Novo RG atualiza tecnologia cadastral do Brasil

Em entrevista à Rede Brasil Atual, Renato da Silveira Martini, responsável pela implantação do novo Registro de Identidade Civil (RIC), afirma que, com a nova identidade, o Brasil entrará no século 21 da tecnologia cadastral.

O diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) da Casa Civil da Presidência da República lembra que o RIC, como será chamado o novo registro, incorpora num só documento diversos registros de segurança.
 
Além da identificação por um número que será válido em todo o território nacional, a nova identidade integrará o próprio RG, o CPF e o título de eleitor, e também será vinculado diretamente às impressões digitais; tudo será registrado num chip presente no cartão do RIC.
 
Segundo informações do ITI, a incorporação de novas tecnologias ampliará a segurança do cidadão em diversos processos hoje realizados, como abertura de contas, operações bancárias, solicitação de documentos e créditos.
 
Ao longo de 2011 serão produzidos dois milhões de cartões RIC. As primeiras cidades a participar do projeto-piloto serão Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Hidrolândia (GO), Ilha de Itamaracá (PE), Nísia Floresta (RN) e Rio Sono (TO). A perspectiva é que a troca de todos os atuais documentos de identidade pelo cartão RIC seja feita num prazo de 10 anos.
 
RBA –  Quais os fatores positivos com a implantação do Registro de Identidade Civil (RIC)?
Ele tem uma série de efeitos colaterais positivos, mas eu diria que a questão central é entregar ao brasileiro uma identidade civil eletrônica em consonância com o século 21, quer dizer, nossa identidade é uma identidade do século passado, que foi importante e vital no seu contexto, mas agora o contexto é o Brasil no século 21, ou seja, é necessário que esse novo documento de identidade sofra transformações e esteja pronto e apto para a conjuntura deste século que vivemos.
 
RBA – Com o certificado digital, o que poderá auxiliar, ou até mesmo evitar, no registro dos dados dos brasileiros?
A gente pode chamar o RIC de identidade civil digital porque ela conterá no seu chip um certificado digital que vai possibilitar ser uma identificação no mundo das redes, a internet, possibilitando ao brasileiro o uso de serviços eletrônicos disponíveis na internet. E, assim, superar as fraudes que, inevitavelmente, começam com falsificação de identidade. Não é mais dedão na tinta, agora isso tudo é eletrônico. A conferência será eletrônica, os dados virão aqui pro órgão central em Brasília, onde farão um batimento com a base nacional. Vai ser mais que um pedaço de plástico com número, ele será um equipamento.
 
RBA – Isso pode ser traduzido em agilidade nos acessos e na obtenção de informações?
Sem dúvidas. O brasileiro poderá entrar, por exemplo, com o processo de aposentadoria num sábado às onze horas da noite ou num domingo às três horas da manhã. Ele não vai precisar ir num balcão de atendimento, preencher papel. Agora esse processo se dará de forma eletrônica, e isso é um ganho tremendo de agilidade, de transparência. O processo de desmaterialização do documento, trocar um papel por um documento eletrônico e usar esse serviço na internet, o impacto é, inclusive, na vida das cidades.
 
RBA  – Como será implantado o novo registro?
O RIC é um projeto para uma década, é um projeto para 150 milhões de identidades. O Brasil, por ser um país com extensões continentais, todos os projetos têm de ser feitos de forma escalar. Por isso iniciamos com o projeto piloto, que emitirá 2 milhões de identidades digitais. A partir dele faremos uma supervisão e análises críticas para posteriormente ampliarmos o projeto.
 
RBA – Como será feita a ampliação para outros estados e cidades ?
O projeto piloto será aplicado em três estados, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Bahia, por já serem estados que têm o sistema eletrônico essencial para confecção do RIC, que é o sistema que automatiza a coleta de dados e impressão digital, portanto foram escolhidos por razões estratégicas. Então RIC é um projeto federativo. A emissão da identidade é uma atribuição dos estados. A gente conta muito com a adesão dos estados para que o processo seja agilizado.
 

Maria da Penha: “Sempre tem alguém querendo passar a mão na cabeça do agressor”

Para Maria da Penha, decisão do STJ vem de 'raiz machista' A farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que dá nome à Lei Maria da Penha, disse nesta quarta-feira (19) que considera um retrocesso a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de suspender alguns casos envolvendo a lei.

Com a decisão tomada em dezembro e só divulgada na última terça-feira (18), o agressor pode ter a pena suspensa em período de dois a quatro anos.
 
“Sempre tem alguém querendo passar a mão na cabeça do agressor”, disse a biofarmacêutica, que defendeu a causa contra violência doméstica até que a lei fosse sancionada pelo então presidente Lula. “Nós já temos Estatuto da Criança, Estatuto do Idoso, mas sempre quando se trata da defesa à mulher, alguém defende quem faz o crime”, completou.
 
Questionada sobre as causas da suposta proteção do STJ aos agressores, Maria da Penha atribui a questão a uma “raiz machista” na cultura do Poder Judiciário.
 
O caso de agressão sofrida por Maria da Penha – e a demora do sistema judiciário em sua solução – foi apresentado à Organização dos Estados Americanos (OEA) por ela e outras entidades, como o Centro de Justiça pelo Direito Internacional (Cejil) e o Comitê Latino-americanos de Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem). Na ocasião, o Brasil foi condenado por negligência e omissão em relação à violência doméstica.
 
A respeito dos caminhos que podem ser tomados para que o retrocesso em relação ao vigor da lei não aconteça de fato, Maria da Penha espera que entidades que defendem os direitos da mulher firmem unidade, apesar de não estar mais ativa na causa. “Assim como aconteceu para que a lei fosse aprovada, é preciso que essas decisões sejam encaminhadas para a OEA pelas entidades que lutaram para que a impunidade deixasse de existir”, afirmou.
 
Mais infomações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/01/maria-da-penha-sempre-tem-alguem-querendo-passar-a-mao-na-cabeca-do-agressor
 

O Remédio é Lutar!

Iniciamos 2011 com as melhores expectativas. Se pudéssemos resumir o nosso sentimento em apenas uma palavra, escolheríamos OTIMISMO! Houve muito trabalho em 2010 e, por isso, tivemos excelentes resultados em todas as nossas lutas. Em 2011 não teremos outra alternativa para os trabalhadores, O REMÉDIO É LUTAR! É assim que começamos bem este ano que se iniciou.

Em breve lançaremos a Campanha Salarial do Setor Farmacêutico, portanto algumas informações são importantes para que os trabalhadores entendam como podemos conquistar mais vitórias para todos nós. Em 2010, houve um aquecimento da economia, e é importante ressaltar que o crescimento ocorreu com a inflação controlada e com o governo tendo as rédeas da economia de uma forma não pensada em toda a história do país.

A crise mundial que rondou o planeta em 2009 e ainda apresentava conseqüências em 2010 não será mais uma desculpa para os empresários quando forem discutir questões salariais em 2011. O crescimento econômico mundial deve ser mais sólido em relação ao ano anterior. Os países em desenvolvimento cresceram em média 7% e devem superar a taxa dos mais ricos. No Brasil, a previsão de crescimento é de 7,5% em 2010. Para o governo da presidente Dilma, a projeção é de crescimento de 6% em média para os próximos quatro anos.

A demanda interna cresceu cerca de 10% e os investimentos em máquinas e equipamentos produtivos foram de 30% em 2010. Para finalizar os números, o governo Lula criou 15 milhões de empregos com carteira assinada.

A quantidade de boas notícias econômicas deve se refletir nas negociações e lutas que tivermos em 2011. Mas é sempre bom relembrar que as conquistas vêm acompanhadas de organização e luta. O Sindicato está aqui exatamente para isto: traduzir todos esses números em bons argumentos na nossa luta. O REMÉDIO É LUTAR!

Trabalhadores se organizam para o Dia Nacional de Luta

O Jornal Brasil Atul desta segunda-feira (17) teve a participação de Quintino Severo, secretário-geral da CUT, que, conversou com Oswaldo Luiz Colibri Vitta sobre os preparativos para o Dia Nacional de Luta que levará trabalhadores e trabalhadoras de todo o país às ruas na terça-feira (18), em defesa do salário mínimo, da correção da tabela do Imposto de Renda e do reajuste das aposentadorias e pensões.

Ouça o audio da entrevista no site: http://www.redebrasilatual.com.br/radio/programas/jornal-brasil-atual/quintino_severo_dia_luta_trabalhador.mp3

Dilma sobrevoa cidades atingidas pelas chuvas e promete ações firmes

Presidente, Dilma Rouseff, visita área devastadas pelas chuvas no RJ acompanhada pelo Governador do Estado, Sérgio CabralApós sobrevoar nesta quinta-feira (13) de helicóptero a região serrana do Rio de Janeiro, castigada pela forte chuva na madrugada de terça (11) para quarta-feira (12), a presidente Dilma Roussef desceu no campo de futebol do Friburguense e, acompanhada de seis ministros e do governador do Rio, Sérgio Cabral, visitou a Praça Getúlio Vargas, no centro de Nova Friburgo. A praça continua coberta de lama e lixo trazidos pela enxurrada.

Em seguida, segundo a assessoria do Palácio do Planalto que acompanha a comitiva, a presidenta, que usava galochas, foi à Rua Luis Spinelli e conversou com moradores. Foi nessa rua que um carro do Corpo de Bombeiros foi soterrado na manhã de ontem (12). Quatro bombeiros morreram e três foram resgatados com vida.
 
Ainda de acordo com a assessoria do Planalto, em resposta a perguntas sobre como seria a ajuda aos municípios, Dilma afirmou: “vamos realizar ações de governo firmes”.
 
Em Nova Friburgo, o comércio continua fechado e muitos moradores ainda estão sem luz, água e gás. O sistema de telefonia funciona parcialmente.
 
O número de mortos continua aumentando. Já são 381 vítimas. Em Nova Friburgo foram contados, até agora, 168 mortos; em Teresópolis, 161; em Petrópolis, 39; e em Sumidouro, 13.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2011/01/dilma-sobrevoa-cidades-atingidas-pela-tragedia-das-chuvas-e-promete-acoes-firmes

Protesto contra aumento de tarifa de ônibus em São Paulo é reprimido

A Polícia Militar reprimiu no início da noite desta quinta-feira (13) um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus na capital paulista. Aplaudidos por comerciantes, cerca de 700 manifestantes faziam passeata pelo centro da cidade quando, nas proximidades da Praça da República, foram atacados com balas de borracha e bombas de efeito moral. Vários estudantes relataram à reportagem da Rede Brasil Atual que a manifestação se desenvolvia de forma pacífica e não houve nenhum ato que justificasse a reação da PM.

Foi o terceiro ato liderado pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o reajuste das passagens de ônibus em São Paulo, que desde o dia 5 passou de R$ 2,70 para R$ 3. Um novo protesto está marcado para o dia 20, na avenida Paulista.
 
Segundo seu site oficial, o MPL é “um movimento social brasileiro que luta por um transporte público de verdade, fora da iniciativa privada”.  O objetivo é garantir acesso universal (ao transporte) por meio do passe livre para todas as camadas da população. “Hoje o MPL quer aprofundar o debate sobre o direito de ir e vir, sobre a mobilidade urbana nas grandes cidades e sobre um novo modelo de transporte para o Brasil”, diz a apresentação.
 
“O movimento sabe que é uma luta longa e vamos continuar com as manifestações até a volta às aulas, até que mais estudantes venham para as ruas”, afirmou Lucas Monteiro, representante do MPL.
 
Segundo o MPL, cerca de 30 pessoas foram presas e encaminhadas ao 3º DP, na região central.
 
O aumento foi anunciado no final de 2010 pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e significou um reajuste de 11,11% na tarifa. A inflação no município de São Paulo em 2010 foi de 6,4%, segundo o IPC-Fipe.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2011/01/cerca-de-350-protestam-contra-aumento-de-tarifa-de-onibus-em-sp

Mobilização Nacional no dia 18 de janeiro

A Central Única dos Trabalhadores e as demais centrais sindicais brasileiras definiram 18 de janeiro como o dia de luta em defesa do salário mínimo de R$ 580, da correção da tabela do imposto de renda e do reajuste das aposentadorias e pensões para os que recebem benefício superior ao mínimo.

O ato conjunto das entidades acontecerá diante do prédio da Receita Federal, na Avenida Paulista, altura do número 1840, a partir das 10 horas.
 
A manifestação faz parte de uma prioridades da CUT para 2011: a geração de mais e melhores empregos com igualdade de oportunidades e de tratamento na perspectiva do pleno emprego, conforme resolução da direção em reunião no início de dezembro.
 
Conforme destaca o secretário geral da CUT, Quintino Severo, trata-se de uma estratégia unificada das centrais para lutar pela manutenção da política de valorização do salário, responsável por melhorar a distribuição de renda, combater as desigualdades sociais e fazer com que mais de 30 milhões de pessoas melhorassem de classe social.
 
“Não vamos deixar de lutar contra qualquer retrocesso na política de valorização permanente que conquistamos após muitas marchas e muita pressão. Não fosse o crescimento de 53% do salário que tivemos durante o governo Lula, que fortaleceu o mercado interno, certamente não teríamos sido os últimos a entrar na crise econômica mundial e os primeiros a sair. Esse aumento de R$ 510 para R$ 540, previsto no orçamento, sequer contempla a inflação do período”, critica.
 
De acordo com dados do Departamento Internsindical de Estatítica e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 6,47%, enquanto o reajuste de R$ 510 para R$ 540 representaria aumento de 5,88%.
 
Para o dirigente, é importante ainda que os trabalhadores aposentados com vencimentos superiores ao piso tenham a elevação em ao menos 80% do que será dado ao mínimo, já que representam um fator importante para que a economia brasileira mantenha o sólido crescimento. Outro ponto importante é a correção da tabela do imposto de renda, sem a qual os acordos conquistados pelas categorias durante as campanhas salariais são anulados, já que o trabalhador mudará de alíquota de contribuição e pagará mais.
 
CUT define mobilização nacional – Além da atividade na Avenida Paulista, a Central já orientou às estaduais e aos sindicatos cutistas que promovam atos públicos, passeatas, assembleias e ações em portas de fábrica para marcar a data.
 
As entidades representativas dos trabalhadores também já encaminharam um pedido de audiência à presidenta Dilma Rousseff e aos ministros para marcar uma audiência e discutir o tema.
 
 Mais informaçõesa cesse: http://www.cut.org.br/destaques/20292/mobilizacao-nacional-no-dia-18-de-janeiro
 

Um ano depois de terremoto, embaixador diz que situação no Haiti ainda é ruim

O embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean, lembra que o país depende da ajuda internacional Um ano depois do pior terremoto da história do Haiti, o país está longe do ideal. A conclusão é do embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean, em entrevista à Agência Brasil. O diplomata afirmou que as dificuldades derivam principalmente da burocracia, que impede o desbloqueio dos recursos doados pela comunidade internacional.

Emocionado, o embaixador apelou para que os “países amigos do Haiti” – grupo criado após o terremoto – mantenham as doações. “Acho que dificilmente o governo brasileiro pode fazer mais do que já fez. Mas diante do que ocorre no Haiti, mantenho o pedido para que a ajuda ao povo haitiano continue. O Haiti é um país pobre que hoje depende da ajuda internacional.”
 
Os principais trechos da entrevista de Pierre-Jean à Agência Brasil:
 
Agência Brasil – Como está a situação hoje no Haiti?
Idalbert Pierre-Jean – Objetivamente, a situação está muito mal. É preciso reconhecer e admitir. A situação só não está pior do que no dia 12 (quando houve o terremoto) e nos dias seguintes quando tudo estava muito destruído. O que vemos hoje é um pouco melhor do que naqueles dias (após o terremoto): não estamos mais enterrando pessoas como antes, há menos gente nas ruas (por falta de moradia) e muitas pessoas conseguiram voltar para suas casas.
 
ABr – Há críticas sobre a lentidão no processo de reconstrução do país e também no que se refere à ajuda às vítimas. O que ocorre no Haiti?
Pierre-Jean – Tudo que envolve fundos (de recursos) internacionais é complicado. Não se trata de falar mal (dos doadores). Mas o dinheiro não está chegando. É fácil aprovar a doação de ajuda humanitária e de recursos. Mas não é simples desbloquear esses recursos. Não se pode confundir nem misturar o que é prometido com o que pode chegar ao país (que aguarda ajuda).  
 
ABr – Esse tipo de crítica vale para o Brasil também?
Pierre-Jean – Não, de jeito algum. O Brasil foi o primeiro país a enviar ajuda e entregar o prometido.
Cerca de US$ 60 milhões foram enviados do Brasil para o Haiti logo depois do terremoto. Mas é preciso também distinguir os recursos destinados ao orçamento do Haiti e aos projetos de reconstrução.
 
ABr – Organizações não governamentais e outras entidades afirmam que há suspeita de desvio de recursos e má gestão por parte do governo. Isso pode estar ocorrendo?
Pierre-Jean – Não é atribuição das organizações não governamentais criticar a aplicação dos recursos no Haiti. Também há organizações não governamentais que merecem críticas, não falo a respeito da Cruz Vermelha Internacional, da Cruz Vermelha Brasil nem do Viva Rio e outras, mas de algumas que não são merecedoras de respeito ético nem moral. A organização do Haiti não está nas mãos dessas entidades.
 
ABr – Em relação às denúncias de violência sexual contra mulheres e meninas que vivem nos acampamentos provisórios no Haiti, como explicar isso?
Pierre-Jean – É uma pena e ocorre porque ainda há uma situação de improviso, de muita gente morando em acampamentos. O governo do Haiti e as organizações não governamentais  estão muito preocupadas. (Depois das denúncias) aumentou a vigilância. Inicialmente, a preocupação era com a violência e o tráfico envolvendo crianças.
 
ABr – Paralelamente às suspeitas de violência sexual surgiu a epidemia de cólera. É uma situação agravando a outra.
Pierre-Jean – O povo haitiano está acostumado a lutar, são mais de 200 anos de combate (os processos políticos e a guerra civil no país). Mas não é fácil. Logo depois do terremoto, houve o ciclone que provocou enchentes no país, em seguida surgiu o cólera. A doença está baixando de intensidade, mas precisa de um tempo para ser erradicado. A falta de água, de saneamento básico e as más condições de higiene não favorecem o combate ao problema.
 
ABr – Com tudo isso, os haitianos vão às ruas protestar. Recentemente houve manifestações contra  a presença de alguns militares das forças de paz. O povo haitiano quer que os estrangeiros deixem o país?
Pierre-Jean –  Em relação às forças de paz, elas cooperam muito com o Haiti, mas um dia terão de deixar o país. Não podem ficar lá para sempre. Os especialistas em segurança internacional saberão definir o momento certo (de elas deixarem o país). As manifestações não eram contra os militares brasileiros, mas contra alguns integrantes da Minustah (a missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti).  
 
ABr – Qual o apelo que o senhor faz para a comunidade internacional?
Pierre-Jean – Não é momento de se dar as costas para o Haiti, peço que a comunidade internacional pense em (continuar a) ajudar o país. A situação no Haiti está um pouco melhor do que há um ano, mas há muito o que fazer no país. Como representante do Haiti no Brasil, acho que dificilmente o governo brasileiro pode fazer mais do que já fez. Mas, diante do que ocorre no Haiti, mantenho o pedido para que a ajuda ao povo haitiano continue. O Haiti é um país pobre que hoje depende da ajuda internacional.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/internacional/2011/01/um-ano-depois-de-terremoto-embaixador-diz-que-situacao-no-haiti-ainda-e-ruim

Leonardo Boff: “Desta vez não há arca de Noé”

Há anos, o teólogo brasileiro Leonardo Boff, referência da Teologia da Libertação, tem se dedicado à causa ecológica, não só nas Conferências das Nações Unidas sobre o Clima, mas também em debates nacionais, como as Conferências do Meio Ambiente, organizadas desde 2003. Observador privilegiado do evento oficial, em Cancun, ele pôde dividir com os participantes dos eventos organizados pela sociedade civil sua frustração pela indiferença dos representantes de países ricos com a urgência do tema. Logo após discursar para uma plateia formada por indígenas, camponeses e ativistas urbanos de todo o mundo, Boff falou à Revista do Brasil.

O senhor falou na necessidade de se prestar atenção à dimensão divina envolvida nessas questões. Está faltando Deus na discussão dos governos sobre as mudanças climáticas?
 
Acho que eles têm um deus, que é o deus dinheiro. Eles organizam tudo para manter sua riqueza, e nunca colocam a questão de qual é o futuro da vida, do planeta, de como vamos socorrer os milhões e milhões de vítimas do aquecimento global. Eles vivem a idolatria fantástica do deus dinheiro e, a seguir esse caminho, vamos ao encontro do pior. Por isso é importante que os movimentos sociais populares, que têm uma alternativa, têm uma visão humanística e espiritual de respeitar as pessoas, de se ajudarem, se transformem num grito de protesto, numa resistência a não aceitar as soluções que lhes deem.
 
Estamos condenados a um desastre?
 
Creio que o problema é global e, se ele não for resolvido, todos serão afetados, inclusive eles. Porque, quando a água chega ao nariz e passa da boca, ou a pessoa muda, ou morre. A crise está se agravando cada vez mais e vai afetar as grandes empresas. Chega um momento em que eles se dão conta que a solução deles não é solução, é uma falsa solução na tentativa de salvar privilégios. Espero que a sabedoria comum da humanidade triunfe. A consciência é essa, que desta vez não há uma arca de Noé, que salve alguns e deixe a perecer os demais: ou nos salvamos todos ou perecemos todos.
 
Entramos em uma etapa de irreversibilidade, isto é, a terra mudou pelo aquecimento global e isso não tem volta. Todos temos de nos adaptar à nova situação e minimizar os efeitos hostis. Isso não havia anos atrás. Há urgência! O tempo do relógio corre contra nós. Se não cuidarmos, daqui a pouco será um caminho sem retorno. E aí, sim, todos vão sofrer.
 
Dez anos atrás também começou a onda de governos de esquerda na América Latina, pela qual passou a solução da ameaça do livre comércio. Mas agora vemos que a solução está para além dos Estados nacionais. Como resolver esse novo problema?
 
A figura dos Estados nacionais não é mais adequada para problemas globais. Nós temos que chegar a uma governança global. No fundo, é dizer o óbvio: temos esse pequeno planeta, superpovoado, empobrecido e velho. Para podermos sobreviver juntos, temos que repartir. Dentro de pouco tempo, seremos todos socialistas. Não por opção ideológica, mas por não termos alternativa. Ou fazemos isso, ou então vamos assistir a dizimações de milhões de pessoas, desastres ecológicos de grande magnitude, e aí as pessoas vão aprender pelo sofrimento.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/55/leonardo-boff-201cdesta-vez-nao-ha-arca-de-noe201d

Mercado eleva para 5,34% estimativa da inflação oficial em 2011

A estimativa de consultores financeiros da iniciativa privada para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano passou de 5,32% para 5,34%, segundo o boletim Focus, divulgado hoje (10) pelo Banco Central (BC).

A projeção é inferior aos 5,91% registrados no ano passado, mas a perspectiva tem aumentado gradativamente há cinco semanas.
 
Enquanto cresce a expectativa para o IPCA, que mede a inflação oficial, os outros dois índices pesquisados para preços no varejo mantêm-se estáveis. Os preços administrados (água, luz, combustíveis e outros) devem subir 4,5% no ano e o Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) deve atingir 4,90%.
 
A expectativa média do boletim Focus mostra estabilidade nos índices de preços no atacado, medidos pela Fundação Getulio Vargas. O Índice Geral de Preços por Disponibilidade Interna (IGP-DI) deve ficar em 5,50% e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), em 5,53%. Para o ano que vem, todos os indicadores preveem 4,50%, tanto no varejo quanto no atacado.