Inscrições para o Enem começam hoje

As inscrições para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2010 começam hoje  (21) e vão até 9 de julho, exclusivamente pela internet (www.enem.mec.gov.br. A taxa de  inscrição é de R$ 35 para estudantes de escolas particulares e pessoas que já concluíram o ensino médio. Alunos das escolas públicas estão isentos.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), ao se inscrever, é necessário que o estudante informe o número do seu CPF, porque não será aceito o dos pais ou responsáveis, mesmo que o candidato seja menor de idade.

O exame continuará com 180 questões de múltipla escolha e uma redação. A novidade para a edição deste ano é a inclusão de língua estrangeira. Por isso, os estudantes devem ficar atentos, porque no momento da inscrição deverão escolher entre o inglês e o espanhol.

As provas estão marcadas para 6 e 7 de novembro, sendo que no primeiro dia as avaliações serão sobre as matérias de ciências naturais e humanas, cada uma com 45 questões. No segundo dia, os candidatos farão provas de matemática e linguagens, cada uma com 45 questões, além da redação.

De acordo com o MEC, o próprio sistema de inscrição vai impedir que os participantes usem o número do CPF de terceiros, pois buscará as informações do titular na base de dados da Receita Federal. Os estudantes que não tiverem o documento podem retirá-lo em qualquer agência dos Correios, do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. No caso dos menores de 16 anos, é preciso que esse pedido seja feito pelos pais ou pelo responsável legal.

Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-4&p_p_col_count=4&_56_groupId=19523&_56_articleId=980805

Projeção para crescimento econômico em 2010 aumenta para 7,06%

A projeção de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia neste ano aumentou pela 14ª semana consecutiva. A estimativa de analistas consultados pelo Banco Central (BC) para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos na economia, passou de 6,99% para 7,06%. Para 2011, foi mantida a expectativa de 4,5%. As informações são do boletim Focus, publicação semanal elaborada com base em projeções do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.

Para o crescimento da produção industrial, não houve alteração nas projeções de 11,32% para este ano e de 5% para 2011.

A estimativa para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB passou de 41,20% para 41%, neste ano, e de 39,85% para 39,70%, em 2011.

Para a cotação do dólar, foi mantida a projeção de R$ 1,80, neste ano. Para 2011, a estimativa passou de R$ 1,86 para R$ 1,89.

A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) para este ano foi ajustada de US$ 15 bilhões para R$ 15,10 bilhões. No próximo ano, os analistas esperam um superávit comercial de US$ 6 bilhões, contra os US$ 6,23 bilhões previstos anteriormente.

Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), neste ano, os analistas alteraram a estimativa de US$ 48,20 bilhões para US$ 47,57 bilhões. Para 2011, eles ajustaram a projeção de US$ 57,40 bilhões para US$ 57,99 bilhões.

A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) passou de US$ 36 bilhões para US$ 35 bilhões, em 2010, e permaneceu em US$ 40 bilhões, em 2011.

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93% das categorias conquistaram aumento real de salário em 2009, segundo Dieese

A queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009 não impediu que a maior parte das categorias de trabalhadores conquistasse aumentos reais nos pisos salariais durante o período. É o que mostra levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta sexta-feira, 18.De 635 categorias pesquisadas no País, 93%, ou 590, conquistaram elevações reais. Outras 17 (2,7%) obtiveram a reposição da inflação com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As 28 (4,4%) categorias restantes apuraram reajustes abaixo do índice.

O setor com os melhores resultados foi o rural, onde cerca de 97% dos pisos apresentaram aumento real em 2009. Nele, não houve reajuste abaixo do INPC em nenhuma negociação. De acordo com o Dieese, esse fenômeno pode ser explicado, entre outras razões, pela proximidade dos valores dos pisos com o valor do salário mínimo oficial, de R$ 465 em 2009. A indústria obteve os resultados mais favoráveis, com maior proporção de aumentos reais acima de 10%, mas é também neste setor em que houve a maior perda no piso salarial, na faixa entre 6,01% a 7% abaixo do INPC.

No comércio, houve maior concentração dos reajustes nas faixas de aumento real entre 2,01% a 6% acima do INPC, em especial na faixa de 5,01% a 6%, que corresponde à faixa do ganho real do salário mínimo oficial. No setor de serviços, há maior incidência de reajustes abaixo da variação do INPC e a maior proporção de reajustes iguais ao índice e com aumentos reais de até 2% entre os segmentos analisados. O Dieese ressaltou, contudo, que isso não significa que os menores pisos salariais estejam concentrados nos serviços.

Os ganhos em geral se concentraram nas faixas de 0,01% até 4% de aumento real. Cerca de 48% dos pisos salariais estão localizados nessa faixa. Em valores absolutos, metade dos pisos ficou abaixo de R$ 540,00 mensais. O setor rural é o que apresenta a maior concentração de salários baixos: quase 60% dos pisos do setor localizaram-se na faixa de R$ 500,01 a R$ 600,00. No comércio, pouco mais de 40% dos pisos estão na mesma faixa e, na indústria, pouco menos de 40% ganham esses valores, índice que fica em cerca de 30% no setor de serviços.

O Dieese chama atenção para o fato de a imensa maioria dos pisos salariais apresentar valores bastante próximos ao salário mínimo. Em 2009, cerca de 6% dos pisos analisados possuíam o mesmo valor do mínimo, e 57% valiam entre 1,01 e 1,25 salários mínimos. “Se por um lado é possível destacar o bom desempenho da negociação dos pisos salariais em 2009 no que diz respeito, especificamente, aos reajustes, por outro, chama atenção o fato de que os valores dos pisos ainda são fortemente referenciados pelo salário mínimo”, avaliou a entidade.

Mais informações acesse: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,-93-das-categorias-conquistaram-aumento-real-de-salario-em-2009–segundo-dieese-,not_23814,0.htm 

Novo Código Florestal deixa impune desmatadora Kátia Abreu

A presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), será beneficiada pelas alterações no Código Florestal caso o projeto, que tramita no Congresso, seja aprovado.

A senadora recebeu uma multa de R$ 77 mil por ter desmatado ilegalmente 776 hectares sem autorização do Ibama em Tocantins.

A proposta para um novo código, do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), anistia todos os produtores rurais com irregularidades flagradas até 22 de julho de 2008.

O processo no Ibama contra Kátia corre desde 5 de julho de 2004. A multa, que hoje vale R$ 120 mil, não foi aplicada até hoje porque ela recorreu à Justiça para tentar derrubar o processo.
Procurada, a senadora confirmou a multa, mas depois disse que “uma coisa não tem nada a ver com a outra”. “Eu tinha uma multa ambiental de uma área que inclusive já vendi. É uma multa ambiental, em uma área de uma reserva legal, isso tem muitos anos. À época não era nem crime ambiental, mas uma infração administrativa”, disse ela.

Ao se defender no processo, obtido pela Folha, a senadora admitiu ter desmatado. Ela disse que, em razão da demora do Ibama em conceder a autorização, e com o final do período chuvoso, começou a desmatar.

Mesmo após vender as terras, Kátia continua a responder pela multa no Ibama, que não é transferível.

Sobre o fato de o projeto relatado por Aldo Rebelo a beneficiar, Kátia Abreu afirmou que não conhece o “conteúdo do novo código”, só algumas linhas gerais. “Mas vou torcer muito para que eu e todos os produtores do Brasil possam não ser anistiados, mas sim justiçados”, disse.

Violações

Para o procurador da República Mário Gisi, o processo de Kátia está dentro da anistia defendida pelo relatório de Aldo Rebelo.

“A senadora será beneficiada porque sua infração fere os artigos 16, 19 e 37a do atual código. Artigos com infrações que, caso o novo código seja aprovado, serão contemplados pela anistia. O desmatamento dependia de autorização do Ibama”, diz Gisi.

O novo código florestal está em debate numa comissão especial da Câmara. A votação na comissão, de maioria ruralista, está prevista para a próxima segunda-feira. Depois, o projeto vai a plenário.

Indagado sobre quem seriam os beneficiados da anistia, o deputado disse não ter “a mínima ideia do que poderia acontecer”. “O governo, no decreto [que embasou o projeto de sua autoria], não levou isso em conta. Oferece a todos a possibilidade de regularização”, disse ele.

Mais informações acesse: http://www.mst.org.br/node/10121

Temporão diz que Brasil está livre da epidemia de gripe suína

Em três meses de campanha de vacinação, 81 milhões de brasileiros foram imunizados contra a influenza A (H1N1) – gripe suína –, o que representa 88% do público-alvo total. De acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o resultado elimina a possibilidade de haver muitos casos da doença no país, como no ano passado. “O Brasil está livre de epidemia com certeza”, disse.

Com o resultado, o país atinge a meta de vacinar pelo menos 80% de um total de 92 milhões de pessoas. Segundo o ministério, o Brasil é a nação que mais vacinou em termos percentuais: 42% da população foram imunizados. Nos Estados Unidos, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial, o percentual é de 26%.

A vacinação contra o vírus Influenza H1N1 continua, sob a responsabilidade dos municípios, pois nos grupos de gestantes (73%) e de crianças de 2 a 5 anos incompletos (40%), o balanço mostra que não foi atingida a meta de 80% das pessoas imunizadas.

Para o ministro, apesar das estatísticas, a meta já foi alcançada. “Acreditamos ter superestimado a quantidade de grávidas e, no caso das crianças, muitas foram contabilizadas no grupo de doentes crônicos, ou vacinadas antes de completar 2 anos, o que explica a cobertura de 119% no grupo de crianças menores de 2 anos de idade.”

Os demais grupos – trabalhadores de saúde, indígenas, doentes crônicos, crianças de até 2 anos, jovens de 20 a 29 anos e adultos de 30 a 39 anos – atingiram a meta de vacinação.

Nos estados, o que apresenta a maior cobertura é o Paraná (106% do total a ser vacinado), seguido por São Paulo (97%) e Santa Catarina (97%). Roraima foi o último colocado, com 69% do público-alvo imunizado.

Medicamentos
Temporão anunciou também que o Ministério da Saúde vai distribuir aos estados 1,9 milhão de medicamentos destinados ao tratamento da influenza A (H1N1) – gripe suína –, para enfrentar um possível aumento da doença durante o inverno. Segundo Temporão, as doses são suficientes para tratar 38 vezes mais casos do que o número de ocorrências graves que atingiram o país no ano passado (48.978).

“É um estoque estratégico para o caso de uma pandemia ou para a manifestação de um novo tipo de influenza”, explicou. O estoque, destinado ao uso adulto e pediátrico, só será liberado pelo ministério em caso de necessidade comprovada. Uma parte será destinada à rede de farmácias populares, em que 90% do preço será subsidiado.

Neste ano, foram registradas 609 internações e 74 mortes em decorrência da influenza A (H1N1).

O ministro pediu que os brasileiros ajudem na prevenção de doenças típicas de inverno. “Pedimos que evitem a automedicação e mantenham hábitos de higiene como não compartilhar copos e talheres e lavar sempre as mãos. Isso ajuda a reduzir drasticamente os casos de gripe.”

Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/saude/temporao-diz-que-brasil-esta-livre-da-epidemia-de-gripe-suina

Decisão sobre Ficha Limpa pode afetar pelo menos quatro ex-governadores

Pelo menos quatro ex-governadores poderão ser atingidos diretamente pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de estender a validade da Lei da Ficha Limpa aos condenados por órgão colegiado antes de 4 junho, quando a proposta foi sancionada.

O ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, teve a cassação confirmada pelo TSE em fevereiro do ano passado. Acusado de abuso de poder político e econômico, chegou a ficar no governo até o fim da fase de recursos, por meio de liminares na Justiça Eleitoral. Cássio Cunha Lima e o então vice, José Lacerda Neto, foram acusados de distribuição de cheques para eleitores por meio de um programa assistencial. O segundo colocado nas eleições, José Maranhão, assumiu o mandato.

O ex-governador do Maranhão, Jackson Lago, também perdeu o mandato, acusado de abuso de poder político e econômico. A maioria dos ministros do TSE entendeu que na eleição de 2006, a compra de votos prejudicou a candidatura de Roseana Sarney, que ficou em segundo lugar nas eleições e assumiu o mandato depois que Jackson Lago foi cassado.

O ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda, perdeu o mandato pela acusação de abuso de poder político. Entre outras irregularidades, distribuiu 80 mil óculos durante o governo. A decisão foi unânime entre os ministros do TSE. Como Miranda havia sido eleito em primeiro turno, foi determinada a realização de uma eleição indireta para escolha do novo governador do estado. O interino, Carlos Henrique Gaguim (PMDB), foi confirmado governador para o mandato-tampão.

A decisão do TSE atinge também políticos que renunciaram ao mandato para fugir da cassação, como é o caso do ex-governador e ex-senador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PMDB). Acusado de apropriação de recursos públicos, teve conversas telefônicas com o ex-presidente do Banco de Brasília, Tarcísio Franklin de Moura, gravadas pela Polícia Federal. Negociavam a partilha de R$ 2,2 milhões.

O TSE deverá analisar caso a caso os políticos que venham a se candidatar e que tenham sido condenados por órgão colegiado. O prazo para a candidatura termina no dia 5 de julho. O tribunal  tem até agosto para julgar as possíveis inelegibilidades.

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Indústria da construção cresceu em 2008, apesar da crise internacional

Pesquisa divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela expansão da indústria da construção em todos os grupos de produtos e serviços, nas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas.

Segundo o IBGE, os programas de financiamento e apoio a projetos de infraestrutura nas áreas de energia elétrica, energia renovável, petróleo e gás natural, logística e telecomunicações foram fundamentais para o crescimento do setor.

Outros fatores favoráveis foram o crescimento da renda familiar e do emprego, o aumento das operações de crédito destinadas à habitação e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de insumos da construção. Além disso, a economia cresceu mais de 5% ao ano pela segunda vez consecutiva.

Em relação a 2007, obras de infraestrutura cresceram 27,1%, as edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais, 28,8%, e o grupo serviços especializados para construção, 21,1%. O valor do segmento de edificações residenciais avançou 20,7%, em função do aumento observado em edifícios residenciais (21,2%).

Segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), em 2008 o valor das incorporações, obras e serviços foi de R$ 159,0 bilhões, com um aumento de 22,3% em termos nominais e 12,3% em termos reais em comparação a 2007. A receita líquida das empresas foi de R$ 149,6 bilhões, um crescimento nominal de 19,8% em relação ao valor de 2007, de R$ 124,9 bilhões.

O IBGE informa que as obras e serviços do setor somaram R$ 154,1 bilhões, dos quais R$ 67,6 bilhões foram construções para entidades públicas, que representaram 43,9% do total, participação maior do que a observada em 2007 (40,3%).

A pesquisa mostra também que as 56,6 mil empresas ativas do setor da construção ocuparam aproximadamente 1,8 milhão de pessoas em 2008. O gasto total com o pessoal foi R$ 38,2 bilhões, dos quais R$ 25,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, o que significou uma média mensal de 2,6 salários mínimos.

Em 2007, o gasto total com o pessoal foi de R$ 29,3 bilhões e, deste valor, R$ 9,6 bilhões foram em salários, retiradas e outras remunerações.

Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=4A57B9809534981202507F19771B2F8E?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=979712

Debate na TV, com regras rígidas, pode ter até 7 candidatos

A eleição presidencial neste ano terá 13 candidatos, sendo que 7 têm direito de participar de eventuais debates promovidos por emissoras de rádio e de TV.

A garantia de estar presente aos debates é definida em lei. Têm de ser convidados os candidatos cujos partidos elegeram deputados federais na última eleição (em 2006) e que continuam com representantes na Câmara.

Hoje, são os seguintes os partidos que estão nessa condição e já anunciaram intenção de ter candidato próprio ao Planalto: PT, PSDB, PV, PTC, PSOL, PT do B e PHS.

Debates realizados por veículos da mídia impressa ou por meio da internet não estão sujeitos a essas regras.
A lei só impõe restrições ao rádio e à TV porque são concessões públicas. Já na web, podem ser convidados só os principais candidatos.

A saída imaginada por algumas emissoras de TV interessadas em promover debates eleitorais é tentar dar uma compensação para os chamados candidatos nanicos que aceitem não participar dos encontros.

Cinco emissoras já anunciaram debates antes do primeiro turno: Bandeirantes (5.ago), MTV (10.ago), RedeTV! (12.set), Gazeta (14.set) e Globo (28.set).

As emissoras buscam um acordo para que os debates sejam realizados só entre os três primeiros colocados nas pesquisas. Dessa forma, estariam presentes apenas Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).

Os nanicos seriam compensados com entrevistas separadas em datas diferentes.

O aspecto legal fica resolvido se os candidatos assinarem um documento abrindo mão do direito de participar do debate. Mas 3 dos 4 que estão habilitados a ir a esses encontros se negam, por enquanto, a fazer acordo.

“Não vou aceitar”, diz o pré-candidato do PT do B, Mário de Oliveira. “Nunca aceitamos e não vamos aceitar este tipo de acordo”, declara Ciro Moura, que concorre pelo PTC.

Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) também quer ir a debates na TV. “Denuncio acordos espúrios para impedir que os preferidos debatam com quem pode acuá-los.”

Apenas Oscar Silva (PHS) admitiu a possibilidade de trocar o debate por entrevistas. “Nosso tempo [de propaganda] é em torno de um minuto. [Com as entrevistas] teríamos a oportunidade de apresentar os projetos.”

DEBATE FOLHA-UOL

A Folha e o UOL, maior jornal e maior portal de notícias do Brasil, negociam com os principais candidatos há seis meses para que seja realizado um debate a ser transmitido, ao vivo, pela internet.

Até agora, não houve acordo sobre uma data para que Dilma, Serra e Marina participem desse que pode ser o primeiro debate presidencial na internet brasileira.

A Folha e a RedeTV! realizam seu debate presidencial no dia 12 de setembro.

Mais informações acesse: http://www1.folha.uol.com.br/poder/753090-debate-na-tv-com-regras-rigidas-pode-ter-ate-7-candidatos.shtml

USP: Pão, circo e punição social

Cerca de 1.000 servidores da Universidade de São Paulo receberam sues holerites com valor praticamente igual a zero, por causa do desconto praticado em função da greve que mantêm desde 5 de maio. A medida, completamente inédita nessa universidade, evidencia que há algo errado com a avaliação da direção da USP sobre a greve dos funcionários. Todos que sofreram descontos trabalham em órgãos ligados à administração central. Se apenas nesses órgãos há 1.000 grevistas, cai por terra a explicação de que só fariam greve os “militantes profissionais”. O artigo é de Adrian Pablo Fanjul, professor da USP.

Adrian Pablo Fanjul (*)

Nos primeiros dias deste mês, cerca de 1.000 servidores da Universidade de São Paulo (USP) receberam sues holerites com valor praticamente igual a zero, por causa do desconto praticado em função da greve que eles mantêm desde 5 de maio. A medida, completamente inédita nessa universidade, onde me desempenho como docente e pesquisador, evidencia, em primeiro lugar, que algo não se corresponde com a avaliação que a direção da USP tem difundido em torno da greve dos funcionários, informando, para a opinião pública, que tudo na USP funcionaria normalmente.

Todos que sofreram descontos trabalham em órgãos ligados à administração central. Se apenas nesses órgãos há 1.000 grevistas, cai por terra a explicação de que apenas fariam greve os “militantes profissionais”, “grupos violentos” e outras denominações que já fazem parte do repertório com que os dirigentes da Universidade encobrem, desde anos atrás, sua propensão ao autoritarismo e sua constante procura do confronto. Infelizmente, essa propensão costuma encontrar eco em setores do sindicato dos funcionários, e hoje vivemos um novo capítulo, talvez o mais dramático pelas suas conseqüências sobre as famílias daqueles que vêem seus salários retidos.

Dissemos que há uma procura do confronto por parte dos dirigentes universitários porque esta greve se iniciou como conseqüência de um aumento salarial de 6% a nós, docentes, negado aos funcionários. Era completamente previsível que os funcionários reagissem diante dessa verdadeira punição social, coletiva e a priori, que os condena a pagar, com sua perda salarial, a recomposição de quem menos precisa: os docentes.

O Conselho de Reitores recusou-se sequer a considerar a extensão desse aumento aos funcionários, ou mesmo uma distribuição mais equitativa do orçamento previsto para recomposição salarial, inclusive quando os representantes de todos os setores, até dos docentes, renunciaram a toda outra reivindicação. Também era previsível que, na USP, universidade onde a comportamento das autoridades foi mais conflitante, chegando-se ao extremo de cortar o salário dos servidores, acontecesse a atual ocupação da reitoria, desta vez não por estudantes com longas pautas de reivindicação, mas por trabalhadores com uma única exigência entendível por qualquer cidadão: o pagamento do salário para sustentar suas famílias.

O que nos motiva a incluir a expressão “pão e circo” nesta coluna é o papel reservado pelas autoridades a nós, docentes: o de beneficiários compulsivos da punição aos funcionários. Papel perigoso, pelo desgaste que prefigura na convivência entre setores da universidade. A explicação dada pelos reitores, de que se tenta valorizar o trabalho dos docentes resulta questionável, já que enquanto isso acontece, conhecemos um comunicado da reitoria da USP que anuncia que a reposição dos docentes aposentados exigirá justificativas específicas, prefigurando-se a redução do quadro de professores no mediano prazo.

Nesse contexto, a simpatia que as autoridades tentam ganhar entre nós, professores, parece ter base apenas no prazer pela humilhação do mais fraco, que coloca o menos fraco, imaginariamente, mais próximo de quem detém o poder.

Na USP, isso se vê reforçado por um detalhe que acrescenta populismo: logo em um ano eleitoral, nós, docentes, recebemos um vale-alimentação de entre 300 e 400 reais, sustentado pelo mesmo orçamento do qual se nega o aumento aos funcionários. Nunca tínhamos recebido um benefício como esse, instrumento de solidariedade social que não parece adequar-se a nossa função e perfil sócio-econômico. O que se espera de nós, enquanto contemplamos, de vale na mão, a série de castigos supostamente desferidos para valorizar-nos? Qual é a real valoração intelectual e ética que prefigura, para nós, esse lugar que, na cena, nos é proposto?

São perguntas que interessam não apenas aos protagonistas da vida acadêmica, mas à sociedade em geral, porque nelas também se interrogam modelos de universidade e de educação.

(*) Adrian Pablo Fanjul é professor e pesquisador no Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Mais informações acesse: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16703