Para o IBGE Copa do Mundo altera padrão de consumo do brasileiro e ajuda a segurar a inflação

A Copa do Mundo da África do Sul ajudou a segurar os preços no Brasil, como mostra a série histórica do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A variação zero do IPCA de junho está diretamente ligada à Copa do Mundo”, afirmou a coordenadora da pesquisa, Eulina Nunes. Nenhuma novidade pois, segundo ela, desde o Plano Real a inflação registra queda nos períodos de Copa do Mundo.

“Em 1998, a inflação na época da Copa foi a menor taxa mensal do primeiro semestre (0,02%). Em 2002, maio registrou a menor taxa do primeiro semestre (0,21%). Em 2006, houve deflação de 0,21% e neste ano a variação de junho foi de 0%”, exemplificou ela.

O motivo seria a mudança no padrão de consumo dos brasileiros durante o mundial. “O brasileiro é muito apaixonado por futebol e são comuns as mudanças de hábito na alimentação, mais voltada para o churrasco, para a pizza, comida fora de casa, e os comerciantes diminuem os preços. As lojas de vestuário também fizeram muitas promoções de produtos ligados à Copa. Já as passagens áreas aumentaram, sobretudo em função do evento, já que houve muitos feriados e festas”.

A pesquisadora explicou que a relação entre inflação e copa é consequência do estudo mais detalhado da série, visto que a queda brusca de alguns grupos não se justificava, já que o Brasil está vivendo um período de economia aquecida e com boas taxas de emprego e de renda familiar. “Foi uma descoberta muito curiosa e interessante,” completou Eulina Nunes.

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Ministério da Saúde estima que 25 mil jovens corram risco de vida pelo uso de crack

O crack, droga formada pela mistura de bicarbonato de sódio e cocaína, ameaça a vida de 25 mil jovens brasileiros. A estimativa é do Ministério da Saúde e, segundo o coordenador de Saúde Mental, Álcool e Drogas do ministério, Pedro Delgado, a dependência coloca esses jovens no nível de marginalidade extrema. Ele falou sobre o problema no Seminário Internacional de Políticas sobre Drogas, na Câmara Federal.

Delgado disse ainda que faltam estudos de âmbito nacional sobre o tema, mas os dados do ministério mostram que existem padrões diferentes de uso das drogas, inclusive do crack. “Existem duas populações de consumidores de crack no Brasil. Uma que estimamos em 25 mil jovens que estejam em vulnerabilidade máxima e corram risco de vida e outra, em situação menos grave, com 600 mil pessoas que fazem uso frequente da droga”.

O coordenador do Ministério da Saúde também falou do problema da mortalidade de adolescentes pelo uso de drogas, citando Maceió como a cidade com o maior registro de morte violenta de jovens. “Temos convicção de que isto tem a ver com a vulnerabilidade associada ao uso de drogas”, disse.

Em maio deste ano o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que cria o Plano Nacional de Combate ao Crack que destinou R$ 90 milhões para o Ministério da Saúde, prioritariamente para a ampliação dos leitos em hospitais gerais. Mais R$ 210 milhões de recursos novos do orçamento do ministério estão sendo utilizados para a ampliação de centros de Atendimento Psicossocial para dependentes químicos, que nas cidades com mais de 200 mil habitantes passarão a funcionar durante 24 horas.

Segundo o representante do Ministério da Saúde apesar da necessidade de ampliação do número de vagas em hospitais gerais, a internação não deve ser vista como a solução do problema. “Em situação de risco existe a opção da internação, mas ela não é a solução para o crack. Os casos mais graves acometem pessoas que passaram pela internação. Precisamos de ações intersetoriais para combater o problema”, disse.

O secretário nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), general Paulo Uchôa, disse que em agosto começam os cursos a distância para a formação de profissionais de diversas áreas para lidar com o problema do crack. Serão 80 mil vagas destinadas a religiosos, conselheiros de infância e adolescência, educadores e profissionais de saúde. “A ideia é fazer uma capacitação coletiva para que todos falem a mesma linguagem”, afirmou.

Uchôa falou também que uma pesquisa realizada pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) mostrará o retrato da situação do crack no país, desde o consumo, o perfil do dependente até as consequências da droga sobre as famílias. Os primeiros dados da pesquisa devem ser apresentados em setembro.

“Com base nos dados revelados na pesquisa faremos um redirecionamento ou direcionamento das ações. Temos muitas informações sobre a cocaína, mas não temos dados aprofundados sobre o uso do crack”.

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BC registra a maior saída de dólares do país desde o auge da crise financeira mundial

O Brasil registrou saída líquida (descontada a entrada) de US$ 4,279 bilhões no mês de junho, segundo dados divulgados hoje (7) pelo Banco Central (BC). Foi a saída de dólares mais elevada desde dezembro de 2008 – período mais agudo da crise financeira internacional – quando investidores tiraram do país US$ 6,373 bilhões. Em 2010, o BC só havia sido registrada saída líquida em fevereiro (US$ 399 milhões). Ao contrário do resultado observado no mês passado, em junho de 2009 houve ingresso líquido de US$ 1,076 bilhão.

Em junho deste ano, o fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) foi o principal responsável pelo resultado, com saída líquida de US$ 3,491 bilhões. No caso do fluxo comercial (fechamento de câmbio para exportações e importações), a saída foi de US$ 788 milhões.

Os dados do BC também mostram que, neste mês, os dólares continuam a deixar o país. Nos dois primeiros dias úteis de julho, saíram US$ 735 milhões. No acumulado de janeiro até o dia 2 deste mês, entretanto, o BC registra entrada líquida de US$ 2,628 bilhões, contra US$ 1,758 bilhão registrados do início de 2009 até os dois primeiros dias úteis de julho.

O BC também informou que as compras de dólares no mercado à vista elevaram as reservas internacionais em US$ 1,92 bilhão em junho. No primeiro semestre, as compras somaram US$ 14,069 bilhões e nos dois dias úteis deste mês ficaram em US$ 158 milhões.

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Preço da cesta básica cai em quase todas as capitais do país, segundo pesquisa do Dieese

Puxada principalmente pela redução do preço da batata, a tendência de queda dos preços da cesta básica medidos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) se confirmou em junho, quando o custo médio ficou abaixo do valor registrado em maio. Segundo o Dieese, os preços do conjunto de itens essenciais caíram em 16 das 17 capitais pesquisadas. As maiores reduções ocorreram em Manaus (-5,1%), Rio de Janeiro (-5%) e Vitória (-4,8%). Somente em Goiânia foi registrado aumento de preços da cesta básica (+ 5,2%) em comparação ao mês anterior, resultado atribuído, sobretudo, à alta do feijão.

Apesar da redução mensal, a elevação dos preços acumulada no primeiro semestre ainda não foi compensada Em todas as cidades pesquisadas, os moradores pagaram mais em junho do que em janeiro pelos mesmos produtos. As maiores variações foram registradas em Recife (21,8%), Goiânia (16,8%), Natal (13,8%), João Pessoa (13,6%) e Salvador (13,4%). As capitais onde a cesta básica custa mais caro são São Paulo (R$ 249,06), Porto Alegre (R$ 248,15) e Manaus (R$ 236,57). Já as cidades mais baratas são Fortaleza (R$ 181,92), Aracaju (R$ 184,17) e João Pessoa (R$ 193,94).

Considerando o maior custo registrado (R$ 249,06) e o preceito constitucional de que o salário mínimo deve ser suficiente para que um trabalhador supra as necessidades familiares com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima que o salário mínimo, em junho, deveria ser de R$ 2.092,36 (quatro vezes maior do que o valor atual, de R$ 510). Em maio, o departamento havia apontado a necessidade de o trabalhador receber R$ 2.157,88 ao mês.

Tomando mais uma vez São Paulo por base, os pesquisadores calcularam que o brasileiro teve que trabalhar, em média, 94 horas e 56 minutos para ganhar os R$ 249,06 necessários à aquisição dos itens considerados essenciais: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Menos tempo, portanto, do que as 97 horas e 39 minutos registradas em maio deste ano. Mas ainda acima das 90 horas e 14 minutos que o trabalhador cumpria em junho de 2009 para adquirir os mesmos itens da cesta básica.

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São Paulo tem o 6º pior trânsito do mundo, aponta pesquisa

A cidade de São Paulo ficou atrás apenas de outras cinco – Pequim (China), Cidade do México (México), Joanesburgo (África do Sul), Moscou (Rússia) e Nova Déli (Índia) – em uma pesquisa sobre o pior trânsito em 20 locais do mundo, divulgada na sexta-feira (02). A capital paulista aparece em sexto lugar na primeira edição da pesquisa IBM Commuter Pain (Sofrimento dos Usuários do Transporte, em tradução livre) que entrevistou 8.192 motoristas. As informações são da BBC Brasil.

Em São Paulo, 61% dos entrevistados disseram que o trânsito está “um tanto” ou “muito” pior nos últimos três anos, tornando a cidade uma das mais problemáticas do mundo, segundo a IBM. A empresa de informática informou que os resultados da pesquisa serão usados na busca de soluções para a administração do tráfego, como pedágios automáticos, previsões de congestionamento em tempo real e planejamento inteligente de rotas.

Para a a maioria dos entrevistados, o trânsito piorou nos últimos três anos. A cidade com pior tráfego é a capital chinesa, Pequim, depois vem a Cidade do México, Joanesburgo, Moscou, Nova Déli e São Paulo.

A pesquisa mostrou ainda que as cidades com as melhores condições de trânsito são Estocolmo, na Suécia, depois Melbourne, na Austrália. No estudo foram considerados o tempo gasto no transporte e em congestionamentos, se o trânsito piorou, se dirigir causa estresse e se os problemas no tráfego afetam o trabalho.

Dos 8.192 motoristas ouvidos, 31% já passaram pela situação de simplesmente desistir de ir ao trabalho e voltar para casa por causa do trânsito. Em Moscou, na Rússia, motoristas relataram congestionamentos de cerca de duas horas e meia como os piores que enfrentaram nos últimos três anos.

Para os moradores de Pequim, problemas de trânsito já afetam a saúde. Com uma classe média em rápido crescimento, o número de novos carros registrados nos primeiros quatro meses de 2010 em Pequim subiu 23,8%, segundo o serviço municipal de impostos. Mas 48% dos entrevistados da cidade afirmam que o trânsito melhorou nos últimos três anos, o que reflete importantes iniciativas para melhorar o sistema de transporte da cidade de acordo com a pesquisa.

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Relator do Ficha Limpa aprovado na Câmara não foi Índio da Costa

Assim que foi anunciado o nome do vice de José Serra para a Presidência da República, o perfil do deputado Índio da Costa (DEM-RJ) incluía menções à relatoria do projeto Ficha Limpa. No entanto, o texto votado e aprovado em plenário pela Câmara dos Deputados foi emendado por outro relator, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).

Depois de entregue o texto inicial, com 1,6 milhão de assinaturas, para o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), a matéria foi encaminhada a Índio da Costa, que relatou um grupo de trabalho criado especificamente para a proposta.

Em abril, em função de pressão de partidos da base aliada, o projeto voltou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde foi alterado pelo deputado petista. O acordo previa um prazo de 20 dias para a apreciação na comissão, o que não ocorreu. Nesse caso, o acerto de líderes previa o apoio, por parte da base governista, ao pedido de urgência, que leva temas importantes diretamente ao plenário.

No dia 5 de maio, os deputados aprovaram o substitutivo de Cardozo, com doze destaques apresentados em acordo de líderes. A principal novidade em relação ao texto de Costa era a possibilidade de o candidato apresentar recurso com efeito suspensivo da decisão da Justiça.

O efeito suspensivo permite a candidatura, mas provocará a aceleração do processo, porque o recurso deverá ser julgado com prioridade pelo colegiado que o receber. Se o recurso for negado, será cancelado o registro da candidatura ou o diploma do eleito.

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