Proibidos de receber doações, artistas de rua de SP se dizem perseguidos por Kassab

Em pé, em cima de um caixote, em ruas e praças da capital paulista, a estátua viva do homem prateado tem movimentos leves e calmos. O silêncio é outra de suas características. Ele trabalha quase sem fazer barulho. Os sons só mesmo os que a plateia de passantes produz, admirada e surpresa. “É uma arte tão sutil, tão elevada”, diz Carmen Lúcia, que mesmo carregando várias sacolas parou para apreciar o trabalho.

Trocar de posição, só quando cansa ou um expectador generoso deixa uma doação na ânfora. Grato pela contribuição, o homem vestido de cowboy, com o corpo coberto por tinta prata e lentes verdes claríssimas, se move lentamente – para não destoar da função, nem assustar – e solta um chiado baixinho, de robô enguiçado. Estende a mão e oferece uma pedrinha ao passante gentil.
 
Nos últimos meses, o silêncio do trabalho, antes só quebrado pelo barulho das moedas ao caírem em sua ânfora, foi substituído por constantes avisos de policiais militares de que artistas de rua, como o Homem Prateado, cantores, repentistas, entre outros, não podem mais se apresentar no centro de São Paulo se receberem contribuições do público. “O coronel disse que posso trabalhar sem ânfora”, revela o Cowboy Prateado, contrariado com a deliberação da prefeitura de São Paulo. “Ele (o coronel) trabalha de graça? Ele tem conta para pagar, nós também temos”, reclama o artista.
 
O homem prateado é um dos personagens criados por Luiz Carlos.  Para ele, a arte apresentada nas ruas não oferece perigo,  apenas “deixa a cidade mais alegre”. E a contribuição que as pessoas fazem vem do desejo delas, não de obrigação. “Muitas vezes as pessoas não têm dinheiro, dão 10 centavos e eu fico feliz. É melhor o que é dado de bom gosto do que um valor maior dado por dó”, diz.
 
Com o dinheiro ganho nas ruas, ele cuida do filho de 15 anos, paga a prestação do carro e “claro, pago as contas de toda a casa”, explica.
 
Há 12 anos, o artista se dedica a criar personagens e representá-los durante quatro horas por dia, em cima de seu caixote. Além da dedicação à arte na rua, ele avisa que já fez participações em minisséries da TV Globo, em novelas do SBT e recentemente participou de vinhetas para a Copa do Mundo.
 
Ele conta que a rua é um espaço difícil. É “preciso ter jogo de cintura” para lidar com pessoas hostis, chuva e sol quente na cabeça. Luiz ensina que é preciso ser carismático, ter criatividade e coordenação para ser estátua viva.
 
Apesar dos desafios, ele só não esperava ser proibido de expor sua arte. “Tenho um sentimento de revolta, de tristeza e injustiça sobre essa história de não poder usar o solo público para apresentações”, critica.
 
Rei do violão
 
“E hoje o que encontrei me deixou mais triste / Um pedacinho dela que existe / Um fio de cabelo no meu paletó.”
Enquanto Carlos Rei canta ‘Fio de Cabelo’, quem passa pela 25 de Março, mesmo que não pare, sacode o ombro ou mexe a cabeça. Os flashes das máquinas fotográficas digitais e os celulares nas mãos do público fazem do violonista sertanejo uma  estrela – pelo menos durante as quatro horas que ele passa tocando nas calçadas.
 
Quando a música termina, Nelson Soler, vereador do município de Tabatinga (SP), aplaude e corre para tirar uma foto de um amigo ao lado do músico. Outras pessoas aproveitam o intervalo para pedir uma música.
Carlos Rei é músico desde os 8 anos, e sua grande paixão é a música sertaneja. O violão,  companheiro de mais de quatro décadas, recentemente passou a dividir espaço com a Constituição que ele carrega na bolsa. Além da Bíblia, que o cantor usa todas as manhãs, para evangelizar no centro de São Paulo.
 
“É…, agora, temos de carregar essa informação da Constituição, porque a todo momento um policial  me pede para parar meus shows”, lamenta.
 
“Dizem que eu não posso usar o solo para arrecadar dinheiro”, aponta. Normalmente, ele  procura ponderar com os policiais. “O salário do senhor, o senhor dá para quem quiser. Eu não estou cobrando para cantar. O pessoal vê meu trabalho e aqueles que podem ajudar com cinco centavos ajudam, quem pode ajudar com mais, ajuda mais.”
 
O cantor conta que este ano já sofreu agressões por pessoas identificadas como seguranças quando tocava na praça da Liberdade.  Também sofreu pressão por parte de Guardas Civis Metropolitanos da capital paulista e chegou a apresentar denúncia na ouvidoria do órgão. Logo depois da agressão na Liberdade, ele tentou fazer boletim de ocorrência, mas diz que na delegacia não quiserem nem ouvi-lo.
 
No fim de ano, o problema, segundo o violonista, é com a Polícia Militar. “Os policiais ficam sem jeito. A gente percebe, mas avisam que é ordem do comandante e a gente tem de sair, senão…”, afirma.
 
Jorge já fez uma via sacra pelos órgãos públicos municipais na tentativa de conseguir uma autorização para tocar nas praças de São Paulo, mas nada foi resolvido. Ele chegou a escrever uma carta ao prefeito, pedindo para trabalhar. “Eu deixei lá no gabinete dele, passei lá depois, mas dizem que não tem retorno ainda”, conta.
 
Morador em um albergue, Carlos chegou a São Paulo, vindo de Curitiba, há seis meses, e aos 54 anos de uma carreira sempre ligada à música depende do que ganha nas ruas para comprar remédio, comida e roupa. Isso quando não tem de comprar cordas novas para o violão. “Lá na Liberdade, quebraram as cordas do meu violão”, lamenta.
 
“Salário é para comprar remédio, tenho exames que nem pude fazer ainda. Comprar roupa, calçado. Há 25 anos, sou evangélico, não bebo, não fumo, não gasto dinheiro em bar, nem cachaça”, conta.
 
A mídia das ruas
 
A voz suave e melodiosa de Toninho Nascimento tem fã-clube na TV e nas ruas no centro de São Paulo, onde ele toca duas vezes por semana. Da porta dos prédios, é comum ver seguranças com rádio na mão e ouvidos ligados nas canções da MPB que ele apresenta.
 
Susana Wazima Mapele se posiciona numa escada para ver melhor o cantor e traz na mão um CD de Toninho. “Comprei porque ele é fantástico e eu vou dar de presente”, explica a funcionária pública, que trabalha nas imediações.
 
A fã diz que soube da existência de Toninho no programa do apresentador Raul Gil – e depois “foi uma surpresa maravilhosa saber que ele toca  tão perto”. “É uma oportunidade maravilhosa porque a gente não tem muito acesso (à música), nem tempo”, elabora.
 
“É um show que ele dá aqui (na rua). Você para um pouquinho e sai daqui melhor. Para com estresse, tristeza, para com tudo. Não tem como ouvir uma voz dessa, afinadérrima, e sair daqui triste”, afirma.
 
Avelana Gonzaga é outra expectadora atenta de Toninho. “A prefeitura tem de incentivar trabalhos de artistas, não só cantores, mas teatro. O que tiver, tem de ser divulgado, até para população participar da cultura”, propõe.
 
A alguns metros, o advogado João Juliano explica que ao passar pela praça sempre para para assistir o músico. “É uma maravilha. Sem esses artistas São Paulo ficaria sem graça”, diz.
 
Eunice, segurança de um prédio na lateral da praça, comenta que não pode deixar seu posto na portaria, “mas a gente fica aqui ouvindo”. “Todo mundo é fã dele.”
 
Apesar dos quatro anos em que se apresentou na TV, Toninho se diz um artista de rua e vê nesse tipo de apresentação a oportunidade de levar sua arte de forma indistinta. “A receptividade que existe na rua, não tem nada igual. Todo artista deveria fazer isso, porque é uma coisa maravilhosa”, emociona-se.
 
O músico acredita que a arte nas ruas cria um ambiente mais descontraído e leve, em meio à correria e ao estresse de uma metrópole como São Paulo. “Eu não passo das 14 (horas) justamente para não atrapalhar os escritórios. Eu acredito que faço um papel muito bom para a população, porque de fato eles vêm e me falam: ‘você lavou a minha alma hoje”, depõe o cantor.
 
As ruas, as praças, segundo ele, também são uma vitrine importante para os artistas que não têm recursos para se manter na mídia.  “Artista precisa da TV, que não abre espaço para quem não tem dinheiro para investir.
 
Para aparecer num canal, tem de investir muito dinheiro para estar em evidência e como a gente não tem esse recurso precisa da rua para se expor e vender os shows. Essa é a grande realidade”, argumenta.
 
Depois de passar vários anos tocando em locais públicos em países como Suíça, Itália e França, ele não se conforma com a perseguição que os músicos vêm sofrendo justamente em sua terra natal, a capital paulista.
 
“Eu nunca vivi nada igual em quase 30 anos de profissão. E logo na minha terra…”, lamenta o artista.
 
“Agora, esse governo do (prefeito Gilberto) Kassab (DEM) proíbe (apresentações artísticas). Literalmente proíbe”, explica. “Fui perguntar, saber se havia alguma autorização para poder me apresentar e não há uma autorização. É negado. Não é só música, qualquer tipo de manifestação artística é negada pelo município de São Paulo”, acrescenta.
 
Para ele, a ação da prefeitura lembra os tempos da ditadura, além de desrespeitar a Constituição. “Somos protegidos pela Constituição, que diz que o artista tem o direito de se apresentar em praças públicas, sem prévio aviso, mas eles não respeitam não”, afirma.
 
“Eu me transportei para a década de 70, quando o artista era espancado, torturado. Me parece que a gente tá vivendo aquela época num governo municipal.”
 
O cantor já teve CDs apreendidos pela Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM), no segundo semestre desse ano. “Eu faço minha produção, pago, sou cantor. Sobrevivo dos meus discos que são feitos dentro da lei”, define. Toninho, como a maioria dos artistas ouvidos pela Rede Brasil Atual, acredita que a prefeitura de São Paulo está colocando artistas no mesmo patamar dos camelôs ou de quem vende ou pirateia produções artísticas. “Nós, artistas, somos confundidos com quem faz cópia pirata”, define.
 
O músico diz que não se incomodaria de pagar uma taxa para se apresentar, como fez por vários anos na Suíça.  Mas ressalta que não é papel de um governo vetar a arte. “Na Suíça, eu pagava imposto para me apresentar ao longo de todo o dia. Mas, mesmo assim nunca a polícia chegou e pediu a autorização”, informa.
 
“É uma prática do mundo inteiro. Nos Estados Unidos há os músicos que trabalham nas ruas. Os guardas nunca me pararam como também elogiavam o meu trabalho”, desabafa.
 
Ele lembra,  “isso é milenar”. “A prefeitura tirou de maneira brutal e injusta o nosso direito de nos apresentarmos na praça como todo bom artista”, filosofa o cantor.
 
Toninho diz que está preparando um abaixo-assinado para chamar atenção da população sobre as ações da Prefeitura contra artistas que se apresentam pela capital e informa que o cantor sertanejo Fabiano Martins, conseguiu uma liminar para continuar se apresentando.  “O que nós fazemos nas ruas é sempre com amor e deixa a população mais tranquila, isso deveria ser levado em conta”, diz.
 
Como Zezé di Camargo
 
Clayton Alessandro tem 11 anos e uma voz firme de quem sabe o que quer. Seu grande sonho é construir uma carreira como a de Zezé di Camargo.
 
A dificuldade, no momento, não é conseguir espaço na TV, pois ele acabou de gravar participações em um novo programa de uma grande emissora, que ainda vai estrear. O problema, explica o pai, Claudinei, é expor o trabalho nas ruas, sem ter equipamentos e CDs confiscados pela polícia, por solicitação da Prefeitura.
 
“Hoje a gente está tendo uns probleminhas no local de cantar”, atesta. “A gente não rouba, a gente divulga o trabalho dele. As pessoas estão gostando e param para ouvir”.  Sobre a polícia, ele sugere que “deviam ir atrás de outras coisas, eu não arredo pé dos nossos direitos”.
 
Até Clayton se mostra incomodado com a intervenção da polícia em seu ofício, quando se apresenta publicamente. “Teve um dia que eu fui cantar lá embaixo, lá na quinze, e apareceu um senhor dizendo ‘acabei de ser assaltado’. Ele foi assaltado atrás do policial e ele tava cuidando de não deixar eu cantar, e não de cuidar de quem tava assaltando os outros”, conta.
 
A vida de pai e filho é de muito trabalho. Clayton estuda de manhã. O pai trabalha como pedreiro pela manhã e atende à noite em uma pizzaria. À tarde, os dois investem no futuro que Clayton sonha. “A gente morava no Mato Grosso e o nome do nosso trajeto é ‘Sonho de um pai e de um filho: dois caras apaixonados pela música’. Eu sou apaixonado pelo trabalho dele e estou aqui para realizar o sonho do meu filho.”
 
Parte da chateação do cantor é o fato de já ter feito shows para policiais e sempre ajudar na arrecadação de alimentos para instituições de caridade. Ao prefeito de São Paulo, ele faz questão de desejar “um Feliz Natal”. Mas lembra: “Isso é perseguição com quem tem talento”.
 
Outro lado
 
De acordo com a assessoria de imprensa da Subprefeitura da Sé, órgão da prefeitura responsável pela administração da área central da cidade, desde maio deste ano artistas de rua estão proibidos de vender CDs ou DVDs, mesmo que sejam de seu próprio trabalho, ou fazer apresentações com aparelhagem de som, em praças ou ruas da capital paulista. A mesma proibição vale para artistas que recebem doações do público.
 
“A venda de CDs na via pública caracteriza comércio ambulante. A emissão de Termo de Permissão de Uso para esta atividade está suspensa em toda a cidade desde maio desse ano, por uma Portaria do Secretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras”, apontou a subprefeitura em nota.
 
A prefeitura justifica que a simples apresentação de artistas na via pública não requer autorização. “Uma vez que a manifestação artística é garantida pela Constituição Federal”. Mas os artistas discordam, afirmando que dependem das doações recebidas nas ruas e da venda de suas próprias produções.

Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2010/12/proibidos-de-receber-doacoes-artistas-de-rua-se-sentem-perseguidos-pela-prefeitura-de-sp 

2º Encontro da Rede de Trabalhadores na AkzoNobel na América do Sul

Trabalhadores e sindicalistas no Grupo AkzoNobel de Argentina, Brasil, Colômbia, México e Estados Unidos da América (EUA) participaram na última semana, em São Paulo, do 2º Encontro Latino-Americano dos Trabalhadores no Grupo AkzoNobel. Participaram, também, companheiros do sindicato holandês FNV (que organiza os trabalhadores da matriz da empresa na Holanda) e do Conselho dos Trabalhadores da Empresa na Europa.

AkzoNobel é reconhecida atualmente como a maior produtora de tintas, do mundo, com presença em dezenas de Países e cerca de 58.000 trabalhadores, sendo cerca de 4.000 na região, mais os terceirizados.
 
Os trabalhadores da AkzoNobel – Escritórios e Raposo Tavares – participaram do encontro representados pelo companheiro Ronaldo Lima, empregado da empresa e diretor do nosso Sindicato. Para Ronaldo, “ampliar as nossas relações com trabalhadores e sindicalistas de outros Países é um passo fundamental para fortalecer a nossa própria organização e o nosso poder de negociação frente à empresa, no Brasil”. “Juntos somos mais fortes”, complementa o companheiro Geraldo Guimarães, que coordena a Secretaria de Organização de Base do nosso Sindicato, e que também participou do Encontro.
 
Argentina – reestruturação e terceirização
 
“Quando se fala de reestruturação produtiva, dá medo. Sempre dá medo, porque isso significa demissão”. A afirmação do companheiro Ramón, delegado sindical na AkzoNobel da Argentina, reflete o momento pelo qual passam os trabalhadores naquele País. Situação que muitos de nós já vivemos quando a empresa em que trabalhamos, simplesmente decide fechar uma unidade em conseqüência de uma reestruturação sobre a qual não fomos consultados e nem sobre a qual nos dão o direito de negociar previamente alternativas que pudessem diminuir suas conseqüências.
 
Ao mesmo tempo, na Argentina, no México e na Colômbia aumenta a substituição de empregados diretos por trabalhadores terceirizados, com salários mais baixos e com menos direitos. Um desafio para todos os Sindicatos, Comissões de Fábrica e Redes de Trabalhadores em Empresas Multinacionais e grandes Grupos Nacionais.
 
Após o 2º Encontro houve a segunda sessão de Diálogo Social  entre os representantes dos trabalhadores e os gerentes de RH das unidades das empresas no Brasil. O objetivo do diálogo social é melhorar o nível de informação sobre as atividades da empresa e melhorar o ambiente para a ação sindical e a negociação coletiva.
 

Dirigentes do Sindicato se encontram com representante da ICEM

Dirigentes do Sindicato no encontro com Kemal Ozkan (primeiro à esquerda), representante da ICEM

Nivelar por cima, com base nos melhores padrões de salários e condições de trabalho é o objetivo do Sindicato dos Químicos de São Paulo em relação às empresas multinacionais existentes na categoria. Por isso, os dirigentes do Sindicato Geraldo Guimarães, Osvaldo Bezerra (Pipoka), Ronaldo Lima e Kazú (também coordenador Geral da Confederação Nacional do ramo Químico da CUT), se reuniram essa semana em São Paulo com Kemal Ozkan, responsável pelo Setor de Indústrias Químicas e Farmacêuticas da ICEM, a Federação Internacional de Sindicatos da Química, da Energia e da Mineração à qual o nosso Sindicato é filiado.
 
Na qualidade de sindicato global, a ICEM está em posição de estabelecer contato com sindicatos e diretorias de empresas em todos os países, principalmente os mais industrializados.
 
E esse é o objetivo imediato do Sindicato segundo o coordenador da Secretaria de Organização de Base Geraldo Guimarães, também trabalhador da Bayer: “Nossa estratégia para melhorar as condições e as relações de trabalho nas empresas da categoria – produção e escritórios administrativos – passa pela nossa vinculação internacional, já que as indústrias químicas e farmacêuticas são cada vez mais globalizadas.”
“As decisões mais importantes são tomadas lá fora, na matriz das grandes empresas, principalmente em relação à reestruturação industrial que causa desemprego e precarização”, complementa o companheiro Kazú.
 
Para o dirigente Ronaldo Lima, também membro da Coordenação da Rede de Trabalhadores no Grupo AkzoNobel, “as condições de trabalho e de salários difere muito entre a matriz e o que temos por aqui nas nossas unidades. Por isso, temos que criar e fortalecer as Redes de Trabalhadores que podem exigir o nivelamento por cima, pelos melhores padrões”, afirma.
 
O representante da ICEM, companheiro Kemal Ozkan, se comprometeu a contatar os sindicatos dessas empresas nos seus países de origem para nos ajudar na troca de informações sobre as condições existentes naqueles países e para fortalecer a nossa relação e organização internacional.
 
Para ajudar nessa tarefa estratégica para o futuro do nosso Sindicato, foi criada uma Assessoria de Organização e Cooperação Internacional junto à diretoria, conforme explicou o companheiro Pipoka, coordenador de Administração e Finanças do Sindicato: “O objetivo da assessoria é ajudar os nossos dirigentes no trabalho junto às empresas multinacionais, em termos de informação, sindicalização, organização de Redes e negociação. Por isso estamos investindo na ampliação da capacidade de ação do sindicato também nessa esfera internacional. Afinal, nosso Sindicato é um dos que mais tem empresas multinacionais na sua base, inclusive brasileiras, como a Braskem, Eurofarma e Nitroquímica (grupo Votorantin).”
 
(*) Com informações de Nilton Freitas, Assessor de Organização e Cooperação Internacional.
 

Polícia deve convocar 25 pessoas para depor sobre morte de menina em hospital de SP

A Polícia Civil está convocando ao menos 25 pessoas para prestar depoimento até o fim da semana sobre a morte de Stephanie dos Santos Teixeira, 12, que teria recebido uma dose de vaselina na veia após procurar o hospital São Luiz Gonzaga, no Jaçanã (zona norte de São Paulo), na sexta-feira (3). Ela foi internada com dores abdominais, diarreia e vômito, e morreu na madrugada de sábado (4).

De acordo com o delegado José Bernardo de Carvalho Pinto, na segunda-feira (6) foram ouvidos a mãe da menina, o diretor clínico do hospital e a acompanhante de outra criança que também estava sendo atendida.
A mãe de Stephanie teria confirmado que ela foi atendida por uma mulher –enfermeira. Com base nisso, a polícia buscou a lista de funcionários do hospital e chegou a 25 nomes que podem ter envolvimento no caso. Ainda não há uma definição sobre quando será cada depoimento.
 
O hospital apresentou à polícia na segunda-feira as embalagens usadas para armazenar soro e vaselina.
A Santa Casa abriu sindicância para investigar o caso e afastou a equipe que atendeu Stephanie. A direção do hospital informou à polícia que as substâncias ficam guardadas locais separados.
 
Já foram ouvidos no 73º DP (Jaçanã) médicos e enfermeiros do hospital. O delegado José Bernardo de Carvalho Pinto disse que serão ouvidas “quantas pessoas forem necessárias” na investigação.
 
Mais informações acesse: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/841984-policia-deve-convocar-25-pessoas-para-depor-sobre-morte-de-menina-em-hospital-de-sp.shtml
 

Justiça de São Paulo considera inconstitucional fator previdenciário

O juiz federal Marcus Orione Gonçalves Correia, da 1ª Vara Federal Previdenciária de São Paulo, deu uma decisão favorável ao processo de um segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para exclusão do fator previdenciário do valor do benefício. Cabe recurso à decisão.

O fator previdenciário é uma equação utilizada para calcular a aposentadoria do segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) levando em consideração a idade ao se aposentar, o tempo de contribuição e a expectativa de vida.
 
No parecer, Correia considerou inconstitucional o fator previdenciário. Para o juiz, o instrumento é complexo e de difícil compreensão para os segurados.
 
“Registre-se, no entanto, que entendemos que o fator previdenciário é inconstitucional. Na lei, são introduzidos elementos que influem imediatamente no próprio direito ao benefício”, relata no processo.
 
APOSENTADORIA MENOR
 
Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, haverá uma redução média de 0,4% no benefício do trabalhador que se aposentar desde a última quarta-feira (1º). De acordo com os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida ao nascer passou de 72 anos e 10 meses (72,86) em 2008 para 73 anos e 2 meses (73,17) em 2009.
 
O achatamento ocorre devido ao fator previdenciário, mecanismo utilizado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para tentar adiar a aposentadoria dos trabalhadores mais jovens, penalizando quem se aposenta mais cedo por tempo de contribuição já que esse segurado, teoricamente, vai receber o benefício por mais tempo.
 
A nova tabela do fator previdenciário vale até 30 de novembro de 2011.
 
Mais informações acesse: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/839938-justica-de-sao-paulo-considera-inconstitucional-fator-previdenciario.shtml

Camisinhas ao alcance

Instalada no pátio, no corredor, no banheiro ou mesmo na enfermaria da escola, uma máquina semelhante às utilizadas para vender refrigerantes e salgadinhos pode ser a fonte em que alunos do Ensino Médio da rede pública poderão conseguir pacotes de preservativos. Este cenário será realidade caso vingue o projeto piloto para instalar máquinas automáticas de distribuição de camisinhas nas escolas. Fruto de parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, a iniciativa faz parte do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), que conta com o apoio de órgãos como a Unesco e o Unicef.

“A escola é mais um espaço para o jovem ter acesso aos insumos de prevenção e à informação também”, explica Nara Vieira, do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, órgão ligado ao Ministério da Saúde. Trazer a camisinha para dentro da escola é apenas uma das ações do SPE, cujo objetivo global é promover a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes, ao articular políticas públicas que tornem os jovens menos vulneráveis a doenças sexualmente transmissíveis e à Aids. Contribuir para a redução dos índices de evasão escolar causados pela gravidez na adolescência também é uma das metas do programa. “A partir do momento em que há uma máquina dispensadora de preservativos na escola, sem dúvida ela vai despertar interesse para discutir sobre o tema da prevenção.”
 
O projeto prevê a instalação das máquinas apenas em estabelecimentos de ensino que façam parte do SPE, ou seja, que já realizem ações educativas e discussões sobre prevenção e sexualidade com a comunidade escolar. De acordo com o Censo Escolar de 2008, cerca de 60 mil escolas de Ensino Básico participam do programa e 11 mil distribuem de alguma forma o preservativo para seus alunos. “A máquina vai ser apenas um facilitador, não vai implicar mudança alguma dentro da escola”, esclarece Ellen Zita, assessora técnica do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais. Segundo Ellen, um dos objetivos da ideia é harmonizar as formas de distribuição do preservativo. Assim, a máquina não funcionaria como um elemento isolado, mas, sim, como um complemento de um projeto pedagógico maior.
 
Aluno do terceiro ano do Ensino Médio, Renan Souza Meira, 18 anos, faz coro com uma pesquisa realizada em 2005, na qual foi constatado que 89,5% dos estudantes consideram a disponibilização de camisinhas no ambiente escolar “uma ideia legal”. “Acho ótimo. Vai evitar o constrangimento de precisar ir até uma farmácia para comprar”, defende. A mesma pesquisa, feita com 102 mil estudantes em 14 estados, revela ainda que o principal motivo alegado por 42,7% dos estudantes para não usar o preservativo é não tê-lo na hora H – cerca de 10% deles declararam ainda que não têm dinheiro para comprá-lo.
 
Seis escolas públicas do Ensino Médio em Santa Catarina, na Paraíba e no Distrito Federal receberão as 40 primeiras máquinas para ser testadas dentro do ambiente escolar. Os protótipos são de tecnologia 100% nacional e foram desenvolvidos a partir de um concurso (Prêmio de Inovação Tecnológica) lançado em 2007 para todos os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) do Brasil. Foi de Santa Catarina que saiu o protótipo de máquina mais bem avaliado, escolhido para ser usado no projeto.
 
As máquinas oferecerão preservativos masculinos de dois tamanhos aos alunos, mediante a apresentação de uma senha e do número de matrícula. O número de preservativos disponíveis para cada aluno ainda não foi estabelecido e será decidido de acordo com os resultados dessa primeira experiência, prevista para durar seis meses. “O contexto de cada escola vai modificar o projeto inicial. Não existe fórmula mágica”, explica Ellen Zita.
 
MUDANÇA DE PARADIGMA
 
Além de ser uma forma de sistematizar as diferentes formas de distribuição do preservativo nas escolas, oferecer camisinhas gratuitamente, por meio de uma máquina automática, facilita o acesso do jovem ao preservativo, uma vez que evita que ele deixe de adquirir o produto por falta de dinheiro ou embaraço de precisar pedir para terceiros ou ir até um posto de saúde retirar a camisinha.
 
No terceiro ano do Ensino Médio, Verônica Nogueira, 17 anos, acha que a instalação da máquina em escolas pode contribuir também para iniciar um debate em torno do assunto. A estudante acredita que, apesar do estranhamento inicial de pegar camisinhas “na frente de todo mundo”, a máquina poderia tornar o processo de aquisição do produto mais fácil. Aluna de um colégio particular em São Paulo, Verônica não tem aulas de educação sexual. “Eu sinto muita falta, acho que eles deveriam tirar mais dúvidas da gente.” De acordo com a estudante, o assunto “sexo” só é abordado na aula de Biologia, mesmo assim “muito por cima”.
 
Para a sexóloga Maria Cláudia de Oliveira Lordello, o adolescente em geral tem acesso ao conhecimento de que é preciso usar camisinha e outros métodos anticoncepcionais, a fim de evitar a gravidez e a contaminação por DSTs. Ainda assim, os anos de campanhas massivas a respeito da importância do uso do preservativo parecem não ter sido capazes de modificar alguns comportamentos típicos da adolescência. Talvez seja por isso que, quando o assunto é camisinha, a prática acaba se provando muito diferente da teoria. Um dos motivos, de acordo com a especialista, é o pensamento do “comigo não acontece”. “Trata-se de um olhar bem típico dessa fase. O adolescente sente-se protegido, onipotente, e não tem muita consciência das consequências de seus atos”, explica. Ainda assim, a maior presença do preservativo no cotidiano do adolescente ajuda a contornar esse tipo de caso.
 
Outro problema constatado é a resistência de certos setores da sociedade, alimentada pelo pensamento, equivocado, na opinião da sexóloga, de que falar sobre sexo com os jovens estimularia de alguma forma um comportamento sexual mais precoce. “Isto não é real. Muito pelo contrário. Quanto mais se fala, menos curioso e proibido o assunto se torna.” Apesar da impressão de que hoje o sexo é encarado com mais naturalidade pela maioria, Maria Cláudia lembra que ainda é complicado para muitas pessoas entender o sexo como algo prazeroso – e não só como uma forma de reprodução. A origem de tal pensamento estaria na repressão sexual experimentada durante séculos pela sociedade ocidental, que só começou a ensaiar uma abertura a partir da revolução sexual dos anos 60. “A mudança de conceito do sexo reprodutivo para o sexo prazeroso está sendo difícil. Esta ainda é a principal dificuldade que os pais encontram na hora de falar com seus filhos sobre sexo”, explica. Apesar desse tipo de reação, a realidade apontada por pesquisas é de que a população brasileira inicia sua vida sexual por volta dos 15 anos. Outro dado apontado é que praticamente a metade – 44,7% – dos estudantes já possui vida sexual ativa. “A existência da máquina de camisinha atesta justamente isso, que os jovens fazem sexo por prazer e não só para se reproduzir”, afirma a sexóloga.
 
Mais informações acesse: http://www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/camisinhas-ao-alcance

Participe do seminário “A Amazônia do Século XXI”

CartaCapital, em mais uma parceria com a revista digital Envolverde, promove neste dia 10 de dezembro, em São Paulo, mais um seminário da série Diálogos Capitais. Desta vez, debateremos a “Amazônia do Século XXI”.

Ele será aberto por uma palestra de Beto Veríssimo, pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente, uma das maiores autoridades do País sobre a região amazônica.
 
Na pauta o desenvolvimento da região e sua contribuição para o País, a COP 16 e a retomada da agenda de Copenhague – que acontecerá em dezembro, em Cancum – e a retomada do REDD, a valoração das florestas em pé.
 
Depois da explanação do conferencista, ouviremos as palavras dos debatedores, todos eles especialistas no tema: Nemércio Nogueira, diretor de assuntos institucionais da Alcoa Alumínio; Mirela Sandrini, gerente de gestão do Fundo Vale; Adriana Ramos, coordenadora para a Amazônia do Instituto Socioambinetal (ISA) e Caio Magri, coordenador do Instituto Ethos. A mediação ficará a cargo do jornalista Dal Marcondes. Em seguida, será aberta a palavra para o público.
 
O evento também marcará o lançamento de mais uma edição especial do nosso suplemento Carta Verde, também editado em parceria com a Envolverde.
 
Se você quiser participar, precisa fazer uma inscrição prévia, pois as vagas são limitadas. Acesse este link e garante o seu lugar.
 
O seminário será realizado no Espaço Reserva Cultural, na Avenida Paulista, em São Paulo, das 8h30 às 12h30 do dia 10.
 
Mais informações acesse: http://www.cartacapital.com.br/economia/participe-do-seminario-%e2%80%9ca-amazonia-do-seculo-xxi%e2%80%9d
 

Brasil está entre países que mais evoluíram em educação na última década

O Brasil está entre os três países que alcançaram a maior evolução no setor educacional na última década. É o que apontam os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009, divulgados hoje (7).

A prova é aplicada a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos de idade em matemática, leitura e ciências. No ano passado, participaram 65 países.
 
O Brasil ingressou no Pisa em 2000. Desde então, a média entre as três provas – considerando os resultados em leitura, matemática e ciências – subiu de 368 para 401 pontos. Nesse mesmo período, apenas dois países conseguiram melhorias superiores aos 33 pontos alcançados pelo Brasil: Chile (mais 37 pontos na média) e Luxemburgo (mais 38 pontos). Na média, os países-membros da OCDE ficaram estagnados de 2000 a 2009, sem avanços.
 
O Brasil estabeleceu metas de melhorias no Pisa, como as que já existem para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para 2009, o objetivo era atingir 395 pontos, o que foi superado. Em 2021, o país precisa alcançar 473 pontos, média dos países da OCDE.
 
Na avaliação do ministro da Educação, Fernando Haddad, os resultados desmontam a teoria de que o Brasil estaria sempre em defasagem em relação aos países desenvolvidos, já que somente em 2022 atingiria níveis semelhantes na avaliação. “O mundo está estagnado do ponto de vista da qualidade [da educação]. Embora alguns países da OCDE tenham melhorado, outros pioraram e, na média, ficaram estagnados. Em educação sempre há espaço para melhorar, mas o mundo desenvolvido está com dificuldade em fazer a sua média subir”, afirmou.
 
Para Haddad, o “pior momento” da educação brasileira foi no início da década, entre 2000 e 2001, quando o país ocupou a lanterna no ranking do Pisa. Segundo o ministro, essa tendência está revertida e parte dos avanços se deve às mudanças no sistema de avaliação do país, especialmente a criação do Ideb em 2005 que atribui e divulga nota para cada escola pública.
 
“Não tenho dúvida que isso impactou muito favoravelmente, mexeu com a educação no Brasil. Em 2006, quando divulgamos pela primeira vez os resultados por escola, informamos diretores, professores, passamos a fazer formação [de professores]. Estamos só colhendo os resultados dessa percepção de que a aprendizagem estava afastada do cotidiano da escola”, afirma Haddad. O maior crescimento – de 17 pontos – se deu no último triênio (2006-2009), destacou o ministro.
 
Haddad ressaltou que a escola não pode se ocupar somente dos resultados em avaliações, mas não pode esquecer que está formando alunos que “precisam ter proficiência nas disciplinas básicas. “A educação não se reduz a isso, os testes padronizados são importantes, mas não esgotam a questão. A educação transcende esses testes, mas a avaliação é um elemento que estava faltando na cultura escolar”, apontou.
 
O relatório da OCDE também destaca a criação do Ideb como ação importante para a melhoria dos resultados e aponta o Brasil como exemplo a ser observado por outros países com baixa proficiência.
 
“O país investiu significativamente mais recursos em educação, aumentando os gastos em instituições de ensino de 4% do PIB [Produto Interno Bruto] em 2005 para 5% em 2009, alocando mais recursos para melhorar o salário dos professores. Também gastou o dinheiro de forma mais equitativa do que no passado. Recursos federais agora são direcionados para os estados mais pobres, dando às escolas recursos comparáveis aos que são disponibilizados nos mais ricos”, diz o relatório, em referência ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), criado em 2006.
 
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=8F20D567F0D39B3EE8CA811D2FCC0B95?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1116244

Poupança chega a 19 meses consecutivos com mais depósitos do que retiradas

As cadernetas de poupança registraram depósitos de R$ 101,337 bilhões no mês de novembro, enquanto as retiradas somaram R$ 97,321 bilhões, deixando saldo de R$ 4,016 bilhões. Os números foram divulgados na noite da segunda-feira (6) pelo Banco Central, e mostram que a poupança tradicional contabiliza captações líquidas há 19 meses. No ano, a captação líquida das cadernetas de poupança soma R$ 28,306 bilhões.

Os rendimentos creditados sobre o estoque de cadernetas de poupança somaram R$ 1,897 bilhão no mês passado. Isso, somado à captação líquida, elevou o total de depósitos para R$ 370,514 bilhões – R$ 293,560 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e R$ 76,951 bilhões na Poupança Rural. Tem ainda um residual de R$ 3,196 milhões de poupança vinculada, que não existe mais.
 
Com números um pouco mais defasados, a Caixa Econômica Federal também informou nesta segunda-feira o balanço da poupança depositada na instituição até final de outubro. Ressalta que detinha R$ 124,3 bilhões dos depósitos totais em poupança, correspondentes a pouco mais de 34% do mercado, e a captação líquida das cadernetas da Caixa somou R$ 9,8 bilhões, ou mais de um terço da captação divulgada pelo BC.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/economia/2010/12/poupanca-chega-a-19-meses-consecutivos-com-mais-depositos-do-que-retiradas

Brasil quer usar boa relação com China para mediar acordo sobre clima em reunião da ONU

O governo brasileiro está disposto a usar a boa relação com os chineses durante a 16ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança Climática (COP-16), em Cancun, no México, como forma de avançar nas discussões sobre formas de medir as emissões de gases de efeito estufa em cada país.

Uma das principais reclamações da delegação chinesa no encontro é a possibilidade de que esse método de medição esconda uma tentativa de interferir em assuntos nacionais. As informações são da BBC Brasil.

“Esse debate mais técnico entre dois países irmãos acostumados a estar do mesmo lado cria um conforto maior para a China”, disse a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Branca Americano. “Isso é um exemplo de como a gente pode trabalhar para reduzir as arestas”, acrescentou.
 
A China é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Os Estados Unidos têm cobrado uma fórmula que permita verificar, de forma transparente, como e quanto os países que integram a convenção emitem gases estufa. Diferentemente dos países ricos, as nações em desenvolvimento – como a China e Brasil – não precisam ter metas obrigatórias de redução das emissões, mas precisam se comprometer com um crescimento mais limpo e com dados que sejam mensuráveis, reportáveis e verificáveis.
 
Os principais países negociadores vêm discutindo uma fórmula que seja consensual. Segundo a secretária do Ministério do Meio Ambiente, existe um trabalho de verificação sendo feito por agências de certificação, mas esse modelo “não reflete o espírito da convenção”. “Esse não é o espírito, então cria-se uma desconfiança”, disse Branca Americano, referindo-se à posição dos chineses. O Brasil trabalha para desfazer essa desconfiança, para detalhar isso, usando procedimentos no âmbito da convenção.”
 
Apesar da disposição do Brasil de intermediar esse debate com a China, o governo não espera uma definição em Cancun. A expectativa é que os países concordem, pelo menos, com um prazo para que o modelo de verificação seja definido.
 
A reunião de Cancun começou na semana passada, mas espera-se que as conversas definitivas ocorram a partir desta segunda (6).
 
Apesar do clima amistoso entre os negociadores, ainda não há esboço sobre qualquer acordo, o que coloca uma pressão ainda maior sobre as conversas desta semana.
 
A primeira semana de discussões foi marcada pelo anúncio de que o Japão não tem planos de se comprometer com metas para um segundo período do Protocolo de Quioto, que vence em 2012, e por uma continuação da desconfiança entre países ricos e em desenvolvimento.