Índice que reajusta aluguéis sobe para 0,55% na segunda prévia do mês

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,55%, na segunda apuração de agosto. No mesmo período de julho, a taxa ficou em 0,03%, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IGP-M é usado como referência para o reajuste de aluguéis e tarifas de energia elétrica. De acordo com a FGV, a elevação da taxa foi fortemente influenciada pelo aumento nos preços de produtos no atacado, com a variação do Índice de Preços ao Produtor de –0,01% na segunda medição de julho, para 0,89% na segunda prévia de agosto. O destaque foi o minério de ferro, cuja taxa passou de –0,73% para 14,81%, na mesma comparação.

Já os preços de produtos no varejo continuaram em queda. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de -0,28%, no segunda medição de agosto, ante -0,18%, no mesmo período do mês anterior. As maiores contribuições foram dos grupos alimentação (de -0,88% para -1,33%), e vestuário (de -0,03% para -1,08%).

O terceiro componente do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), também registrou decréscimo na segunda prévia de agosto, com taxa de 0,27%, ante 0,72%, no mesmo período do mês anterior. A taxa do índice relativo a materiais, equipamentos e serviços passou de 0,55%, em julho, para 0,43%, em agosto. O índice sobre o custo da mão de obra registrou taxa de 0,09%, inferior à do mês anterior, de 0,91%.

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E-mail de campanha só pode ser enviado para eleitor cadastrado

A reforma na legislação eleitoral passou a permitir que os candidatos peçam votos por meio de blogs, redes de relacionamento e mensagens eletrônicas enviadas para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação, seja por iniciativa dos partidos, deles próprios ou de qualquer pessoa.

Para coibir o uso de spam (mensagem automática de propaganda indesejada), a lei determina que os e-mails de candidatos tenham mecanismo que permita ao destinatário pedir seu descadastramento. Caso o pedido não for atendido em até 48 horas, o responsável pelo envio poderá pagar multa de R$ 100 por mensagem.

Além disso, a legislação proíbe a venda e a cessão de e-mails de clientes a candidatos, partidos ou coligações, para evitar que mesmo as propagandas gratuitas – que são permitidas em determinados sites – possam estimular a formação de um mercado paralelo com esse tipo de informação.

Regras para sites

No caso da propaganda em sites, a única exigência é que o endereço eletrônico seja comunicado à Justiça Eleitoral e esteja hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no País.

A legislação proíbe, no entanto, qualquer forma de propaganda paga e a realizada em sites de pessoas jurídicas – com ou sem fins lucrativos – e de órgãos da administração pública. O descumprimento sujeita o infrator a multa de R$ 5 mil a R$ 30 mil.

A Justiça Eleitoral também pode suspender, por 24 horas, o acesso a todo o conteúdo das páginas na internet que não cumprirem a lei. Nesse período, o responsável deverá informar os usuários que a página está temporariamente inoperante por desobediência à legislação eleitoral.

As novas regras sobre propaganda eleitoral na internet estão previstas na Lei 12.034/09, que alterou dispositivos da Lei Eleitoral (9.504/97) e da Lei dos Partidos Políticos (9.096/95).

Página da Câmara

Como reflexo da proibição de propaganda em sites de órgãos públicos, a Câmara retirou de suas páginas na internet, no último dia 15 de julho, todos os links, endereços e mecanismos de redirecionamento para sites pessoais externos de deputados.

Isso se justifica também pelo fato de que, neste ano, disputam a reeleição 158 dos 179 deputados do Sudeste; 121 dos 151 deputados do Nordeste; 61 dos 77 deputados do Sul; 51 dos 65 deputados do Norte; e 29 dos 41 deputados do Centro-Oeste. Outros 32 deputados são candidatos a senador; 10 a governador; 8 a vice-governador; 5 a deputado estadual; 2 a suplente de senador e 2 a vice-presidente.

Direito de resposta

Outro dispositivo trazido pela reforma eleitoral estabelece que é livre a manifestação do pensamento por meio da rede mundial de computadores durante o período das campanhas eleitorais, sendo vedado o anonimato e assegurado o direito de resposta àqueles que forem comprovadamente lesados.

O direito de resposta na internet, obtido por partido ou candidato, deverá ter o mesmo destaque dado à ofensa, observando-se igual espaço, horário, tamanho e outros detalhes. A resposta deverá ficar disponível por tempo não inferior ao dobro do que esteve disponível a mensagem considerada ofensiva, e o responsável pela ofensa deverá pagar os custos.

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BNDES muda de papel e vira pilar contra crise

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entra na nova década seis vezes maior do que há dez anos. Em 2000, a instituição financeira desembolsou R$ 23,3 bilhões para novos investimentos. Em 2009, injetou na economia brasileira R$ 137 bilhões, ritmo que deve ser mantido neste ano.

O forte crescimento, de certo modo, reflete o ganho de escala da economia brasileira. Por outro lado, mostra a prioridade dada ao BNDES como instrumento para esse ganho de escala. Em 2008, a instituição foi responsável por 14,2% do investimento na economia brasileira, contra 8,7% em 2000 –  um crescimento médio de 10% de sua contribuição ao longo da década.

Os números despertam atenções e discussões sobre as prioridades do banco. De um lado, grupos que entendem que a instituição interfere demais na economia, prejudicando a competição com o setor privado. De outro, os que consideram que o banco deve estar presente nos projetos estratégicos do país.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu recentemente as críticas de que os desembolsos estão muito concentrados em torno dos maiores grupos econômicos do país. “É normal em qualquer lugar do mundo essa concentração nas grandes empresas. Mas qualquer empresa que apresentar um bom projeto pode ser contemplada com financiamento.”

Luiz Carlos Prado, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-assessor da diretoria do BNDES (2003-04), concorda que é natural que os desembolsos se concentrem em determinados setores ao longo do tempo. Depende não apenas das demandas isoladas, mas das prioridades apresentadas pelo Estado brasileiro. Criado em 1952, o banco atende à agenda apresentada pelos governos.

Foi assim com Juscelino Kubitschek, no desenvolvimento da indústria de transportes. Com os militares, na expansão da indústria de bens de consumo. “A discussão sobre o custo gerado para o Tesouro para fazer investimentos no BNDES é um equívoco completo. Tem de levar em conta não apenas as taxas de juros, mas os tributos que serão pagos pelas novas empresas que surgirem”, afirma o professor (leia aqui entrevista na íntegra).

Que destino?

Uma avaliação a longo prazo dos negócios do banco permite ver a oscilação a que se referem os especialistas. Os balanços da segunda metade da década de 1990 e do começo da década atual mostram que, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002), o banco foi utilizado para financiar a privatização e, logo em seguida, a modernização dos setores privatizados.

O caso mais claro é o das telecomunicações. O relatório de 1999 anotava que “com a privatização, surgiram significativas oportunidades de negócios que vêm demandando vultosos investimentos para desenvolver e modernizar a infraestrutura.” No ano seguinte, as empresas de telecomunicações receberam mais da metade dos R$ 8,7 bilhões destinados ao setor de infraestrutura.

Outro aspecto é que, ao longo do governo FHC, os maiores desembolsos, por empresa, estavam concentrados em bancos: Itaú, Unibanco e Bradesco, além do Banco do Brasil, refletindo a ideia de que caberia ao setor privado, e não ao BNDES, a expansão do crédito.

“Os bancos públicos na gestão FHC, embora não tenham sido privatizados, tiveram a gestão privatizada. O BNDES tinha virado quase um banco de investimento convencional, não era mais um banco de desenvolvimento. Essa é uma diferença fundamental, no sentido de financiar projetos que tenham valor estratégico”, indica Ricardo Carneiro, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp.

Os projetos de valor estratégico são, por exemplo, os incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em 2008, metade dos projetos contratados junto ao setor de infraestrutura do BNDES pertenciam ao PAC.

Naquele mesmo ano, veio a crise financeira internacional. E então, na avaliação de especialistas, o BNDES foi um dos pilares do sistema público que garantiram que a crise, por aqui, fosse mais amena que em outras partes. “O papel do BNDES foi na direção inversa do que iriam outras instituições numa situação como aquela. O que cumpre a um banco de fomento é evitar que haja escassez de fundos, mantendo um certo nível de atividade da economia”, defende Prado, da UFRJ.

Outros caminhos

O caminho poderia ter sido outro. Documento revelado em abril deste ano pela CUT indica que, em 1999, o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal passariam por um estudo para “possíveis alienações de participações nessas instituições, fusões, vendas de componentes estratégicos ou transformações em agências de desenvolvimento ou em bancos de segunda linha”.

Carlos Lessa, que presidiu o banco no começo do governo Lula, afirmou em entrevista recente ao portal Terra Magazine que, assim que chegou ao BNDES “queriam convertê-lo em banco de investimento, para depois dizerem: não precisamos de um banco de investimento. Expliquei tudo isso a Lula. Tanto que Lula me deu uma carta branca. Demiti todos os quadros, não sobrou um. Fiz logo uma hecatombe! Demiti cento e tantos”, relatou ao repórter Claudio Leal.

O resultado foi que, em julho de 2009, o Estado pôde criar dentro do banco o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), instrumento anticrise responsável por boa parte do desembolso recorde de recursos.  Até julho deste ano, o PSI tinha uma carteira de R$ 82,4 bilhões, 70% destinados à aquisição de máquinas e de equipamentos.

“Do ponto de vista da sociedade civil é importante para reafirmar o caráter público do Estado. Defendemos o caráter estatal e público do BNDES, até porque há a perspectiva de transferir recursos públicos para os bancos privados”, pondera João Roberto Lopes Pinto, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), uma das entidades que integram a Plataforma BNDES, que analisa o papel do banco e apresenta propostas com vistas à melhoria de seu desempenho.

Um dos pedidos é por mais transparência na concessão dos financiamentos e pela maior distribuição dos recursos entre setores produtivos e empresas de menor porte.

“Há um discurso da necessidade de concentrar recursos nesses setores para ganhar projeção internacional. Essa é uma profecia que se autorrealiza, vira uma coisa inevitável: precisa de ganhos cada vez maiores para poder competir. Mas isso não é garantia de nada porque o BNDES financia tanto empresas nacionais quanto estrangeiras” (leia aqui a entrevista na íntegra).

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Debate online com os candidatos ao governo de São Paulo

Em debate realizado pelo portal Uol e jornal Folha de S. Paulo, o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin voltou a defender a aprovação automática em escolas da rede pública de ensino. Entretanto, foi confrontado pelo candidato do PT, Aloizio Mercadante, que afirmou que o governo de São Paulo deve desculpas aos jovens, pois tiveram a educação comprometida pela deficiente formação e falta de oportunidades.

Pressionado pelos candidatos do PP e PT, o tucano limitou-se a desviar o foco das perguntas feitas, não respondendo à maioria das críticas direcionadas aos 16 anos do PSDB no governo paulista.

Celso Russomano (PP), o terceiro participante, questionou o governo do PSDB sobre a falta de segurança no estado. Ele também afirmou que os dados sobre o tema, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, são maquiados. Russomano sustentou que houve crescimento dos índices de criminalidade e da insegurança. Para o candidato, a polícia de Sâo Paulo trabalha sem estrutura e muitas cidades não têm nem delegado de polícia.

Mais críticas

Questionado sobre o caos aéreo, principalmente em São Paulo, Alckmin afirmou que em seu governo houve a ampliação e reforma dos aeroportos, como o de Itanhaém , no litoral de SP, onde há uma base de exploração das reservas do Pré-Sal.

Alckmin também foi confrontado a respeito do descumprimento do edital de privatização de empresas do setor elétrico por parte das empresas compradoras. Alckmin limitou-se a dizer: “Vou verificar” e voltou a afirmar: “Estado provedor de tudo não existe. Temos de trazer a iniciativa privada para o país”.


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Segurança nas eleições não está comprometida, afirma presidente do TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, afirmou hoje (18) que não haverá falta de segurança no processo eleitoral. A declaração veio após o atentado que acertou com mais de 30 tiros o carro em que estava o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), Luiz Mendonça, na manhã de hoje.

Questionado sobre a possibilidade de o atentado abrir brecha para outros episódios de violência nos dias de votação, o presidente do TSE afirmou que a segurança nos dias 3 e 31 de outubro está “totalmente assegurada”. “A não ser esse caso, que é raro, esperamos desenvolvimento tranquilo do processo eleitoral, o que vem acontecendo até agora”, disse Lewandowski.

Na última semana, o TSE aprovou o envio de tropas federais para garantir a segurança de votação em regiões indígenas no Amapá e Tocantins. “Em algumas regiões de fronteiras com outros países haverá necessidade de presença de tropas federais, pois a atividade intensa de narcotraficantes e do crime organizado, que se desloca, pode pressionar e intimidar eleitores”, disse Lewandowski.

O presidente do TSE disse ainda que cogita pedir reforço de segurança para todas as autoridades envolvidas no processo eleitoral, para garantir a tranquilidade do andamento do pleito.

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Para especialistas, a economia na América Latina vai bem, mas os próximos meses preocupam

A situação econômica da América Latina está melhor, mas as expectativas para os próximos seis meses não são tão otimistas. É o que aponta o Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina divulgado hoje (18) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), elaborado em parceria com o instituto alemão Ifo. Ainda assim, segundo a FGV, o resultado deixa a região na fase de boom (crescimento súbito) do ciclo econômico, o que não ocorria desde julho de 2007.

O estudo mostra que o ICE subiu de 5,6 para 6 pontos entre abril e julho de 2010, influenciado pela avaliação positiva dos índices sobre a situação atual (ISA), que aumentou de 4,7 para 5,8 pontos, e de expectativas (IE), que caiu de 6,4 para 6,2 pontos, sugerindo um “boom cauteloso”.

O estudo alerta que especialistas esperam “o pior”. Avaliam melhor a situação presente sem segurança da solidez da recuperação. De acordo com a série histórica do ICE, criado em janeiro de 1990, 6 pontos é um resultado “muito favorável”. A média do ICE nos últimos dez anos para a região foi de 5,1 pontos, enquanto a do mundo caiu de 5,8 para 5,7 pontos.

Na América Latina, Peru, Brasil, Uruguai e Chile mantiveram as posições de liderança na lista dos quatro últimos trimestres. Equador e Venezuela continuaram em 10º e 11º lugares respectivamente. Paraguai, Argentina e México melhoraram de posição, enquanto Colômbia e Bolívia pioraram.

O Brasil manteve o mesmo ICE (7,3 pontos) da edição anterior da pesquisa. Houve melhora na percepção da situação atual (de 8,1 para 8,4 pontos) e piora nas expectativas (de 6,4 para 6,1 pontos).

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Universidade oferece bolsas de estudo à sindicalistas

A Global Labour University (GLU) convida sindicalistas e ativistas do trabalho a se candidatarem ao programa de mestrado “Economia Social e do Trabalho” na Universidade de Campinas em São Paulo, no Brasil. Utilizando uma perspectiva comparativa entre países avançados e em desenvolvimento, este curso vai focar na economia do desenvolvimento, desigualdade, pobreza, estratégias de sindicalismo e corporações multinacionais e o trabalho.

A GLU é uma rede de universidades, sindicatos nacionais e internacionais e organizações diversas, em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com o objetivo de oferecer programas de mestrado para sindicalistas, ativistas do trabalho e especialistas no tema. Esta singular cooperação global oferece aos estudantes uma larga experiência prática e acadêmica. O grupo, composto de estudantes de todo o mundo, cria um ambiente de aprendizado e pesquisa diversificado e internacional.

A data limite para se candidatar é 1º de setembro de 2010. Os cursos são todos ministrados em inglês. Para mais informações sobre o perfil desejado e sobre os formulários e documentos necessários para inscrição, por favor visite nossa página na internet: http://www.global-labour-university.org ou envie suas dúvidas para glu.brazil@eco.unicamp.br.

O “Bureau for Workers’ Activities” e seus parceiros oferecerão um número limitado de bolsas para candidatos de países em desenvolvimento. Os candidatos deverão ter uma carta de endosso de um sindicato para se candidatar à bolsa.

Vinícius de Moraes é promovido pós-morte a embaixador

Em uma cerimônia, ontem (16), com parentes e amigos de Vinícius de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu o poeta e diplomata ao cargo de embaixador pós-morte, ocorrida em 1980.

Ao discursar, Lula afirmou que essa reparação poderia ter sido feita antes e criticou a aposentadoria compulsória do poeta ocorrida no período da ditadura militar após ele ter atuado por 26 anos na diplomacia brasileira. 

“As pessoas que tiveram a atitude de um dia propor a cassação de Vinícius de Moraes certamente não serão lembradas pela história. Amanhã ninguém está ou estará sentindo a falta dessa gente”, disse Lula.

Em 1968, Vinícius de Moraes foi aposentado compulsoriamente por meio do Ato Institucional Nº 5 (AI-5) sob alegação de que seu comportamento boêmio não condizia com a carreira pública. Vinícius atuou na diplomacia brasileira, em geral em atividades burocráticas, servindo em Los Angeles (Estados Unidos), Paris (França) e Roma (Itália).

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que essa é uma das mais pesadas heranças que ficou da ditadura. “Quando puseram a assinatura na cassação de Vinícius era uma autocassação do Itamaraty que se diminui diante do mundo. Isso tudo hoje demonstra que a força do humanismo é maior do que a força da arma, que a força das ideias pré-concebidas”.

A aposentadoria de Vinícius foi publicada quando ele fazia um espetáculo em Lisboa (Portugal) com Chico Buarque de Hollanda e Nara Leão.

Na campanha em SP, Alckmin é quem mais gasta com pedágio

Quatro dos nove candidatos registrados na disputa ao governo de São Paulo gastaram R$ 2,9 mil em pedágios para percorrer 28,6 mil quilômetros em campanha. O levantamento produzido pela Rede Brasil Atual considera os compromissos anunciados nas agendas dos candidatos. Geraldo Alckmin (PSDB), candidato da situação, aparece como o recordista, com R$ 1058,75 consumidos em praças de cobrança de rodovias paulistas para comparecer a 42 cidades.

Depois de Alckmin, que também lidera as pesquisas de intenção de votos, Aloízio Mercadante (PT) é o segundo em volume de gastos com pedágio. Para percorrer 45 municípios, foram R$ 874,30 deixados como pedágio. Enquanto o tucano percorreu 9,9 mil quilômetros, o petista andou 9,5 mil. Celso Russomano (PP) gastou R$ 623,25 e Paulo Skaf (PSB), R$ 366,80.

O preço do pedágio é um dos temas recorrentes da campanha eleitoral no estado. O modelo oneroso de concessão de rodovias, adotado pelas gestões do PSDB – há 16 anos no Palácio dos Bandeirantes – exige o pagamento pela exploração das rodovias por parte das empresas ao governo paulista. Esse montante tem papel de destaque na definição do vencedor do leilão. Segundo críticos da fórmula, esse valor é repassado às tarifas de pedágio, o que explica os altos valores cobrados.

O cálculo das distâncias e do valor pago em pedágios durante a campanha baseou-se na agenda dos candidatos disponível no site de campanha ou fornecido pela assessoria de imprensa de campanha. As distâncias e o valor dos pedágios foram obtidos por meio do Mapeia.com.br.

Foi considerada a despesa de apenas um veículo de passeio por deslocamento, o que significa que a despesa pode ter sido maior. Para todos os compromissos, o levantamento considerou que o transporte foi feito por meio rodoviário.

A agenda de Alckmin fornecida pela página do candidato abarca os compromissos de 16 de julho a 15 de agosto. As atividades anteriores não foram listadas pela assessoria, apesar de pedidos da Rede Brasil Atual. A agenda de Mercadante conta com compromissos desde o primeiro dia de campanha oficial, 6 de julho, até domingo (15). O candidato do PP teve compromissos desde 15 de julho e Skaf, a partir de 23 do mês passado, segundo as respectivas campanhas.

No período, o ex-presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) teve 15 dias sem agenda de campanha. No caso de Russomano, foram nove ocasiões sem compromissos para angariar votos. Alckmin teve apenas dois dias sem agenda de campanha; Mercadante, três – incluindo dois dias dedicados a atividades parlamentares no Senado Federal.

Prioridades

Todos os quatro candidatos já passaram por duas vezes em municípios da região do ABCD. Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema esteve na rota, em geral em compromissos de um mesmo dia. Os candidatos com menos destaque nas pesquisas priorizaram ainda mais as áreas da Grande São Paulo.

A região metropolitana tem a maior densidade populacinal e de eleitores. Além da capital, Guarulhos, São Bernardo e Santo André figuram entre os 20 maiores colégios do país.

A região do Vale do Paraíba, a nordeste do estado, esteve na agenda de três concorrentes, com destaque para São José dos Campos. A sede da Embraer também já foi visitada pelos presidenciáveis mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais. Bauru e Marília, na região central, e Presidente Prudente, a oeste do estado, também receberam pelo menos três candidatos cada.

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Saúde da Família adapta-se ao Centro de SP

No centro de São Paulo, o Programa da Saúde da Família tem peculiaridades, comparado a outras regiões. A política, aplicada em todo país e que atende a 98 milhões de brasileiros, foi ajustada à população que reside na área.

A Unidade Básida de Saúde (UBS) República foi aberta com o intuito de atender exclusivamente a população de rua. “Nosso dia a dia acabou confirmando um estudo da Secretaria Municipal de Saúde que indicava que o centro não era uma região sem moradores”, afirma Tatiana Alecrim, gerente da unidade.

Aí entra outra peculiaridade: na região central, não há tantas famílias com a constituição convencional de pais e filhos, mas muitos idosos morando sozinhos. Como há maior envolvimento com cada paciente, há, por consequência, vínculos maiores com a comunidade. O médico Daniel Ferreira, que havia formado na periferia grupos para discutir tabagismo, alcoolismo e hipertensão, deparou-se com novos desafios quando passou a atuar na República. Ficou claro que o isolamento das pessoas é um dos motivos para algumas doenças mais recorrentes nesta área.

“O médico deveria trabalhar muito mais na lógica da saúde do que na doença”, pontua. “A doença é uma possibilidade de transformação. Tentamos fazer da doença o casulo da lagarta. É apertado, é escuro, é ruim. Mas se tiver calma para sair de lá, vai sair uma borboleta, muito mais bonita”, compara.

Quebrar o gelo, sociabilizar passou a ser tarefa de Daniel, que todas as sextas-feiras reúne seu grupo para atividades. Alimentação saudável, cultura e estilo de vida estão entre os objetivos principais dos encontros, que começam à uma e meia da tarde na Galeria Olido.

Passeios

Alguns torceram o nariz para o passeio daquela sexta-feira. Acostumados a museus e a centros culturais, os integrantes do grupo estranharam quando souberam que o Cemitério da Consolação, o mais antigo de São Paulo, era o destino. Uma forma de discutir com os pacientes a aceitação da morte como um fenômeno natural, ao mesmo tempo em que se aproveita a caminhada para ver obras de arte e alguns dos maiores mausoléus do país e do continente.

Transporte público foi a forma de deslocamento para o grupo, que neste dia contava em torno de 15 pessoas. Um alongamento, uma breve conversa e já estavam todos preparados para iniciar o giro pelo luxuoso cemitério, que abriga famílias tradicionais, artistas, políticos. Maura Fernandes, violão em mãos, não descuida um segundo da parte musical do evento. Dona Marta, aos 84, garante não ter medo da morte e desfruta o passeio. Dona Cida, que relutou em vir devido a um problema no joelho, tenta esquecer a dor enquanto pode. Mário de Andrade, Prudente de Morais e Marquesa de Santos ficam para trás. O grupo se aproxima do final da visita. Durante algumas horas, amizades iniciadas graças a este trabalho se reforçaram, idosos deixaram problemas de lado; o silêncio do cemitério ajudou a trazer paz para os ânimos. No dia seguinte, estarão todos novamente reunidos para um sarau organizado pelo médico.

Outros exemplos de interação entre equipe de Saúde da Família e comunidade surgem pelo Brasil. Rompe-se, aos poucos e graças ao esforço de muitos profissionais que aceitam ganhar menos do que conseguiriam na iniciativa privada, o conceito da necessidade de consultas rápidas e frias, pilhas de exames, muitos remédios e pouca satisfação.

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