Químicos vão a Brasília participar do lançamento da Frentecom

 

No dia 19 de abril, na Câmara Federal, em Brasília, foi realizada a solenidade de lançamento da Frentecom (Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular), em continuidade ao processo de mobilização nacional pela democratização da comunicação no Brasil.

A Frente conta com a participação de 191 parlamentares e mais de 90 entidades, dentre elas o Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo e Região, que foi representado pelo diretor Rítalo Alves Lins, coordenador da Secretaria de Comunicação da entidade.

Os compromissos da Frente são: fazer cumprir a Constituição Nacional, defendendo a regulamentação dos artigos dedicados à comunicação; reativar o Conselho Nacional de Comunicação, que nunca funcionou; e regionalizar a participação da sociedade, através de Conselhos Estaduais e Municipais. Vale lembrar que a Frente tem ainda a missão de garantir o encaminhamento das centenas de propostas aprovadas na 1ª Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), realizada no final de 2009.

Para Rítalo, a constituição da Frente com participação da sociedade civil organizada é fundamental e é uma demonstração de que os movimentos e entidades de trabalhadores percebem a importância da comunicação no seu dia a dia. “É preciso democratizar a comunicação em nosso país. Não é possível que em pleno século XXI algumas famílias determinem o que se pode ver, ler e ouvir em nossas casas”, destacou Rítalo.

Nova coordenação da Fetquim toma posse para o triênio 2011–2014

 

No dia 29 de abril, sexta-feira, no Clube Tietê, tomou posse para o triênio 2011-2014 a nova direção da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do ramo Químico do Estado de São Paulo), que reúne sindicatos filiados à CUT (Químicos de São Paulo e ABC) e à Intersindical (Unificados de Campinas, Osasco, Vinhedo e Região).

Fazem parte da direção da Federação Adir Gomes Teixeira, Elisabeth Maria da Silva, Erasmo Carlos Isabel (Tucão), Leônidas Sampaio Ribeiro, Luiz Carlos Gomes (Xiita) e Nilson Mendes da Silva, todos dirigentes do nosso Sindicato.

De acordo com Raimundo Suzart, coordenador político da Fetquim, a entidade tem desafios importantes para este período: mudar a lógica das campanhas salariais a fim de garantir e ampliar as conquistas dos trabalhadores; e participar efetivamente dos debates sobre desenvolvimento sustentável, pois grande parte do que se consome na sociedade tem componente químico, seja nas embalagens ou nos próprios produtos.

Relação Brasil-África foi tema do 1º de Maio da CUT

 

Do dia 25 de abril, segunda-feira, até o dia 1º de Maio, domingo, os sindicatos cutistas participaram de diversas atividades cujo tema central foi a situação dos negros na África e no Brasil. Na sexta-feira, no SESC Vila Mariana, foi realizado o seminário sindical internacional “Desenvolvimento, Sustentabilidade e Inclusão Social – Os Desafios da Relação Sul-Sul”.

A abertura da atividade ocorreu no Sindicato dos Químicos de São Paulo. Na ocasião foi ressaltada a importância da entidade na organização da CUT e na luta dos trabalhadores. O evento firmou o compromisso de fortalecer o Dia do Trabalhador com manifestações políticas de luta. Compondo a mesa de abertura, o coordenador da Secretaria de Administração e Finanças do Sindicato, Osvaldo Bezerra (Pipoka), disse: “A luta da classe trabalhadora tem um momento de auge durante o ano, que é o 1º de Maio. Temos que politizar esse ato e, a partir dele, impulsionar mais conquistas aos trabalhadores”.

Para o presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, o objetivo do seminário foi estreitar as relações e o conhecimento entre o Brasil e a África. “O seminário vem ao encontro do nosso objetivo de reconhecer a dívida que o nosso país tem com a África.” E finalizou: “Conhecer a história da África é buscar o berço da civilização”.

Durante o seminário, todos os expositores foram unânimes em afirmar que a exploração capitalista neoliberal deixa em situação de miséria a maioria dos países africanos, pois a intervenção do FMI no continente na década de 80 causou um forte endividamento dos países africanos. Para Clemente Ganz Lúcio, diretor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o mundo já construiu as bases materiais para acabar com a fome, entretanto, 1 bilhão de pessoas passam fome ainda no mundo.

Roda de samba e feijoada no Vale do Anhangabaú

No dia 30 de abril, sábado, o Vale do Anhangabaú recebeu o cortejo das congadas, Maracatu, Moçambique, Jongo e tambores, manifestações culturais negras do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, seguidas de roda de samba e feijoada com presença dos maiores nomes do samba, como Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Leci Brandão, entre outros.

Ato inter-religioso, cultural e político

No dia 1º de maio, também no Vale do Anhangabaú, aconteceu uma série de atividades que culminaram com ato político no final da tarde, que contou com a participação da delegação de dirigentes sindicais de 13 países do continente africano, dentre eles Moçambique, Angola, Cabo Verde, África do Sul e Nigéria.

Dirigentes de  diversos sindicatos cutistas, inclusive do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo e da direção estadual e nacional do PT, também participaram do ato. Ainda marcou presença o presidente da Câmara Federal, o deputado federal Marco Maia, que anunciou a criação de uma comissão especial para debater a questão das terceirizações. O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, representou a presidente Dilma Rousseff. O ministro leu a mensagem enviada pela presidente, reafirmou o compromisso do governo com o crescimento da economia para garantir a geração de postos de trabalho e, por fim, confirmou a continuidade da política externa brasileira de estreitar cada vez mais os laços com o continente africano.

Prestação de serviços, cultura e ato político na Zona Sul da Capital

No parque das Árvores, Cidade Dutra, mais de 25 mil pessoas passaram todo o dia nas tendas de prestação de serviços, que ofereciam desde emissão de documentos, orientação previdenciária, saúde, educação até beleza.

A palavra de ordem neste 1º de Maio da CUT que refletiu Brasil-África, foi “fortalecer as lutas da classe trabalhadora”.

Mais de 200 pessoas participam do lançamento do livro

 

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a cada 40 segundos uma pessoa se suicida em alguma parte do mundo. Hoje existem estudos que ligam uma grande parte dessas mortes ao Assédio Moral sofrido no ambiente de trabalho. Um desses estudos foi lançado no Sindicato com o título: “Do Assédio Moral à Morte de Si – Significados Sociais do Suicídio no Trabalho”.

O lançamento foi realizado no dia 28 de abril (Dia em Memória das Vítimas de Acidente e Adoecimento no Trabalho), às 19 horas, na Sede do Sindicato e contou com a participação de mais de 200 pessoas, além de alguns dos autores. O livro foi escrito por 14 autores e organizado por três deles: Lourival Batista, coordenador da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Sindicato, doutora Margarida Barreto, médica do trabalho, e Nilson Berenchtein Netto, psicólogo.

Para Osvaldo Bezerra (Pipoka), coordenador da Secreta Secretaria de Administração e Finanças do Sindicato, “é um prazer e uma grande honra fazer parte do lançamento de um livro que conta com a participação da Margarida. Além de uma excelente profissional, ela é uma grande amiga e faz parte da história do nosso Sindicato”.

Lourival acredita que “esse livro é um grande trunfo. Conseguimos juntar profissionais qualificados para falar de um tema ainda pouco debatido, que é o suicídio no ambiente de trabalho. E ainda fazer com que ele seja lançado no Sindicato é muito importante, pois o leva para perto das pessoas que nos inspiram a continuar a caminhada, os trabalhadores”.

No lançamento, um dos autores, Ângelo Soares, ministrou uma palestra sobre o suicídio no trabalho. Ele falou aos presentes sobre os casos de suicídio no mundo inteiro, suas causas e efeitos. Na ocasião,  os trabalhadores presentes se disseram satisfeitos com a palestra, pois com ela puderam esclarecer as dúvidas que tinham a respeito do assunto.

Estudo do Ipea mostra que 65% da população usam transporte público nas capitais

 

http://somosandando.files.wordpress.com/2010/07/transporte-coletivo.jpgBrasília – Um estudo divulgado hoje (4) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que 65% da população das capitais usam transporte público para se deslocar. Esse percentual cai para 36% nas cidades que não são capitais. Apenas 2,85% da população residente em capitais se locomovem a pé no dia a dia. Já nas outras cidades, esse percentual sobe para 16,63%.

A bicicleta é o meio de transporte de 3,22% das pessoas que vivem nas capitais. Nas outras cidades, esse percentual é de 8,45%. A moto é usada por 5,5% da população que vive nas capitais e por 15% nas demais cidades. Em todos os municípios brasileiros, 23% da população adotam o carro como meio de transporte.

O estudo sobre mobilidade urbana faz parte de uma série chamada Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS). A partir deste e de outros estudos, o órgão poderá propor medidas mais adequadas para cada tipo de região. E, também, deixar a população mais esclarecida sobre os serviços e as possibilidades de transporte que são oferecidos.

Nas grandes cidades, por exemplo, o governo poderá aplicar ações que motivem as pessoas a deixarem o carro na garagem e usar o transporte público. E em pequenas cidades, estimular o uso de bicicletas ou o hábito de andar a pé quando a locomoção for por pequenas distâncias.

Uma das conclusões à que chegou o Ipea é a tendência de se alcançar melhores resultados a partir de investimentos em corredores de ônibus e metrôs, aliados a políticas tarifárias que permitam ampliar o número de usuários de transporte público.

O instituto enfatiza que, nesse cenário, deve ser estimulada a redução do tempo de viagem. “A rapidez, a disponibilidade e o menor custo foram características recorrentemente citadas de forma explícita pelos entrevistados”, afirma o estudo. Segundo ele, a diferença de percepção da segurança entre os usuários de automóveis e os de transporte público pode revelar importantes aspectos para a atuação pública.

A pesquisa perguntou que motivo faria os não usuários de transporte público a passar a fazer uso dele. A maior rapidez do transporte público foi a resposta mais apresentada pelos usuários de bicicleta, carro e moto. Para quem se locomove a pé, a resposta está ligada à questão da disponibilidade desse tipo de meio de transporte.

Os motivos mais indicados pelos pedestres para terem optado por andar a pé são a saúde e a rapidez. No entanto, eles afirmam predominantemente que passariam a usar o transporte público caso houvesse maior disponibilidade, fosse mais barato e também mais rápido. Para o pedestre, estas duas últimas características são necessárias para se ter um bom transporte.

Os ciclistas escolhem essa forma de transporte pelos mesmos motivos apresentados pelos pedestres: saúde e rapidez. Mas também ressaltam, como motivo, o baixo custo.

No uso do transporte individual motorizado (carro e moto), quem utiliza o primeiro ressalta o motivo do conforto e a comodidade, enquanto os que optam pela moto justificam sua escolha devido ao preço. Mas ambos consideram a rapidez como o fator de maior importância.

O gerente Luís Otávio de Sousa, 32 anos, morador de Brasília, gasta R$ 250 por mês de combustível. “O carro é o meio de transporte que uso diariamente para ir ao trabalho, pelo fato da comodidade e rapidez,” disse.

Segundo ele, entre os motivos para não usar o transporte público estão o descumprimento do horário, a má conservação dos veículos e as poucas unidades circulando pelas ruas. “Não utilizo o ônibus porque fico horas na parada e ele não passa. Quando passa, é sempre cheio e na maioria das vezes quebra no meio do percurso”, afirmou.

O auxiliar administrativo Adílson Ribeiro, 59 anos, utiliza a moto para ir trabalhar e para a maioria de seus compromissos. “Às vezes uso ônibus, mas o tempo que gasto na parada esperando é muito longo, daria para  chegar ao meu destino se tivesse de moto. Além disso, [usar a moto] é mais barato e mais rápido, gasto, em média, R$ 100 com combustível”, disse Adílson que reclama da falta de respeito às leis de trânsito e ao motociclista.

Para mais informações, acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-05-04/estudo-do-ipea-mostra-que-65-da-populacao-usam-transporte-publico-nas-capitais

Empresas deveriam adotar programas de prevenção de acidentes, diz médica

 

São Paulo – As empresas deveriam tratar a questão da prevenção de acidentes em ambiente de trabalho com maior atenção, na análise da médica do trabalho Margarida Barreto. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) lançou nesta terça-feira (3) campanha nacional para prevenir que estes episódios ocorram e assinará protocolo de cooperação com os ministérios do Trabalho, da Previdência Social e da Saúde para a elaboração de políticas públicas.

“O fundamental é governo, mas é também as empresas (agirem e pararem) de sistematicamente omitir e não notificar as doenças de trabalho”, criticou. “Quando um trabalhador adoece, muitas vezes é discriminado e colocado à parte, o que muitas vezes estimula a demissão”, afirma. “Há um desrespeito fundamentalmente por parte do patronato brasileiro, incluindo as multinacionais, de não levar em conta os direitos dos trabalhadores”, completa a especialista.

Segundo Margarida Barreto, há claro descaso em compreender a raiz dos acidentes de trabalho. “Falta o patronato lidar com o trabalhador como ‘colaborador’ (termo usado em muitas empresas para se referir a funcionários). Quando eu ‘colaboro’ com o outro, eu divido praticamente tudo, inclusive as responsabilidades pelo ambiente de trabalho”, argumenta.

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que cerca de 6.300 pessoas morrem por dia em todo o mundo em decorrência de acidentes no trabalho. O presidente do TST, João Oreste Dalazen, declarou que os números no Brasil são maiores que as estatísticas oficiais, consideradas “inconsistentes e desatualizadas”, e acrescentou que não há real engajamento do governo para neutralizar os acidentes, que vêm aumentando desde 2001.

Entre as principais causas dos acidentes estão a pressão e o assédio moral exercidos pelos chefes e colegas de trabalho. “O suicídio no trabalho é um tema velado e que é de responsabilidade da empresa que demite o trabalhador em estado depressivo, em consequência da humilhação do processo de desligamento da empresa. Ele acaba pensando ou até mesmo cometendo suicídio. É um vazio que precisa ser preenchido”, diz a médica, que acredita que já existem conhecimentos técnicos suficientes para o investimento no local de trabalho.

 

Para ela, o trabalhador deve se unir aos seus respectivos sindicatos e organizar planos de prevenção. “Do ponto de vista dos trabalhadores, falta também firmeza em encarar a questão da saúde do trabalhador como algo fundamental. Quando entramos na empresa, só somos aceitos se tivermos saúde, não é? Essa saúde tem que ser preservada até a saída da empresa, seja por qual motivo for”, finaliza.

Debate na Câmara

O deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), é o autor de uma proposta para levar para a Câmara a discussão sobre a melhoria dessas relações. Durante sessão solene nesta terça-feira (3), o parlamentar destacou a criação da Frente das Relações de Trabalho. “Como aqui (na Câmara dos Deputados) existem vários projetos que tratam desse assunto, tomei a iniciativa de criar essa frente para que o Congresso discuta os problemas dos trabalhadores de maneira eficaz, mais unitária, envolvendo todos os partidos”, declarou Vicentinho.

Durante a sessão, os deputados destacaram projetos prioritários, entre os quais figuram duas propostas de emenda à Constituição: a que trata da redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas e a que pune com desapropriação os proprietários de terras que mantêm trabalhadores em regime análogo ao de escravidão.

Para mais informações, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/2011/05/programa-de-prevencao-de-acidentes-deveria-ser-adotada-por-empresas-diz-medica

O peso de um trabalho HONESTO

 

Na semana de comemoração do Dia do Trabalhador, o Sindicato dos Químicos de São Paulo lançou o livro “Do Assédio Moral à Morte de Si – Significados Sociais do Suicídio no Trabalho”. O projeto, liderado pela doutora Margarida Barreto – e que conta com a organização de Lourival Batista Pereira e Nilson Berenchtein Netto –, é um marco na luta contra os abusos cometidos no ambiente de trabalho.

O Sindicato dos Químicos tem uma história de luta importante nessa trincheira. Somos pioneiros na prevenção e no combate contra toda forma de exploração no trabalho, em especial àquelas relacionadas à saúde do trabalhador. Recebemos inúmeras denúncias de companheiros contra o Assédio Moral. Nossos dirigentes, assessores e funcionários são mobilizados para defender os trabalhadores, e temos alcançado êxito.

Quando a negociação ou ação jurídica não é eficaz, ações em porta de fábrica, paralisações e até mesmo greves são organizadas. Queremos todos os trabalhadores empregados. Mas não adianta o trabalho que adoece, mutila ou invalida nossos companheiros. O trabalhador é um ser humano e não pode ser usado e descartado,  tem que ser preservado. Para isso existe o Sindicato!

A novidade do livro é tratar o tema do Suicídio. As doenças do trabalho são mutáveis, e faz pouco tempo que as lesões por esforço repetitivo (LER) eram as grandes vilãs. Antes, as mutilações em máquinas eram as principais causas de afastamento de  trabalhadores. Hoje, o Assédio Moral é o problema que apresenta maior crescimento, e o Suicídio aparece como uma nova consequência do mundo do trabalho.

No momento em que ainda discutimos a comemoração do 1º de Maio, o livro vem como mais um importante instrumento de luta dos trabalhadores. Entre as principais qualidades do livro, um aspecto chama a atenção: o compromisso dos autores com as causas da classe trabalhadora. É um livro que consegue abrigar conteúdo técnico da melhor qualidade com ideologia.

Luz: projeto de reurbanização opõe comunidade e Kassab

 

São Paulo –  O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (ex-DEM, rumo ao PSD) apresentou na França, em março deste ano, o projeto de revitalização da Nova Luz. Na ocasião, Kassab foi em busca de parceiros internacionais para a empreitada paulistanada na Feira Internacional dos Profissionais do Setor Imobiliário (Le Marche International des Professionnels de I’lmmobilier). Para moradores da região, ouvidos pela Rede Brasil Atual, o projeto da Nova Luz, apesar de estar em andamento desde 2010, ainda tem muitos aspectos obscuros.

Mesmo moradores instalados há décadas no bairro desconhecem o teor do projeto. Maria José Ribas, de 58 anos, vive há 46 no mesmo prédio. Ela emociona-se ao falar das intervenções, que causam insegurança a mais de 11 mil moradores. “Kassab foi mostrar o projeto da Nova Luz na França, mas não mostrou aqui”, afirma. “Acho que a gente merecia ter sido consultado antes”, completa.

O projeto de revitalização da Luz foi aprovado pela lei 14.917/09 e dividido em duas etapas, ambas licitadas pela prefeitura junto a empresas particulares. Na primeira etapa, que deve terminar em maio deste ano, as empresas do consórcio que venceu o processo licitatório – Concremat, Companhia City, Aecom e FGV – realizaram o projeto urbanístico da Nova Luz.

A ideia de realizar intervenções urbanísticas na região da Luz não é nova. Mas o sinal de alerta para uma grande reestruturação surgiu com algumas demolições nos últimos três anos.”Nós começamos a investigar o motivo das demolições e descobrimos o projeto da Nova Luz”, conta Maria. “Quando soubemos já estava tudo pronto”, lamenta.

Sinônimo de roubo

 

Para Maria José, a pretensão da prefeitura de desapropriar e demolir casas e prédios é “sinônimo de roubo”. “Não dá para acreditar que vão retirar a gente para botar outras pessoas. Não depois de uma vida toda aqui”, indigna-se.

O projeto pretende reformar 45 quadras da área delimitada pelas avenidas Cásper Líbero, Ipiranga, São João, Duque de Caxias e rua Mauá. Entre as alterações previstas para o local estão desapropriações e demolições de 60% dos imóveis.  

A falta de informações e de garantias da prefeitura deixam moradores e comerciantes preocupados. “Somos mais de 11 mil pessoas, só entre moradores, mas não existimos para o prefeito Kassab”, avalia Maria. 

“Como você adere a um projeto que você não sabe o que é e não sabe quem você é no projeto?”, questiona o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Santa Ifigênia, Joseph Hanna Fares Riachi. “Nenhum documento foi gerado desde que estamos conversando com a prefeitura. Faltam garantias”, alerta.

O medo de grande parte dos moradores é de ter de sair de suas casas ou apartamentos. “Ninguém sabe o que é perder sua casa aos 60 anos”, cogita Maria chorando, enquanto atende a reportagem. Maria vive em um dos prédios da região, chamados de palacetes. O local, tombado pelo patrimônio histórico, mantém as características da década de 1920, quando foi construído. 

Um dos quartos do apartamento de 140 metros quadrados recebe iluminação de quatro janelas altas e largas de madeira. Por dentro, todas as portas acompanham o pé direito elevado e são pintados de um tom lilás suave. Cada cômodo do apartamento da aposentada praticamente equivale a uma quitinete na capital paulista.  

 

Ela mudou-se para o apartamento aos 12 anos, cresceu no local, depois casou e criou os filhos, que  moram com ela e o marido. “Minha vida foi toda no bairro, se me tirarem daqui não sei o que fazer. Ainda mais porque sou deficiente”, relata. Maria é aposentada por invalidez, caminha com apoio de muletas devido a uma artrose no joelho, e depende de constante hemodiálise, desde que perdeu um dos rins. Para ajudar no sustento da família, ela recorda os tempos em que trabalhava 20 horas por dia. “Esse projeto é um desprestígio da nossa história, dos comerciantes e moradores”, insiste.

O morador Ranieri Gomes da Silva também não vê motivos para sair do palacete. “Daqui eu não saio. Eu tenho o melhor aqui dentro, para que vou sair?”, dispara.

Cracolândia

Para Maria José, o projeto da Nova Luz tem vários equívocos. Um deles é chamar de revitalização as intervenções no bairro. “A Luz tem vida diurna e noturna e nós temos tudo aqui”, relata. “O que falta é a prefeitura cuidar dos dependentes químicos, e isso não está sendo feito, nem está no projeto”, contesta.

A moradora  acredita que a prefeitura tenta desmoralizar o bairro classificando-o totalmente como cracolândia. “Esse não é o retrato do bairro”, defende. “Se tem 200 ‘craqueiros’, há milhares de trabalhadores morando aqui em paz”, aponta. “A cracolândia, foram deixando acontecer. Se pegarem o bairro, eles tiram no dia seguinte.”

Ela conta que, em quase 50 anos na região, nem ela, nem os filhos sofreram violência. “Há casos (de violência), mas não como dizem”, explica. “Meus filhos chegam tarde da noite do trabalho e nunca houve nada”, afirma a aposentada.

Para mais informações, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2011/04/somos-mais-de-11-mil-pessoas-mas-nao-existimos-para-o-prefeito-kassab-diz-moradora-da-luz

Usuários do SUS serão identificados por cartão válido em todo o país

 

Brasília – Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ser identificados por meio de um único número válido em todo o território nacional. O Sistema Cartão Nacional de Saúde foi regulamentado em portaria do Ministério da Saúde publicada nesta segunda-feira (2) no Diário Oficial da União.

O objetivo é construir um registro eletrônico que permita aos cidadãos, aos gestores e aos profissionais de saúde acessar o histórico de atendimentos dos usuários no SUS.

Dessa forma será possível, por exemplo, saber a participação de uma determinada pessoa em campanhas de vacinação, se ela foi atendida num posto de saúde ou se fez exames e cirurgias. Quem não tiver o cartão também poderá receber atendimento.

A meta é implantar o registro eletrônico de saúde em todos os municípios brasileiros até 2014. Ao todo, deverão ser emitidos 200 milhões de cartões, nos próximos três anos, numa ação desenvolvida em conjunto com estados e municípios.

De acordo com a portaria, as secretarias estaduais e municipais de Saúde que já têm algum tipo de sistema integrado de registro de dados na área terão um ano para emitir e distribuir os novos cartões. Com o formato de um cartão de crédito, ele terá uma etiqueta com dados pessoais do usuário e um número, fornecido pelo Ministério da Saúde.

De acordo com a portaria, medidas de segurança tecnológica vão garantir que não seja violado o direito constitucional à intimidade, à vida privada, à integralidade das informações e à confidencialidade dos dados dos usuários.

Para mais informações, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/saude/2011/05/usuarios-do-sus-serao-identificados-por-cartao-valido-em-todo-o-pais

Dilma envia mensagem a trabalhadores na festa de 1º de Maio de centrais

 

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff enviou neste domingo (1º) mensagem aos trabalhadores que participaram da festa do Dia do Trabalho realizada pelas centrais sindicais na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista.

Participaram da festa a Força Sindical, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Na mensagem, lida pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, Dilma disse que a data se transformou no símbolo da luta pela dignidade do trabalho em todo o mundo e reforçou o compromisso de seu governo com a melhoria de vida dos trabalhadores.

“Não permitirei, sob nenhuma hipótese, que a inflação volte a corroer o poder aquisitivo dos trabalhadores. Nos últimos oito anos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu a maior política de empregos já vista no país. Foram criados 20 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, férias e décimo-terceiro salário. No meu governo,vamos criar as oportunidades de trabalho”.

Na carta, ela lembrou que lançou na última quinta-feira (28) o  Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “Esse programa vai permitir que o Brasil transforme completamente a qualidade da formação profissional dos jovens trabalhadores. Até 2014, o programa vai criar 8 milhões de novas oportunidades de formação profissional tanto para jovens quanto para trabalhadores de mais idade”.

Durante o ato político de manhã, na festa que tem como lema “Desenvolvimento com Justiça Social”, os sindicalistas defenderam a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o fim do fator previdenciário e a valorização das aposentadorias, a valorização do salário mínimo, o trabalho decente, a igualdade entre homens e mulheres, a valorização do serviço público e do servidor público, a reforma agrária, a educação e qualificação profissional e a redução da taxa de juros.

De acordo com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, a regularização da terceirização é outro ponto abordado. Segundo ele, as centrais estão, em parceria com alguns deputados federais, instalando uma comissão especial para resolver a questão na Câmara dos Deputados. “Vamos fazer uma pressão no Congresso para que aprovem a pauta dos trabalhadores. Hoje, vamos aprovar um calendário de luta das centrais sindicais no Brasil inteiro, para aprovar também as 40 horas de trabalho semanal”.

A ausência de Dilma não atrapalhou o evento, mas Paulo Pereira da Silva disse que seria importante a presença dela para que as centrais pudessem continuar a negociação com o governo para aprovar suas reivindicações. “Achamos que tem um punhado de democratas na cabeça da Dilma dizendo que o Brasil não pode crescer, que tem que parar de investir, cortar salários, aumentar os juros e isso nos incomoda. Se pudéssemos contar com ela aqui, talvez pudéssemos sensibilizá-la de que o caminho é outro”.  

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou que o país deve ficar atento e privilegiar a segurança do trabalhador, porque tem alto índice de acidentes de trabalho, chegando a 4% dos trabalhadores ativos. “Além da comemoração e de apelarmos para a organização e conscientização do trabalhador, é importante apelar para que ele comece, cada vez mais, a exigir seus equipamentos de segurança”.  

Lupi disse ainda que o Ministério do Trabalho está trabalhando junto com o Ministério da Educação para permitir que todos os trabalhadores que estão recebendo seguro-desemprego possam participar de cursos de qualificação para voltar mais rápido ao mercado. “Isso não é novidade, em muitos países da Europa quando o trabalhador está recebendo o seguro desemprego passa automaticamente a ser obrigado a fazer qualificação profissional”. A verba para esse curso deve sair das receitas do Tesouro e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Para mais informações, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2011/05/dilma-envia-mensagem-a-trabalhadores-na-festa-de-1o-de-maio-de-centrais