhecendo que as mulheres são parte da classe trabalhadora e que são importantes para construir organizações democráticas”, afirmou a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane da Silva.
O congresso termina nesta sexta-feira (13). Dos 2.322 delegados credenciados, 974 (42%) são mulheres.
Pochmann defende comunicação e formação sindical
O presidente licenciado do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), professor Márcio Pochmann, presente no 11º Concut, defendeu a comunicação e a formação sindical como armas da classe trabalhadora na luta pelo desenvolvimento nacional com distribuição de renda e pela valorização do trabalho.
Para o professor a qualificação dos dirigentes é essencial para a luta contra a visão “alienada, individualista e privatista” que contamina boa parte das relações sociais, principalmente entre a chamada “nova classe média”. Ele explica que a ascensão dessa classe é resultado de um processo de alargamento da classe trabalhadora e sua súbita incorporação ao mercado de consumo se deu via políticas públicas, mas sem a intervenção direta das representações de interesse – como os Sindicatos, organizações de moradores e estudantis. “As percepções desse grupo são ainda muito despolitizadas e estão em disputa”, alerta.
Do ponto de vista dos trabalhadores isso se confirma nas taxas de sindicalização: o país saiu de um patamar de 32% de sindicalizados, em 1989, reduzido pelo neoliberalismo a 16,5% em 1999, e chegando, atualmente, apesar da política de valorização do salário mínimo e dos inegáveis avanços no governo Lula, à taxa de 18%.
Pochmann lembrou ainda que o sindicalismo dispõe de uma enorme quantidade de jornais, revistas, boletins e panfletos, tendo mais jornalistas e profissionais de comunicação que a própria Rede Globo, mas sem um norte comum. “É preciso investir na disputa de ideias, para que a opinião pública não seja reduzida à opinião publicada”, destacou o professor. Para ele a democratização da comunicação é fundamental para assegurar a verdadeira liberdade de expressão.
Chapa 1 vence com 90,52% dos votos
A “Chapa 1 – Somos Fortes, Somos CUT” foi eleita com 90,52% dos durante o 11º Concut. A nova direção, que tem Vagner Freitas na presidência, representa a renovação de mais de 30% do quadro à frente da entidade.
Nascido na capital paulista, Freitas ocupou a direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e também foi presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).
O ex-presidente, Artur Henrique, assume a secretaria adjunta de Relações Internacionais.
Em seu primeiro discurso como presidente, Vagner Freitas afirmou que a nova direção terá o compromisso de defender os direitos da classe trabalhadora, manter as pautas sociais e continuar com as lutas pela reforma tributária e do setor financeiro. “O setor financeiro não é voltado a financiar o crescimento e o desenvolvimento. Precisamos pressionar o governo para realizar uma conferência nacional para que deixemos de ser um paraíso para os bancos”, disse.
Conheça a nova direção da CUT
DIREÇÃO EXECUTIVA NACIONAL DA CUT – GESTÃO 2012/2015
Presidente
Vagner Freitas (Bancário-SP)
Vice-presidente
Carmen Foro (Trabalhador Rural-PA)
Secretário Geral
Sérgio Nobre (Metalúrgico-ABC)
Secretária Geral Adjunta
Maria Godói Faria (Seguridade Social-SP)
Secretário de Administração e Finanças
Quintino Severo (Metalúrgico-RS)
Secretário Adjunto de Administração e Finanças
Aparecido Donizeti da Silva (Químico-ABC)
Secretário de Relações Internacionais
João Felício (Educação-SP)
Secretario Adjunto de Relações Internacionais
Artur Henrique (Urbanitário-SP)
Secretária de Combate ao Racismo
Maria Júlia Nogueira (Seguridade Social-MA)
Secretária de Comunicação
Rosane Bertotti (Rural-SC)
Secretária de Formação
José Celestino (Educação-MG)
Secretário Adjunto de Formação
Admirson Ferro Júnior (Greg) (Processamento de Dados-PE)
Secretário da Juventude
Alfredo Santa Júnior (Químico-BA)
Secretário do Meio Ambiente
Jasseir Fernandes (Rural-ES)
Secretária da Mulher Trabalhadora
Rosane Silva (Vestuário-RS)
Secretário de Organização
Jacy Afonso (Bancário-DF)
Secretário Adjunto de Organização
Valeir Ertle (Comerciário-SC)
Secretário de Políticas Sociais
Expedito Solaney (Bancário-PE)
Secretário de Relações do Trabalho
Graça Costa (Municipal-CE)
Secretário Adjunto de Relações do Trabalho
Pedro Armengol (Servidor Federal-PI)
Secretária de Saúde
Junéia Martins Batista (Servidora Municipal-SP)
Secretário Adjunto de Saúde
Eduardo Guterra (Portuário-ES)
Diretore(a)s Executivo(a)s
Antônio Lisboa Amâncio do Vale (Educação-DF)
Elisângela dos Santos Araújo (Agricultor Familiar-BA)
Júlio Turra (Professor-SP)
Rogério Pantoja (Urbanitário-PA)
Shakespeare Martins de Jesus (Metalúrgico-MG)
Roni Barbosa (Petroleiros-PR)
Vítor Carvalho (Petroleiro-RJ)
Daniel Gaio (Bancário-DF)
Jandira Uehara (Municipal-Diadema/SP)
Rosana de Deus (Química de SP)
Conselho Fiscal
Dulce Rodrigues Sena Mendonça (Metalúrgica-AM)
Manoel Messias Vale (Rural-BA)
Antonio Kuz (Vestuário-RS)
Suplentes
Raimunda Audinete de Araújo (Telecomunicações-RS)
Simone Soares Lopes (Correios-BA)
Severino Nascimento “Faustão” (Químico-PE)
Juro alto trava desenvolvimento
Durante o terceiro dia de atividades do 11º Concut, o professor da PUC-SP, Carlos Eduardo Freitas disse que a política macroeconômica favorece O capital internacional e banqueiros e que para mudar essa realidade é preciso luta social. “Não é possível haver desenvolvimento econômico com taxas de juros altos e câmbio desfavorável”, afirmou
O professor observou ainda que o banqueiro é o grande concentrador de renda e que a atividade financeira não pode ser um fim em si mesmo, senão apenas funcionará para enriquecer o sistema financeiro. As relações econômicas e financeiras, segundo ele, começaram a mudar, a exemplo das atuais medidas de redução da taxa de juros. “Mas o caminho é complicado, pois haverá resistência daqueles que detêm hoje o poder do sistema. Se os trabalhadores não forem à luta, os ricos vão deitar e rolar”, avisou.
TJ derruba ISS para valets
Com a desculpa de regulamentar e melhorar o sistema de valets em São Paulo a prefeitura criou talões que precisam ser adquiridos previamente pelos estabelecimentos comercias, garantindo com isso o recolhimento do ISS (Imposto Sobre Serviço). O Tribunal de Justiça isentou as empresas desse recolhimento, porque entendeu que estaria havendo uma cobrança antes do serviço prestado.
Na prática, a prefeitura taxa o comerciante sem oferecer melhoria do serviço aos consumidores que continuam sem uma garantia de que o veículo entregue ao manobrista será estacionado em local adequado. Em geral, os valets cobram caro pelo serviço e deixam os veículos nas ruas.
Aumento real
No ano passado 92% das negociações de reajuste sobre pisos salariais resultaram em aumento real para os trabalhadores, com ganhos, em média, 3% acima da inflação, de acordo com o estudo divulgado hoje (11) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Em 13% das 671 negociações analisadas o aumento real foi superior a 6%, tomando como base o (INPC) Índice Nacional de Preços ao Consumidor, e em 27,4% a faixa de aumento ficou entre 3% e 6%. Em 7% das negociações o resultado ficou abaixo do INPC, e em 52% delas o ganho foi de até 3%.
Apesar do aumento, a pesquisa destaca que os pisos ainda são baixos para atender às demandas do trabalhador, uma vez que poucos se igualam ou superam o valor do salário mínimo “necessário” calculado pelo órgão, que é de R$ 2.272.45. 30% dos pisos salariais analisados pela pesquisa tinham valor até R$ 600 e quase metade até R$ 650. Valores superiores a R$ 800 foram observados em menos de 20% dos pisos. Acima de R$ 1.000, em apenas 5%.
Trabalhador terá que fazer curso para receber seguro-desemprego pela terceira vez
Passou a vigorar em 10 de julho nova regra para a concessão de seguro-desemprego a trabalhadores que solicitarem o benefício pela terceira vez em dez anos. Para ter acesso ao seguro, o trabalhador deverá fazer curso de qualificação profissional ou de formação.
Essa nova condição vale em todas as capitais brasileiras e regiões metropolitanas – exceto no Rio de Janeiro, onde a regra passa a vigorar a partir do próximo dia 17. A medida é prevista pelo Decreto 7.721, de 16 de abril passado.
A nova regra de acesso ao seguro-desemprego será progressivamente implantada em outras cidades. A expectativa do Ministério do Trabalho e Emprego é que, até agosto, a qualificação seja uma condição à concessão do benefício em todo o país.
Essa exigência será atendida pelo Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), de 2011, que prevê ações para qualificar e dar assistência a cerca de 8 milhões de trabalhadores nos próximos quatro anos.
Para receber o seguro-desemprego pela terceira vez, em dez anos, o trabalhador deverá apresentar a comprovação de matrícula em curso reconhecido pelo Ministério do Trabalho ou da Educação, com carga mínima de 160 horas, no ato do recebimento — que é feito na Caixa Econômica Federal.
Os trabalhadores receberão o benefício ao longo da realização dos cursos, que serão gratuitos e oferecidos por serviços nacionais de aprendizagem, como o Sesi (Serviço Social da Indústria), o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Casa não haja um curso disponível na área de atuação do trabalhador ou na cidade onde reside, a concessão do seguro deixa de ficar condicionada à realização da qualificação. Nesse caso, o trabalhador poderá receber o benefício normalmente, sem a necessidade de comprovação de matrícula.
Dieese aponta recuo do desemprego
O Dieese (Depatamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou em julho o resultado da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) que é realizada em sete regiões metropolitanas do país. Segundo a pesquisa a taxa de desemprego caiu para 10,6% em maio, sendo que em abril estava em 10,8% e em maio do ano passado em 10,9%.
O número de desempregados em maio foi estimado em 2,382 milhões de pessoas, 46 mil a menos que em abril.
O levantamento é realizado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e no Distrito Federal. A menor taxa de desemprego foi verificada em Belo Horizonte: 5%, a mesma de abril. Em São Paulo, o desemprego caiu de 11,2% para 10,9%; no Distrito Federal, de 13,1% para 13%; em Porto Alegre, de 7,8% para 7,3% e, em Recife, de 12% para 11,7%.
Na comparação com maio de 2011, o setor que mais contratou foi o de serviços (+333 mil), seguido pela construção civil (+42 mil), comércio (+10 mil) e outros (+4 mil). Enquanto a indústria teve saldo negativo de 40 mil. As sete regiões juntas criaram 359 mil vagas.