Epidemia de cólera no Haiti já matou 1.344 pessoas e contaminou 57 mil

A epidemia de cólera já matou 1.344 pessoas e contaminou quase 57 mil em todo o Haiti, segundo dados das autoridades sanitárias do país. Mas a expectativa da representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na nação caribenha, Lea Guido, é que a situação continue difícil pelas próximas semanas.

“Essa epidemia se dá em um dos países mais pobres do mundo, com condições sanitárias realmente dramáticas, sem acesso à água potável. Menos de 40% têm acesso a serviço de saúde. Há 2,1 médicos para cada 10 mil habitantes. É uma situação realmente dramática. E as próximas semanas vão ser semanas difíceis, porque a epidemia já está presente em Porto Príncipe, onde temos uma população de 3 milhões de habitantes”, alertou Lea Guido.
 
Segundo a OMS, foram instalados em todo o país 36 centros de tratamento do cólera, capazes de atender 2.830 pessoas, separadas dos hospitais convencionais, para evitar que a doença contamine outros pacientes. Mas, de acordo com Lea Guido, o número ainda é insuficiente. Para ela, seriam necessários, pelo menos, mais dez unidades como essas.
 
A OMS também acredita que a epidemia terá que ser combatida não apenas com a abertura de leitos em centros de atendimento, mas também com ações na área de saneamento e outras intervenções sociais, principalmente.
 
“Essa é uma população virgem, no sentido que é suscetível porque não tinha antecedentes. Nesse sentido, há um grande risco. Outro grande risco são as condições de saneamento. Ao final de contas, os hospitais recebem os doentes, mas a saúde se constrói com água potável, saneamento e boa alimentação. Este é um país com problema de nutrição agudo e com alta prevalência de aids, além de um grande número de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia”, explicou.
 
A OMS estima que a epidemia de cólera no Haiti dure mais um ano e atinja até 200 mil pessoas. Segundo informações da entidade, os medicamentos já enviados ao Haiti e outros que estão para chegar ao depósito da OMS em Porto Príncipe serão suficientes para atender à demanda.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/internacional/2010/11/epidemia-de-colera-no-haiti-ja-matou-1.344-pessoas-e-contaminou-57-mil

Estudante de direito é vítima de racismo na PUC de São Paulo

A estudante do último ano de direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) Meire Rose Morais sofreu ofensas com conteúdo racista de uma colega de sala. De acordo com ela, as agressões se deram em uma lista de e-mails. Meire relata que é comum os bolsistas negros do Prouni serem tratados de maneira preconceituosa.

“Ela manda os e-mails com vários contextos que discriminam a questão racial: ‘esse creme que você usa para emplastar seu cabelo’. Ela faz uma ofensa pelos elementos raciais que eu possuo. Eu tenho o cabelo crespo, cacheado e para ele não armar muito eu passo bastante creme.”
 
Meire é solteira e mãe de três filhos. Dentro de um mês se formará aos 46 anos de idade. Ela conta que foram feitas referências até mesmo a um problema no pé que a obriga a usar sandálias.
 
“Ela deixa bem claro o que ela entende das pessoas negras, que é tudo bandido, ladrão. Eu nunca imaginei que pudesse causar tanto problema. Eu passei cinco dias chorando na faculdade. Eu não conseguia me vestir direito, eu tinha medo de sair de casa e as pessoas rirem de mim. Eu tive dificuldades para colocar de novo a minha sandália.”
 
O advogado Cleyton Wenceslau Borges, que acompanha o caso, acionará o conselho universitário para pedir apuração. Depois de encerrada a sindicância, poderão ser abertos processos na Justiça. Meire revela que também será solicitado ao Ministério da Educação que oriente as universidades a implementarem fóruns de discussão e combate ao racismo como exigência para a concessão do título de filantropia.
 
“Às vezes aquela pessoa é tão tímida que não consegue se colocar. Então, teria que existir um comitê de combate a todos os tipos de discriminação. Não adianta apenas ter um psicólogo para atender aqueles que sofrem preconceito na PUC ou em outras universidades particulares que adotam ações afirmativas.”
 
Mais informações acesse: http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/estudante-negra-sofre-racismo-na-pucsp.html?utm_content=sociable-wordpress&utm_medium=awe.sm-twitter&utm_source=twitter.com

Camisinha é aceitável em alguns casos, diz Bento 16

O uso de camisinhas para parar o avanço da Aids pode ser justificado em alguns casos, disse o Papa Bento 16 em um novo livro que pode anunciar o início da mudança de atitude do Vaticano a respeito do uso de preservativos.

Em trechos publicados no jornal do Vaticano neste sábado, o papa menciona o exemplo do uso de camisinha por prostitutas como “o primeiro passo para a moralização,” mas diz que os preservativos “não são realmente a maneira de lidar com mal da infecção por HIV.”
 
Embora alguns líderes católicos também tenham falado sobre o uso limitado de camisinhas em casos específicos para impedir o contágio pela Aids, essa é a primeira vez que o papa menciona a possibilidade em público.
 
As palavras do papa parecem ser uma grande mudança na atitude do Vaticano. Embora não exista uma posição formal em um documento do Vaticano, a maioria dos líderes da Igreja vêm dizendo, há décadas, que o uso de preservativos não era nem parte da solução na luta contra a Aids.
 
No ano passado, o papa causou um alvoroço internacional quando disse a jornalistas em viagem à África que os preservativos não deveriam ser usados, porque poderiam aumentar a propagação da Aids.
 
O novo livro, chamado Light of the World (Luz do Mundo) é feito com as respostas de Bento 16 às perguntas feitas pelo jornalista alemão católico Peter Seewald ao longo de um mês de reuniões na residência de verão do papa.
 
O papa diz que a “mera fixação em relação aos preservativos implica numa banalização da sexualidade” onde a sexualidade não é mais a expressão do amor, “mas apenas uma espécie de droga que as pessoas usam.”
 
Depois que o papa disse que o uso de preservativos poderia se justificar em certos casos limitados, como por exemplo, por prostitutas, Seewald perguntou: “O senhor está dizendo então, que a Igreja Católica em princípio, não se opõe ao uso de preservativos?”
 
O papa respondeu: “É claro que ela não os vê como uma solução moral ou real, mas, nesse ou naquele caso, pode entretanto, haver a intenção de reduzir o risco de infecção, um primeiro passo em direção a uma maneira diferente, mais humana de viver a sexualidade.”
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/saude/2010/11/camisinha-e-aceitavel-em-alguns-casos-diz-bento-16

Dia da Consciência Negra: equidade para superar desigualdade

A Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira universidade federal a estabelecer uma política de cotas raciais para ingresso de novos alunos. Na UnB também funciona o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), coordenado por Nelson Olokofá Inocêncio, professor do Instituto de Artes (IDA). Inocêncio é autor do livro Consciência Negra em Cartaz e um dos responsáveis pela criação de cursos de história e arte afro-brasileira.

Mestre em Comunicação Social, ele conversou sobre o Dia da Consciência Negra com a Agência Brasil. Ele avalia que o país tem se modificado, assumindo a existência do racismo, mas aponta que a diminuição da igualdade vai exigir políticas públicas que promovam não apenas igualdade, mas equidade. A seguir, os principais trechos da entrevista.
 
Agência Brasil: Que importância tem o Dia da Consciência Negra?
 
Nelson Olokofá Inocêncio: Essa data é um marco, foi uma conquista. Quem propôs foi o movimento negro, especificamente o Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul, no início dos anos 1970. Esse dia seria, segundo os documentos históricos, o dia que Zumbi dos Palmares foi capturado e morto, quando o Quilombo dos Palmares teria caído nas mãos de Domingos Jorge Velho, bandeirante. Palmares teve uma existência longa e ocupou um pedaço de terra significativo: praticamente todo o estado de Alagoas mais um pedaço de Pernambuco. A data tem um simbolismo enorme, representa a luta da população negra contra o escravismo e a opressão. O Quilombo de Palmares também foi um projeto coletivo. É importante pensar nisso porque a luta contra o racismo também é coletiva e a população negra deve se organizar coletivamente.
 
ABr: A situação dos negros melhorou desde quando o movimento passou a reivindicar a comemoração da data?
 
Inocêncio: Eu não posso dizer que nós estamos em uma condição ideal, mas seria ledo engano afirmar que não houve avanço. Se dissesse que não houve avanço, estaria, inclusive, negando o papel do movimento negro na luta pelas transformações sociais, desconsiderando esse legado, essa contribuição significativa do ativismo negro no Brasil nos últimos 30 ou 40 anos. Houve um avanço significativo. Primeiro, um presidente da República reconhecer publicamente que o Brasil produz racismo, que foi o caso do presidente Fernando Henrique no final da sua segunda gestão. Isso é um marco para a cultura brasileira. Até então, o Estado não tinha sequer admitido a possibilidade de ser responsável pela segregação da população negra. Depois, veio o Luiz Inácio [Lula da Silva] que conseguiu desenvolver algumas políticas importantes, como a criação da Seppir [Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial] e a aprovação da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura negra. E o que é mais importante, conseguiu colocar na agenda oficial o debate sobre relações raciais. Isso é conquista. Quem viveu as décadas anteriores, as últimas décadas do século 20, sabe como foi difícil pautar esse tema, como foi difícil colocar esse tema na agenda. Hoje, inevitavelmente, o debate sobre o racismo está convocado.
 
ABr: O senhor não citou o Estatuto da Igualdade Racial como avanço, por quê?
 
Inocêncio: O Estatuto da Igualdade Racial poderia ter sido um avanço. Como ativista, me sinto frustrado porque acompanhei todo o trabalho do senador Paulo Paim [PT-RS] na elaboração e na defesa do estatuto que era muito mais pleno, muito mais expressivo e, lamentavelmente, em função da retaliação, da oposição e da direita, sobretudo no Congresso, nós tivemos um estatuto tímido, muito modesto e muito aquém do que ele poderia ter sido. Eu conheço tanto o texto do Estatuto como era cogitado anteriormente,  como o que resultou das negociações no Congresso. Na verdade as negociações foram muito além do possível, nós tivemos que abrir mão de muita coisa, e isso significou um prejuízo. Eu não posso negar a existência do estatuto porque ele foi votado e tem uma relevância, porém muita coisa que ficou fora do estatuto significa um problema.
 
ABr: Seria estratégico ter segurado a tramitação  do estatuto no Congresso?
 
Inocêncio: Obviamente, devido à composição do Congresso hoje [na próxima legislatura], nós teríamos mais chances de êxito, um estatuto votado com mais elementos, com mais conteúdo do que foi votado anteriormente.
 
 
ABr: Em sua avaliação, o estatuto teve um pivô de resistência dentro do partido Democratas?
Inocêncio:  Óbvio. Não sejamos ingênuos de achar que as elites nacionais vão abrir mão de seus privilégios, assim, da forma mais altruísta, isso não existe. As elites vão fazer defesa do que elas acreditam. As elites nacionais não vão ceder facilmente. É um processo de muita luta e nós não podemos achar que as verdadeiras mudanças na sociedade vão se dar sem tensões. Esse país quis seguir um projeto excludente.
 
ABr: Há dados estatísticos que revelam melhorias mas também manutenção da desigualdade. Por que esse abismo ainda é tão difícil de ser fechado?
 
Inocêncio:  Primeiro porque o fosso é muito grande, ele foi construído historicamente ao longo de todos esses anos pós-abolição, ou seja, nós temos mais de um século pós-abolição e agora, no final do século 20, no limiar do século 21 é que a gente tem as primeiras políticas públicas em defesa da população negra, mas é preciso obviamente entender que esse processo será um processo longo, a gente ainda tem que vencer muitas limitações. A gente não pode achar que, com base no princípio da igualdade, a gente vai vencer essas questões. Eu entendo que deve ser levado em consideração nas políticas públicas o princípio da equidade, ou seja, quem tem menos vai ter que ter políticas diferenciadas. Quem foi tratado diferenciadamente ao longo de mais de um século, vai precisar de políticas diferenciadas para chegar próximo dos segmentos que têm vantagens.
 
ABr: O senhor tem alguma expectativa de que haja mais negros no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff?
 
Inocêncio: Eu acho que ela vai ter um trabalho também porque o Brasil está se descobrindo racista agora. Nós passamos muito tempo ouvindo que o Brasil não tem racismo, mas agora a gente está falando que o Brasil é um país que produz racismo. Lidamos com tema que é tabu. A minha expectativa é que tenhamos mais ministros negros além de Gilberto Gil [ex-ministro da Cultura], Marina Silva [ex-ministra do Meio Ambiente] e Joaquim Barbosa [Supremo Tribunal Federal]. Só é possível entender que o racismo é algo nefasto quando percebemos que as pessoas negras não conseguem ocupar espaços de prestígio e poder. Um dos aspectos mais terríveis do racismo foi tentar afirmar a inferioridade intelectual dos negros. Esse, pra mim, é um dos campos prioritários, o campo do conhecimento e o campo do poder. É fundamental que os negros estejam aí provando que são gente como quaisquer outras e que precisam ser respeitadas também.
 
ABr: Durante as campanhas para que o Brasil se tornasse a sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, foi dito ao mundo inteiro que este é o país da harmonia. As  teorias sociais que criaram esse conceito prejudicaram a visibilidade do preconceito?
 
Inocêncio: Inevitavelmente isso [harmonia] não se sustenta. O maior exemplo que a gente tem hoje é essa terrível intolerância religiosa, esses ataques explícitos às religiões de origem africana que nós vemos na mídia todos os dias. Na verdade, a gente tem provas suficientes de que essa cordialidade [conceito do livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda] é muito mais um argumento, é muito mais um discurso que algo vivenciado na prática. Óbvio que existe uma cordialidade sim, mas existe uma contradição. Ao mesmo tempo em que você tem essa cordialidade, existe também uma série de limitações e uma série de preconceitos. Essa visão paradisíaca do Brasil não tem como se sustentar porque, na verdade, está servindo como uma maneira de impedir nossa visão mais ampla em relação às tensões e contradições que a gente tem. Não estamos falando só de racismo, mas tem preconceitos regionais, é um país onde se mata muita mulher, onde a gente está começando a entender a importância de se respeitar as pessoas que estão na terceira idade. Então, essa tese da cordialidade pode ser um ideal, mas ela não se sustenta quando você olha para o dia a dia.
 
ABr: Como o senhor viu a polêmica recente em torno do livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato?
 
Inocêncio:  Eu fico frustrado com nossos governantes  porque, às vezes, eles perdem oportunidades fenomenais de estabelecer um grande debate nacional. Essa situação, não só o Monteiro Lobato, mas o que a cultura brasileira produziu de racista não só literatura, mas cinema brasileiro, teatro brasileiro, música brasileira, as artes plásticas brasileiras deram um respaldo significativo aos estereótipos raciais.  Acho que não podemos ter essa arrogância de achar que nós sabemos de tudo, nós somos seres humanos e como seres humanos nós temos a nossas limitações. Arnaldo Jabor saiu em um comentário de rádio dizendo: o que vai ser do O Teu Cabelo Não Nega, Nega do Cabelo Duro, Qual é o Pente Que Te Penteia? Isso, para mim, é um deboche, um escárnio. Achar que isso é lindo, que isso é cultura brasileira. Sim, é cultura brasileira, mas também é cultura preconceituosa, que estigmatiza os negros, assim como a imagem da “nega maluca” no carnaval, assim como o Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto e o seu Samba do Crioulo
Doido, tudo isso é deboche. São maneiras de desqualificar, de desumanizar os negros. Eu não estou colocando em xeque a competência das pessoas, mas eu estou dizendo o que elas pensaram, e o que foi pensado na cultura brasileira a partir do que se chama de clássico. Toda produção artística existe para ser alvo de reflexão, objeto de discussões. Agora, se existe uma opção que por ser histórica, por ser clássica eu não posso discutir, isso pra mim é um convite à mediocridade.

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Para rádios comunitárias, marco regulatório da comunicação é indispensável

Em meio às discussões que envolvem o novo marco regulatório para a comunicação no Brasil, que segundo o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, será tratado com prioridade no governo Dilma Roussef, Jerry oliveira, coordenador nacional da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias, a Abraço, defende a regulamentação do setor – mesmo que proposta tardiamente. Porém, cobra que o processo de tramitação do anteprojeto seja público e aberto à sociedade.

Para Oliveira, a situação da comunicação hoje no Brasil é insustentável e há, claramente, a necessidade de uma organização normativa sobre o papel da mídia na sociedade. Ele vê no período eleitoral o fator decisivo para concluir a importância da regulação. “A mídia privada manipula a difusão de valores preconceituosos, racistas, e tentam induzir a sociedade”, critica.
 
O coordenador comemora a iniciativa do governo federal com o Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, ocorrido na semana passada. No evento, o ministro Franklin Martins reafirmou o compromisso de concretizar a formulação dos textos do marco regulatório. Entretanto Oliveira adverte quanto à possibilidade de o debate ser aberto à participação popular somente quando estiver em tramitação no Congresso Nacional, o que, para ele, faria o processo perder sua raiz democrática.
 
Apoio do Estado
 
Oliveira ainda adverte sobre o desconhecimento da sociedade em relação à política de concessões públicas de rádio e TV. Para ele há uma certa descaracterização do conceito de o que é público, e argumenta citando o caso do empresário Silvio Santos que colocou sua concessão televisiva, que é pública, como garantia de um outro investimento de seu grupo.
 
“Os empresários usam a concessão pública como se fosse uma moeda”, afirma Oliveira. “A rádio difusão comunitária não recebe um real de incentivo do Estado para seu funcionamento, a verdadeira rádio pública não tem fomento governamental, enquanto as rádios comerciais, que vivem para transmitir desgraça, nessas o governo injeta dinheiro”, indigna-se.
 
Segundo o coordenador da Abraço, um dos principais entraves para alcançar um patamar mais democrático na comunicação é a ultrapassada legislação, que possibilitou distorções em sua aplicação. Na Constituição de 1988, início da redemocratização do Brasil, os capítulos sobre a regência da comunicação não receberam votação, sendo determinadas de forma consensual. “O que motivou uma legislação cheia de remendo”, explica.
 
Oliveira lamenta que os projetos sobre comunicação estejam todos estacionados no Congresso Nacional. Um exemplo é o projeto de lei, ainda em tramitação, que descriminaliza o exercício não autorizado da radiodifusão comunitária, oferecendo anistia ao radiodifusores.
 
Defesa do controle social
 
A Abraço defende o controle social dos meios de comunicação e também a garantia da liberdade de expressão. Para Jerry, a única maneira de viabilizar tais condições é a sociedade criar e manter mecanismos de controle para que interesses pessoais ou empresariais não intercedam no exercício do direito à comunicação. “Não podemos entender a liberdade de imprensa e de expressão como uma liberdade de empresa”, afirma.
 
“Defendemos o controle social da mídia, o conselho de comunicação do Ceará e agora também a audiência pública do Conselho de Comunicação de São Paulo, em que a Abraço encabeça a lista das entidades que irão compor este conselho. E não temos problema nenhum em debater a democracia”, concluiu.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2010/11/para-radios-comunitarias-marco-regulatorio-da-comunicacao-e-indispensavel

Nova prova do Enem será na primeira quinzena de dezembro

A nova prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será aplicada na primeira quinzena de dezembro, e a data oficial será anunciada pelo Ministério da Educação (MEC) até quarta-feira (24). Nesta sexta-feira (19), o ministro da Educação, Fernando Haddad e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Joaquim Soares Neto, se reuniram com representantes do consórcio Cespe/Cesgranrio, responsável pela aplicação da prova.

O consórcio continua até a próxima semana o trabalho de análise das 116 mil atas dos locais de prova que vão indicar quais são os estudantes que terão direito a refazer o exame. Esse documento é usado pelos fiscais para relatar qualquer problema ocorrido durante a aplicação da prova. Por meio dele, serão identificados os candidatos prejudicados por erros na prova. Eles serão convocados por e-mail, telefonema, carta e SMS e vão decidir se querem refazer o exame.
 
Vinte e um mil cadernos de prova amarelos apresentaram erro de montagem e não continham todas as 90 questões. Inicialmente, o MEC estimou que 10% dos alunos que receberam o material com defeito não teriam conseguido trocar os cadernos. Haddad disse que não apenas os prejudicados pelo erro nas provas amarelas terão direito a participar do novo Enem, mas também os que tiveram outro tipo de problema e foram identificados nas atas.
 
Além do problema nos cadernos amarelos, a folha em que os candidatos marcam as respostas também apresentou um erro de impressão. As questões de 1 a 45 eram de ciências da natureza e as de 46 a 90, de ciências humanas, mas estavam identificadas de forma invertida. O erro ocorreu em todos os cartões distribuídos aos 3,3 milhões de participantes. O MEC ofereceu aos alunos que marcaram as respostas ao contrário a possibilidade de solicitar a correção invertida, pelo site do Enem (www.enem.inep.gov.br). O prazo termina às 23h59 de hoje.
                                                           
 

Sindicato pressiona e consegue adiar votação de projeto prejudicial aos trabalhadores

Trabalhadores das indústrias plásticas, liderados pela direção do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo e Região, realizaram, no dia 17, manifestação em frente à Câmara Municipal de São Paulo em protesto contra o projeto de lei 528/2009, que proíbe a distribuição gratuita de sacolas plásticas descartáveis nos estabelecimentos comerciais de São Paulo. 

O projeto de lei em questão, segundo a direção do Sindicato e o vereador pelo PT Francisco Chagas, não resolve o problema da poluição, mas usa as sacolas plásticas como ‘bode expiatório’ do grave problema ambiental de nossa cidade. Além disso, se aprovado, poderá causar o desemprego de mais 20 mil trabalhadores.

Osvaldo Bezerra, Pipoka, coordenador político do Sindicato, ressalva que a entidade não é contra o meio ambiente: “Nosso Sindicato tem história na defesa do meio ambiente e na coleta de materiais recicláveis. Quando a então prefeita de São Paulo Luiza Erundina implantou a coleta seletiva na capital, nós colocamos na frente do Sindicato tambores de coleta e a população do entorno depositava o material descartável. Quando Paulo Maluf assumiu a prefeitura, ele acabou com a coleta e nós tivemos então que parar”.

Pipoka afirma que os vereadores precisam debater com os trabalhadores essa questão para que se chegue a uma proposta que contribua na diminuição da poluição ambiental sem prejuízo para os trabalhadores e para a economia da cidade de São Paulo. “Estamos atentos e vamos continuar pressionando a Câmara junto com o vereador Francisco Chagas, dirigente do nosso Sindicato, para que possamos construir uma lei que garanta a sustentabilidade da nossa cidade, ou seja, que respeite o meio ambiente e também aos trabalhadores”.

O projeto deveria ser votado pelos vereadores em plenária, mas foi retirado da pauta. Segundo informações da Câmara, este ano o projeto não deverá voltar à plenária, mas o Sindicato está atento e prosseguirá em sua disposição de debater com os vereadores a questão.

Encontro de mulheres da categoria em Santo Amaro

Na manhã do dia 7 de novembro, mais de 100 trabalhadoras da Região de Santo Amaro, Taboão da Serra, Embu e Embu-Guaçu se reuniram na Subsede do Sindicato em Santo Amaro para debater a questão da saúde reprodutiva, evento que contou com assessoria da farmacêutica Olinda Charcon.

Célia Alves dos Passos, coordenadora da Secretaria de Gênero, afirmou que as mulheres puderam esclarecer suas dúvidas, especialmente sobre as doenças sexualmente transmissíveis. “As companheiras fizeram muitas perguntas sobre o assunto, especialmente sobre herpes, AIDS, gonorreia e outras doenças sexualmente transmissíveis”, comentou Célia.
 
As mulheres que participaram dos encontros que aconteceram na Lapa e em Santo Amaro participarão do Encontro Geral das Mulheres da Categoria, que acontecerá nos dias 27 e 28 de novembro, em Atibaia, interior de São Paulo. Célia fala que no encontro serão debatidos os seguintes temas: sexualidade em geral e sexualidade no segmento LGBT (sábado); a presença da mulher nos espaços políticos (domingo).
 
Haverá transporte para as mulheres saindo das regiões no sábado. Mais informações com as dirigentes do Sindicato ou em alguma Subsede.
 

Em pleno século XXI Ariston tem postura retrógrada

Os trabalhadores da Ariston não têm sossego em seu ambiente de trabalho. Dessa vez o desrespeito ultrapassou todos os limites. Pessoas que ocupam cargos de chefia praticam o assédio moral e o racismo, conforme denúncia de trabalhadores. A empresa não cumpre a Convenção Coletiva; não respeita a OLT; demite dirigentes sindicais, cipeiros e trabalhadores com problemas de saúde.

O caso mais grave é o de racismo. Um encarregado chegou ao cúmulo de dizer que “macaco tem que comer banana”, referindo-se a um trabalhador negro. “Isso é completamente inaceitável”, exclama a dirigente sindical Cida Pedro.
 
Além disso, a empresa não respeita a Convenção Coletiva. Uma companheira que estava com cirurgia marcada foi demitida e teve o seu convênio médico cortado imediatamente. A Convenção diz que o trabalhador que é demitido tem direito à estabilidade de 90 dias no plano de saúde. Quando questionada pela representante sindical, a resposta foi: “É decisão da diretoria da empresa, não iremos mudar de posição”.
 
O Sindicato repugna atitudes como essas e não irá deixar que isso passe em branco.
 
Trabalhador, lembre-se, nada vale mais que a sua felicidade. Não deixe que pessoas desse tipo te coloquem para baixo. É para isso que o Sindicato está aqui e é para isso que lutam todos que aqui trabalham. Denuncie e lute com a gente!
 

País tem primeiro Sistema de Comércio Justo e Solidário do mundo

O Brasil agora tem o primeiro Sistema de Comércio Justo e Solidário do mundo reconhecido e fomentado pelo Estado, graças ao decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a reunião plenária do Conselho Nacional de Economia Solidária (CNES), realizada nesta quarta-feira (17) em Brasília (DF). Com ele será possível consolidar e ampliar as políticas públicas para o setor e tornar perenes as conquistas dos trabalhadores brasileiros, disse o presidente durante o seu discurso na solenidade. Na oportunidade, também foi assinado decreto instituindo o Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas.

O Sistema Nacional do Comércio Justo e Solidário é um conjunto de parâmetros a serem seguidos na execução de políticas públicas voltadas à geração de trabalho e renda por meio de ações de promoção da economia solidária e do comércio justo. Entre seus objetivos estão: apoiar processos de educação para o consumo com vistas à adoção de hábitos sustentáveis e à organização dos consumidores para a compra dos produtos e serviços do comércio justo e solidário; fortalecer uma identidade nacional de comércio justo e solidário, por meio da difusão do seu conceito e do exercício das práticas que lhe são inerentes; e favorecer a prática do preço justo para quem produz, comercializa e consome.
 
A economia solidária, afirma o presidente, é uma alternativa para a geração de emprego e renda, além de importante saída para incentivar o País a adotar hábitos sustentáveis de comércio, que seja justo e solidário. O Brasil já é referência mundial no assunto desde 2003, quando foi criada a Secretaria Nacional de Economia Solidária. E a ação só se tornou bem sucedida, afirmou Lula, porque o governo instituiu um diálogo permanente com a sociedade civil para construir as políticas públicas necessárias.
 
“Valeu a pena todo o esforço realizado por este governo para fortalecer a economia solidária no Brasil. Mas é preciso reconhecer que ainda há muito a ser feito. A atuação desse Conselho Nacional de Economia Solidária e a realização periódica das Conferências Nacionais certamente vão continuar garantindo as condições para que trabalhadores e trabalhadoras do País possam construir uma rede de economia solidária cada vez mais sólida e sustentável”, destacou.
 
Lula explicou, ainda, que a grande aceitação de seu governo por parte dos brasileiros se deu por iniciativas como essa, que beneficiam diretamente a população, e pela relação de honestidade que estabelecida com a sociedade desde o início do governo. Aos trabalhadores do comércio solidário, Lula agradeceu a crença em seu governo e pediu para que continuem acreditando, pois, segundo ele, a presidente eleita, Dilma Rousseff, “fará mais e melhor” a partir de janeiro de 2011.
 
“Na hora em que a gente estabelece essa relação verdadeira, em que eu olho nos olhos de vocês e vejo que vocês não estão mentindo para mim e vocês olham em meus olhos e veem que eu não estou mentindo para vocês, está consolidada a coisa mais perfeita de nossa passagem pela Terra, que é a confiança entre os seres humanos. Porque no fundo, no fundo, só vale a pena ser presidente da República se as pessoas que te elegeram confiarem em você”, declarou.
 
Mais informações acesse: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?idioma=PT&cod=52430