Sorteio das Colônias e do Clube de Campo para o CARNAVAL

O sorteio para as Colônias de Férias e o Clube de Campo, durante o período de CARNAVAL, acontecerá no dia 11 de fevereiro de 2011, às 20 horas na Sede do Sindicato. Não esqueça sua carteirinha de sócio do Sindicato e um documento com foto, lembrando que cada carteirinha representa apenas um sindicalizado. Se por algum motivo você está sem a carteirinha, favor trazer seu último holerite, onde consta o desconto da mensalidade sindical. Lembre-se, cada sindicalizado pode participar de apenas um dos sorteios, então, antes de participar, escolha o local.

Local: Rua Tamandaré, 348 – Liberdade
Data: 11/02/2011 (sexta)
Horário: 20 horas (impreterivelmente)

Diálogo Social na AkzoNobel América do Sul

No último dia 10 aconteceu, em São Paulo, a 2ª sessão de Diálogo Social entre os trabalhadores da empresa holandesa AkzoNobel e a gerência de Recursos Humanos da empresa no Brasil.

Representando o Sindicato, participaram os companheiros Geraldo Guimarães, Coordenador da Secretaria de Organização de Base e Ronaldo Lima (que também trabalha na empresa).

Do lado da empresa, estavam seis representantes da área de Recursos Humanos e o responsável pela área de Comunicação Corporativa, que apresentou os resultados dos programas de mídia espontânea e de participação social voluntária, que visam atribuir maior sustentabilidade à marca da empresa.

Por se tratar de uma atividade da Rede de Trabalhadores da AkzoNobel, participaram também trabalhadores e sindicalistas de outras unidades da empresa, no Brasil (São Bernardo, Itupeva, Santo André, São Gonçalo, Bahia e Nordeste) e de outros países: Argentina, Colômbia, México, Estados Unidos e Holanda.

O objetivo do diálogo social é fortalecer a relação e o compromisso em torno de temas abrangentes e que tem a ver com o impacto das atividades empresariais sobre a economia, meio ambiente e a comunidade. Ajuda também a facilitar a negociação coletiva entre patrões e trabalhadores sobre assuntos da competência direta dos sindicatos, como as relações (negociação, sindicalização etc.) e as condições de trabalho (salário, jornada, férias, benefícios etc.).

Nessa sessão do diálogo social, os companheiros sindicalistas sugeriram à empresa a elaboração de um mecanismo comum para a eleição de representantes dos trabalhadores em todas as unidades. Além disso, solicitaram um procedimento de informação com antecedência sobre eventuais reestruturações que possam causar demissões ou outros prejuízos aos trabalhadores/as.

O dirigente do nosso sindicato e empregado da AkzoNobel Ronaldo Lima expressou preocupação em relação a boatos sobre reestruturação nas Unidades de Guarulhos e São Roque, que estariam causando preocupação entre os trabalhadores daquelas Unidades. Em resposta, os gerentes de RH da empresa disseram desconhecer qualquer ameaça ao emprego nas duas unidades. Sobre a Comissão de Representantes e a Informação Prévia, disseram não enxergar problemas que justifiquem as medidas, no que foram contestados pelos sindicalistas, que entendem que a Comissão e a informação ajudam a levar o diálogo social para todas as unidades.

Os companheiros holandeses – do sindicato FNV e do Comitê dos Trabalhadores da empresa na Europa – questionaram a gerência sobre a divulgação e aplicação do Código de Condutas da empresa e se comprometeram de informar a gerência mundial de RH na Holanda sobre o desenvolvimento do assunto no Brasil.

A empresa, todavia, se comprometeu a verificar os problemas apontados pelos companheiros em cada localidade, com o intuito de melhorar a relação e o diálogo com os trabalhadores/as.

Sindicato participa de reunião sobre resíduos sólidos

O Sindicato dos Químicos participou, no dia 14 de dezembro (terça-feira), da apresentação do Estudo Relativo à Compatibilização das Normas da Política Nacional de Resíduos Sólidos na Câmara Municipal de São Paulo. Isso consolida a luta do Sindicato para a melhor utilização e reciclagem de resíduos sólidos e a preocupação com o meio ambiente.

O dirigente licenciado do Sindicato e Vereador de São Paulo Francisco Chagas é o Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Uso Racional e Responsável de Produtos e Incentivo à Reciclagem de Matérias.

Mais informações: http://www.franciscochagas.com.br/NOTICIAS.ASP?CODIGO=383
 

2010: um ano de muitas conquistas!!

“Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”

 

Carlos Drummond de Andrade

2010: um ano de muitas conquistas!!

Você está recebendo o 3º Boletim Eletrônico da Secretaria de Formação. Nesta edição, queremos levar a você que esteve nas atividades de formação do Sindicato uma mensagem que renove a energia e dê forças para continuarmos, em 2011, lutando por novas conquistas e por melhores dias para a classe trabalhadora. Parabéns! Feliz Natal e um Ano Novo pleno de realizações!
 
Che Guevara, Gandhi, Martin Luther King, Rosa Luxemburgo… muitas mensagens de lutadores e lutadoras por um mundo melhor! Todos os cartões de final de ano desejam muita paz, muita saúde, alegrias e realizações. Nós também desejamos tudo isso a você e a seus familiares. Mas aproveitamos esse momento para ecoar o pensamento de pessoas que foram especiais na luta por um mundo melhor. Conheça um pouco mais estes heróis, homens e mulheres, que dedicaram sua vida à luta da classe e a solidariedade ao próximo.
 
Che Guevara
Ernesto Guevara (mais conhecido como Che) foi um dos mais famosos revolucionários comunistas da história e considerado uma das cem personalidades mais importantes do século XX. Argentino de nascimento, dedicou sua vida à revolução socialista na América Latina. Liderou a Revolução em Cuba, junto com Fidel Castro e outros companheiros. Foi assassinado pelo Exército da Bolívia em 8 de outubro de 1967.
 
Alguns pensamentos:
“A revolução acontece através do homem, mas o homem tem de forjar, dia a dia, o seu espírito revolucionário.” (Che)
“O verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor.” (Che)
 
                                                   
Rosa Luxemburgo
Foi a mais importante intelectual e militante revolucionária ligada ao SPD, que viria a se tornar mais tarde o Partido Comunista da Alemanha (KPD). Foi assassinada em 1919 por milícias de extrema-direita, na escalada de ascenção do nazismo que resultaria no governo de Hitler.
 
Alguns pensamentos:
“No meio das trevas, sorrio à vida, como se conhecesse a fórmula mágica que transforma o mal e a tristeza em claridade e em felicidade. Então, procuro uma razão para esta alegria, não a acho e não posso deixar de rir de mim mesma. Creio que a própria vida é o único segredo”. (Rosa Luxemburgo)
“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” (Rosa Luxemburgo)
 
Mahatma Gandhi
Foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto frequentemente traduzido como “o caminho da verdade” ou “a busca da verdade”) como um meio de revolução, depois de Jesus Cristo.
 
Através do princípio do satyagraha, enfrentou as forças colonialistas da Inglaterra em seu país e, por isso, inspirou gerações de ativistas democráticos e anti-racismo, incluindo Martin Luther King e Nelson Mandela.
 
Alguns pensamentos:
“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita”. (Mahatma Gandhi)
“A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável”. (Mahatma Gandhi)
“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver”. (Mahatma Gandhi)
 
Martin Luther King
Foi um pastor protestante e ativista político estado-unidense. Tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prémio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato.
 
Alguns pensamentos:
“Não fiz o melhor, mas fiz tudo para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas não sou o que era antes.” (Martin Luther King)
“É melhor tentar e falhar que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar que em dias tristes me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver.” (Martin Luther King)
 
Indicativos para o Plano de Formação – 2011
Inspirados pela força do pensamento revolucionário e humanista, e colocados diante de desafios atuais na organização dos(as) trabalhadores(as) químicos(as), a Secretaria de Formação elaborou um texto de balanço de suas atividades em 2010.

O documento será debatido em reunião da Secretaria em janeiro, e servirá de base a partir do qual será formulado um Plano para ser realizado em 2011. A sistematização das propostas da Secretaria será encaminhada à coordenação política do sindicato, que a apreciará e dará suas contribuições, aprovando o Plano – 2011.

Segue abaixo algumas propostas do documento inicial que poderão vir a fazer parte do calendário de atividades de formação em 2011.
 
• Manter a participação de militantes nos cursos do Programa Formaquim da CNQ que forem oferecidos: Formaquim São Paulo, Formaquim Saúde, Formaquim Mulher, Formaquim Juventude e Formaquim Negociação;
 
• Realizar o curso de OLT em 3 módulos, procurando incorporar os(as) companheiros(as) que atuam na sindicalização nas fábricas;

• Propor cursos de aprofundamento para dirigentes e a militância egressa do curso de OLT e dos Formaquim em parceria com outras Secretarias do sindicato (organização de base, jurídico e saúde do trabalhador);

• Apoiar a Secretaria de Saúde do Trabalhador na realização do Encontro de Cipeiros;

• Manter o boletim eletrônico mensal da Secretaria para a militância e Direção;

• Propor um curso de inclusão digital para a militância que tem participado das atividades de formação;

• Apoiar as ações do Coletivo Racial com atividades específicas no tema;

• Rediscutir com o Coletivo de Juventude o resgate das atividades planejadas e não executadas em 2010 (TICs, intercâmbio com rurais, TICs e Hip Hop);

• Propor uma atividade formativa (p. ex.: encontro, curso, seminário) com a militância de cada um dos setores econômicos para discutir tendências do setor, preferencialmente articulado com a campanha salarial;

• Propor um conjunto de atividades de formação voltadas especificamente para a direção do Sindicato;
 
Tais atividades aqui propostas, é bom frisar, são apenas indicativas e ainda serão apreciadas e aprovadas pela coordenação do Sindicato.
 
Participe da construção do Programa de Formação do Sindicato em 2011! Envie suas sugestões, apontando temas que julgue a necessidade de ser abordado nas atividades. Você pode enviar pelo e-mail sec.formacao@quimicosp.org.br, ou pelo telefone 3209-3811 (ramais 253 ou 254)
 
Feliz Natal e um 2011 com muitas felicidades!!!
Para encerrarmos o ano de 2010 em alto astral e com bons fluidos para 2011, acesse a música “O que é; o que é?”, de Gonzaguinha, através do link:
http://www.youtube.com/watch?v=YkNXonOpYkE&feature=related
A mensagem dessa música é o que queremos deixar a você e seus familiares!! Em fevereiro voltaremos a entrar em contato enviando o boletim nº 4.

 

Assédio Assédio Moral: o Fantasma no Ambiente de Trabalho

Nesta entrevista a Dra. Margarida Barreto, médica ginecologista e do Trabalho, pesquisadora do Núcleo de Estudos Psicossociais de Exclusão e Inclusão Social (Nexin PUC/São Paulo), explica o que é assédio moral e como o trabalhador deve procurar ajuda e alerta:”Quem é humilhado sistematicamente, pode sair das ideações suicidas e agir, rumo a morte, tirando a própria vida, por não suportar o sofrimento”.

Diesat: O que é assédio moral?
Dra. Margarida Barreto: Assediar alguém significa estabelecer um cerco e não dá trégua ao outro, humilhando, inferiorizando e desqualificando-o de forma sistemática e repetitiva. São ataques verbais e gestuais, perseguições e ameaças veladas ou explicitas; fofocas e maledicências que ao longo do tempo, vão desestabilizando emocionalmente e devastando a vida do outro.

Para a UNIÃO EUROPEIA o assédio moral é um comportamento negativo entre colegas ou entre superiores e inferiores hierárquicos, em que a vitima é objeto de ataque sistemático por longo tempo, de modo direto ou indireto, contra uma ou mais pessoas.

Já a Organização Internacional do Trabalho considera-o todas as vezes em que uma pessoa se comporta para rebaixar o outro, através de meios vingativos, cruéis, maliciosos ou humilhantes contra uma pessoa ou um grupo de trabalhadores. São criticas repetitivas e desqualificações, isolando-o do contato com o grupo e difundindo falsas informações sobre ele.

Qualquer que seja o conceito usado, no assédio há sempre um núcleo ou matriz que encontramos em todos os países, mostrando que estamos ante uma tortura psicológica nas relações interpessoais no local de trabalho, o que nos leva a considerá-la como um problema de saúde publica. Nesta matriz, encontramos algumas táticas que se repetem: isolar, ignorar, desqualificar, desmoralizar, desestabilizar, degradar as condições de trabalho e forçar a pedir demissão ou desistir do emprego, do projeto, da empresa.

Resumiríamos, afirmando que em todos os casos de assédio moral encontramos:
-Repetitividade e persistência da ação
-Intencionalidade
-Temporalidade e direcionalidade
-Degradação das condições de trabalho

Os efeitos são devastadores a vida (físico/psicológico) das pessoas que são humilhadas e sofrem agressões verbais e outros atos de constrangimento, quer no âmbito publico ou privado (a portas fechadas). Aqui, a diferença está na relação de poder estabelecida, que pode ser assimétrica ou simétrica com atos de violência explícitos ou sutis.
 
D: De que forma o trabalhador é assediado no ambiente de trabalho?
M.B: Leymann, o primeiro estudioso do tema, a pratica do assédio moral envolve mais de 40 atos que fazem parte de um processo que ocorre ao longo do tempo, por um período de seis meses. Para ele, existe o assédio moral quando há uma relação assimétrica de poder e este, pode ser em conseqüência de uma experiência maior ou mesmo, uma maior proximidade com a alta hierarquia. Deste modo, ele catalogou quatro grandes grupos de ações: ações contra a dignidade; ações contra o exercício do trabalho; manipulação da comunicação e ações de iniqüidade.
 
Como exemplo de ações muito comuns aqui em nosso país, citaria: isolar dos colegas e ignorar sua presença; dar instruções confusas, sobrecarregar trabalho, bloquear o andamento do trabalho, criticar em publico, constrangendo-o ou desqualificando-o; impor horários injustificados; caluniar; disseminar fofocas e maledicências; transferir de setor sem conhecimento prévio; proibir colegas de conversar, almoçar entre tantos outros atos, contanto que reforce o lema. “Não falte para não perceberem que você não faz falta”, passando a idéia que o trabalhador é um inútil, ou que faz é tão pouco que não tem valor para a Empresa.
 
D: Quando começaram as discussões sobre o problema?
M.B.: Na Europa, o tema foi bastante discutido por Leymann e posteriormente, Marie France Hirigoyen. Aqui no Brasil, começamos a ouvir atentamente os trabalhadores que eram humilhados em seu local de trabalho desde o inicio a partir de 1993. Sabíamos que humilhar o outro não era novo. Mas, os relatos que nos chegavam, eram freqüentes. O fato é que a intensificação das humilhações no trabalho coincide com as mudanças que ocorreram na forma de organizar o trabalho e nas políticas de gestão, nestes últimos 30 anos.
 
Mudou o discurso e novos rótulos surgiram para velhas questões. Por exemplo, ser flexível passou a apontar um novo horizonte de expectativas no qual o trabalhador agora denominado de “colaborador”, deverá estar sempre motivado, ser dinâmico e comunicativo, aberto para os novos desafios, ter capacidade para trabalhar em grupo, ser criativo e competitivo como forma de ascender no mundo do trabalho e em especial ser dedicado a empresa e seu trabalho. O discurso é sedutor, pois a flexibilidade deve ser aceita e internalizada por todos; é uma forma de compensar a insegurança que passo aparecer a partir das demissões massivas e reestruturações constantes. Cada um deve suportar o novo desafio, a nova sobrecarga e mostrar que é capaz de se ajustar aos novos tempos. Com poucas pessoas executando mais tarefas, sob intensa pressão para produzir, não precisamos refletir muito para constatar as consequencias que isso traria no tempo: novas doenças e mais demissões. Fomos percebendo que as humilhações neste contexto, era algo que fazia parte da micropolitica de controle empresarial e que se manifestava na corrente dos gestos cotidianos. Estávamos diante de uma ferramenta de controle dos gestos, da voz, dos pensamentos e emoções. Assim, devemos avaliar as novas doenças, os novos riscos emergentes em associação as mudanças no mundo do trabalho e que foram profundas. Ressalto também que a reestruturação produtiva veio acompanhada de desregulamentações das relações de trabalho, de flexibilização dos direitos, da adoção de novas políticas de gestão quer por injuria ou pelo medo, de controle rígido e disciplinar dos trabalhadores, da colonização do imaginário, quer por política de punição aos que não alcançaram as metas ou por premiação dos “bons” na capacidade de ultrapassá-las e dá produção. É um ambiente propicio para instaurar o conflito entre colegas e a competitividade, passa a ser a regra. Sabemos que as empresas estão mais preocupadas em aumentar seus lucros com poucos gastos que com a saúde dos seus trabalhadores. O que importa é faturar cada vez mais e o trabalhador que adoece vira peça descartável e que deve ser trocada. Então ser flexível para o capital, é ser capaz de se adaptar, em reagir ao invés de agir; em aceitar ao invés de resistir e lutar. Porque afirmo isso?
 
Quando o trabalhador adoece, envelhece ou questiona praticas ilícitas ou não se submete as normas que lhes são impostas, perde o valor e torna-se uma “persona non grata”, o que o obriga, freqüentemente, a deixar a empresa. O valor do trabalhador está em ser guerreiro 24 horas, não adoecer, não ter família, não ter preocupações e preferencialmente, que todo o seu pensamento e emoções, estejam direcionados ao bem estar da empresa. Logo, todo assédio tem como intencionalidade forçar o outro a desistir do emprego, pedindo a demissão ou mesmo desistindo de um projeto ou mudando de setor, de Estado.
 
D: Existe uma categoria que apresente mais denuncias relacionadas a assédio moral?
M.B.: Hoje, é difícil você dizer qual a categoria que não tem assédio moral nas relações de trabalho. Isso porque o assedio tem como causalidade a organização do trabalho e uma cultura organizacional que mantém e reproduz a “voz” da organização, como verdade absoluta e inquestionável. Mas, poderíamos apontar as categorias em que é muito comum: saúde, educação, comunicação em especial com os jornalistas e o setor de serviços, como por exemplo, os bancários.
 
D: Como o movimento sindical pode auxiliar trabalhadores que sofrem assédio?
M.B.: Em primeiro lugar, o dirigente deve ouvir seu companheiro. É necessário que os dirigentes compreendam e conheçam esse novo mundo do trabalho nesta nova configuração, em que os trabalhadores foram transformados em nômades do trabalho e das relações, vivendo uma sociedade sem emprego, com uma vida limítrofe e caótica, tendo que se submeter a exploração. É necessário que os dirigentes conheçam os novos riscos emergentes, reflitam a cultura empresarial, que escutem e compreendam a voz daqueles que sofrem, adoecem e morrem do/no trabalho. Se não conhecem o que acontece de fato no intra-muros, a ação se restringe a julgar ou encaminhar o trabalhador assediado para o medico ou o departamento jurídico, em atos e ações individualizadas. E as ações coletivas, ficam esquecidas.

Se não tivermos uma práxis compromissada com classe trabalhadora, poucas vitórias alcançaremos. Digo isto, pois vejo por esse Brasil, muitos “dirigentes” que sequer sabem o que ocorre dentro daquela empresa em que ele um dia, trabalhou e isso leva a atitudes de indiferença em relação a dor do outro. Falta reflexão-ação, sonhos pessoais que se mesclem com os sonhos coletivos, falta luta ativa, organização por local de trabalho, mobilização e compromisso de classe! Pensar em eliminar o assédio moral das relações laborais passa pela luta por justiça, por dignidade, por generosidade, por respeito nas relações de trabalho, por uma nova forma de organizar o trabalho em que a cultura reforce a autonomia e criatividade para pensar e fazer; que a vida daqueles que produzem riquezas, seja privilegiada em sua plenitude. Um sindicalismo “combativo” não pode defender os interesses do capital, viabilizando a existência de empresas que matam e adoecem centenas de trabalhadores anualmente, com a desculpa que está preservando o emprego. Aqui, é uma questão de defesa da vida. Não podemos sair de um sindicalismo de contestação e caminhar para um sindicalismo de “viabilização das empresas. Enquanto esse cenário persistir, assistiremos o aumento da exploração no trabalho – que é uma face da violência – a intensificação da flexibilidade, mobilidade e humilhações para produzir, sob o olhar passivo do movimento sindical.
 
D: Quais são as conseqüências na saúde destes trabalhadores?
M.B: Quem sofre o assédio moral no trabalho, manifestará algumas reações. A primeira seria uma reação social cuja resposta corporal a ação nociva, se manifesta como isolamento social, ressentimentos, tristeza, reprodução da violência em outros espaços e até mesmo com filhos. Há aumento do uso de drogas, quebra dos laços afetivos e muitas crianças de país que sofreram violência no trabalho, tem menor desempenho na escola. Em segundo lugar, a pessoa assediada sente um mal estar que se manifesta no julgamento negativo de si, como se fosse sem valor ou mesmo um lixo. Além das varias alterações cotidianas, devido aos pensamentos repetitivos e recorrentes, com o tempo, começam a apresentar doenças e danos psíquicos com idéias de indignidade, esquecimentos, choro freqüente e que podem caminhar para a depressão, o burn-out, a síndrome do pânico e outros transtornos da esfera mental E por ultimo, que m é humilhado sistematicamente, pode sair das ideações suicidas e agir, rumo a morte, tirando a própria vida, por não suportar o sofrimento.
 
Assim o assédio moral gera morte. A Marie France lembra que “Não se morre diariamente de todas as agressões, mas perde-se uma parte de si a cada noite, volta-se para casa exausto, humilhado, deprimido. É a repetição do ato que é destruidor”. Estamos diante de um risco que tem repercussões na família, desestruturando-a freqüentemente e devastando a vida daquele que sofre a violência moral ou psicológica no local de trabalho. Estamos falando de mais um risco no ambiente de trabalho, que causa danos a dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano. Daí a necessidade de compreender essa relação capital x trabalho para atuar com compromisso de classe, pois ter saúde, ser livre e feliz, envolve a ordem do conhecimento, da razão livre, dos bons encontros, da compreensão não somente de si mesmo, mas dos outros e somente com os outros podemos transformar o mundo do trabalho e a sociedade em que vivemos.
 
D: O que levou a Dra. a pesquisar sobre o tema?
M.B.: Comecei a trabalhar no Sindicato dos Químicos ao final de 1992, logo após o término do curso de especialização em medicina do trabalho. E neste espaço passei a ouvir historias de sofrimento e compreendi desde o inicio que a dor colocada não era resultante de fraquezas individuais. Ao contrário: estava diante de guerreiros e guerreiras da produção e que após dá a vida em uma determinada empresa, sentiam-se traídos porque adoeceram ou porque questionaram a empresa e como resultado, mudava a forma da empresa de lidar com eles. As histórias de sofrimento me atravessavam e na tentativa de ajudá-los ativamente, procurei a Psicologia Social da PUC/SP para fazer o mestrado. Lá, sistematizei uma pesquisa que resultou na escuta atenta de 2072 trabalhadores de 97 empresas do ramo químico, plástico, cosmético e farmacêutico e cujo nome da dissertação foi dado por um trabalhador que após contar sua historia, me disse: “eu vivo dentro da empresa uma jornada de humilhações”. Ele me deu o nome e a chave da compreensão dos gritos de sofrimento que escutava.
 
Mais informações acesse: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=53091
 

Catadores temem incinerador em São Bernardo

Catadores de materiais recicláveis da região do ABC, na Grande São Paulo, mostram preocupação com a iniciativa da prefeitura de São Bernardo do Campo de instalar um incinerador de lixo na região. O projeto está em discussão e é tema de uma audiência pública no município nesta sexta-feira (10).

Apenas há um mês houve uma aproximação entre representantes da administração municipal e o Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável (MNCR), que teme a perda de oportunidades de trabalho na região.
 
“Os catadores de todas as cidades do ABC podem ser prejudicados já que as prefeituras vão poder mandar o material para ser incinerado em São Bernardo. Somos contra o incinerador, o dinheiro que vai ser investido nesta usina vai faltar para a coleta seletiva”, afirma a coordenadora estadual do MNCR, Mônica da Silva.
 
A adoção de incineradores é apontada por gestores públicos como uma alternativa para lidar com os resíduos sólidos em acordo inclusive com a política nacional para a questão, sancionada neste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
Os principais pontos positivos seriam permitir o saneamento sanitário de áreas usadas como lixões sem o devido aterramento, além de permitir a captação de recursos internacionais por meio do mercado de carbono controlado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
 
Os catadores, porém, temem que a medida signifique queimar, literalmente, a fonte de renda dos trabalhadores. A prefeitura promete garantir centrais de triagem e ampliar a coleta seletiva, mas mesmo assim a iniciativa é vista com desconfiança.
 
Para Mônica da Silva, a prefeitura de São Bernardo percebeu a mobilização dos catadores e por isso abriu o diálogo com o movimento. O próprio gabinete do prefeito convocou as duas últimas reuniões, quando algumas demandas dos catadores foram ouvidas.
 
As divergências em relação à prefeitura começaram desde o início da atual gestão de Luiz Marinho (PT), em 2008, e só começaram a ser superadas em novembro, quando duas reuniões foram realizadas entre a prefeitura e o MNCR.
 
A relação ainda é repleta de arestas, como o próprio fato de que os catadores só tomaram conhecimento da audiência pública desta sexta e dos procedimentos para participar dela no segundo encontro, quando o prazo para inscrição estavam encerrados.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2010/12/catadores-temem-incinerador-em-sao-bernardo

Taxa média de juros para empréstimo pessoal fica em 5,27% em dezembro, diz Procon-SP

A taxa média de juros do empréstimo pessoal ficou em 5,27% ao mês em dezembro, uma queda de 0,08 ponto percentual em relação à de novembro (5,35% ao mês), segundo levantamento feito pelo Procon-SP. No caso do cheque especial, a taxa manteve-se em 9,12% ao mês na média de todos os bancos pesquisados: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander.

Segundo o levantamento, em dezembro esses bancos praticamente não alteraram as taxas devido à estabilidade da Selic, que permanece em 10,75% desde julho. Para o Procon-SP, as medidas adotadas pelo Banco Central com o objetivo de frear a expansão do crédito não alteraram significativamente as projeções sobre o rumo da política monetária, pelo menos em curto prazo, mas já anunciam a retomada do ciclo de aperto monetário para o ano que vem.
 
“Com exigências maiores para emprestar, os bancos poderão repassar o aumento de custos para o consumidor, que terá de encarar taxas de juros mais altas e prazos menores de financiamento. O Natal é uma importante data comemorativa para o comércio e o clima de festa do mês de dezembro pode induzir os consumidores a comprar mais e a contratar empréstimos”, diz o Procon-SP em nota.
 
Entretanto os economistas da entidade lembram que, para qualquer tipo de contratação, as cobranças começarão a ser feitas no início do próximo ano, período em que há mais despesas com Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e com matrícula e material escolar, entre outras. Além disso, salientam que é preciso planejar o que fazer com o décimo terceiro salário, dando prioridade ao pagamento de dívidas.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/economia/2010/12/taxa-media-de-juros-do-emprestimo-pessoal-fica-em-5-27-em-dezembro-diz-procon-sp

IBGE lança nova edição do Atlas Nacional do Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta terça-feira (14) o “Atlas Nacional do Brasil Milton Santos”. O livro, que traz 548 mapas, 76 gráficos, além de tabelas, fotos e imagens de satélite, atualiza informações geográficas sobre o território brasileiro.

Entre os destaques, estão os mapas referentes à cadeia produtiva (carne, algodão herbáceo e mandioca) e o da distribuição dos estabelecimentos agropecuários, publicados pela primeira vez nesta edição.
 
De acordo com o IBGE, a primeira obra desse tipo foi lançada pelo instituto em 1959, com o nome de Atlas do Brasil. Em 1966, uma nova edição intitulada Atlas Nacional do Brasil trouxe atualização dos dados em algumas folhas. Em seguida, o IBGE lançou três publicações em formato semelhante ao atual, nos anos de 1992, 1996 e 2000.
 
Segundo a geógrafa Adma Hamam de Figueiredo, coordenadora do projeto do IBGE, o Atlas reúne informações variadas e é responsável pela difusão do conhecimento geográfico do Brasil entre estudantes de todos os níveis de ensino e para a população em geral.
 
“É um enorme conjunto de informações sobre o território brasileiro, desde a parte física, de recursos naturais, até aspectos sociais, na esfera socioeconômica. Trata-se de um retrato bastante complexo da realidade territorial do país”, explicou.
 
A publicação se estrutura em torno de quatro grandes eixos: O Brasil no Mundo; Território e Meio Ambiente; Sociedade e Economia; e Redes Geográficas. O primeiro trata da inserção do Brasil no cenário mundial e aborda questões como a desigualdade social, o acesso a informações, as redes geográficas e as fontes energéticas. Ressalta que as diversas formas de inclusão do Brasil no mundo afetam a própria geografia do país, pois grande parte das atividades aqui desenvolvidas relaciona-se à competição mundial.
 
A relação entre território e meio ambiente enfatiza que o espaço geográfico representa um dos fundamentos da identidade nacional, o que torna o mapa uma referência central de seu reconhecimento no mundo. Trata da divisão política, da regionalização e do meio ambiente, destacando que o território brasileiro está submetido a tensão constante entre forças que induzem à interiorização da ocupação do território e, simultaneamente, ao reforço do processo histórico de litoralização.
 
O atlas poderá ser adquirido na loja virtual do IBGE (http://www.ibge.gov.br/lojavirtual/default.php) e nas livrarias consignadas (http://www.ibge.gov.br/lojavirtual/livrarias.php).
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2010/12/ibge-lanca-nova-edicao-do-atlas-nacional-do-brasil

Reinauguração do Clube de Campo homenageia Virgílio

Dias após o Ministério Público ter encontrado a vala onde podem estar os restos mortais de Virgílio Gomes da Silva, o Sindicato promoveu uma homenagem ao companheiro reinaugurando o Clube de Campo com o nome desse grande lutador.
 
A reinauguração aconteceu no domingo, dia 12 de dezembro e contou com a presença de familiares do Virgílio, a viúva Dona Ilda Martins da Silva e a filha mais nova do casal, Isabel. Compareceram também: Marcelo Zelic, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Ivan Seixas, presidente do Condepe (Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Humana) e Adriano Diogo, deputado estadual, além de mais de 300 trabalhadores da categoria e seus dirigentes.
 
Osvaldo Bezerra, o Pipoka, coordenador da Secretaria de Administração e Finanças do Sindicato acredita que atividades como essa é essencial para a categoria. “É muito importante que os trabalhadores, principalmente os jovens, conheçam e se inspirem com a história de vida de Virgílio”. E Pipoka adianta: “Essa atividade, além de homenagear Virgílio, marca o início do Núcleo de Direitos Humanos do Sindicato dos Químicos”.
 
Devido a grande emoção, Dona Ilda preferiu não se pronunciar, e em seu lugar, a filha Isabel deu um depoimento muito emocionado. “Eu quero dizer a vocês que o meu pai não está mais desaparecido e eu fico muito feliz em poder dizer isso depois de 40 anos. Tenho certeza que sem a ajuda do Sindicato nada disso estaria acontecendo.”
 
Na ocasião o dirigente do Sindicato e vereador, Francisco Chagas, entregou à Dona Ilda o documento que concede a Virgílio o título de Cidadão Paulistano “In Memorian”, em mais uma homenagem ao companheiro. Para encerrar a cerimônia de homenagens, todos foram convidados a ir ao lado de fora do salão e puxar o véu que escondia um totem com o rosto do Virgílio e que continha também algumas palavras referentes à memória do companheiro.