Vandré, 75 anos, ganha homenagem na Paraíba

Ausente há anos de sua terra natal, Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, mais conhecido como Geraldo Vandré, será homenageado nesta semana em João Pessoa (PB), com três dias de atividades, a começar desta quinta (23). O evento, batizado “Caminhando com Vandré”, inclui exibição de filmes, exposição iconográfica e um show com músicos locais, “fazendo uma releitura de sua obra”, como diz a programação. No último dia 12, o cantor e compositor, que desde 1968 não se apresenta no Brasil, completou 75 anos. No mesmo sábado em que músicos pessoenses estarão cantando algumas de suas canções, Vandré dará entrevista ao canal pago Globo News, em uma rara aparição. A entrevista foi gravada no dia de seu aniversário,  no Clube da Aeronáutica, no Rio de Janeiro. Nada a estranhar: Vandré tem fascinação por aviação, e nos anos 1980 escreveu o poema “Fabiana”, em homenagem à Força Aérea Brasileira (FAB).

Entre os filmes que serão exibidos, estão o original de “Cinco vezes Favela” (1962). Em um dos episódios, “Couro de Gato”, a música que serve de trilha é “Quem Quiser Encontrar Amor”, de Vandré e Carlos Lyra. Além disso, os organizadores vão passar “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” (1965), inspirado no conto de Guimarães Rosa. A trilha do longa foi composta por Vandré.
 
De carreira curta, porém marcante, Vandré lançou cinco LPs, o último em 1973, quando voltou ao Brasil, após quatro anos no exílio. Ele se tornou conhecido principalmente na época dos festivais promovidos por emissoras de televisão. Em 1966, ganhou o da Excelsior, com “Porta-Estandarte” (dele e de Fernando Lona) e o da Record, com “Disparada” (parceria com Theo de Barros), interpretada por Jair Rodrigues. O primeiro lugar do festival da Record, excepcionalmente, foi dividido entre duas músicas: “Disparada” e “A Banda”, de Chico Buarque. A torcida pelas duas músicas também dividiu a cidade e causou um clima de agitação poucas vezes visto.
 
Vandré começou a se tornar conhecido em 1963 após a gravação, com Ana Lúcia, do “Samba em Prelúdio”, composição de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Do mesmo ano é “Canção Nordestina”, com a qual Vandré agitou o universo predominante da Bossa Nova. Um de seus primeiros parceiros foi Carlos Lyra, que ajudou a criar o Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE).
 
Mas ele tornou-se definitivamente conhecido com “Pra não Dizer que não Falei das Flores” ou “Caminhando”, música que causou comoção no Festival Internacional da Canção (FIC) promovido pela Rede Globo em 1968. Na fase nacional do FIC, a canção ficou em segundo lugar, perdendo para “Sabiá” (Tom Jobim e Chico Buarque), provocando a maior vaia da história do ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Além disso, causou irritação de setores do governo, no período de maior radicalização política, que culminaria com o AI-5, em 13 de dezembro.
 
Nesse mesmo dia, Vandré e o Quarteto Novo (Franklin da Flauta, Geraldo Azevedo, Naná Vasconcelos e Nelson Ângelo) estavam se apresentando em Anápolis (GO), naquele que seria o último show de Vandré como artista profissional no Brasil. Ele passou dois meses escondido até deixar o país de forma clandestina, em fevereiro de 1969. Morou em vários países, passando mais tempo no Chile e na França.
 
Desde seu retorno, a vida de Vandré cercou-se de mistérios, ampliados com a decisão de se afastar do meio artístico. Não foi torturado, como muitos acreditam. Mas foi detido na volta ao Brasil e submetido a uma falsa entrevista, exibida em agosto de 1973 pelo “Jornal Nacional”, na qual dizia ter sido usado e preocupado em fazer dali em diante apenas canções de amor e paz.
 
No final de 2007, a Câmara Municipal de João Pessoa aprovou projeto que o homenageava, determinando a instalação de uma escultura e de uma placa no parque Sólon de Lucena, um dos cartões-postais da capital paraibana, perto de onde ele nasceu, numa casa que não existe mais. No entanto, a escultura não foi feita até hoje. Muito tempo antes, em 1980, Geraldo Pedrosa de Araújo Dias tornou-se cidadão paulistano.
 
Uma de suas últimas aparições públicas foi registrada em vídeo: em setembro de 2008, ele esteve em um bar na Bela Vista, bairro paulistano conhecido como Bexiga, durante um show de seu amigo Sargento Lago, policial e cantor, que interpretou justamente “Caminhando”. Vandré ouviu, cumprimentou Lago e foi embora.
 
Ele mora em São Paulo desde que retornou ao Brasil, mas tem passado grande parte do tempo em Teresópolis (RJ), onde mora a sua mãe. Servidor público demitido com base no AI-5, foi reintegrado com base na Lei da Anistia (1979). Até hoje, questiona a decisão, argumentando que não cometeu crime algum para ser anistiado. Tornou-se uma espécie de clandestino em sua própria terra. “Aceitar a anistia é aceitar-se criminoso”, afirmou, na entrevista que irá ao ar no próximo sábado (25).
 
À pergunta sobre o que aconteceu com Geraldo Vandré, ele respondeu: “Ele ficou fora dos acontecimentos, foi melhor assim”.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/entretenimento/vandre-75-anos-ganha-homenagem-na-paraiba-1
 

Aumento de consumo desafia agricultura orgânica brasileira

Os produtores de alimentos orgânicos brasileiros têm um desafio para os próximos anos: conseguir atender à demanda, que é bem maior que a oferta. Segundo o coordenador-geral de Diversificação Econômica do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), José Batista, a produção orgânica nacional vem crescendo mais de 20% ao ano e cerca de 70% dela é exportada para a Europa.

“Existe um mercado de orgânicos e a agricultura não está conseguindo atender. Temos demanda, mas não temos produto”, afirmou ele, durante o Encontro Nacional da Agricultura Familiar Orgânica, que começou nesta quinta-feira (16), em Brasília.
 
Batista explicou que um dos objetivos do encontro é organizar o setor para atender o aumento da procura por orgânicos nos próximos anos. Entre as propostas de trabalho, que já estão sendo desenvolvidas está a Política Nacional de Orgânicos, com linhas de crédito especiais, e mais assistência técnica.
 
Uma das metas já traçadas pelo setor é atuar de forma diferenciada na Copa do Mundo de 2014. Segundo Batista, o projeto Talentos do Brasil Rural pretende abrir 125 empreendimentos – 101 do ramo alimentício, nas cidades-sede da Copa, apresentado e comercializando produtos orgânicos brasileiros em locais de maior concentrarão de turistas, como hotéis e estádios.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/economia/aumento-de-consumo-desafia-agricultura-organica-brasileira
 

Cristina Kirchner denúncia donos de jornais por crimes durante a ditadura

O governo argentino da presidente Cristina Kirchner apresentou nesta terça (21) uma denúncia formal à Justiça contra os dirigentes dos jornais “Clarín” e “La Nación”, maiores veículos impressos do país, por crimes contra a humanidade ocorridos supostamente em 1976.

Conforme a denúncia, os delitos de “homicídio, extorsão, privação ilegítima de liberdade, tortura e associação ilícita” foram cometidos pelos dirigentes dos jornais em cumplicidade com o último regime militar argentino (1976-1983) durante a negociação da empresa Papel Prensa.
 
Atualmente a fábrica produz 75% do papel-jornal consumido no país.
 
As ações da empresa que hoje pertencem aos jornais denunciados foram compradas na época da família Graiver, vítima da repressão estatal durante a ditadura.
 
O governo afirma que os integrantes da família sofreram “intimidações e ameaças” que os obrigaram a assinar os contratos de venda.
 
Apesar de terem sido presos pelos militares somente após a negociação, a transferência das ações ocorreu quando os Graiver já estavam fragilizados e não podiam decidir, alega o governo.
 
O momento da prisão e as intimidações fizeram parte de um esquema “articulado pelos dirigentes dos jornais junto à cúpula do governo de fato”, diz a denúncia, apresentada em nome do governo pela Secretaria de Direitos Humanos e pela Procuradoria do Tesouro – equivalente à Advocacia-Geral da União.
 
O documento entregue pelo governo à Justiça também apresenta relatos e testemunhos que consideram os jornais “Clarín” e “La Nación” meios de comunicação “associados com a ditadura” que foram “beneficiados” pelo “aparato clandestino de terrorismo do Estado” em outros negócios posteriores.
 
Com a denúncia, o governo argentino passa a integrar, ao lado de membros da família Graiver, a função de denunciante em um processo que já tramita em um tribunal de La Plata (Província de Buenos Aires). Nele investiga-se a negociação da Papel Prensa.
 
O governo pediu à Justiça que interrogue os principais acionistas do jornal “Clarín”, Ernestina Herrera de Noble e Héctor Magnetto, e o diretor de redação do “La Nación”, Bartolomé Luis Mitre. O pedido de interrogatório também se estende aos ex-dirigentes militares, em maioria já presos.
 
 
Mais informações acesse: http://www.cut.org.br/agencia-de-noticias/43465/cristina-kirchner-denuncia-donos-de-jornais-por-crimes-durante-a-ditadura

Flotilha da Paz na imperdível 5ª Mostra Mundo Árabe de Cinema

“Flotilha da Paz” é um documentário guiado com sensibilidade pelo amor à justiça e à verdade, que cultua e cultiva o valor da solidariedade, expondo ao vivo e em cores as vísceras do fascismo israelense. Demonstra como o ódio e o rancor sionistas não se manifestam somente contra os palestinos, mas em relação a tudo e a todos que façam uso da sua humanidade para lutar em defesa da igualdade entre os povos e nações.

Numa abordagem precisa, com apenas 48 minutos, Flotilha da Paz, em cartaz na imperdível 5ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, promovido pelo Instituto de Cultura Árabe (ICArabe) mostra como em agosto de 2008, após uma operação “clandestina, mas legal”, dois pequenos barcos gregos conseguem driblar os inúmeros obstáculos colocados pelo governo de Israel e serem os primeiros, após dezenas de anos, a romper o criminoso e ilegal cerco naval imposto à Faixa de Gaza.
 
No filme, depoimentos comoventes revelam, durante todo o complicado preparativo da ação, a força da identidade com o semelhante e o poder do ódio à injustiça. Mais do que nas palavras, no gesto, a determinação de 44 homens e mulheres se fez maior do que os mais terríveis e temidos obstáculos, incluindo uma operação de guerra naval. Documenta como o governo nazi-israelense tem se utilizado ao longo dos anos, de todo tipo de covardias, infâmias e crueldades, para tentar sufocar o apoio internacional à causa palestina, assassinando ativistas fora das suas fronteiras, sabotando e bombardeando embarcações, manipulando informações.   
 
Naqueles dias de agosto, pescadores palestinos haviam sido assassinados por Israel. Seu crime? Terem desrespeitado a ordem de morrer de fome, ditada pelo exército israelense, e jogado seu barco na água atrás de algum peixe para dar de comer aos filhos. Quando a Flotilha irrompe no horizonte e os olhos das crianças palestinas encontra a bandeira palestina desfraldada, com faixas dando vivas à liberdade, a história nunca mais será a mesma.
 
Como relata um dos integrantes da delegação, com o barco cercado por dezenas de crianças, havia o receio de que alguma se ferisse próxima à hélice, sendo dado um grito de perigo. Ao que a criança responde, sorrindo, que na Palestina o perigo não existe. Outro participante disse que viveu 62 anos para ver naquele encontro a razão da sua existência. E outro mais afirmou que faria tudo de novo, apesar dos riscos, do medo e das ameaças…
 
O impacto do filme ganha outra dimensão neste ano de 2010 após o terrorismo de Estado de Israel ter ceifado a vida de uma dezena de ativistas e ferir outros 60 na madrugada de 31 de maio, dentro de um barco que compunha a Frota da Liberdade. Compunha a delegação de 750 pessoas e 38 nacionalidades a cineasta brasileira Iara Lee. O crime? Transportar dez mil toneladas de produtos – como alimentos e medicamentos – à Faixa de Gaza.
 
Convidado pela Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD), conheci em 2001 os territórios ocupados por Israel, em Gaza e na Cisjordânia, e guardarei para sempre comigo os olhos das crianças, transformados como o alvo principal das balas de aço israelenses, revestidas de borracha para não matar, “apenas” para servir de alerta aos jovens braços que jogavam pedras contra os seus tanques na segunda Intifada. Recordo as filas de crianças nos hospitais e a longa espera de um visto dos sionistas para que pudessem ser operadas na Alemanha, já que não havia mais soberania, nem aeroporto transformado em cratera pelos bombardeios israelenses. De um senhor baleado na cabeça enquanto conversava a meu lado na cidade de Hebron, dos hospitais repletos de mutilados pela covardia dos ocupantes, do esgoto correndo a céu aberto em Gaza, das estradas bloqueadas na Cisjordânia, do roubo da água e da terra. Mas, acima de tudo, da fenomenal esperança, da sua confiança na força coletiva.
 
Participar da 5ª Mostra Mundo Árabe de Cinema é ganhar uma injeção de ânimo e consciência, rompendo a invisibilidade a que a mídia tenta relegar a agressão, fortalecer o passo para virar esta página de pré-história da Humanidade.
Confira os filmes, datas e horários
http://mundoarabe2010.icarabe.org/
Abaixo a programação e uma breve sinopse dos filmes ainda em cartaz.
A Flotilha da Paz
(Gaza We are Coming, 2010, Grécia, cor, 48’)
Direção:Yorgos Avgeropoulos e Yiannis Karipidis
Gênero:Documentário
Sinopse:Em agosto de 2008, dois pequenos barcos gregos de pescaria conseguiram furar um cerco naval imposto à região de Gaza pelo estado de Israel. O filme mostra a primeira de uma série de viagens, que reuniu 44 ativistas de todo o mundo. Juntos, conseguem quebrar o embargo, provando que a histórias é feita por aqueles que sonham e têm coragem de fazer o que parece irreal.

A Catástrofe
(Al Nakba, the Catastrophe, 2007, Catar, cor, 240’)
Direção:Rawan Damen
Gênero:Documentário
Sinopse:Al Nakba é um filme em série que mostra como ocorreu a chamada Catástrofe Palestina. A história começa no ano 1799 e segue até os dias atuais. Para isso, utiliza um raro material, composto por documentos oficiais liberados após 50 anos de sigilo. Há ainda depoimentos de vários historiadores proeminentes e testemunhas que contam suas histórias.
 
Ponto de Encontro
(Encounter point, 2006, EUA, cor, 85’)
Direção:Júlia Bacha e Ronit Avni
Gênero:Documentário
Sinopse:Ponto de Encontro é uma co-produção entre palestinos, israelenses, norte-americanos e sul-americanos que atravessam os estereótipos e os dogmas para contar histórias dos que vivem na Palestina ocupada e em Israel.
 
Capitão da Esperança
(Captain Abu Raed, 2007, Jordânia, cor, 102’)
Direção:Amin Matalqa
Gênero:Ficção
Elenco:Nadim Sawalha, Rana Sultan, Hussein Al-Sous, Udey Al-Qiddissi
Sinopse:Abu Raed é um solitário porteiro do aeroporto internacional de Amã. Nunca conseguiu realizar seu sonho de conhecer o mundo. Um dia, em seu trabalho, encontra um quepe de capitão jogado no lixo. Talvez por isso, passa a ser seguido por um garoto da vizinhança. Na manhã seguinte, ele acorda com um grupo de garotos em sua porta, acreditando que ele é piloto de uma companhia aérea. Iniciam uma amizade. Feliz por ter companhia e atenção, leva as crianças para os lugares de suas histórias fictícias, inspirando-os a acreditar em seus próprios desejos.
 
A chave da casa
(2009, Brasil, cor, 124’)
Direção:Paschoal Samora e Stela Grisotti
Gênero:Documentário
Sinopse:O filme acompanha as últimas 48 horas de um grupo de palestinos no campo de refugiados de Al-Rweished, na fronteira entre a Jordânia e o Iraque, antes de partir para o Brasil, e retrata nove meses depois o início da adaptação no novo país. São crianças, idosos, mulheres e homens que foram obrigados a fugir do Iraque após a invasão comandada pelos EUA, em 2003.

América
(Amreeka, 2009, EUA/Canadá, cor, 96’)
Direção:Cherien Dabis
Gênero:Ficção
Elenco:Nisreen Faour, Melkar Muallem, Hiam Abbass, Alia Shawkat
Sinopse: Muna, uma mãe divorciada, vive na Cisjordânia com Fadi, seu filho adolescente. Sonhando com um futuro melhor, se muda para Illinois, nos Estados Unidos, onde vive sua irmã. Ao chegar, enquanto seu filho inicia o colégio, tenta se adaptar trabalhando numa lanchonete de comidas “fastfood”, onde passa a cozinhar falafels junto com os hambúrgueres.
 
Harragas
Direção:Merzak Allouache
Gênero:Ficção
Elenco:Lamia Boussekine, Nabil Asli, Samir El Hakim, Seddik Benyagoub
Sinopse: Um drama de cores fortes que ocorre no norte da Argélia, na cidade portuária de Mostaganem. O título é uma referência ao grande número de refugiados, chamados de “Harragas”, em português “Queimadores”, por incendiarem seus documentos de identidade para não terem sua origem revelada. Eles tentam sair do seu país de qualquer maneira para tentar uma vida na Europa.
 
Mais informações acesse: http://www.cut.org.br/acontece/20044/flotilha-da-paz-na-imperdivel-5-mostra-mundo-rabe-de-cinema
 

Novos defensores públicos serão capacitados para atuar no interior do país

Uma nova turma, de 145 defensores públicos federais, foi empossada na noite de terça-feira (21), em Brasília. Todos passarão agora por uma capacitação para o trabalho nas novas unidades da Defensoria Pública Federal abertas em 22 municípios no interior do país. Eles passarão por treinamento na Escola Superior da Defensoria Pública da União (ESDPU), com início já nesta quarta (22) e até 1º de outubro.

Ouça na Rádio Brasil Atual: Acesso à Justiça mais fácil para quem não pode pagar advogado Durante a cerimônia de posse, o secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Marivaldo de Castro Pereira, ressaltou a importância da Defensoria Pública para a implementação do sistema de reforma da Justiça. “(A ação do Estado) resultou no fortalecimento das defensorias dos estados e da União. Infelizmente, essa estrutura ainda não é suficiente, mas o governo está disposto a seguir nessa luta de fortalecimento da Defensoria Pública”.
 
Segundo o defensor público-geral federal, José Rômulo Placido Sales, a posse dos novos defensores representa um incremento de 45% de servidores da instituição. “Após tanto tempo, muitas coisas foram feitas e outras tantas há que serem feitas. Com esses novos defensores, a população de 22 municípios passará a contar com os serviços da defensoria”.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/novos-defensores-publicos-serao-capacitados-para-atuar-no-interior-do-pais

Agosto registra menor taxa de desemprego desde 2002

A taxa de desemprego no país foi de 6,7% em agosto deste ano, a menor taxa desde o início da série histórica, em março de 2002. O índice é menor do que os 6,9% registrados em julho deste ano e do que os 8,1% de agosto de 2009. O dado faz parte da Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, o número de trabalhadores com Carteira de Trabalho assinada no setor privado foi de 10,2 milhões, o que mostra estabilidade em relação a julho e crescimento de 7,2% no ano.
 
A massa do rendimento médio real habitual dos ocupados chegou a R$ 32,9 bilhões, um aumento de 1,8% em relação a julho deste ano e de 8,8% na comparação com agosto de 2009.
 
Já o rendimento médio do trabalhador foi de R$ 1.472,10, um aumento de 1,4% ante julho deste ano e de 5,5% em relação a agosto do ano passado.
 
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=D2C2F7380B59D0C344073B9EF8FC72F8?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=2&_56_groupId=19523&_56_articleId=1048360

Cidades antigas, problemas atuais

As conhecidas cidades históricas de Minas Gerais trazem em suas ruas, casas e monumentos uma importante parte da história do Brasil. Construções que eternizam a época de ouro. Imóveis que retratam o trabalho escravo de um povo. Hoje, essa representatividade histórica convive cada vez mais cercada dos problemas cotidianos das cidades modernas. A circulação de turistas aumenta, a economia cresce, pessoas migram para lá. Construídos entre o final do século 17 e início do 18, esses municípios têm dificuldades para contornar os transtornos que acompanham esses fenômenos.

Apenas 14 quilômetros separam Mariana e Ouro Preto, na região central de Minas Gerais, que devem suas origens à busca do ouro. Atualmente, a atividade mineradora ainda impera na região – juntamente com as riquezas, trouxe também problemas contemporâneos.
 
Como o grande fluxo de carros, apontado pela coordenadora do Programa Monumenta em Mariana, Fátima Guido. “A Praça da Sé era um estacionamento, temos fotos lá com 76 carros. Mas conseguimos transformar o lugar em uma área de lazer para os moradores e turistas. Durante anos, o chafariz que pertencia à praça ficou escondido atrás da Câmara Municipal. Hoje é o elemento mais original do local”, conta.
 
Para a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Clarisse Martins Vilella, conscientizar a população é a arma principal. “À medida que um aluno da faculdade tem acesso à população, ele ajuda na informação. A comunidade ouve as pessoas falando da importância da cidade, por ser um grande conjunto barroco. Mas muitas vezes, não tem consciência do que o período­ representa na história da arquitetura e das artes”, explica. “Se a população tivesse consciência das dificuldades dos desbravadores em fazer essas obras, zelaria mais pelos monumentos. É fundamental que os cidadãos entendam a sua história e não vejam isso apenas como uma fonte de renda.”
 
Pode cair
 
Em São João del-Rei e Tiradentes, na região do Campo das Vertentes, a 12 quilômetros uma da outra, as construções também são basicamente do período barroco. Alguns monumentos sofrem perigo de desabamento e desfiguração. Os membros da Associação de Amigos de São João del-Rei travam uma luta para preservar o entorno do Fortim dos Emboabas, casarão tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1938. “Por lei, a área próxima ao monumento deveria ser preservada, mas infelizmente isso geralmente não é respeitado”, lamenta a presidente da associação, Alzira Haddad.
 
A associação teme a possibilidade de que seja construído no terreno um conjunto habitacional, como explica a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Ana Cristina Reis Faria. “Já trabalhamos a frente da restauração no que se refere ao Fortim. Agora, recebemos à notícia do que poderá acontecer no entorno. Por isso, vamos tentar conscientizar as pessoas­ dos problemas irreversíveis, se naquele local for construído qualquer tipo de obra. Temos um projeto de fazer um espaço público para visitação e permanência das pessoas, valorizando a ruína do terreno ao lado do fortim. Mas para isso precisaremos de parcerias”, afirma.
 
Em Tiradentes, o problema mais grave atualmente se refere à Igreja da Santíssima Trindade. A construção foi parcialmente interditada em maio deste ano por solicitação do Iphan, após uma vistoria realizada pelo engenheiro Luiz Mauro de Resende. Na ocasião, foram constatadas trincas nas paredes, instalações elétricas inadequadas e expostas. No relatório, o engenheiro recomenda que “a circulação de pessoas no templo seja restrita e planejada, mais notadamente na capela-mor, onde os danos estruturais potencializam riscos de acidentes”.
 
A construção é simples, e recebe todos os anos milhares de fiéis ao tradicional Jubileu da Santíssima Trindade, nos meses de maio ou junho, dependendo do calendário litúrgico. Além da festa, a igreja continua celebrando as missas aos domingos. Frequentadora assídua, dona Maria Rosa de Almeida, de 74 anos, reflete o sentimento de preocupação da comunidade: “Fiquei muito triste quando cheguei aqui e vi as escadarias que levavam até a imagem do Pai Eterno interditadas. Me falaram que a igreja pode cair. Não podemos deixar isso acontecer. Essa obra é uma antiguidade que devemos preservar”.
 
Estrutural
 
A imagem a que se refere dona Maria Rosa ficava no altar-mor da igreja. Com cerca de 300 quilos, a estátua do Pai Eterno teve de ser retirada de seu local de origem e colocada na sacristia da igreja, devido ao risco de desabamento. “A Igreja, juntamente com o Iphan, resolveu retirar a imagem, pois além do seu peso existia um grande fluxo de pessoas que ali circulavam para tocá-la. A média diária era de 50 pessoas, e com a festa da Santíssima Trindade este número passava para cerca de 5 mil. Na festa deste ano, as pessoas protestaram, acharam ruim, afinal é uma tradição de séculos”, observa o padre Ademir Longatti, pároco da Igreja.
 
Padre Ademir acredita que uma escada construída por volta de 1940 esteja esmagando as paredes de taipa. “O Iphan ia dar início às obras de restauração, mas não houve um entendimento se deveria demolir a escada ou fazer outro tipo de obra. Só sei que a obra está sendo prorrogada, e quanto mais passa o tempo, mais aumentam as rachaduras.”
 
A chefe do escritório do Iphan de Tiradentes, Maria Cristina Seabra de Miranda, diz que o problema da igreja da Santíssima Trindade é mais técnico, estrutural. “O instituto irá elaborar um projeto neste sentido. Estamos esperando recursos que dependem de outras instâncias governamentais ou privadas para a execução da obra.”
 
Tiradentes enfrenta ainda o transtorno da circulação de ônibus e caminhões no centro histórico. Para o professor e membro da Cooperativa de Condutores de Turismo Luiz Cruz, o trânsito compromete não só as estruturas dos imóveis, como a segurança dos moradores e turistas. “Em Tiradentes, é proibido circular caminhões e ônibus. Existe uma lei que não é cumprida por falta de fiscalização. Isso compromete casas, igrejas, monumentos históricos, pois o material utilizado nesses imóveis é muito frágil, como taipa, pau-a-pique, e com a trepidação fica totalmente comprometido. O trânsito interfere também na questão da segurança, pois em grandes eventos a cidade fica muito cheia e se houver um acidente não tem como um caminhão do corpo de bombeiros circular”, descreve o professor.
 
Crescimento desordenado
 
Para Clarisse Vilella, em Ouro Preto o problema do trânsito já foi pior. “A fiscalização funciona. No centro histórico não tem fluxo de caminhão. Já o tráfego de ônibus é um problema sério também, pois não existem alternativas para deslocar as pessoas­”. Opinião compartilhada por Fátima Guido, do Programa Monumenta em Mariana, quando ela diz que a falta de alternativas para se deslocar os automóveis dificultam o processo. “Temos um projeto para o trânsito, mas ainda há uma resistência em implantá-lo. Tudo tem de ser bem avaliado, afinal não podemos proibir totalmente o tráfego de veículos no centro”, pondera.
 
Construções em morros, mesmo que distantes dos centros históricos, ocasionam uma interferência nos conjuntos arquitetônicos dos municípios. “O que acontece em Ouro Preto não é diferente do que acontece em outras cidades, que é o crescimento populacional em áreas não planejadas”, avalia Clarisse Vilella, da UFOP.
 
Fátima Guido acredita que a população ficou durante muito tempo sem regras, mas que essa realidade já está mudando. “Antigamente, as pessoas construíam o que queriam. Existiam muitas invasões e construções de final de semana. Isso está sendo mudado, mas ainda falta muito. Nosso grande trunfo são os jovens que começam a aprender, dentro das salas de aula, o tesouro que sua cidade possui”, ressalta Fátima.
 
Os municípios estão elaborando planos diretores que cuidam não de um monumento isolado, mas de todo o conjunto. Para o presidente da Federação das Associações dos Moradores de Ouro Preto (Famop), Flávio Andrade, o descontrole populacional que aconteceu em décadas passadas deve-se a uma omissão do poder público – algo que, segundo ele, vem se modificando nos últimos anos. “Antes, o patrimônio público era visto como coisa de artista pelo poder público e como um incômodo pelos moradores. Mas da década de 1990 para cá, teve início uma reversão, quando o turismo começou a gerar renda. Sabemos que Ouro Preto tem uma imensa periferia em volta da cidade, ocupada por pessoas que vieram de diversas cidades da região de forma muito desordenada. Não tem como retirar essas pessoas de lá, o que resta é buscar soluções para que minimizem esse impacto”, destaca.
 
Um estudo elaborado no município de Mariana revelou que nos últimos 20 anos a população triplicou. “O aumento populacional foi de pessoas que vieram de outros municípios, e não havia uma preocupação em preservar nosso patrimônio. Hoje, tentamos conscientizar essa comunidade da importância da preservação, mas ainda está muito longe do que seria o ideal”, explica Fátima. Para ela, essas cidades são relíquias que, como todo patrimônio histórico, ajudam a entender a construção da identidade brasileira. Proteger o que resta é uma forma de não deixar que a modernidade apague essa história.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/51/cidades-antigas-problemas-atuais

Prazo para pedir segunda via do título termina nesta 5ª

Para votar no dia 3 de outubro, o eleitor que perdeu ou teve o título extraviado tem até esta quinta-feira (23) para pedir a segunda via (reimpressão) do documento, em qualquer cartório eleitoral do país. A apresentação do documento é obrigatória para votar, daqui 13 dias.

Com o objetivo de garantir o direito do voto de todos os cidadãos, em junho deste ano o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a reimpressão até esta data, mesmo para daqueles eleitores que estiverem fora do seu domicílio eleitoral.
 
Só pode pedir a reimpressão o eleitor que já tinha ou que solicitou seu título até 5 de maio deste ano, data em que foi fechado o cadastro eleitoral de 2010.
 
Dois documentos
 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lembra que a Lei 12.034/2009 determinou a obrigatoriedade da apresentação do título e de um documento oficial com foto para votar nas próximas eleições.
 
Como documento oficial serão aceitos a carteira de identidade ou documento de valor legal equivalente (identidade funcional), carteira de trabalho ou de habilitação com foto e certificado de reservista ou ainda o passaporte. Já as certidões de nascimento ou casamento não serão admitidas como prova de identidade.
 
Mais informações acesse:http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/prazo-para-pedir-segunda-vida-do-titulo-termina-nesta-5a
 

Governo avança na política de tratamento de usuários de drogas

Foram lançados nesta segunda-feira (20) editais para que as prefeituras criem 6.120 leitos na rede pública de saúde para tratamento de usuários de crack e outras drogas. O pacote prevê a liberação de mais de R$ 140 milhões, provenientes do Ministério da Saúde e da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. A iniciativa faz parte do Plano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, lançado em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os municípios devem procurar o ministério para a abertura dos leitos. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Republica, ministro Jorge Armando Félix, explicou que, com a publicação dos editais assinados nesta segunda (20), no Diário Oficial da União, as prefeituras poderão iniciar os processos licitatórios para ofertar os leitos.
 
“Dentro do que está previsto nos editais, as prefeituras vão se habilitar para receber os recursos para contratar os leitos. Os recursos já estão disponíveis”, informou Jorge Félix.
 
Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o governo federal arcará com o custo das internações. “Toda essa política pressupõe que o financiamento das internações nos novos leitos será feito pelo Ministério da Saúde e repassado aos municípios”, garantiu Temporão após a cerimônia de anúncio, no Palácio do Planalto.
 
Do total de leitos, 2.500 serão ofertados em hospitais gerais para tratamento de intoxicação aguda e abstinência e 2.500 em comunidades terapêuticas, que acolhem usuários sem quadro clínico complicado. A previsão é implantar mais 600 leitos nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps), que funcionam 24 horas. O restante, 520 leitos, será para abrigar, por até 40 dias, usuários que vivem nas ruas.
 
O programa prevê a instalação de 225 núcleos de atendimento à saúde da família em cidades com até 20 mil habitantes e a capacitação de profissionais da área médica.
 
Depois da cerimônia, Temporão reafirmou que a Casa Civil não intermediou a compra do remédio Tamiflu, usado no tratamento da influenza A (H1N1) – gripe suína, em resposta à denúncia de propina na compra, publicada pela revista Veja. “Todo o processo foi conduzido pelo ministério e o laboratório Roche (fabricante do medicamento), sem nenhuma participação de terceiros”, disse aos jornalistas. Ele acrescentou que a Polícia Federal está apurando o caso.
 
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Montadoras cedem, e metalúrgicos do ABC alcançam maior aumento da história

As quatro montadoras que negociam com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC aceitaram a reivindicação da categoria neste domingo (19). Com isso, foi confirmado o maior reajuste da história, com 10,8% – 9% na data-base e 1,66% de de correção da tabela salarial. Há ainda R$ 2.200 de abono.

No sábado (18), assembleia em frente à sede do sindicato, em São Bernardo do Campo (SP), havia rejeitado a proposta de dividir em duas parcelas o reajuste e o abono. Na oferta anterior da Ford, Scania, Mercedes-Benz e Volkswagen, o reajuste da tabela viria apenas em agosto do próximo ano.
 
“Essa conquista é mais uma prova de que os metalúrgicos do ABC sabem trabalhar, mas também sabem negociar e lutar”, comemorou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.
 
Com data-base em 1º de setembro, a categoria terá 6,26% de aumento real, já que a inflação estimada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), ficou em 4,29% nos últimos 12 meses. “Um índice extraordinário, à altura da categoria e compatível com o bom momento econômico vivido pelas montadoras e também pelo país”, completou.
 
Na assembleia de sábado, os metalúrgicos autorizaram a direção do sindicato a fechar o acordo com os índices de aumento acima mais abono de R$ 2.200,00, se as montadoras concordassem em pagar o abono de uma vez só e também pagar o 1,66% na data-base (1° de setembro), junto com os 9%.
 
Também terão a mesma composição de aumento salarial (índices mais abono) os metalúrgicos de Taubaté, São Carlos (CGTB-Volks) e Tatuí (Força-Ford) que são representados pela Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT) na mesa de negociação.
 
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