CUT lança rádio e TV-web para ‘democratizar comunicação’

Rosane Bertotti apresentou novo site, que conta com rádio e TV web A Central Única dos Trabalhadores (CUT) estreou uma  rádio e uma TV na internet, além de uma nova versão para o site institucional. O lançamento ocorreu em evento no Sindicato dos Bancários na manhã desta sexta-feira (20). A entidade também comemora 27 anos de existência neste mês.

A rádio e a TV web ficarão no ar 24 horas por dia, em alta definição e com a possibilidade de download e reprodução livre por rádios e TVs comunitárias. A programação tem entrevistas, cultura e futebol, além de questões ligadas ao dia a dia dos trabalhadores e notícias em geral.

Segundo Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT, há duas formas de interatividade. Uma é a via institucional, em que as direções estaduais da CUT de outros estados publicam notícias e conteúdos diretamente. A outra remete ao público em geral, que pode enviar perguntas, opinar e dialogar com a programação.

“Neste mês em que completamos 27 anos, o lançamento da rádio e da TV-web é um presente para a CUT e para quem esteve na fundação da entidade. A central que continua pautada pelos direitos dos trabalhadores, mas que também dialoga com um país que vive com a democracia, é uma central que é referência”, completa Rosane.

O anúncio acontece dias antes do lançamento da TVT, emissora de televisão concedida ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à central. Nesta segunda-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve participar do ato em São Bernardo que marca o início das transmissões do canal UHF.

Para o presidente da CUT, Artur Henrique, o lançamento dos canais da própria central é o início de um processo de conhecimento e experiência de comunicação entre os sindicatos. “Nós queremos fazer a democratização da comunicação, apresentar para a classe trabalhadora brasileira a possibilidade de utilizar as redes sociais, a rádioweb, a TV-web como instrumentos de tecnologia de informação e de comunicação para chegar a base dos trabalhadores”, defendeu.

A CUT também oferece, em seu site, os perfis nas principais redes sociais como o Twitter e Facebook, além da Conexão Sindical, organizada em torno do Observatório Social.

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Senado associa voto a ‘futebol de botão’ para valorizar eleições

O Senado Federal promove uma campanha, a partir de quinta-feira (20), uma campanha nacional para aproximar eleitores do trabalho feito no congresso nacional. A tarefa é educar e orientar a população na hora do voto para senadores e deputados federais. Intitulada “Seu Voto faz o Congresso”, a iniciativa associa o pleito ao futebol de mesa, ou “futebol de botão”.

Nas imagens, leis como Maria da Penha, de incentivo ao esporte, de adoção, Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outras, são expressas em botões usados no esporte. A escolha do voto seria, na propaganda, como escalar jogadores em uma partida. A ideia é mostrar que o Congresso Nacional vota projetos importantes para a vida do país, o que demanda a escolha adequada de representantes da sociedade para legislar.

A campanha ocorre em uma eleição que renova dois terços das cadeiras do Senado. Durante os últimos quatro anos, a Casa foi palco de recorrentes denúncias de corrupção e de falta de transparência, incluindo a revelação de que diretores promoviam nomeações e contratações por meio de “atos secretos”, não publicados no diário oficial.

O trabalho foi produzido pela Secretaria Especial de Comunicação Social do Senado e tem previsão de ser divulgada em TVs, rádios e imprensa escrita. Apesar de o lançamento ocorrer durante o período de campanha, quando há restrições a campanhas promovidas pelo poder público, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a divulgação por considerar que ela não configura propaganda institucional.

O presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski, considerou que a campanha “irá reforçar a nobre tarefa de educar e orientar o cidadão para o voto consciente”. No pedido de autorização, o presidente do Senado, José Sarney, justificou a campanha pela “necessidade de envolver o cidadão no processo eleitoral e legislativo, tendo levado em consideração o elevado índice de abstenção e de votos inválidos para o cargo de Senador na última eleição de 2006” disse.

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Pedofilia na internet

O número de usuários da internet no Brasil, incluindo computadores públicos em cybercafes e escolas, é superior a 73 milhões, conforme levantamento feito no último mês de maio pela comScore,Inc (Nasdaq:Scor), que mede os acessos à rede. Crianças e adolescentes de 6 a 14 anos representam 12% desse total e passam a maior parte do tempo em sites de entretenimento, bate-papo ou nas redes sociais, como o Orkut e Facebook – um comportamento virtual que preocupa os pais, principalmente em relação aos crescentes casos de pedofilia.

Desenvolvida durante a Guerra Fria, quando os Estados Unidos e a União Soviética disputavam a hegemonia política, econômica e militar, hoje a internet é protagonista de uma outra guerra – contra a pedofilia, o abuso sexual e a pornografia. Segundo o diretor juridico da organização não governamental (ONG) SaferNet Brasil, Thiago Tavares, ao mesmo tempo em que amplifica o acesso a conteúdos ilegais, a internet também oferece os meios para descobrir e mapear as redes criminosas.
 
“A internet é a grande aliada para a investigação e descoberta das redes criminosas que veiculam pornografia infantil e desses agressores sexuais que se utilizam da rede para aliciar crianças”, disse Tavares.
Como os pais e educadores lidam com essa nova realidade virtual dos filhos? O uso da internet requer cuidados para garantir a proteção de crianças e adolescentes. O conselho básico que se recebia antigamente para não conversar com estranhos, não vale para o mundo virtual. O estranho está dentro dos lares, na lan house da esquina, na escola e até mesmo em uma simples ligação telefônica.
 
Com 11 anos, Laís Vieira diz que utiliza a internet para “entrar no Orkut e no Twitter”, hábito seguido por José Henrique Paranhos, que tem a mesma idade e também usa a rede “para ler e-mails e fazer pesquisas escolares”.
A mãe de Lais, Andréa Vieira, afirma que esse controle é dificil, porque os jovens passam muito tempo diante do computador. Ela diz que está sempre atenta sobre quem está na lista da filha nos sites de relacionamento, como o Orkut. “Se eu vejo que tem algum adulto desconhecido, mando deletar. Não quero nem saber quem é . Explico sempre o quanto é importante não conversar com gente desconhecida.”
 
O Orkut e os chats lideram a lista dos endereços mais perigosos da rede, de acordo com a SaferNet . A ONG possui uma Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos em parceria com o Ministério Público Federal. A maioria delas são relacionadas ao Google.
 
A CPI da Pedofilia aprovou em 2008 a quebra de sigilo de mais de 3 mil álbuns de fotos publicados no Google. A empresa teve que repassar dados que ajudaram a identificar os responsáveis pelas páginas, por causa da suspeita de conteúdo com pornografia infantil. O Brasil foi pioneiro na quebra desse tipo de sigilo.
De acordo com Thiago Tavares, da SaferNet, não existe nenhuma política pública em vigor no país com foco no combate aos crimes cibernéticos. “Eu estive recentemente no Congresso Nacional a convite da Comissão Parlamentar de Inquérito das Crianças Desaparecidas. Os deputados se comprometeram a colocar essa discussão no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Resta saber se vão cumprir essa promessa ou não”, conclui.
 
Edição: Andréa Quintiere

* Essa reportagem faz parte do projeto da equipe do Radiojornalismo da EBC, vencedor do 5º Concurso Tim Lopes de Investigação Jornalística na Categoria Especial. Temática: “O Desafio do Enfrentamento à Violência Sexual Facilitada pelas Novas Tecnologias de Comunicação e Informação”. A série está disponível em áudio na Radioagência Nacional
 
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Estimativa de analistas para crescimento do PIB este ano chega a 7,10%

A estimativa de analistas do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, oscilou de 7,09% para 7,10%, neste ano. Para 2011, permanece a expectativa de 4,5%, há 37 semanas seguidas, segundo o boletim Focus, divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central (BC).

A expectativa para o crescimento da produção industrial, neste ano, passou de 11,57% para 11,49%. Para o próximo ano, a previsão de expansão da produção industrial foi mantida em 5%.
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB permaneceu em 40,77%, em 2010, e em 39,50%, em 2011.
A expectativa para a cotação do dólar também não foi alterada: R$ 1,80, ao final deste ano, e R$ 1,85, ao fim de 2011.
A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) permaneceu em US$ 15 bilhões, neste ano, e passou de US$ 8,68 bilhões para US$ 9 bilhões, em 2011.
Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) a estimativa passou de US$ 49 bilhões para US$ 49,91 bilhões, neste ano, e de US$ 58 bilhões para US$ 57,90 bilhões, em 2011.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) caiu de US$ 32 bilhões para US$ 31 bilhões, neste ano, e de US$ 38,50 bilhões para US$ 38,20 bilhões, em 2011.
 

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Analistas esperam que taxa básica de juros se mantenha em 10,75% ao ano até o fim de 2010

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) não esperam mais por aumento da taxa básica de juros, a Selic, neste ano. A expectativa para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro, e para o final do ano caiu de 11% para 10,75% ao ano, atual patamar da taxa básica. Há quatro semanas, a previsão era de que a Selic fecharia 2010 em 11,75% ao ano. Para o final de 2011, a projeção para a Selic permanece em 11,50% ao ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reúne-se nos próximos dias 31 de agosto e 1º de setembro. Neste ano, ainda haverá reuniões em outubro e em dezembro. Na última reunião do Copom, em julho deste ano, os juros básicos foram elevados de 10,25% para 10,75% ao ano.

A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,19% para 5,10%, neste ano. Para 2011, a estimativa subiu de 4,80% para 4,86%, após 18 semanas de estabilidade.

O boletim Focus também traz a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) que neste ano deve ficar em 5%, a mesma estimativa prevista anteriormente. Para 2011, a projeção passou de 4,52% para 4,53%.

A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi alterada de 8,46% para 8,50%, neste ano. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) neste ano, a expectativa passou de 8,51% para 8,56%. Para o próximo ano, foi mantida em 5% a projeção para esses dois índices.

A estimativa dos analistas para os preços administrados permaneceu em 3,60%, em 2010, e foi alterada de 4,76% para 4,80%, em 2011. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo, entre outros.

As estimativas constam do boletim Focus, publicação divulgada às segundas-feiras pelo BC com base em estimativas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.

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Aneel substituirá 60 milhões de aparelhos de medição de energia

O prejuízo anual causado por perdas de energia no Brasil passa de R$ 6 bilhões, podendo chegar a  R$ 8,1 bilhões se forem contabilizados os impostos que deixam de ser arrecadados. Isso corresponde a 5,8% de toda a energia que é produzida no país.

A fim de amenizar esse problema, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende substituir 60 milhões de aparelhos de medição em todo o país. Dependendo do modelo a ser adotado, a medição passará a ser feita a distância, sem a necessidade de a empresa deslocar um funcionário até o local para fazer a leitura.

“Estamos finalizando os estudos que indicarão o padrão dos equipamentos a serem adotados. Eles certamente passarão a ter um sistema de comunicação por faixa de rádio que possibilitará a leitura remota. Além disso, informarão sobre eventuais interrupções [do fornecimento de energia] e indicarão o nível de qualidade do serviço, com a possibilidade de registrar as variações de tensão da energia fornecida”, explicou hoje (19) à Agência Brasil o diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner.

De acordo com ele, a definição do padrão de equipamento deve ser concluída até o fim do primeiro trimestre de 2011. “Ainda em 2010 definiremos os papéis [de cada entidade envolvida nesse processo] e pretendemos começar a mudar os equipamentos em 2011 para, em 2012, com a experiência adquirida, o plano já estar estruturado”, disse o diretor da Aneel.

“Será necessário encontrar formas de viabilizar a fabricação de todo esse equipamento, adaptando a indústria nacional à demanda que surgirá”, acrescentou.  Hübner adiantou que entre as medidas de apoio que podem ser adotadas estão benefícios fiscais e financiamentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A expectativa da agência é de que todo o processo de substituição dos medidores de energia leve entre seis e dez anos. Mas esse prazo, segundo Hübner, pode ser reduzido caso a adaptação dos fabricantes seja bem-sucedida.

“Nossa previsão é de que cada novo relógio custará entre R$ 200 e R$ 400, valor que varia em função do nível de sofisticação do equipamento”, disse o diretor.

Hübner participou da abertura do seminário internacional Perdas em Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica, que está sendo realizado até amanhã (20) em Brasília.

Durante o evento, ele disse que há casos de empresas cujo desperdício de energia beira 40%, fato confirmado pelo secretário executivo da Comissão de Integração Energética Regional (Bracier) e assessor da Eletrobras, Antônio Carlos Marques de Menezes.

“Este problema [de perda de energia] afeta todos os países da América Latina. No Rio de Janeiro, o índice de perda chega a 38%, enquanto em Manaus (AM) passa de 40%”, afirmou Menezes à Agência Brasil.

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Biblioteca do DF é referência internacional na inclusão de deficientes visuais

Quando perdeu a visão, o aposentado Francisco de Paula, 62 anos, passava a maior parte do tempo em casa, deprimido. Agora, faz aulas de informática, inglês, fotografia, dança e reciclagem de leitura em braille. As atividades que ele desenvolve agora, de segunda a sexta-feira, o fizeram “ressurgir e descobrir uma nova vida”. Elas ocorrem na Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga, no Distrito Federal.

“Isso preenche meus dias e me sinto feliz com a companhia das pessoas que têm a mesma deficiência que eu, dos professores e dos voluntários”, conta. Um de seus colegas é o aposentado Napoleão Queiroz, 51 anos, que participa da dançaterapia e das aulas de informática. “Estou aprendendo coisas que pensava que não seria capaz de fazer”, diz.
 

A Biblioteca Dorina Nowill atende todo mês, em média, 80 deficientes visuais como Francisco e Napoleão. Além dos adultos, que buscam o resgate da autoestima, há jovens que frequentam o ensino regular e fazem aulas de reforço. Os voluntários leem textos e exercícios das apostilas escolares, impressas em tinta, e tiram dúvidas do conteúdo. “É bom saber que posso ajudar e me sentir útil”, afirma a voluntária Valéria Freitas, 24 anos, estudante, que dá aulas de reforço de inglês e biologia.

A biblioteca também promove a ressocialização de seus frequentadores. “Idosos que ficaram cegos e deprimidos em casa se sentem inseridos novamente na sociedade. Juntos, eles se sentem iguais”, afirma a professora e funcionária da instituição Maria Ildérica. “Há uma preparação para o mundo lá fora. Muitos se sentem estimulados a voltar a estudar ou trabalhar. Ninguém segura o deficiente quando ele sente esse gostinho de voltar à vida”, completa a fundadora da biblioteca, Dinorá Couto Cançado.

Outra atividade é a alfabetização em braille. A biblioteca empresta aproximadamente 2 mil obras literárias e didáticas em braille. Há também livros impressos em tinta, que podem ser gravados em áudio por voluntários ou apresentados em rodas de leitura. Segundo Dinorá, a biblioteca tornou-se referência nacional e mundial pelo seu trabalho literário e social. Com frequência, ela é convidada para participar de congressos, seminário e cursos em vários países.

Amanhã (20), às 20h, ela estará no estande do Plano Nacional do Livro e Leitura, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, para debater o projeto Luz e Autor em Braille. Dinorá vai contar como foram os encontros de autores com deficientes visuais na biblioteca durante cinco anos, de 1995 a 2000. O projeto consistia em permitir uma conversa entre autores e leitores para, a partir daí, os deficientes visuais escreverem um texto inspirado no escritor. O texto podia ser uma crônica, poesia ou até música. As produções foram reunidas na coletânea Revelando Autores em Braille, publicada em 2001.

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Rádios comunitárias protestam nesta 5ª contra criminalização em Campinas

As rádios comunitárias de Campinas realizam, nesta quinta-feira (19), um ato público em favor da democratização da comunicação. O protesto, idealizado pela Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), defende a liberdade de expressão e a luta contra o monopólio da comunicação nas mãos de poucas famílias. A concentração começa às 11h, em Sumaré, e às 12h30 no Largo do Pará.

Segundo os ativistas, as rádios comunitárias no Brasil são vistas frequentemente como “piratas”, que roubam sinais da aviação e comumente são deixadas à marginalidade. A Abraço defende que, com a legalização, as emissoras seriam importantes instrumentos que valorizam o social e a cultura local.

“As rádios comunitárias não aceitam a inoperância do Estado no impedimento de suas funções, mas sabem que em contrapartida são bem ágeis quando o assunto é a criminalização”, afirmou Jerry Oliveira, representante da Abraço na região de Campinas.

Segundo Oliveira, os participantes defendem a desburocratização para o registro das rádios existentes e abertura de novas, a discriminalização da radiodifusão comunitária sem licença e a retirada dos processos contra quase 20 mil rádios locais, que tramitam hoje no Brasil.

As leis de comunicação no país põem em xeque a ordem e a qualidade da radiodifusão, na visão do movimento. “O governo só é eficiente para taxar rádios como criminosas, mas não entendem que é muito mais barato a regulamentação e fiscalização das concessões”, defende Oliveira.

No tratamento de conglomerados da comunicação, o poder público tem outra conduta. Segundo a entidade, rádios operadas por grandes grupos continuam funcionando mesmo tendo suas outorgas vencidas e sem registro – operadas por meio de licenças precárias, obtidas na Justiça.

“Apuramos que 50,2% das autorizações estão nas mãos de políticos, ou seja, as concessões que poderiam estar nas mãos da comunidade e usadas em favor da população, estão sendo usadas apenas com funções eleitoreiras”, protesta Oliveira.

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Adolescentes são aconselhados a baixar o volume de seus iPods

Os adolescentes usuários de iPod receberam recomendação para reduzirem o volume em seus tocadores de música, após um estudo realizado nos Estados Unidos constatar que os problemas auditivos entre os jovens haviam aumentado em quase 30 por cento nos últimos 15 anos.

O estudo publicado pelo Journal of the American Medical Association compara pesquisas nacionais do começo dos anos 90 e meados dos anos 2000. Cada uma delas incluía apenas alguns milhares de adolescentes com idade de 12 a 19 anos, mas sua composição foi determinada para representar todo o país.

Na primeira pesquisa, profissionais treinados constataram que cerca de 15 por cento dos adolescentes tinham certo grau de perda auditiva. Passados 15 anos, essa proporção havia crescido em um terço, para aproximadamente 20 por cento.

“Isso significa que em cada sala de aula existem alguns estudantes com problemas auditivos”, disse o Dr. Josef Shargorodsky, pesquisador no Brigham and Women’s Hospital, em Boston, à Reuters Health.

“Os adolescentes realmente subestimam o barulho a qual estão expostos. Muitas vezes o indivíduo não percebe, mas até mesmo uma ligeira perda de audição pode conduzir a diferenças em desenvolvimento de linguagem e aprendizado”, explicou.

O estudo constatou que a maior parte da perda de audição era registrada em apenas um ouvido, mas que as dimensões da perda estavam se agravando.

Embora a perda seja em geral modesta, cinco por cento dos adolescentes tinham problemas mais pronunciados – uma alta de 50 por cento ante a pesquisa anterior.

Shargorodsky se declarou surpreso pelas novas constatações.

Ele disse que o melhor tratamento médico para infecções de ouvido -uma das causas comuns de perda de audição- deveria em tese ter conduzido a uma redução no número de casos.

Os pesquisadores não apontaram os iPods ou outros tocadores de música como causa do problema crescente.

Disseram que os motivos da alta eram incertos, já que os adolescentes declararam não haver mudanças quando questionados sobre exposição a ruídos (no trabalho ou lazer, por exemplo).

Alison Grimes, diretora da clínica audiológica do Ronald Reagan-UCLA Medical Center, em Los Angeles, disse que embora não esteja claro que a culpa é dos eletrônicos musicais, reduzir o volume e não ouvi-los continuamente seria ainda assim uma boa ideia.

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SP registra déficit de 33% no número de médicos em hospitais municipais

Relatório da Autarquia Municipal Hospitalar da capital paulista aponta que os hospitais administrados pela prefeitura trabalham com déficit de 33% no número de médicos. O levantamento de agosto deste ano, realizado pelo órgão que gerencia os hospitais da prefeitura, contabilizou que do quadro previsto de 4.015 médicos, 1.341 postos estão em aberto, o que equivale a um terço das vagas.

A pior situação, de acordo com o relatório, foi encontrada no hospital Dr. Benedito Montenegro, conhecido como hospital do Jardim Iva, em Sapopemba, zona leste. A unidade funciona com metade do número de médicos previstos. Dos 135 médicos necessários, apenas 65 prestam serviços. Na prática, há mais vagas abertas do que médicos atendendo a população no local.

O quadro de outros profissionais da saúde também segue incompleto na rede municipal. Além de médicos, faltam 568 auxiliares de enfermagem, 52 assistentes sociais, 67 dentistas e 89 enfermeiras nos hospitais municipais.

Em respota ao jornal Agora São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde argumenta que a população procura cada vez menos as filas de emergências dos hospitais, optando pelo atendimento na Assistência Médica Ambulatorial (Ama). O órgão afirma ainda que este ano a prefeitura contratou 756 médicos, em sistema de emergência.

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