Mês: julho 2023
Funcionários da USP permanecem acampados na reitoria
Ato marca início da mobilização contra mudanças no Código Florestal
?Em Teu Nome…? escapa do lugar-comum de filmes sobre a ditadura
Poderia ser mais um filme sobre o período da ditadura, mas “Em Teu Nome…” consegue fugir do lugar-comum das obras dessa natureza ao priorizar os dramas pessoais à denúncia de um regime arbitrário. A narrativa política está lá, a partir de uma história real, mas a linha do tempo se acompanha mais pelas mudanças internas dos protagonistas do que pelas fases menos ou mais duras do regime iniciado em 1964.
O longa dirigido por Paulo Nascimento entra em cartaz nesta sexta-feira (28). A história, por sinal, se passa em um período relativamente curto de tempo. Começa em 1969, quando Boni (Leonardo Machado), um estudante gaúcho de Engenharia, de classe média, adere à luta armada. E termina exatos dez anos depois, com a volta dele ao Brasil, após a anistia, aquela mesma que causou tanta polêmica recentemente.
Nesse tempo, acontece a esperada prisão, a tortura e o exílio: Chile, Argélia e França. Nos dois primeiros países, nascem dois de seus filhos, com Cecília (Fernanda Moro), a companheira que não concordou com a opção pelas armas, nem mesmo tem maior interesse pela política, mas aceitou largar tudo no Brasil para viver com ele.
O grupo no qual Boni milita, pertencente à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) em Porto Alegre, tem outros quatro integrantes: Professor (Nelson Diniz), que coordena as ações, Lenora (Silvia Buarque, apagada), Onório (Marcos Verza) e Higino (Sirmar Antunes). Quando se decide pela luta armada, Boni deixa claras as suas dúvidas em relação a essa opção.
É questionado por todos, sobretudo por Onório, vindo de família rica e aparentemente o mais radical e agressivo. Mas, disciplinado, segue as instruções e começa a praticar assaltos (expropriações). A certa altura, todos acabam presos, possivelmente por traição.
Aí entra em cena, talvez, o único chavão do filme: o do delegado psicopata, PS (vivido por Marcos Paulo), que gosta de torturar ouvindo música clássica. Após o inferno dos porões, eles conseguem sair do Brasil, em troca da libertação do embaixador suíço no Brasil, Giovanni Enrico Bucher. Boni e seus companheiros fazem parte do “grupo dos 70”, presos políticos que deixam o país por exigência das forças que se opõem ao governo.
Em todos os momentos e países, o personagem principal expõe suas incertezas e inseguranças. A fraqueza do protagonista se torna um ponto forte do filme, que mostra também o drama vivido pela família. A irmã de Boni (Dinha, vivida por Júlia Feldens) e o cunhado, o uruguaio Leo (Cesar Troncoso), discordam da opção da guerrilha urbana, mas não deixam de apoiá-lo em nenhum momento. A namorada, Cecília, também é contra, mas não hesita em abandonar tudo para encontrá-lo no exílio e até cumpre algumas “tarefas” revolucionárias.
E assim segue a trajetória de Boni: em 1971 chega ao Chile, onde consegue emprego (e por isso é criticado pelos companheiros) e tem seu primeiro filho. Vai embora, com dificuldade, após o golpe que derruba Salvador Allende, a quem seu grupo considera “reformista”.
Aqui, vale abrir um parênteses para um depoimento dados anos atrás para Evelise Zimmer Neves (mestranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro) por João Carlos Boni Garcia, em cuja história o filme é inspirado.
“Provocamos vários embaraços, por falta de amadurecimento, e também, algumas vezes, magoamos aquele povo que nos acolheu com tanto carinho. Vários grupos de operários e sindicalistas chilenos foram nos encontrar, queriam discutir com os revolucionários brasileiros. Nosso pessoal achava que, por serem da Unidade Popular, eram ou reformistas, ou pessoas que trabalhavam para um governo reformista, e que nós, revolucionários, não íamos discutir com eles em posição de igualdade. Como revolucionários, nos considerávamos superiores. (…)
Nós, numa análise a priori, sem entendermos o processo de luta e a história do povo chileno, catalogamos o governo Allende como reformista, porque tinha ganho as eleições num processo democrático. Para nós isso era pejorativo, burguês, não ia dar em nada.”
O debate político não é feito de forma profunda no filme, até porque esse não é seu objetivo, mas tratar dos anos 70 “sob uma ótica humanista e poética”. Assim, a Cordilheira dos Andes é cenário tanto para um treino de guerrilha como para a cena em que Cecília anuncia que está grávida. Vem o golpe, mulher e filho saem antes do Chile. Cada vez mais acuado, ele consegue deixar o país de forma dramática.
O reencontro do casal só vai se dar na Argentina. De lá, eles conseguem ir para a Argélia, onde nasce outro filho. Desta vez, Boni vai na frente para a França, até conseguir visto de permanência dado pela ONU. A família se reúne novamente, eles conseguem bolsas de estudo e reorganizam a vida. Em Paris, Boni ajuda a organizar um comitê brasileiro pela anistia e se prepara para voltar ao Brasil, enquanto cada um dos antigos companheiros têm destinos diversos, inclusive o de não suportar a humilhação e desistir da própria vida, caso de Lenora, que no entanto, ao longo do filme, não parece transmitir a emoção de seu personagem.
Ao assumir a direção do comitê, o personagem não resiste a uma ironia, ao dizer que lá na França, ainda no exílio, a esquerda conseguia ser ainda mais dividida do que no Brasil. Ao longo do filme, também se defende o ponto de vista de que ele, o povo, ignorava as ações dos militantes e dos grupos políticos de oposição ao regime. Para transformar a sociedade, é preciso entendê-la.
“Não é um filme político como imaginávamos no início, mas sobre sentimentos, sobre o amor em tempos difíceis”, declarou o diretor, Paulo Nascimento. “Acima de tudo, fala sobre a alma humana.” Segundo ele, a preocupação era ter “um outro olhar” sobre o período de ditadura, assim como foi feito em “O Ano em que os Meus Pais saíram de Férias”. Lançado em 2006 e dirigido por Cao Hamburger, o filme conta a história de um garoto de 12 anos que vê seus pais se ausentarem, a pretexto de férias (eram perseguidos pela ditadura), muda de Belo Horizonte para São Paulo e acaba morando com um vizinho de seu avô.
“A gente não está tratando da resistência, da guerrilha, mas sobre seres humanos que foram afetados por tudo isso”, diz Leonardo Machado, que pôde ser visto recentemente na novela global “Viver a Vida”. No filme, ele vive seu primeiro protagonista.
João Carlos Bona Garcia fez parte dos governos Pedro Simon e Antônio Britto no Rio Grande do Sul. Ironicamente, foi presidente do Tribunal de Justiça Militar daquele Estado, aposentando-se recentemente.
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/entretenimento/201cem-teu-nome…201d-escapa-do-lugar-comum-de-filmes-sobre-a-ditadura
Bolivianos, argentinos e tailandeses unem-se contra trabalho escravo na produção de roupas
Poucos refluxos políticos foram tão férteis nesta década quanto a derrocada da Argentina de 2001-02. Ir (mais uma vez) de cabeça rumo ao abismo teve efeitos negativos que nenhum argentino gostaria de relembrar. Mas esta caída foi também profícua no surgimento de respostas a uma crise que, em sua reta final, tragou para baixo da linha de pobreza 700 mil pessoas ao ano.
Em dezembro de 2001, quando não havia mais escapatória, por fim as pessoas se deram conta de que os problemas não eram isolados. E que era preciso buscar respostas locais para seguir adiante. As assembleias de bairro foram um forte exemplo disso – talvez o mais marcante. A vizinhança se reunia para detectar quais questões eram comuns e precisavam de uma saída.
Uma das muitas soluções encontradas foi a fundação de uma cooperativa têxtil com ex-trabalhadores escravos. No começo deste mês, La Alameda somou forças a um projeto similar da Tailândia para criar a primeira confecção internacional de roupas livres de servidão. São tailandeses, bolivianos e argentinos que se uniram numa iniciativa pioneira e que parte agora em busca de novos parceiros.
Trabalho digno e fome
Avellaneda é um bairro de Buenos Aires habitado pelas camadas baixa e média-baixa. O ônibus demora a chegar e, à medida que avança, vai deixando para trás a imagem de elegância associada à capital argentina e revelando a cidade castigada pela década de Carlos Menem (1989-99) e Fernando de la Rúa (1999-2001).
Quando os moradores do bairro se reuniram, em 20 de dezembro de 2001, viram que os principais problemas eram fome e trabalho digno. “Mais que desemprego, o que havia era uma queda dos ganhos e a impossibilidade de chegar até o fim do mês”, lembra Gustavo Vera, presidente e fundador de La Alameda.
Se o dinheiro ficava curto, somar os trocados era a saída. Se fome era o problema, esses trocados davam conta de acalmar o estômago. Um refeitório comunitário foi o embrião da cooperativa. Satisfeita a fome, respostas a novas perguntas haveriam de surgir.
Imigração
Perto da hora do almoço, a saída das crianças da escola local revela que o bairro tem uma grande população de imigrantes. Meninas e meninos de rostos mestiços, mais morenos que a ‘regra’ na capital argentina – e com os olhos mais puxados.
Quando se entra no refeitório de La Alameda, ao lado do Parque de Avellaneda, imigrantes bolivianos, principalmente, e peruanos, um pouco menos, provam o prato do dia: raviólis com um molho vermelho aparentemente ralo.
Nos fundos do casarão, duas senhoras fazem artesanato em cerâmica. Pelo corredor escuro há inúmeros recortes de jornal, do mais conservador ao mais ‘progressista’, exaltando o trabalho da instituição. Escadas acima surge um espaço com algumas máquinas de costura, panos para todos os lados e cabides com as roupas já terminadas.
Foi com os imigrantes que surgiu a grande indagação – e a grande resposta – da história de La Alameda. A economia falida foi o pretexto e o incentivo que muitos empresários esperavam para apertar o cinto e deteriorar ainda mais as condições de trabalho. Os aliciadores de mão de obra não vacilaram em cruzar a fronteira com a Bolívia para encher ônibus e mais ônibus com imigrantes dispostos a trabalhar muito para ganhar um pouco mais.
Maria Magdalena Velasquez Huaman deixou La Paz com 100 bolivianos no bolso, em torno de R$ 25, e com a promessa de trabalho em uma oficina de costura. “Como não sabia costurar, me colocaram como ajudante de cozinha com salário de cem pesos (hoje, o equivalente a R$ 50). Trabalhava no mínimo 14 horas por dia. Ia dormir depois de todo mundo”, reclama.
Contra escravidão
Maria e outras dezenas de milhares de imigrantes foram – e são – presa fácil para empresários inescrupulosos. Grandes marcas de roupas se beneficiam do trabalho em condições degradantes nesta e em outras áreas do mundo. Quando algum trabalhador quer ir embora, descobre que “deve” ao empregador os gastos com hospedagem e alimentação.
O pessoal de La Alameda rapidamente se deu conta de que a questão se repetia em outros países da América Latina e da Ásia. “Não é um problema que tem a ver com a cultura boliviana, mas com regras de superexploração e da globalização. O tráfico de pessoas ocupa um espaço importante para diminuir custos e maximizar os lucros”, afirma Gustavo enquanto toma um mate na mesa do refeitório.
Se o problema era comum, as respostas eram poucas. A saída foi criar as próprias alternativas e atacar em duas frentes: buscar a responsabilização judicial e formar uma cooperativa para trabalhadores resgatados.
Hoje, La Alameda tem 140 causas judiciais abertas, a maioria contra marcas internacionais que utilizam mão de obra escrava. Trabalhadores libertados passam-se por imigrantes em busca de emprego para investigar a ocorrência de escravidão.
Para Gustavo, a cooperativa se transformou numa das instituições mais confiáveis da Argentina. “Porque não buscamos cargo, não buscamos dinheiro, não temos financiamento, não temos funcionários que se dediquem exclusivamente a investigar. Inclusive os advogados colaboram voluntariamente”, ressalta.
Parte das investigações rendeu o confisco de 350 máquinas de costura que hoje são utilizadas pela cooperativa e por um polo têxtil em outra região da cidade com o mesmo caráter de respeito aos direitos humanos. O trabalho da confecção de La Alameda é o tema da segunda reportagem da série “Sem Correntes”.
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/internacional/bolivianos-argentinos-e-tailandeses-unem-se-por-roupas-livres-de-trabalho-escravo
Inflação para consumidor de baixa renda cai para 0,18% em maio
A inflação para os consumidores que ganham mensalmente até 2,5 salários mínimos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), ficou em 0,18% em maio, 1,10 ponto percentual abaixo da apurada em abril. Com o resultado, o indicador acumula alta de 5,18% neste ano e de 6,04% nos 12 meses encerrados em maio (anualizada).
Dados divulgados hoje (10) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram que a inflação para os consumidores de baixa renda ficou abaixo da média apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que subiu 0,21%. O índice mede a inflação para as famílias com renda mensal entre um e 33 salários mínimos. Nos 12 meses fechados em maior (resultado anualizado) o IPC-BR ficou em 5,28%.
Segundo a FGV, quatro das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram queda nos preços. A principal delas foi o grupo alimentação, cuja taxa passou de 2,52% para -0,20%, por conta das baixas do tomate (6,79% para -29,53%), leite do tipo longa vida (9,66% para 1,82%), feijão-carioquinha (30,82% para 13,95%) e carnes bovinas (2,81% para 1,54%).
Também apresentaram redução os grupos saúde e cuidados pessoais (1,28% para 0,66%), vestuário (1,13% para 0,80%) e educação, leitura e recreação (0,57% para 0,00%). Segundo a FGV, as principais influências partiram dos itens: medicamentos em geral (2,46% para 1,48%), calçados (1,75% para 0,05%) e show musical (6,49% para -2,65%), nesta ordem.
O grupo transportes repetiu o resultado da apuração de abril, com deflação de 0,01%. Em sentido ascendente, o destaque foi o item tarifa de transporte de van, que no mês passado teve deflação de 0,11% e agora chegou a zero. O item gasolina continuou a registrar queda, passando de -0,83% para -0,95%.
Tiveram alta os grupos habitação (de 0,29% para 0,63%) e despesas diversas (de zero para 0,16%). As principais contribuições partiram da taxa de água e esgoto residencial (de zero para 1,57%) e de alimento para animais domésticos (de -1,35% para 0,45%).
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_count=3&_56_groupId=19523&_56_articleId=973260
Lula diz que quando há exagero decide pelo veto, ao comentar aprovação dos royalties do pré-sal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou hoje (10) a aprovação pelo Senado de emenda que distribui os royalties do pré-sal igualmente entre estados e municípios. Lula não disse se vetará a decisão caso ela seja aprovada também na Câmara, mas disse que quando há exagero, ele decide pelo veto. Ele voltou a afirmar que em ano eleitoral os parlamentares ficam pressionados a votar facilidades e benesses.
“É um momento quase que atípico de votação, há quem diga que não se deveria votar nada em ano eleitoral. De qualquer forma, acho que o Congresso contribuiu muito com meu governo, votou 99% das coisas quando queríamos que fossem votados, quando há algum exagero, eu veto”, disse Lula em Aracaju (SE) em entrevista à Rádio FM Sergipe, ao ser perguntado sobre a aprovação da emenda.
Lula disse que, ao contrário do que muitos pensam, votar facilidades em ano eleitoral não ajuda. Para ele, é preciso estar alerta de modo a não comprometer a estabilidade econômica do país.
“As pessoas muitas vezes pensam que votar facilidades, benesses, ajuda eleitoralmente e não ajuda, porque o povo brasileiro está compreendendo que o momento que o Brasil está vivendo é outro. Eles sabem que nós poderemos fazer qualquer coisa, mas não podemos perder a seriedade com a estabilidade economia, com o controle da inflação e o crescimento sustentado”.
Na madrugada de hoje, os senadores aprovaram por 41 votos a 28, a emenda do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que prevê que os royalties do pré-sal sejam divididos de forma igual entre todos os estados e municípios, conforme critério do Fundo de Participação dos Municípios e do Fundo de Participação dos Estados.
Para compensar os estados produtores, que atualmente ganham mais para compensar os impactos da exploração, caberá a União pagar, com sua parte nos royalties, a diferença recebida a menos com o novo modelo de divisão. A matéria volta pra apreciação da Câmara, e depois segue para sanção presidencial.
Lula falou também sobre o reajuste de 7,7% para os aposentados, que ele tem até o próximo dia 15 para aprovar ou vetar. Ele disse que está analisando economicamente o assunto, contou, como exemplo, um episódio em que precisou ter coragem para dizer não a seu filho caçula, que queria viajar a Miami com a turma da escola, e disse que se for preciso também terá coragem para fazer o mesmo com o reajuste.
“Da mesma forma que eu disse a ele que não tinha dinheiro, tenho coragem de dizer ao povo brasileiro que não vou fazer isso, porque pode parecer bom agora, mas amanhã o prejuízo será em cima do povo pobre”.
Sobre o projeto do Fundo Social, também aprovado hoje, Lula considerou que a destinação dos recursos foi excessivamente “carimbaba” e, para ele, isso irá compromenter a mobilidade do governo na execução de políticas sociais.
“Carimbaram muito o Fundo Social, 50% para educação, tem 50% pra isso, daqui a pouco o governo não tem como fazer política social por que já está carimbado, mas tudo isso vamos conversar e ver o que podemos fazer por que vai voltar para Câmara”.
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=A974919C01117A8DC960BF114545BBEF?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=973317
Funcionários da USP ocupam reitoria
Os funcionários da USP em greve há 35 dias ocuparam na manhã desta terça-feira, 08, o prédio da reitoria da universidade. O protesto ocorreu porque a instituição não pagou o salário de aproximadamente mil trabalhadores que permanecem em greve. “Houve o corte de ponto. É uma violência deixar um chefe de família sem salário”, frisa o diretor de base do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Magno de Carvalho.
Segundo o sindicalista, das 20 unidades paralisadas, duas cortaram o ponto de seus funcionários. “Justamente aquelas onde as pessoas têm salários mais baixos. Isso gerou muita revolta.” As duas unidades a que Magno se refere são a Prefeitura do Campus, responsável pela manutenção e pelo transporte interno (ônibus circulares) e a Coseas (Coordenadoria de Assistência Social), que cuida dos serviços de saúde, creche, moradia e restaurantes (bandejões).
A greve começou no dia 05 de maio porque o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo) rompeu a isonomia entre o reajuste salarial de professores e funcionários da USP, Unicamp e Unesp conquistado com a autonomia universitária, no final da década de 80.
Este ano o conselho de reitores resolveu dar reajustes diferenciados para as duas categorias. Professores e funcionários conquistaram 6,57% de reajuste, pago em junho, mas aos docentes o Cruesp concedeu mais 6% de reajuste retroativo a fevereiro sob o argumento de que se trata de uma recomposição salarial para a reestruturação da carreira docente. O argumento é contestado por professores e funcionários.
Magno afirma que a ocupação da reitoria permanecerá até que a instituição reconsidere a decisão e pague o salário dos funcionários que tiveram o ponto cortado. Para o sindicalista a possibilidade da PM invadir novamente a USP não intimida os funcionários. “Com esse cara (reitor Rodas) que está administrando a USP, tudo pode acontecer. Ele chamou a polícia para invadir a Faculdade de Direito, quando era diretor. Não pretendemos sair daqui. Vamos resistir na medida do possível”, adverte.
Repressão
Nesta quarta-feira, 09, a repressão da PM contra funcionários e estudantes da USP completa um ano. A Adusp (Associação dos Docentes da USP) organiza um debate no auditório do Instituto de Física, às 17 horas, para lembrar a data. O evento conta com o apoio de funcionários e estudantes. Participam os professores Fábio Konder Comparato e Maria Victória Benevides.
Mais informações acesse: http://carosamigos.terra.com.br/
ProUni vai oferecer pelo menos 60 mil bolsas em instituições privadas
Os estudantes interessados em disputar uma das bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) para o segundo semestre de 2010 devem fazer a inscrição pela internet a partir da próxima terça-feira (15) até o dia 19 de junho. As regras do processo seletivo foram divulgadas hoje (9) no Diário Oficial da União (DOU).
O programa oferece bolsas para alunos de baixa renda em instituições privadas de ensino superior. Para se candidatar ao benefício é necessário ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009 e ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou na rede particular na condição de bolsista.
O Ministério da Educação (MEC) ainda não fechou o total de bolsas que serão oferecidas, mas, segundo a secretária de Ensino Superior, Maria Paula Dallari Bucci, serão no mínimo 60 mil – 39 mil integrais e 21 mil parciais. O benefício pode ser integral, que custeia 100% da mensalidade, ou parcial, que arca com 50% dos custos.
As bolsas integrais são destinadas aos alunos com renda familiar mensal per capita de até um salário mínimo e meio (R$ 765). As bolsas parciais são para os candidatos cuja renda familiar mensal per capita não seja superior a três salários mínimos (R$ 1.530).
Os candidatos podem escolher três opções de instituições de ensino, cursos ou turnos. A nota no Enem 2009 será usada como critério para o preenchimento das vagas. De acordo com a portaria do MEC, é vedada a inscrição de candidatos que tenham nota inferior a 400 nas provas ou tirado zero na redação daquele exame.
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_pos=2&p_p_col_count=3&_56_groupId=19523&_56_articleId=972418
Conselho de Segurança da ONU aprova sanções contra o Irã; Brasil e Turquia votam contra
A construção de um dique e de um parque, numa ação conjunta entre prefeitura e estado, vai obrigar cerca de 600 famílias a deixarem suas casas O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou no final da manhã de hoje (9) um novo pacote de sanções contra o Irã. Dos 15 países que compõem o órgão, 12 votaram favoravelmente. Apenas o Brasil e a Turquia foram contrários e o Líbano se absteve. Para a maioria dos integrantes do conselho, o programa nuclear iraniano é uma ameaça por esconder a produção de armas atômicas e não seguir as orientações da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
Os membros permanentes do conselho são os Estados Unidos, a França, a Inglaterra, a Rússia e a China. Dez países são membros rotativos do órgão: Brasil, Turquia, Bósnia Herzegovina, Gabão, Nigéria, Áustria, Japão, México, Líbano e Uganda. Apenas os permanentes têm direito a veto, os demais podem apenas votar.
Foi a quarta vez que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma série de medidas punitivas contra o Irã, na tentativa de forçar o governo daquele país a atender às definições do órgão e da Aiea. Mas o governo iraniano avisou que eventuais punições seriam respondidas em tom de confrontação e não levariam a futuras negociações.
O pacote aprovado hoje determina várias ações de restrições ao Irã. As principais medidas são o aumento da fiscalização dos carregamentos de exportação destinados ao Irã, a suspensão da venda de armas pesadas para os iranianos e a rigorosa inspeção nos navios com bandeira do país.
A embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Viotti, lamentou a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo a diplomata, as sanções não são medidas eficientes. O governo brasileiro defendeu a busca do diálogo como meio de encerrar o impasse envolvendo o Irã e parte da comunidade internacional.
A campanha em favor das sanções foi liderada pelos Estados Unidos. Para os aliados dos norte-americanos, há receio de que o Irã enriqueça urânio para produzir armas atômicas. Porém, o governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nega as acusações e insiste que o programa nuclear desenvolvido no país tem fins pacíficos.
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=F89C58B06FD26E91050D0C8F165ED7E9?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=972540