Natal deve bater recorde de vendas e de geração de empregos

A microempresária Lucrécia Conti já se antecipou ao aumento de vendas esperado para o Natal. A três meses do maior pico de vendas do ano, ela contratou uma auxiliar para reforçar a equipe de vendas de sua loja de roupas infantis, no centro de São Paulo. “Querendo ou não, no Natal vamos vender mais”, estima Lucrécia.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), maior mercado consumidor do país, avalia que o crescimento das vendas no Natal será de 4 a 6% maior que 2009 – ano em que apesar da crise econômica mundial, as vendas no Natal surpreenderam  com crescimento de 6% em relação a 2008. “2009 foi o Natal que mais vendeu”, informa Fabio Pina, assessor econômico da entidade.
 
Para 2010, a expectativa é ainda melhor, aponta Pina.  “[Em 2009] o valor acumulado de vendas no Brasil foi maior de todos os tempos, esse vai ser de novo, e o ano que vem de novo”, explica o especialista da Fecomercio. “Esses são recordes feitos para serem quebrados”, ensina.
 
O assessor acena com um Natal extraordinário.  “Será mais do que um ano de recuperação”, analisa. Levando em conta que em 2009, com toda a crise econômica, as vendas cresceram graças ao consumo das famílias e apesar do desempenho ruim do setor industrial, ele prevê que com o crescimento do varejo e da indústria em 2010 e com o PIB chegando a 7,5% de crescimento, o Natal terá um impacto muito bom para todos os setores econômicos.
 
Silvana Pinheiro, proprietária de uma franquia de cosméticos na região central de São Paulo, espera um incremento de 50% nas vendas. “No ano passado, a crise estava no noticiário e no inconsciente das pessoas”, conta. “Este ano as vendas já estão melhores ao longo de todo ano”, indica.
 
Para a gerente de uma rede de calçados, Larissa Lima, a expectativa é de crescer pelo menos 20% no fim do ano, em relação à média de vendas do ano. Em 2009, a loja que Larissa coordena registrou aumento de vendas também de 20% no Natal. “As metas da empresa são agressivas, mas nós temos conseguido superá-las todos os anos”, revela.
 
Contratações
 
O bom momento da economia deve repercutir também na contratação de trabalhadores temporários, revela a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem).
Estudo da associação estima que 139 mil vagas temporárias serão geradas em todo o país – no comércio e na indústria – até o final do ano. O número exclui estagiários, terceirizados e contratos informais.
 
A expectativa de contratações temporárias  é 11% superior a de 2009, de acordo com o levantamento da associação.  Cerca de 30% das vagas serão oferecidas na indústria e 70% no comércio.
 
“Há anos, o período que antecede o Natal é sinônimo de trabalho para milhares de pessoas, estejam elas em busca de uma oportunidade de emprego efetivo ou apenas renda extra”, lembra a Asserttem.
 
E, caso a previsão da entidade se confirme, “será o melhor resultado da história”, aposta a Assertem. Para o presidente da associação, Vander Morales, o aumento da renda familiar e a estabilidade da economia são os grandes responsáveis pelo otimismo do mercado. “Com aproximadamente 44% dos consumidores, a classe C continua em evidência, principalmente após a migração de brasileiros vindos de classes mais baixas”, detalha.
 
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Indústria paulista cria 8 mil vagas em agosto e se reaproxima de nível pré-crise

O setor industrial paulista criou 8 mil vagas em agosto, segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O resultado representa alta de 0,31% em comparação com julho e uma variação positiva de 4,79% em comparação com agosto de 2009.

De acordo com a pesquisa, 15 setores obtiveram resultados positivos na geração de empregos, com destaque para o de máquinas e equipamentos, que abriu 2.166 vagas em agosto. O setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos se manteve estável, enquanto seis apresentaram saldo negativo.
 
De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, entre dezembro de 2009 e o mês passado, a indústria paulista criou 180 mil postos de trabalho. Descontadas as demissões rotineiras que devem ocorrer no último trimestre do ano, quando, historicamente, o setor produtivo promove ajustes, a expectativa é de que o nível de emprego do setor em SP chegue a 5%, o que significará a geração de 120 mil vagas.
 
“Ainda não recuperamos os empregos existentes antes da última crise [econômica], mas estamos muito próximos disso. Acreditamos que se isso [a recuperação] não ocorrer ainda este ano – o que achamos que não deve mesmo acontecer -, isso acontecerá já no início de 2011”, disse Francini, ressaltando que o nível da atividade industrial pré-crise já foi retomado.
 
Desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2005, o melhor resultado de crescimento anual foi atingido em 2007, quando o número de postos de trabalho cresceu 4,6%. O pior resultado, -0,1%, foi registrado em 2006. No entanto, se considerado somente o mês de agosto, a alta de 0,31% deste ano é a maior da série histórica, tendo superado os 0,28% de 2007.
 
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Ministério de Minas e Energia defende aumentar em 15 vezes área para etanol

O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida, defendeu que as terras destinadas à produção de etanol sejam aumentadas em 15 vezes. “O Brasil produz etanol com qualidade de forma sustentável. Hoje, temos o potencial de produzir 15 vezes mais na área, passando de 0,5% para 7,5% do território cultivado”, afirmou nesta segunda-feira (13) ao participar da Feira Internacional do Petróleo e Gás, no Rio de Janeiro.

Na realidade, segundo dados do Censo Agropecuário do IBGE, o cultivo de cana ocupa 2,5% das áreas agricultáveis brasileiras. O IBGE coletou dados de 2006. Como, de lá para cá, o etanol foi mais incentivado, pode-se dizer que a área cultivada com cana-de-açúcar não se reduziu.
 
Almeida não considera que o aumento da área cultivada de etanol possa prejudicar o cultivo de alimentos no país. O atual zoneamento territorial brasileiro veta o plantio de cana no Pantanal mato-grossense, na Amazônia e no Alto Paraguai. “Um estudo demonstra que estão disponíveis para expansão 12% das áreas no Brasil que não são utilizadas para produção de grãos, não são para produção de etanol, pastagens e não são áreas não agricultáveis como cidades e reservas ambientais”, defende o representante de Minas e Energia.
 
O Censo Agropecuário, por outro lado, afere que a cana já vinha avançando, em 2006, sobre as áreas de laranja, com as duas culturas disputando os mesmos espaços, em especial no interior de São Paulo. O IBGE assinala também em seu estudo que, à medida que ganha força o etanol, os produtores com menos capacidade de capitalização se veem alijados do setor.
 
Almeida aponta que o governo federal tem planos de incentivar a classificação do álcool combustível como commoditi, o que significa que o produto básico será cotado no mercado internacional, incentivando a formação de novos mercados e o aumento do consumo. “Um problema qualquer que tivermos, com o clima, por exemplo, teremos dificuldade de atender às demandas internacionais, o que não é bom. É fundamental que vários países participem do programa do etanol”, defendeu.
 
O relator da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Direito à Alimentação, Olivier de Schutter, manifestou em março deste ano que dificilmente os camponeses e os trabalhadores urbnaos serão beneficiados por tal medida. Schutter considera que, pelo contrário, pode aumentar a pressão sobre áreas de produção de alimentos.
 
Ele lembrou que não é compatível que o agronegócio receba tanto dinheiro na comparação com a agricultura familiar, que ocupa menos áreas para produzir mais alimentos. “O Brasil aposta no modelo exportador, com a expansão da soja e do etanol de cana-de-açúcar como principais prioridades, entretanto ainda resta avaliar os efeitos distributivos deste modelo”, assinalou.
 
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Jornal francês destaca que Bolsa Família alimenta 12 milhões no Brasil

O jornal francês Le Monde destaca, em reportagem da correspondente em Brasília Annie Gasnier, os resultados do programa Bolsa Família. Intitulado “No Brasil, 12 milhões de famílias comem graças a uma bolsa”, o texto lembra que o programa corresponde a 2% do orçamento do governo federal e reduziu a desnutrição infantil em 73%.

O sucesso da iniciativa levou, ainda segundo a publicação, o candidato da oposição, José Serra (PSDB) a prometer manter o programa “apesar de o PSDB tê-lo qualificado de ‘programa assistencialista'”.
 
A reportagem lembra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conheceu a fome em sua infância em Garanhuns, no Nordeste brasileiro. Segundo o texto, as mães da região produziam sopas com folhas de cacto para “encher a barriga” de seus filhos que “choravam de fome”. Uma vez empossado, o texto lembra que o Fome zero foi instalado no primeiro dia do mandato.
 
“Oito anos mais tarde, a três meses de abandonar a Presidência, o chefe de Estado se orgulha dos resultados obtidos: 28 milhões de brasileiros saíram da miséria”, ressalta o texto. “Em 2003, 12% da população (22 milhões) sofriam com a fome, taxa reduzida a 4,8% em 2008 (10 milhões)”, prossegue.
 
O Bolsa Família alcança atualmente 12 milhões de famílias em todo o Brasil, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social. São investidos R$ 10 milhões a ano no programa, “pouco menos de 2% do orçamento”, destaca o jornal.
 
Candido Grzybowski, diretor da ONG Ibase, entrevistado pelo Le monde, sustenta que, caso a bolsa seja suspensa, as pessoas “morreriam de fome”. “É preciso completá-lo (ao Bolsa Família) por reformas estruturais, especialmente na educação, para oferecer outro futuro para as crianças”, defendeu.
 
Outra fonte ouvida pela reportagem foi Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência. Ele atribui a credibilidade brasileira no cenário mundial ao combate às desigualdades sociais e à fome.
 
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Cuba anuncia demissão de 500 mil funcionários públicos nos próximos seis meses

O governo cubano anunciou ontem (13) que vai demitir pelo menos 500 mil funcionário públicos, o equivalente a 20% dos trabalhadores estatais do país. As demissões vão ocorrer nos próximos seis meses. Em contrapartida, as autoridades determinaram a ampliação do número de permissões para se trabalhar por conta própria e abrir pequenas empresas, na maior mudança de mão de obra para o setor privado desde a Revolução Cubana em 1959.

As informações são da agência BBC Brasil. Os cortes no setor público podem chegar a até 1 milhão de postos, já que a Central de Trabalhadores de Cuba (CTC) disse, em comunicado, que “é sabido que o excesso de vagas é de mais de 1 milhão nos setores orçamentário e empresarial”. 
 
A CTC afirmou que “o Estado não pode nem deve continuar a manter empresas com quadro de funcionários inflados, que criam empecilhos para a economia e deformam a conduta dos trabalhadores”.
 
A maioria das vagas cortadas será em setores burocráticos do governo, especialmente nos ministérios do Açúcar, da Saúde Pública e do Turismo. Aos demitidos serão oferecidos empregos em setores com déficit de vagas, como agricultura, construção, magistério, polícia e construção.
 
Aquele trabalhador que não aceitar o novo cargo será demitido e terá direito a receber um salário mensal a cada dez anos trabalhados. A idoneidade de cada trabalhador será o quesito analisado para decidir quem fica no cargo e quem será demitido. Já foram criadas comissões para estudar os casos.
 
Também serão emitidas 460 mil licenças para os cubanos abrirem seus próprios negócios e mais de 100 tipos de atividades profissionais particulares passarão a ser permitidas. Outra novidade é que os autônomos poderão contratar funcionários – antes, a lei permitia apenas que parentes do licenciado trabalhassem na microempresa.
 
Os cubanos que abrirem ou já tiverem seu próprio negócio também poderão vender seus produtos ou serviços ao governo. Além disso, poderão abrir conta no banco e terão direito à previdência.
 
No mês passado, o presidente Raúl Castro havia sinalizado que haveria cortes. Segundo ele, o esforço é para reduzir o papel do Estado para lidar com a grave crise que atinge a economia do país. Na ocasião, Castro disse que o objetivo com as demissões é  “suprimir os enfoques paternalistas que desestimulam a necessidade de trabalhar para viver”.
 
A decisão foi anunciada depois de o ex-presidente Fidel Castro conceder entrevista a uma revista norte-americana, em que disse que o sistema de governo socialista de Cuba não funciona. Porém, em seguida, afirmou que foi “mal interpretado”.
 
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Depois de determinação do STJ, médicos peritos retornam hoje ao trabalho

Depois de 84 dias de greve, os médicos peritos da Previdência Social retornam hoje (14) ao trabalho. Segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos, Emanuel Santiago de Menezes, a entidade orientou a todos os associados a voltarem às atividades em cumprimento à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Ainda não fomos comunicados, mas uma decisão de Justiça a gente cumpre. Vamos contestar a decisão por meio de um agravo regimental. Pediremos para ser revista a decisão de ilegalidade da greve”, afirmou Menezes.
Ontem (13), o ministro do STJ Humberto Martins determinou que os peritos retornem ao trabalho a partir desta terça-feira. A decisão foi publicada hoje (14) no Diário da Justiça Eletrônico.
 
Segundo a associação, o ministro reconsiderou decisão liminar anterior e entendeu ilegal e abusiva a greve dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A continuidade da greve acarretaria no pagamento, pela associação, de multa diária de R$ 50 mil e no corte da folha de ponto dos peritos que faltarem ao trabalho a partir da publicação do ato.
 
A entidade convocou os médicos peritos para uma nova assembleia na próxima sexta-feira (17). O objetivo é analisar a decisão da Justiça e os próximos passos do movimento.
 
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Vendas no varejo crescem 0,4% de junho para julho

O comércio varejista brasileiro registrou aumento de 0,4% no volume de vendas e na receita nominal em julho deste ano, em relação ao mês anterior. O crescimento é inferior à alta de 1,0% no volume de vendas e de 0,5% na receita nominal registrada em junho. O dado faz parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, o volume de vendas cresceu em seis da dez atividades pesquisadas, com destaque para livros, jornais, revistas e papelaria, com aumento de 3,4%, e veículos, motos, partes e peças, com taxa de 2,9%. Também apresentaram crescimento os setores de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,9%), material de construção (1,1%), tecidos, vestuário e calçados (0,6%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%).
 
Já os setores que apresentaram redução no volume de vendas de junho para julho foram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,4%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%), móveis e eletrodomésticos (-0,5%) e combustíveis e lubrificantes (-0,2%).
 
Em relação a julho de 2009, o comércio varejista registrou aumento de 10,9% no volume de vendas. De janeiro a julho e no acumulado dos últimos 12 meses, os crescimentos nos volumes foram de 11,4% e 9,7%, respectivamente.
 
As taxas de crescimento da receita nominal foram de 13,5% em julho de 2010 em relação ao mesmo período de 2009, de 14,5% até julho e de 12,7% no acumulado dos 12 meses.
 
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Pela primeira vez em 15 anos, cai o número de pessoas que passam fome no mundo

Pelo menos 925 milhões de pessoas sofrem de fome crônica no mundo, das quais 16% vivem em países em desenvolvimento na África e Ásia. Um estudo divulgado hoje (14) mostra que, pela primeira vez em uma década e meia, caiu o número de pessoas famintas no mundo. Mas o documento alerta que cerca de 19 milhões ainda sofrem de desnutrição grave com risco de morte.

A conclusão é do relatório O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo (cuja sigla em inglês é Sofi), divulgado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM). O alerta é que a alta dos preços dos alimentos pode impedir avanços no combate à fome no mundo.
 
Em comparação a 2009, houve uma redução de 9,6% no número de famintos no mundo. No ano passado, havia 1,023 bilhão de pessoas nesse grupo. Apesar da queda, há dados alarmantes, como o fato de a cada seis segundos uma criança morrer no mundo em decorrência de doenças causadas pela desnutrição.
 
“A fome continua sendo a maior tragédia e escândalo do mundo”, afirmou o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf. “Isso é absolutamente inaceitável”, disse ele, alertando que a meta de redução do número de famintos no mundo corre risco em decorrência da alta do preço dos alimentos.
 
Para a diretora executiva do PAM, Josette Sheeran, a ação dos governos têm sido eficiente, mas isso não significa que é suficiente. “Não é hora de relaxar. Devemos manter o combate à fome no esforço de tentar a estabilidade e a proteção de vidas com dignidade”, disse ela.
 
A meta, fixada pelos países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU), é reduzir em 20% o total de pessoas que passam fome no mundo até 2015. O objetivo é fazer que o número caia de 925 milhões para 400 milhões nos próximos cinco anos.
 
No ano passado, a FAO lançou uma campanha mundial de combate à fome. A iniciativa conseguiu a adesão de mais de meio milhão de pessoas, que assinaram um documento destinado às autoridades mundiais, apelando para que executem ações efetivas que resolvam o problema da fome. A campanha está no ar no site do organismo.
 
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Brasil lidera ranking que mede progresso no combate à pobreza

Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil lidera o ranking que mede o progresso de países em desenvolvimento na luta contra a pobreza. O ranking é da organização não governamental (ONG) ActionAid.

Os novos dados foram divulgados hoje (14) no relatório Who’s Really Fighting Hunger? (Quem Realmente Está Combatendo a Pobreza?), em que a ONG analisa os esforços em 28 países para combater o problema. As informações são da BBC Brasil.
 
A ONG considerou o desempenho dos países em categorias como presença de fome, apoio à agricultura em pequenas propriedades e proteção social. O Brasil é seguido por China e Vietnã. Em último lugar na lista está a República Democrática do Congo.
 
Como em 2009, a ActionAid elogia as políticas sociais adotadas pelo governo federal para reduzir a fome no país, destacando os efeitos benéficos de programas como o Bolsa Família e o Fome Zero. Porém, o relatório destaca o pequeno avanço do Brasil em relação aos demais países emergentes estudados, na adoção de políticas de incentivo à agricultura em pequenas propriedades.
 
Nesse quesito, o documento coloca o Brasil na 26ª posição entre os 28 analisados, à frente apenas da República Democrática do Congo (27º colocado) e da Guatemala (28º). “O governo [brasileiro] começou a investir muito mais na agricultura em pequenas propriedades. Entretanto, ainda há um longo caminho para acabar com a fome e reagir às imensas desigualdades históricas que existem entre os pequenos e grandes produtores”, diz o relatório.
 
Os especialistas que elaboraram o ranking criticam a concentração de investimentos no Brasil no setor de agricultura. “O Brasil tem tido a tendência de concentrar seu investimento em agrobusiness, o que contribuiu para a concentração de terras nas mãos de um pequeno número de pessoas”, diz o relatório.
 
Em seguida, há uma orientação direta para as autoridades brasileiras: “O governo brasileiro  precisa evitar a promoção de biocombustíveis à custa da segurança alimentar, pois a expansão dos biocombustíveis está elevando o preço da terra e transformando plantações em combustível”.
 
O relatório da ActionAid também destaca que a fome causa um prejuízo anual de US$ 450 bilhões para os países mais pobres. Segundo a ONG, dos 28 países emergentes analisados no relatório, apenas oito estão a caminho de conseguir cumprir, no prazo previsto, as Metas de Desenvolvimento do Milênio, da ONU, para a redução da fome. As metas preveem que, em relação aos níveis de 1990, os países diminuam pela metade o número de pessoas subnutridas e de crianças que estão abaixo do peso ideal até 2015.
 
“Lutar contra a fome agora vai custar dez vezes menos do que ignorar o problema. [Em decorrência da fome], todos os anos, a redução da produtividade dos trabalhadores, os problemas de saúde e a oportunidade perdida de buscar educação resultam num custo de bilhões para os países pobres”, disse a presidente da ActionAid, Joanna Kerr.
 
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Velha mídia ignora denúncia envolvendo filha de Serra

Duas reportagens publicadas neste fim de semana tinham a tarefa de agitar o noticiário eleitoral. A primeira, sob o título Sinais trocados, foi publicada por Leandro Fortes em Carta Capital e narra o episódio em que a empresa de Verônica Serra, filha de José Serra, deixou, em 2001, os dados bancários de 60 milhões de brasileiros expostos a visitação pública durante 60 dias. A segunda, publicada pela revista Veja, conta que o filho da ministra-chefe da Casa Civil supostamente vende facilidades aos que querem fechar contratos com o Estado.

Uma delas, no entanto, foi ignorada pelos jornais de maior peso, os chamados “jornalões”. Não é difícil imaginar qual. A reportagem de Leandro Fortes sobre Verônica Serra não ganhou uma linha em O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. A matéria de Veja, por outro lado, foi o destaque de capa de dois deles, que dedicam boa parte de seu noticiário dominical à repercussão do tema.
 
O candidato do PSDB, que vem sendo convidado diariamente a opinar sobre a quebra de sigilo fiscal de sua filha, foi novamente ouvido. Não sobre o episódio da Decidir.com, empresa que tinha sua filha como sócia, mas sobre a Capital Assessoria e Consultoria, do filho de Erenice Guerra, sempre apresentada como “braço-direito” de Dilma Rousseff.
 
Diferenças
 
É um bom exercício para o começo desta semana imaginar por que os jornais nada noticiaram sobre a reportagem de Carta Capital. A revista sofre de falta de credibilidade? Certamente não. Além de contar com a assinatura de Mino Carta, um dos jornalistas de melhor reputação do país, a revista não tem, ao longo de sua existência, um histórico de desmentidos e de distorção de fatos.
 
Quanto a Veja, reputação ilibada não tem sido um sinônimo da semanal da Abril. Foram muitos os episódios em que especialistas e autoridades tiveram de vir a público afirmar que nada haviam dito à revista ou que tiveram suas falas distorcidas. Este caso não é diferente. Fábio Baracat, empresário que aparece na reportagem deste fim de semana afirmando ter sido obrigado a negociar o pagamento de propinas com Ismael Guerra, emitiu nota mostrando-se “surpreendido” pela reportagem.
 
“Primeiramente gostaria de esclarecer que não sou e não fui funcionário, representante da empresa Vianet, ou a representei em qualquer assunto comercial, como foi noticiado (…) Durante o período em que atuei na defesa dos interesses comerciais da MTA, conheci Israel Guerra, como profissional que atuava na organização da documentação da empresa para participar de licitações, cuja remuneração previa percentual sobre eventual êxito, o qual repita-se, não era garantido (…) Acredito que tenha contribuído com o esclarecimento dos fatos, na certeza de que fui mais uma personagem de um joguete político-eleitoral irresponsável do qual não participo.”
 
Motivos
 
A vontade dos grandes jornais em mostrar episódios que possam enfraquecer a candidata Dilma Rousseff gera estranheza até mesmo dentro dessas redações. Na última semana, a Folha publicou que um erro da ex-ministra havia provocado prejuízo de R$ 1 bilhão. A notícia, sem base real, virou motivo de piada na internet, e um viral reproduzido pelo Twitter entrou para os principais tópicos mundiais da rede social.
 
Neste domingo, a ombudsman Suzana Singer chama atenção dos editores da Folha. “O jornal avançou o sinal.” Ela complementa: “Foi iniciativa de Dilma criar a tal tarifa social? Não, foi instituída no governo Fernando Henrique Cardoso.” A ombudsman pede que o jornal deixe o próprio leitor chegar a suas conclusões, sem direcionamentos, e lembra que não tem havido a mesma crítica à gestão de Serra em São Paulo. “A Folha deveria retomar o equilíbrio na sua cobertura eleitoral e abrir espaço para vozes dissonantes. O apartidarismo – e não ter medo de crítica – sempre foram características preciosas deste jornal.”
 
Neste momento, como os institutos de pesquisa indicam que é muito pequena a possibilidade de Dilma perder a eleição, é preciso considerar outros interesses na divulgação de algumas notícias. O Painel da Folha dá uma pista ao falar do caso: “Até agora, ela era dada como nome certo num eventual governo Dilma.” O blog Vi o Mundo, de Luiz Carlos Azenha, levanta uma indagação: “Será que tem o dedo de outros candidatos ao cargo na capa da Veja? Ou será que o Civita quer indicar o primeiro-ministro de um eventual governo Dilma?”
 
Mora aí uma diferença fundamental das atuais eleições. Ainda não se sabe qual será o real impacto da internet sobre os números finais da votação de 3 de outubro, mas a rede se converteu em um espaço para tentar difundir propostas – a favor ou contra os candidatos – e notícias que são ignoradas pela mídia comercial.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/multimidia/blogs/blog-na-rede/midia-comercial-ignora-denuncia-envolvendo-filha-de-serra