Você está parado em um congestionamento, algo comum para quem vive em qualquer grande cidade do país. Naquela lentidão dos carros, percebe algo curioso: adesivos de bonecos palito formam uma família feliz na traseira do
Quem está rindo à toa com essa moda é o paulista Germano Spadini, dono de uma empresa de adesivos, que afirma ter sido o criador da coisa. Ele conta que em 2008, com o nascimento do filho, fez um adesivo com ele, a mulher e o bebê, para pôr no próprio carro. “As pessoas começaram a pedir, encomendar desenhos personalizados, e não parei mais. Mas o negócio estourou mesmo de um ano para cá.” Spadini chega a vender 8.000 adesivos por mês, fora os kits-padrão para revendedores. Cada personagem custa de R$ 2 a R$ 5, dependendo da cor e do tema. “Tem gente que encomenda tantos adesivos que eu fico pensando como vão caber no carro!”
Mas por que essa onda em 2011? A psicanalista Dinah Stella Bertoni afirma que há algumas explicações. Segundo ela, a sociedade atual parece valorizar o ser humano mais pela imagem que ele transmite publicamente do que pela troca de experiências proporcionada pelas relações humanas. “Essa tendência tem sido cada vez mais intensa, e aquilo que deveria ser íntimo passa a ser exposto, como no caso das redes sociais, dos reality shows e dos tais adesivos, que promovem o conceito de ‘família Doriana’ ”, diz Dinah, numa alusão às famílias perfeitas dos comerciais de margarina.