Beijaço na Paulista

Em defesa do casamento igualitário, ativistas de movimentos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBTs) protestaram na esquina da avenida Paulista com a rua Augusta, zona sul de São Paulo (SP). Um beijaço foi a forma de pedir direitos iguais e que candidatos às eleições deste ano tomem posição sobre esse segmento da população.

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Por ‘casamento igualitário’, ativistas LGBT fazem beijaço na Paulista

Um beijaço neste domingo (19), na avenida Paulista, em São Paulo, é parte da mobilização de movimentos de lésbicas, gays, bissexuais e trânsgêneros (LGBTs) para trazer seus direitos ao debate eleitoral. A campanha pelo Casamento Igualitário tem manifesto de apelo aos candidatos para que a questão seja contemplada nos programas de governo e na gestão dos eleitos.

Às 16h deste domingo, na esquina da Paulista com a rua Augusta, são esperados ativistas por igualdade civil, garantindo direito a união de pessoas do mesmo sexo. Eles também reivindicam a aprivação do Projeto de Lei Complementar 122, que criminaliza a discriminação por orientação sexual no país.
 
Na carta aberta aos candidatos, os ativistas equiparam a medida ao divórcio e ao sufrágio universal. Eles repudiam a proposta de levar o tema a consulta popular por meio de plebiscito e conclamam postulantes ao Legislativo a se posicionar sobre as questões.
 
“Os cidadãos homo, bi e transexuais cumprem os mesmos deveres que os heterossexuais para com a República, são obrigados a votar, a servir militarmente à pátria (no caso masculino), a pagar os impostos etc.”, diz o texto. “Todavia, a elas e eles ainda são negados, por parte do Estado, vários direitos básicos, como a igualdade civil e jurídica e mesmo a garantia e manutenção de sua integridade física”, argumenta.
 
“A aprovação do casamento igualitário seria a correção da injustiça civil relacionada aos direitos dos cidadãos LGBTs de constituírem família e possuírem os mesmos direitos civis e familiares que os heterossexuais”, propõe o manifesto. O texto cita a aprovação de lei semelhante na Argentina, neste ano.
Clique aqui para ler o manifesto.
 
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Propaganda eleitoral a favor da pena de morte é suspensa em CE

A Justiça Eleitoral do Ceará determinou a suspensão da propaganda do candidato a deputado estadual Silvio Frota (PRTB), que sugeria a possibilidade da instituição da pena de morte no Brasil por meio de uma lei de iniciativa popular. O Ministério Público Eleitoral, autor do pedido de suspensão, considerou que, como a proibição da pena de morte não pode ser objeto de Emenda à Constituição, a propaganda induzia o eleitor a erro.

Todas as peças publicitárias com a temática, inclusive conteúdo publicado na internet, deverão ser retiradas em 48 horas, a contar da notificação do candidato. A pena para o descumprimento da decisão é o pagamento de multa diária de R$ 1 mil por cada propaganda não recolhida. A campanha está no site www.penademorteja28800.com.br
 
Tropa de Elite
 
Frota não é o único candidato a defender a pena de morte nessas eleições. Em Pernambuco, o candidato Edmar de Oliveira (PHS) também usa o tema na propaganda. Oliveria, que faz parte da coligação Frante Popular de Pernambuco, liderada pelo candidato à reeleição Eduardo Campos (PSB), usa como material de campanha uma revista intitulada “Pena de Morte Sim”, cuja capa traz imagem do goleiro Bruno, ex-jogador do Flamengo, acusado de assassinar a namorada.
 
O jingle de campanha faz uma paródia da música “Tropa de Elite”, trilha sonora de filme homônimo, composta pela banda Tihuana. O site de campanha de Oliveira é www.penademorte3131.com.br. O candidato defende ainda a prisão perpétua, a castração química, o fim da progressão de pena e a redução da maioridade penal.
 
Entidades de defesa dos direitos humanos, encabeçadas pelo Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec), enviaram carta à Justiça Eleitoral pedindo a suspensão da propaganda. A Procuradoria Eleitoral, no entanto, decidiu não dar prosseguimento à ação, por entender que o candidato tem o direito de expressar-se livremente a esse respeito. Os ativistas acreditam que a medida possa ser revertida porque o parecer foi emitido pelo procurador auxiliar.
 
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Segurança domina debate em SP

O tema mais discutido no debate da Rede Record foi a Segurança Pública. Na noite de segunda-feira (20), o candidato do PT, Aloizio Mercadante responsabilizou a gestão do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin (2001-2006) pela “maior rebelião da história dos presídios em São Paulo e o maior ataque que uma facção já fez”.

Alckmin respondeu às críticas com dados e informações relativas ao tema, afirmou que 40% dos presos trabalham e 20% estudam. “Se o Brasil reduziu um pouco a criminalidade, deve a São Paulo”. Mercadante ironizou “Ele falou que os presos trabalham. Trabalham no PCC, que é quem comanda a segurança em SP. Foi na sua gestão que houve as rebeliões.”
 
O debate foi morno e sem muitos confrontos diretos, os melhores colocados nas pesquisas, Mercadante e Alckmin, repetiram as “dobradinhas” informais de debates anteriores. Alckmin fazia perguntas a Fabio Feldmann (PV) para “levantar sua bola”, enquanto o petista repetiu a estratégia de atacar a gestão do PSDB com o concorrente Celso Russomanno (PP).
 
Outro tema bastante comentado pelos candidatos foi a educação em São Paulo. Paulo Búfalo (Psol) criticou o arrocho salarial dos professores do estado. Mercadante, Russomanno (PP) e Skaf (PSB) afirmaram que vão eliminar a progressão continuada e defendem que na realidade ela funciona como uma aprovação automática. Já Alckmin afirmou que o governo atual investe 30% em educação.
 
Mercadante reclamou novamente (como já havia feito em debates anteriores) que Alckmin não lhe faz perguntas e só o ataca no horário eleitoral. “Nós vamos ter um debate no segundo turno. Temos pouco espaço na imprensa para mostrar nossas propostas. O eleitor está votando em dois projetos que polarizam o País. A campanha do meu adversário me ataca todos os dias. Nós (do governo Lula) colocamos R$ 9 bi no metrô e na CPTM. Eles é que são lentos”, afirmou. O candidato do PSDB replicou dizendo que não faz nenhum ataque e sim “fala a verdade”.
 
Os candidatos Paulo Búfalo e Paulo Skaf disputaram para definir quem era o” verdadeiro socialista”. Búfalo chamou Skaf de “camarada”, arrancando risos da plateia, e o questionou sobre a incoerência de um empresário se dizer socialista. Skaf respondeu que defende o “socialismo do século 21”, que busca dar oportunidade às pessoas e que é por isso que acredita na educação. “Nada é mais socialista que uma empresa moderna”, cravou o candidato do PSB.
 
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Estimativa de crescimento do PIB tem terceiro aumento seguido e vai a 7,5%

A estimativa de analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) para o crescimento da economia este ano subiu pela terceira semana seguida. A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 7,42% para 7,47%. Para 2011, estimativa é mantida em 4,5%, há 41 semanas. A projeções divulgadas nesta segunda-feira (20) constam do boletim Focus, publicação semanal do BC elaborada com base em estimativas para os principais indicadores da economia.

A expectativa para o crescimento da produção industrial, neste ano, passou de 11,34% para 11,37%. Para o próximo ano, a previsão de expansão foi mantida em 5%.
 
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB caiu de 40,80% para 40,60%, em 2010, e de 39,45% para 39,20%, em 2011.
 
A expectativa para a cotação do dólar também caiu, de R$ 1,77 para R$ 1,75, ao final deste ano, e de R$ 1,81 para R$ 1,80, ao fim de 2011.
 
A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) permaneceu em US$ 15 bilhões, neste ano, e passou de US$ 9,56 bilhões para US$ 9,90 bilhões, em 2011.
 
Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa permaneceu em US$ 50 bilhões, este ano, e passou de US$ 59,90 bilhões para US$ 60 bilhões, em 2011.
 
A tendência para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) permaneceu em US$ 30 bilhões, este ano, e foi alterada de US$ 38,20 bilhões para US$ 38 bilhões, em 2011.
 
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Após deflação, IPCA-15 sobe em setembro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 0,31% em setembro, após ter deflação de 0,05% no mês passado, informou nesta terça-feira (21) o IBGE. Em setembro de 2009, o IPCA-15 teve inflação de 0,19%. Com o atual resultado, o índice está acumulado em 3,53% no ano (ante 3,15% em igual período de 2009) e em 4,57% em 12 meses, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (4,44%).

Segundo o instituto, os alimentos foram os principais responsáveis pela alta, atingindo inflação de 0,30%, ante -0,68% em agosto. Entre os destaques, estão as elevações do preço de carnes (3,40%), óleo de soja (de -0,01% para 5,08%), açúcar cristal (de -8,10% para 4,83%), frutas (de 0,82% para 3,17%), farinha de trigo (de 0,70% para 2,51%) e pão francês (de 0,04% para 2,11%). Os produtos não-alimentícios passaram de 0,14% para 0,31%.
 
O grupo Transportes subiu 0,33%, ante 0,02% em agosto. O litro de gasolina aumentou 0,77%, após alta de 0,31% no mês passado. O etanol também subiu (2,08%), embora em menor ritmo do que agosto (4,99%). Já os preços das passagens aéreas, que haviam caído 10,31%, subiram 7,56% neste mês. Por sua vez, os artigos de vestuários subiram 0,50%, após cair 0,09% em agosto.
 
Entre as regiões, o IPCA-15 teve a maior alta em Goiânia (0,48%), com alta de 3,47% na gasolina e de 0,83% nos alimentos. O menor foi o de Recife (-0,29%), onde os alimentos caíram 0,87%. Em São Paulo, o índice saiu de uma deflação de 0,05% para inflação de 0,42%, enquanto no Rio de Janeiro passou de -0,11% para 0,32%.
 
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Metrô de SP volta a causar transtorno à população

O corte de energia na Linha 3-Vermelha do metrô da capital, iniciado por volta das 8h30 desta terça (21) provocou a paralisação parcial dos serviços e chegou a saturar o sistema de transporte público da cidade. A circulação foi restabelecida por volta das 10h30.

Segundo a versão inicial dada pelo Metrô, o acionamento do botão de emergência de uma das composições, entre as estações Sé e Pedro II, quando seguia sentido Palmeiras/Barra Funda, teria causado a interrupção do tráfego e o corte de energia elétrica. A versão, porém, não confere com os testemunhos de usuários que estavam nos trens no momento do incidente (leia abaixo).
 
Os trens ficaram parados entre as estações com as portas fechadas e sem circulação de ar, já que não havia energia. Alguns passageiros começaram a passar mal, o que levou parte dos usuários a quebrar os vidros dos trens para poderem sair, ao mesmo tempo em que permitiu-se a entrada de ar.
Algumas estações foram fechadas, caso da Tatuapé, além da Sé e Pedro II. Não houve depredações de estações, mas a  procura por meios alternativos para se locomover  provocou o a lotação de ônibus e vans.
 
Tumulto, pânico e desconforto
 
O relato de Luis Fernando de Vasconcelos, que pretendia desembarcar na estação da Sé para se dirigir ao trabalho, na R. São Bento, indica que a origem do problema pode ter sido diferente da versão original divulgada pelo Metrô.
 
Segundo o passageiro, o botão de emergência só foi acionado porque a situação dentro dos vagões ficou insustentável, depois de mais de 15 minutos de parada, com portas fechadas e trem lotado.
 
“Ele (o condutor) ficava repetindo que o trem estava parado para aguardar ‘a movimentação do trem à frente’ (procedimento padrão do Metrô), mas ninguém aguentava mais ficar lá dentro. Então o pessoal quebrou (a proteção) e apertou (o botão) da emergência, pra falar (com o condutor) e pedir para abrir as portas.”
 
“Não posso abrir as portas, por favor retornem aos seus lugares”, teria sido a resposta, o que provocou o início do tumulto. “Ninguém conseguia nem se mexer, como é que ia voltar aos seus lugares? Foi aí que o pessoal se revoltou e começou a quebrar os vidros, para conseguir respirar. Aí as portas foram abertas”, conta Luis.
A assessoria de imprensa do Metrô respondeu que a versão do passageiro será investigada e as circunstâncias que provocaram um novo problema para a população de São Paulo, serão apuradas e devidamente divulgadas.
 
Outros usuários relataram a situação de desconforto vivida durante a locomoção até o local de trabalho. “Na Sé está um empurra-empurra. Parece o dia em que teve enchente em São Paulo. O sistema (de transporte coletivo) é muito ruim. Não sei o que esse Expansão São Paulo traz de melhor para a população”, protestou Priscila Badaró, assistente de fotografia, que teve que andar a pé entre as estações Sé e Santa Cecília para mais um dia de trabalho.
 
Saturação
 
O presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Wagner Fajardo, aponta que o metrô paulistano sofre de falta de planejamento e de lentidão crônica das obras de expansão. “Atribuo (o incidente da manhã desta terça-feira) à absoluta ausência de um plano de expansão do sistema metroviário em São Paulo. Qualquer cidade do tamanho de São Paulo tem um metrô muito maior que o daqui.”
 
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Benício Del Toro visita Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST

“O sonho de Che está vivo aqui”, disse Benício Del Toro na tarde de quarta-feira (15) durante uma conversa com militantes e estudantes latinoamericanos da Escola Nacional Florestan Fernandes. O centro é mantido pelo MST em Guararema (SP). Em sua terceira viagem ao Brasil, o artista portorriquenho que tem planos de levar para as telas um trabalho sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra falou sobre militância e sua preparação para o filme Che.

“Nesse processo pude voltar às minhas origens. Descobri que, como todos aqui, tenho muito de Che”. Muito simpático, arrancou risos de todos ao dizer que, quando olha fotos, chega a pensar que são primos.
Del Toro visitou a escola do MST na companhia do escritor Fernando Morais. Sorridente, posou para muitas fotos e aceitou prontamente o convite do líder João Pedro Stédile para plantar um jambeiro na companhia da atriz e contadora de histórias Priscila Camargo, militante do Movimento Humanos Direitos.
 
Ainda esta semana, o ator deverá se encontrar com cineastas, com o presidente Lula e com Dilma Rousseff (PT), candidata à Presidência da República.
 
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Movimentos de moradia fazem protesto por libertação de Gegê

O julgamento do líder do Movimento de Moradia do centro de São Paulo, Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, começou nesta quinta-feira (16), no Fórum Criminal da Barra Funda e se estende até esta sexta-feira (17). Ativistas do comitê pela libertação de Gegê afirmam que se trata de criminalização dos movimentos sociais. Por isso, realizam ato às 14h, no Páteo do Colégio, no centro de São Paulo.

Gegê é acusado de ser coautor de assassinato em um acampamento do Movimento de Moradia do Centro na Zona Leste de São Paulo, em agosto de 2002. O ativista será submetido a júri popular. A ocupação teria sido marcada por um conflito intenso entre traficantes instalados no local e a direção do movimento responsável pela ocupação. A acusação de cumplicidade no assassinato teria partido de traficantes. Dois anos depois do crime, Gegê foi preso e teve início uma série de idas e vindas à prisão.
 
Gegê tem um longo histórico de militância social e sindical. Ele foi um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do PT e de movimentos de moradia. A Unificação das Lutas de Cortiço (ULC), do Movimento de Moradia do Centro (MMC), da União dos Movimentos de Moradia do Fórum Nacional de Reforma Urbana e a Central de Movimentos Populares (CMP) estão entre as organizações que contaram com a participação do líder.
 
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A ordem do Progresso na Indústria Farmacêutica Brasileira

O dirigente do Sindicato Adir Gomes Teixeira acaba de lançar o livro  A ordem do Progresso na Indústria Farmacêutica Brasileira. Trata-se da sua Tese de Mestrado em Ciências Econômicas da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Araraquara.

O livro conta o processo evolutivo da produção de medicamentos e a evolução tecnológica de máquinas e instalações da Indústria Farmacêutica brasileira. Além disso, mostra os aspectos da relação capital/trabalho no setor. Também dá uma visão geral da produção e a importância do controle de qualidade dos medicamentos.
 
Adir também aborda um tema importante: como os sindicatos podem se inserir nesse meio de produção e como acontecem as negociações coletivas do setor. O livro está disponível para quem quiser comprar. O preço é R$ 20,00. Os interessados devem ligar para a Secretaria Geral do Sindicato, tel. 3209-3811, ramal 216.
 

O jornal da categoria chega à edição de número 350!

O quinzenal que leva aos trabalhadores notícias do mundo do trabalho, política, cultura e informações sobre a categoria comemora a chegada à edição 350. A história dos trabalhadores da categoria está escrita e dividida em 2.225 edições de uma primeira fase e chega agora, um pouco diferente, mas ainda levando como seu pilar a luta por uma vida digna aos trabalhadores, à edição 350.

Em 1983, ainda em período da ditadura militar, a necessidade de informar o cidadão era crescente. Os grandes meios de comunicação expressavam apenas o que interessava ao Governo e o povo não tinha acesso à verdade. Foi em meio a essa situação que nasceu o Sindiluta, o jornal dos trabalhadores químicos, plásticos e farmacêuticos de São Paulo e Região.
 
Em 7 de abril daquele ano, o Sindicato dos Químicos de São Paulo escreve seu primeiro boletim numa proposta diferente de tudo o que existia, para falar de CIPA, de organização dos trabalhadores, de socialismo, reforma urbana, combate ao latifúndio, entre outros temas.
 
Em seus 27 anos, o Sindiluta já contou com a colaboração de diversos companheiros. Alguns personagens se tornaram essenciais para que essa história pudesse criar vida. Um deles é Antônio Alves de Albuquerque, o seu Antônio, ex-dirigente do Sindicato. Quando perguntamos, com um pouco de receio que ele não gostasse da pergunta, a sua idade, seu Antônio responde com um sorriso: “Nasci em 17 de setembro de 1932, no ano da Revolução Paulista”.
 
Ele se desculpa o tempo inteiro por sua memória um pouco fraca, mas no caminhar da conversa ele mostra que a preocupação não tem fundamento, pois lembra de tudo com detalhes, os dias, os nomes, os lugares de todos os recortes do passado que ainda o fazem se emocionar.
 
Seu Antônio participou ativamente da produção de matérias para o Sindiluta. Trabalhador da empresa Dow-Lepetit, participou dos problemas e das vitórias que acompanharam o Sindicado em sua trajetória. Para ele, “o Sindiluta nasceu da necessidade de defender os trabalhadores, pois eles não tinham um jornal que os representasse”.
 
Seu Antônio lembra que o primeiro exemplar do Sindiluta respondeu uma matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, que, falando sobre uma greve dos desempregados, chamava os grevistas de baderneiros. E dessa forma, o diário começou a desmentir os jornalões e “colocar o dedo nas feridas da sociedade”, afirma. Para ele, “o Sindiluta falava em unir os trabalhadores em nível mundial, difundia uma postura socialista, a favor da moradia, saúde e educação”.
 
Além disso, para seu Antônio, o jornal conquistou seu objetivo, pois “mobilizou a atenção de todos os trabalhadores do ramo, cresceu, transmitiu para todos a verdadeira voz das injustiças sociais e ganhou credibilidade”. Além do seu Antônio, o Sindiluta contou e ainda conta com muita gente para ser produzido. Nesses 27 anos, a participvação de militantes na produção do jornal fortaleceu a categoria. E daqui para frente, contando também com as novas tecnologias, o Sindicato irá expandir esse trabalho cada vez mais.