Procon cria site exclusivo para queixas de compras pela internet

O Procon lança hoje um site exclusivo para queixas de compras pela internet. O site entra em operação amanhã (22).

Até agora, quem precisasse registrar uma reclamação contra um site de vendas on-line precisava ir até um dos postos de atendimento do Procon –em São Paulo, o atendimento é feito apenas nos Poupatempos de Itaquera (zona leste), Santo Amaro (zona sul) e Sé (centro).
 
O Procon já realiza atendimentos on-line, das 10h às 16h, mas só para dúvidas. Também é possível tirar dúvidas por telefone e e-mail. Mas o registro de reclamações só pode ser feito pessoalmente e com a apresentação do RG original e de cópias dos documentos que comprovem a compra.
 
Com o novo site, o consumidor não precisará mais ir até um desses postos de atendimento nem apresentar documentos na primeira etapa.
 
Por enquanto, o site só receberá queixas contra operações feitas on-line. A ideia é que, no futuro, o site seja usado para reclamações contra todas as empresas, de qualquer meio de consumo.
 
O procedimento será o seguinte: pelo site, o consumidor que não tiver sido atendido corretamente –prazo de entrega não cumprido, produto com defeito, cobrança indevida etc.– poderá registrar sua queixa.
 
A reclamação será encaminhada a um técnico do Procon, que vai analisar a demanda e encaminhar mensagem ao consumidor informando sobre seus direitos e a eventual necessidade de envio de documentos e outros dados. A empresa será notificada também pela internet.
 
Caso o procedimento não dê resultado, o Procon vai instaurar um processo administrativo, com a realização de audiência conciliatória com o consumidor e representantes da empresa.
 
O Procon não informou quantas queixas recebe anualmente de empresas de vendas on-line. No ranking do ano passado, porém, a B2W, que reúne os sites Americanas.com, Submarino, Shoptime e TV Sky Shop, aparece no 29º lugar entre as empresas com mais reclamações de consumidores.
 
Mais informações acesse: http://idec.org.br/noticia.asp?id=12779

Do trabalho escravo à oportunidade de produzir e estudar

A Emenda Constitucional (PEC) 438/2001, que prevê o confisco de terras de escravagistas, já espera votação no Plenário da Câmara dos Deputados há quase 10 anos.

Por isso, corre sério risco de ficar engavetada, mesmo com apoio de um abaixo-assinado com mais de 168 mil adesões.
 
No entanto, um caso inédito de desapropriação de terras no Pará, que é campeão nacional, com 70% dos casos, foi baseado na PEC do Trabalho Escravo, assim como ficou conhecido o projeto.
 
Em dezembro de 2008, o Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (INCRA) determinou que a Fazenda Cabaceiras de propriedade da família de latifundiários Mutran, em Marabá, fosse destinada para fins de Reforma Agrária.
 
No local, antes da ocupação, eram praticados crime ambiental e trabalho escravo, conforme acusação do Ministério Público do Estado do Pará (MPE), além de ser encontrado recentemente, pela Polícia Federal, um cemitério clandestino de trabalhadores rurais.
 
Um dos coordenadores do assentamento, Valdemar Pereira dos Santos diz que “pesou muito na decisão do Incra todas os crimes cometidos na fazenda”.
 
José Batista Afonso, advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) reconhece “o Assentamento 26 de Março é o único no Brasil criado por influencia da PEC que ainda não foi votada”.
 
Dias difíceis
 
Por todo o histórico da área ocupada, sobretudo, o poder da família Mutran sobre o município, três despejos foram feitos contra as famílias acampadas. Um deles, segundo Santos, contou com 800
policiais. “Não respeitaram crianças nem mulheres eram cruéis mesmo”, descreve.
 
As famílias não desistiram e, no primeiro momento, acamparam no Incra, no início de 2000, para pedir a vistoria das terras. “Fomos persistentes e por isso estamos aqui”, diz Santos.
 
Depois, os Sem Terra ficaram acampados na beira de uma rodovia, próxima à fazenda, esperando a decisão do Incra. Santos diz que os trabalhadores ficariam no local “até a terra ser desapropriada
para fim de Reforma Agrária”.
 
Maria Raimunda, dirigente do MST no Pará, diz que muita gente não acreditava que pudesse ser feita a desapropriação de uma área pertencente aos Mutran. “Foi umas das conquistas mais difíceis do MST
contra o latifúndio nos últimos tempos na região”, comemora.
 
Nova realidade
 
Os 11 mil hectares da antiga fazenda Cabaceiras assentam hoje mais de 200 famílias, que fizeram a área produtiva, com a plantação de arroz, feijão, mandioca, milho, banana, cupuaçu, laranja, mamão, hortaliças, além do criadouro de peixe.
 
“O nosso objetivo ocupar essas áreas, que contém irregularidades dos mais diversos tipos, e cumprir a verdadeira função social da terra, com o trabalho dos camponeses acampados e futuramente assentados”, afirma Santos.
 
O assentado na fazenda Sebastião é um desses exemplos, que realizou um sonho por meio da luta. “Há 11 anos, eu não tinha perspectiva nenhuma de ter um pedaço de terra para plantar e dar de comer a minha família”, afirma.
 
Por meio do trabalho de base do MST, ele percebeu que seu sonho poderia se transformar em realidade. “Coloquei na minha cabeça, depois que trabalhei com o movimento, que tinha que lutar pelo meu espaço
de terra. Eu sou um ser humano como todos e tenho também direito”.
 
Hoje, Sebastião está satisfeito com sua vida no assentamento 26 de Março, plantando arroz, mamão e banana. Ele só tem uma preocupação: “não quero acabar com a mata que me cerca, preciso de um, dois hectares no máximo para plantar, quero respeitar o meio ambiente”.
Educação
Quando o MST ocupa uma área, uma escola é estruturada para as crianças e jovens acampados. No assentamento 26 de março, não foi diferente.
A escola do assentamento, com 370 alunos entre os ensinos médio e fundamental, homenageia em seu nome um dos maiores lutadores do povo contra a ditadura civil-militar brasileira, Carlos Marighela.
 
Contudo, visando formar profissionais críticos em relação à atuação no campo, será construída a em uma área do assentamento a primeira Escola Federal Agrotécnica de Marabá, que trabalhará junto à Universidade Federal do Pará.
 
Um latifúndio controlado pela família Mutran se transformou em um espaço que garante melhor condições de vida às famílias de trabalhadores rurais e estudo às crianças e jovens.
 
Sebastião exalta o poder da ação coletiva na conquista e mudança da área ocupada. “Tudo que nós conseguimos nesses 11 anos de luta, no assentamento 26 de março, foi fruto de nossa união e organização.
 
Continuaremos assim, pois novas conquistas se fazem necessárias, principalmente porque a Reforma Agrária ainda não foi feita no Brasil e outros companheiros também precisam de terra para viver dignamente”, declara.
 
Mais informações acesse: http://www.mst.org.br/Do-trabalho-escravo-a-oportunidade-de-produzir-e-estudar
 

Brasileiros continuam otimistas com economia do país, aponta Ipea

As famílias brasileiras continuam otimistas com o comportamento socioeconômico nacional, tanto para o período de um ano como para prazo até cinco anos. A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a partir do Índice de Expectativas das Famílias (IEF) relativo ao mês de outubro, que foi divulgado hoje (3). O otimismo, segundo o estudo, não abrange apenas as classes de menor renda ou grau de instrução.

A proporção dos que esperam uma melhor situação econômica do país nos próximos 12 meses varia de 55%, para quem recebe até um salário mínimo, a 64,7%, para quem recebe entre quatro e cinco salários mínimos. As demais faixas encontram-se entre esses percentuais, sendo que 59,5% dos que recebem mais de dez salários mínimos acreditam que a situação econômica melhorará nos próximos 12 meses.
 
Se o recorte levar em consideração a escolaridade, a variação da expectativa para o mesmo período fica entre 57,6% (para quem tem nível superior incompleto) e 64,4% (para quem tem nível médio incompleto).
 
Já a expectativa sobre a situação financeira da família daqui a um ano é bastante homogênea. O percentual de otimistas varia de 73,8%, para aqueles que ganham até um salário mínimo, a 85,9%, para aqueles que recebem de cinco a dez salários mínimos. A situação é similar quando o critério é o de escolaridade. O índice de otimismo para o período vai de 76,1%, no caso da parcela sem escolaridade, a 85,6%, para os que têm nível superior incompleto.
 
O estudo afirma que, entre os entrevistados, a dívida média caiu, entre agosto e outubro, de R$ 5.426 para R$ 4.220. De acordo com a percepção das famílias, aproximadamente 75% acreditam estar pouco endividadas ou não terem dívidas.
 
Além disso, a pesquisa afirma que 92,9% das pessoas não planejam tomar financiamentos ou empréstimos nos próximos três meses. Entre aqueles com contas atrasadas, 38% acreditam que não conseguirão saldar seus compromissos.
 
Não há dúvidas, segundo o Ipea, de que esse cenário permanece ligado às projeções sobre o mercado de trabalho, com expectativa positiva da manutenção da ocupação por parte do responsável pelo domicílio e dos outros membros que trabalham. Cerca de um terço da população espera obter melhorias no trabalho em seis meses.
 
A pesquisa abrangeu 3.810 domicílios de mais de 200 municípios, em todas as unidades federativas. A margem de erro é de 5%.
 
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=9133D3C062844919B3BEF1AE9EACF599?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_pos=2&p_p_col_count=4&_56_groupId=19523&_56_articleId=1094414

Participação no Enem aumentou quase 30 vezes em relação à primeira edição

Quando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi aplicado pela primeira vez, em 1998, cerca de 157 mil estudantes participaram da prova. Treze edições depois, o número de inscritos é quase 30 vezes maior: 4,6 milhões de candidatos são esperados para fazer o exame, que será aplicado no fim de semana (6 e 7 de novembro).

Desde a primeira edição, o Enem é voluntário. Mas em 2010, cerca de 80% dos formandos do ensino médio se inscreveram para a prova, estimativa calculada a partir dos números do Censo Escolar. A popularização do exame pode ser explicada pela própria mudança de função da prova. Se antes o Enem servia para avaliar o desempenho do aluno ao fim da educação básica, hoje é pré-requisito para quem quer participar de programas de acesso ao ensino superior, o que fez crescer sua atratividade.
 
No início, a nota do Enem passou a ser utilizada por algumas instituições de ensino em seus processos seletivos, especialmente nas privadas. Ganhou peso especial a partir de 2005, quando se tornou um pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Até 2004, os inscritos não passavam de 1 milhão, mas em 2005 chegaram a 2,9 milhões.
 
No ano passado, veio nova mudança que deu ainda mais importância à prova: o Ministério da Educação (MEC) propôs às universidades federais um vestibular unificado por meio do Enem. Mais de 50 aderiram à ideia e cerca de 47 mil vagas de instituições públicas de ensino superior foram oferecidas aos estudantes por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Para 2011, há outra mudança: a participação no Enem será obrigatória para quem quiser financiar seus estudos por meio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
 
Uma das instituições que em 2011 vai trocar o vestibular pelo Enem é a Universidade Federal de São Carlos (UFScar). “Nós sempre tivemos uma preocupação com a questão da democratização do acesso ao ensino superior. E a democratização abrange o aspecto do processo seletivo. O vestibular da UFSCar era aplicado em 12 cidades de São Paulo e agora vamos dar a oportunidade para estudantes de todas as regiões do país a um custo baixíssimo para eles”, compara o coordenador da comissão de vestibular da universidade, Wagner Santos.
 
A presidente do Fórum de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras (Forgrad), Isabel Pereira, acredita que o Enem pode tirar “um peso” das universidades federais ao substituir o vestibular. “É um processo gigante dentro da universidade que, muitas vezes, fica quase terceirizado. Sem se ocupar do vestibular, a instituição pode focar-se na sua missão que é a formação”, defende.
 
A entidade participa de um grupo de acompanhamento e avaliação permanente do Enem. Para que um dia o exame possa de fato acabar com os vestibulares do país, Isabel acredita que é preciso aperfeiçoá-lo.
 
“Estamos em um processo inicial que vem melhorando. Agora o cronograma já está adequado ao calendário das universidades, caminha-se para que o Enem seja uma opção de sucesso. Mas acabar com o vestibular é um processo que vai depender dos próximos passos, dos resultados das próximas edições. É um processo gradativo”, afirma.
 
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=9133D3C062844919B3BEF1AE9EACF599?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-4&p_p_col_count=6&_56_groupId=19523&_56_articleId=1094056

As eleições e o preconceito contra o Nordeste

 

A Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco deverá entrar nesta quarta-feira 3 na Justiça paulista contra a universitária que responderá por crime de racismo e incitação pública ao crime. As duas frases postadas no Twitter que desencadearam uma série de injúrias aos nordestinos e respostas de milhares de usuários da rede,  foram:
 
“Afunda Brasil. Dêem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalhava pra sustentar os vagabundos que fazem filho para ganhar a bolsa 171”
 
“Nordestino não é gente, faça um favor a SP, mate um nordestino afogado”
 
Mayara tentou se desculpar ao postar em um site de relacionamento:
 
“Minhas sinceras desculpas ao post colocado no ar, o que era algo pra atingir outro foco, acabou saindo fora de controle. Não tenho problemas com essas pessoas, pelo contrário, errar é humano, desculpa mais uma vez.”
 
Logo após os resultados do 1ºturno a economista e professora do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco, Tânia Bacelar Araújo discorreu sobre o preconceito de parte da elite em relação ao voto nordestino. É mais que oportuno republicar o texto, que foi publicado aqui em 19 de outubro.
 
O voto do Nordeste
Por Tânia Bacelar Araújo*
 
A ampla vantagem da candidata Dilma Rousseff no primeiro turno no Nordeste reacende o preconceito de parte de nossas elites e da grande mídia face às camadas mais pobres da sociedade brasileira e em especial face ao voto dos nordestinos. Como se a população mais pobre não fosse capaz de compreender a vida política e nela atuar em favor de seus interesses e em defesa de seus direitos. Não “soubesse” votar.
 
Desta vez, a correlação com os programas de proteção social, em especial o “Bolsa Família” serviu de lastro para essas análises parciais e eivadas de preconceito. E como a maior parte da população pobre do país está no Nordeste, no Norte e nas periferias das grandes cidades (vale lembrar que o Sudeste abriga 25% das famílias atendidas pelo “Bolsa Família”), os “grotões”- como nos tratam tais analistas – teriam avermelhado.
Mas os beneficiários destes Programas no Nordeste não são suficientemente numerosos para responder pelos percentuais elevados obtidos por Dilma no primeiro turno : mais de 2/3 dos votos no MA, PI e CE, mais de 50% nos demais estados, e cerca de 60% no total ( contra 20% dados a Serra).
 
A visão simplista e preconceituosa não consegue dar conta do que se passou nesta região nos anos recentes e que explica a tendência do voto para Governadores, parlamentares e candidatos a Presidente no Nordeste.
 
A marca importante do Governo Lula foi a retomada gradual de políticas nacionais, valendo destacar que elas foram um dos principais focos do desmonte do Estado nos anos 90. Muitas tiveram como norte o combate às desigualdades sociais e regionais do Brasil.  E isso é bom para o Nordeste.
 
Por outro lado, ao invés da opção estratégica pela “inserção competitiva” do Brasil na globalização – que concentra investimentos nas regiões já mais estruturadas e dinâmicas e que marcou os dois governos do PSDB -, os Governos de Lula optaram pela integração nacional ao fundar a estratégia de crescimento na produção e consumo de massa, o que favoreceu enormemente o Nordeste. Na inserção competitiva, o Nordeste era visto apenas por alguns “clusters” (turismo, fruticultura irrigada, agronegócio graneleiro…) enquanto nos anos recentes a maioria dos seus segmentos produtivos se dinamizaram, fazendo a região ser revisitada pelos empreendedores nacionais e internacionais.
 
Por seu turno, a estratégia de atacar pelo lado da demanda, com políticas sociais, política de reajuste real elevado do salário mínimo e a de ampliação significativa do crédito, teve impacto muito positivo no Nordeste. A região liderou – junto com o Norte – as vendas no comercio varejista do país entre 2003 e 2009. E o dinamismo do consumo atraiu investimentos para a região. Redes de supermercados, grandes magazines, indústrias alimentares e de bebidas, entre outros, expandiram sua presença no Nordeste ao mesmo tempo em que as pequenas e medias empresas locais ampliavam sua produção.
 
Além disso, mudanças nas políticas da Petrobras influíram muito na dinâmica econômica regional como a decisão de investir em novas refinarias (uma em construção e mais duas previstas) e em patrocinar – via suas compras – a retomada da indústria naval brasileira, o que levou o Nordeste a captar vários estaleiros.
 
Igualmente importante foi a política de ampliação dos investimentos em infra-estrutura – foco principal do PAC – que beneficiou o Nordeste com recursos que somados tem peso no total dos investimentos previstos superior a participação do Nordeste na economia nacional. No seu rastro,a construção civil “bombou” na região.
 
A política de ampliação das Universidades Federais e de expansão da rede de ensino profissional também atingiu favoravelmente o Nordeste, em especial cidades médias de seu interior. Merece destaque ainda a ampliação dos investimentos em C&T que trouxe para Universidades do Nordeste a liderança de Institutos Nacionais – antes fortemente concentrados no Sudeste – dentre os quais se destaca o Instituto de Fármacos ( na UFPE) e o Instituto de Neurociências instalado na região metropolitana de Natal sob a liderança do cientista brasileiro Miguel Nicolelis que organizará uma verdadeira “cidade da ciência” num dos municípios mais pobres do RN ( Macaíba).
 
Igualmente importante foi quebrar o mito de que a agricultura familiar era inviável. O PRONAF mais que sextuplicou seus investimentos entre 2002 e 2010 e outros programas e instrumentos de política foram criados ( seguro – safra , Programa de Compra de Alimentos, estimulo a compras locais pela Merenda Escolar, entre outros) e o recente Censo Agropecuário mostrou que a agropecuária de base familiar gera 3 em cada 4 empregos rurais do país e responde por quase 40% do valor da produção agrícola nacional. E o Nordeste se beneficiou muito desta política, pois abriga  43% da população economicamente ativa do setor agrícola brasileiro.
 
Resultado: o Nordeste liderou o crescimento do emprego formal no país com 5,9% de crescimento ao ano entre 2003 e 2009, taxa superior a de 5,4% registrada para o Brasil como um todo, e aos 5,2% do Sudeste, segundo dados da RAIS.
 
Daí  a ampla aprovação do Governo Lula em todos os Estados e nas diversas camadas da sociedade nordestina se refletir na acolhida a Dilma. Não é o voto da submissão – como antes – da desinformação, ou da ignorância. É o voto da auto- confiança recuperada, do reconhecimento do correto direcionamento de políticas estratégicas e da esperança na consolidação de avanços alcançados – alguns ainda insipientes e outros insuficientes. É o voto na aposta de que o Nordeste não é só miséria (e, portanto, “Bolsa Família”), mas uma região plena de potencialidades.
?
*Matéria originalmente publicada no Viomundo
 
Mais informações acesse: http://www.cartacapital.com.br/politica/as-eleicoes-e-o-preconceito-contra-o-nordeste
 

Humor sem fim

O rei da comédia Chico Anysio raramente reage a uma piada. Desde a infância, na qual via os jogadores celebrarem o bicho em lugar da vitória no futebol, jamais comemora um gol. Malgrado o azedume ocasional, pessoal, contra os infortúnios do Brasil e seus empregadores, Chico, aos 79 anos, tem nas mãos o cânone do humor brasileiro. Há seis décadas ele escreve livros, narra, dubla, comenta esportes, faz roteiros, compõe canções. Também pinta paisagens, raramente seres humanos, fato curioso para quem construiu 209 tipos cômicos cuja fisionomia está presente na lembrança de todos, mesmo dos jovens.

Por tantos motivos, ir até ele naquela sexta-feira 22, quando um acidente torna o tráfego complicado até a Barra da Tijuca, onde mora não na cobertura, mas em um amplo sétimo andar, pode inquietar. Quem procura por Chico Anysio imagina conhecê-lo, mas o humorista não necessariamente divide com o jornalista uma saca de sal. Sua fama de mau, ou será de crítico (e, no Brasil, as características erroneamente se misturam), é um entrave. Neste caso, contudo, o entrevistador tem um trunfo. Encontrará o humorista naquele Rio de Janeiro ainda feliz, no qual as cariocas caminham em idade vestidas de roupão cor-de-rosa, rumo à praia, quando não há sol. A aceitação está no ar.
 
Chego cinco minutos antes das dez horas matinais marcadas para a conversa, mas Chico ainda não acordou. É uma tensão inesperada, já que ele mesmo pedira para falar nesse horário. À tarde, gravaria mais um episódio do especial Chico e Seus Amigos, a ser levado ao ar pela TV Globo no dia 28 de dezembro, trazendo sua representação para 20 personagens, “os mais famosos ou os mais gostados” entre os que criou. Depois de meia hora de espera, adentro o apartamento onde o artista mora há pouco mais de um ano.
 
Ele não aparece de cara para conversar. A empregada, Marta, reitera que o patrão acordou tarde. Dá tempo para verificar que, sobre as paredes brancas da sala ampla, há as telas de cores fortes assinadas pelo artista e, no chão, belos móveis de madeira aparentemente feitos sob encomenda. É enorme sua tela de tevê. Alguns minutos mais e o comediante chega. Usa roupa esportiva de malha e os cabelos parecem tingidos.
 
O artista anda com dificuldade e está atônito. Aparentemente a esposa passara mal e ele a acudira até as 5 horas daquela manhã. Chico senta no sofá, respira ofegante, quer assoar o nariz, olha fixo para a jornalista, sem exatamente responder a ela. Chama por Marta, que não lhe ouve, clama por ela uma vez mais, voltando-se para trás. Decido buscá-la na cozinha. A empregada corre até o patrão.
 
Chico só desejava um lenço de papel e um pequeno depósito para o lixo, aparatos que, aliviada, Marta lhe traz. Ele os coloca sobre o sofá e assoa o nariz. Repetirá o ato muitas outras vezes. Sofre de enfisema e a dificuldade respiratória tira-lhe 60% da capacidade do pulmão. Porque não pode andar tranquilo por mais de 50 metros, Chico se locomove em cadeira de rodas nos aeroportos, frequentados assiduamente rumo a shows pelo País, e nos assoalhos da Globo, onde se dirige duas ou três vezes por semana para gravar o programa Zorra Total. O artista, que há pouco permaneceu dois meses hospitalizado por conta de um gânglio benigno no intestino e de uma pneumonia adquirida no ambiente hospitalar, atribui o prejuízo à sua saúde ao uso do cigarro. Fumar é a única coisa de que se declara arrependido.
 
Será possível mudar a entrevista para outro horário, sugiro, mas ele não quer. Diz a palavra “não” como, em outras ocasiões, repetirá “é!” em substituição a frases inteiras. Todo o raciocínio lhe ocorre, mas ele se expressa com lentidão. Um olhar ou uma risada evocam a agilidade antiga, e a entrevista se faz nos interstícios. Neles, procuro por Chico Anysio e facilmente o encontro.
 
O primeiro objetivo da conversa é o ótimo livro de contos que escreveu e lança agora, Fazedores de Histórias, pela editora Prumo. Não é o primeiro de Chico, nem, espera-se, seja o último, já que, dentro do que ele considera uma série, este será o primeiro de três ou quatro volumes. Ele escreve à noite, e bem, desde os tempos em que suas obras dos anos 70, como O Batizado da Vaca, vendiam 400 mil exemplares de uma tacada. Hoje as tiragens nem atingem 1% disso.
 
“Não, doutor. Eu não me meto a aparentar o que não sou. Muitas vezes tive chance, tive a oportunidade de comer ali na sala, dijunto do meu patrão e excelentíssima família”, diz seu protagonista no conto Alambique, ele que ao fim mija na propriedade líquida do patrão. Seus contos trazem a mesma voz reescrita. É a voz do oprimido, que pode ser a do operário tanto quanto a da prostituta que, por vingança, gosta do que faz, e faz de graça. Os protagonistas se revoltam contra a elite e são tristes. “É um livro no qual você não vai dar gargalhadas.”
 
Chico aponta a melhor qualidade em seu compasso. “São contos ritmados, você percebeu? Dá mais trabalho.
Levei dois meses. Não reescrevi nem reli. Fiz tudo no ‘foi, fica’.” Difícil acreditar nele, tamanha a unidade que a sucessão de textos alcança. São contos com um belo nocaute ao fim, mas Chico prefere a palavra “pênalti” em seu lugar. Escrever não é problema para ele. Tudo em sua mente auditiva caminha bem. No livro, escarnece do rico para elevar o pobre. “Eu defendo o que posso essa patota. Porque sou o advogado deles.
 
Advogado de defesa”, acredita. “Pior que ser pobre no Brasil é ser pobre e negro. Quando faço um rico, faço para ele ser ridículo, para ele perder. Às vezes, refaço meia página porque perdi a chance de dar um pitaco ali. Nem todo mundo entende.”
 
Seu humor, que qualifica como social, é feito desde o rádio. Mas o primeiro sonho foi o futebol. Ele, que torce para o Vasco, jogava pelo Fluminense na adolescência. Um dia, despiu os pés para uma partida na grama, mas, ao chegar ao campo, soube que teria de jogar calçado, porque a partida seria sobre terra batida. Correu para pegar a chuteira. Seus irmãos saíam para fazer testes de locução e ele decidiu ir junto. O mundo ganhou um humorista porque ele se esqueceu de levar o tênis, como diz.
 
No rádio, começou como galã de novelas. Depois que souberam de suas imitações, lançou-se aos shows de calouro. Ganhou todos e foi contratado para escrever. Suas três sugestões iniciais viraram três programas. O cearense Chico diz que o humor televisivo, no Brasil, foi no começo simples transcrição das transmissões radiofônicas. Com sua experiência de escrita, já grande, e a qualidade de voz, já inimitável, encarnou na tevê os tipos do rádio e se descobriu ator inteiro.
 
“Rádio e televisão são muito próximos”, ele considera. “É muito difícil escrever para o rádio. No teatro nós podemos ser os mesmos, é a plateia que muda.” Na tevê, ele diz, o humor é difícil “demais, demais, demais”. Não há o grande público, no máximo uma pessoa que chega com mais duas e não serve como audiência. “O humor pede uma plateia grande. Uma resposta para cada piada. Precisa ter uma gargalhada aqui, um sorriso ali. E o cinema é a arte do diretor. O diretor é quem sabe o que faz.”
 
O artista aplica uma frase de Bernard Shaw sobre o ato de escrever a fazer humor no Brasil. “Ou é fácil ou é impossível.” Chico mudou, nunca critica o humorismo atual. E não participa mais da tevê como escritor, só atua. Para não melindrar os autores, jamais reescreve os textos, apenas põe uns cacos sobre as linhas. O exército de autores televisivos surgiu, a seu ver, depois que o diretor Carlos Manga, na Excelsior, tirou do intérprete-escritor o poder de conceber as próprias falas. Quando acabou o programa semanal de Chico na tevê, somente um tipo de humor parece ter vingado no Brasil, aquele que comenta a celebridade, não a vida. Enquanto Chico Anysio observava a existência cotidiana e real desde os tempos da stand-up comedy.
 
Sim, foram ele e o amigo humorista Zé Vasconcellos os responsáveis por trazer a “comédia em pé” ao Brasil. Chico contava sua história de cara limpa, diante da câmera ou do teatro cheio. Não havia gancho para a piada, e uma palavra levava naturalmente a outra. Exemplo. Um dia seria lançado o primeiro foguete brasileiro. Na hora do lançamento, o astronauta era barrado pelo porteiro do foguete. Cadê o documento?
 
Chico não trabalhava sobre hipóteses, mas sobre a realidade. Era a vida do brasileiro comum o que ele via, entremeada de burocracia, e não a existência do célebre, expressa com a ajuda de recursos gráficos como os que há nos atuais Pânico na TV ou CQC. Foi o humor de verdade, contado no Fantástico, que trouxe um personagem como Azambuja à vida. Era o meliante carioca das ruas, para o qual, pela primeira vez, Chico decidira promover uma consultoria de imagem. “Peguei seis fotos minhas grandes e as dei a seis cartunistas amigos para que fizessem, a partir delas, a cara do Azambuja. Depois eu mostrei para a Globo inteira: qual desses aqui é ele? Noventa por cento apontaram para o mesmo desenho. O Azambuja ficou daquele modo porque foi o mais votado.”
 
Às vezes, o personagem tarda a pegar, como o Tavares. “Demorei oito programas. No início eu o fiz fiscal de obras, depois vendedor de enciclopédias. Até que o fiz bêbado casado com mulher feia e rica, e aí deu certo.” Alberto Roberto nasceu de uma sátira ao galã Hélio Souto. Ele nega que tenha sido construí­do para demolir a farsa televisiva. Para Chico, era apenas uma brincadeira pra cima de um ator bonitão. Como, no caso de Lidu, uma sátira ao coronel.
 
O que mais o satisfaz, ele diz, é servir de escada e fazer o outro brilhar. O sucesso do professor Raimundo, o maior de sua carreira, talvez se explique por esse prazer. “Fui escada de gente importante à beça. Mussum, Costinha, Zacarias, Ari Leite. Eu me preparo para isso. No futebol eu jogava de meia-esquerda. Fiz quatro gols na vida, mas dei mais de 200 para os outros. A mim agradava mais dar o passe para o gol do que fazer um.”
 
Chico diz que ri para dentro. Em um prefácio raro, dos anos 70, para o livro Alegre História do Humor Brasileiro, de Jota Rui, ele ensinou: “O humor acusa, satiriza, descobre, desmoraliza, critica, eleva, deforma, informa, destrói, constrói, imortaliza, enterra, acaricia, açoita. E sendo ele o irmão mais próximo da poesia, faz com que os humoristas tenham o direito de uma carteira de poeta e dá aos poetas um diploma de humorista. Sendo assim, ele tem a dimensão da poesia, embora não lhe seja dada importância idêntica.”
 
O humorista ouve, surpreso, as palavras que um dia escreveu. “Eu quero esse texto, você dá para mim?” E diz gostar de duas definições para o humor. A primeira é de Leon Eliachar: “Humor é aquilo que faz cócegas no cérebro”. E outra, aparentemente dele próprio: “O engraçado de hoje é o que ontem foi triste”. Em acréscimo, diz que o humor faz tudo isso que ele menciona no prefácio, e que às vezes pode até ser engraçado. “Não se pode trabalhar a frase ou a cena visando à graça. Tem de visar à crítica, à sátira. O humor vai ser engraçado onde puder.”
 
Ao final da entrevista, ele me dá um abraço e começa a espirrar. “Sempre oito vezes”, ainda comenta. Chico Anysio autografa na página anterior àquela onde está a dedicatória a Malga, dona de sua vida, como diz, para o tanto de vida que lhe restar. É um autor que não perde tempo com enigmas. Nasceu comediante, assim morrerá.
 
Mais informações acesse: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/humor-sem-fim

Brasil tem superávit de US$ 1,854 bi em outubro

O Brasil fechou outubro com superávit comercial de US$ 1,854 bilhão, resultado de US$ 18,381 bilhões em exportações e US$ 16,527 bilhões em importações. Com isso, o saldo acumulado no ano subiu para US$ 14,627 bilhões. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

De janeiro a outubro, as vendas ao exterior somaram US$ 163,310 bilhões e as compras, US$ 148,683 bilhões. Com base na média diária, as exportações crescem 29,7% no ano e as importações, 43,8%, na comparação com igual período de 2009. Já o superávit é 35% menor em relação ao ano passado.

 

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Stédile acredita que novo governo terá mais condições de fazer reforma agrária avançar

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse acreditar que o governo de Dilma Rousseff terá mais condições políticas do que teve a administração atual de fazer a reforma agrária avançar e de atender a outras demandas do setor.

“O Lula ganhou as eleições em um quadro de composição de forças muito adversas. Agora, eu acho que há uma composição de forças mais favorável a um programa de centro-esquerda”, ressaltou Stédile em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil.
 
Para o MST, entre as questões emergenciais para as quais o MST espera atuação mais efetiva do futuro governo, está o das 100 mil famílias acampadas em beira de estrada, “passando todo tipo de dificuldade, que precisa ter solução imediata”.
 
O fortalecimento da agricultura familiar é, segundo Stédile, outro ponto que merece atenção da presidente eleita. “Há o confronto permanente entre dois modelos de agricultura”, destacou. De acordo com ele, esse embate ocorre entre o agronegócio – “que expulsa mão de obra e usa venenos” – e a agricultura familiar – “que absorve mão de obra e produz alimentos sem venenos”.
 
Como medida que beneficiaria os pequenos agricultores, o líder do MST defendeu o fortalecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), “como uma empresa pública que garante a compra dos produtos alimentícios dos pequenos agricultores”. Além disso, ele cobrou fiscalização mais rigorosa do uso de defensivos agrícolas. “A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) precisa ser fortalecida e ter uma política mais rigorosa sobre o uso de venenos”.
 
Caso as expectativas dos movimentos sociais não encontrem eco no novo governo, Stédile acredita que os trabalhadores rurais irão se organizar para reivindicar avanços. “As lutas sociais vão se desenvolvendo em função dos problemas”.
 
O MST manifestou esperança em relação aos governos eleitos nos estados. Segundo o líder do movimento, em breve os novos governadores serão procurados para tratar das demandas da população do campo. “Nós vamos iniciar um processo de apresentação de propostas, de debate de ideias e, evidentemente, esperamos que os governos atendam a essa expectativa”, adiantou.
 
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Assembleia Decisiva

O Sindicato dos Químicos realizará no dia 12 de novembro, sexta-feira, às 19 horas, uma Assembleia decisiva para a Campanha Salarial do Setor Químico em 2010. A atividade ocorrerá na Sede do Sindicato, na Rua Tamandaré, 348, Bairro da Liberdade. É hora de decisão! Participe e traga os companheiros para discutir na Assembleia.

Mobilização, construção de pauta de reivindicações, estudos sobre as possibilidades de ganhos dos trabalhadores acontecem durante todo o ano. Durante os últimos três meses, esse trabalho foi intensificado com objetivo de preparar a categoria e o Sindicato para as negociações. O resultado é que hoje se pode afirmar, com argumentos e informações, que os patrões têm condições de avançar nas demandas dos trabalhadores.

Plenárias

A decisão dos trabalhadores nas plenárias regionais ocorridas no dia 29 de outubro foi pela continuidade da luta. Novas mobilizações serão feitas até a próxima plenária do dia 12 de novembro. Reuniram-se cerca de 800 companheiros em todas as Subsedes e na Sede. As plenárias ocorreram na Sede Central, na Lapa, em Santo Amaro, em Taboão da Serra e em São Miguel. Parabéns a todos pela organização.

Mesas de Negociação

Nos dias 20 e 21 de outubro, ocorreu a primeira rodada de negociações com os patrões. Na ocasião foram discutidas as questões sociais da Convenção Coletiva. No dia 29 houve a segunda rodada de negociações, dessa vez para discutir as cláusulas econômicas. Participaram, além do Sindicato dos Químicos de São Paulo, o Sindicato dos Químicos de Campinas, o Sindicato dos Químicos de Vinhedo, o Sindicato dos Químicos de Osasco, o Sindicato dos Químicos de Jundiaí e o Sindicato dos Químicos de São José dos Campos. As negociações foram coordenadas pela Fetquim/ CUT e ocorreram na Sede dos Químicos de São Paulo.

 

Abaixo, os sete eixos da nossa pauta de reivindicações:

 • Reajuste de 13%

• Piso Salarial de R$ 1.060,00

• PLR de R$ 1.200,00

• Redução de Jornada para 40 horas com sábados livres e sem redução de salários

• Organização no Local de Trabalho

• Licença-maternidade de 180 dias

• Direitos iguais para os terceirizados

Dilma é eleita a 1ª mulher presidente do Brasil

Presidente Lula e a presidente eleita, Dilma Rousseff, comemoram a vitória no Palácio da AlvoradaDilma Rousseff (PT) está eleita presidente do Brasil. A informação foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 20h14. Após 39 homens, ela será a primeira mulher a ocupar o cargo em toda a história brasileira.

Com 99,99% das urnas apuradas, ela alcança 55,7 milhões de votos, ou 56,1% do total. José Serra (PSDB), candidato da oposição, soma 43,7 milhões milhões de votos (43,9%). Faltam ser apurados 20 mil sufrágios.
 
Apesar de alcançar um percentual menor do que o de seu principal cabo eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma é eleita com um número de votos superior ao alcançado em 2002. O crescimento do eleitorado explica o fato. Ela também supera em números absolutos e em percentuais as duas eleições de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1994 e 1998.
 
Como faltam ainda votos a serem apurados, ela pode superar Lula em 2006 como presidente eleita com mais apoiado da história (o atual mandatário do país teve 58 milhões de votos ao se reeleger). A finalização da apuração no TSE está prevista ainda para este domingo. Abstiveram-se 21,5% do total – 3,4 pontos percentuais a mais do que no primeiro turno, quando 18,1% deixaram de comparecer às urnas. Votaram em branco 2,3% e nulo 4,4%.
 
Com a confirmação, Dilma Rousseff torna-se a primeira mulher eleita para ocupar a Presidência do Brasil. Ela deve assumir o cargo em 1º de janeiro. A campanha foi marcada por fortes ataques entre os candidatos, com Dilma Rousseff comemora a vitória e faz o primeiro pronunciamento como presidente eleita do Brasil pronunciado papel para os veículos da velha mídia – jornais e revistas de maior tiragem e as principais redes privadas de televisão. Houve ainda um volume intenso de boatos circulando.
 
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) declarou à Rede Brasil Atual em Brasília que prevê relação mais fácil de Dilma com Congresso Nacional, comparado com o que ocorreu nos dois mandatos de Lula. Ex-líder do governo Lula na Câmara, Fontana acredita que no começo do mandato será possível aprovar reformas política e tributária.
 
Para enfrentar os desafios da gestão, ela deve ter maioria no Congresso Nacional, já que partidos aliados conquistaram maioria simples das cadeiras. Isso não significa, porém, que partidos como o PMDB permitirão uma vida tranquila para a futura presidente, já que se trata de uma legenda heterogênea.
 
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