Condição feminina no mercado de trabalho está longe da igualdade com homens, diz OIT

Brasília – Estudo divulgado hoje (11) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) revela que, mesmo com avanços obtidos nos últimos anos, a condição feminina no mercado de trabalho “está longe” da igualdade em relação aos homens.

O relatório O Desafio do Equilíbrio entre Trabalho, Família e Vida Pessoal mostra que a maior participação feminina no mercado de trabalho gera o desafio de se criar condições para que as mulheres possam concorrer de forma mais justa com os homens pelos postos de trabalho.

Elaborado em parceria com a Secretaria Especial de Política para as Mulheres, o documento aponta que, dentre os fatores que contribuem para o quadro de desigualdade, está a maior dificuldade para as mulheres de conciliar trabalho e família.

Isso porque, conforme observa o estudo, há uma mudança em ritmo muito lento da divisão sexual do trabalho doméstico. “O modelo homem-provedor e mulher-cuidadora ainda vigente permite que a mulher continue arcando em forma unilateral, quando não exclusiva, com as atividades de cuidado e assistência aos membros da família e seu engajamento no mercado de trabalho permanece marcado por esse papel”, diz trecho da conclusão do estudo.

Para a OIT, essa característica “se evidencia tanto através do exame das carreiras que são tipicamente femininas, quanto pelas dificuldades de conciliar  maternidade e profissão”. Para mudança desse quadro, a OIT sugere, por exemplo, a ampliação de políticas públicas voltadas para as mulheres, como a construção de creches públicas e pré-escolas.

“Os serviços públicos de cuidado com crianças, como é o caso de creches e pré-escolas, são fundamentais neste aspecto, dada sua possibilidade de também atuar como mecanismos de diminuição do peso e da quantidade de atividades de cuidado realizadas pela família”, diz o relatório.

“Como são as mulheres as protagonistas principais dessas atividades, a existência e a ampliação desses serviços também para os homens podem ajudar a reorganizar o modelo homem-provedor e mulher-cuidadora, na medida em que ampliam o tempo que as mulheres podem dedicar ao trabalho remunerado e/ou à sua vida pessoal.”

O relatório sugere ainda que as políticas de equilíbrio entre trabalho, família e vida pessoal devem compatibilizar os trabalhos não remunerados com os remunerados, por meio de ações que tornem o exercício do trabalho mais compatível com as responsabilidades familiares, e reconhecer tanto o papel econômico e produtivo das mulheres, quanto o papel dos homens como cuidadores.

O estudo compreende as relações de trabalho na América Latina e no Caribe, onde há mais de 100 milhões de mulheres inseridas no mercado de trabalho.

Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/06/11/materia.2009-06-11.9863430156/view

Com violência, PM reprime manifestações de grevistas na USP

A invasão da Universidade de São Paulo (USP) pela Polícia Militar (PM) gerou seu primeiro incidente mais grave no dia 9. No final da tarde, funcionários, professores e estudantes em greve caminhavam em direção à reitoria para realizar uma assembleia quando foram atingidos por bombas de efeito moral e balas de borracha.

Segundo Magno de Oliveira, do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), o confronto começou após provocações feitas por três PMs a algumas manifestantes. Logo após a atitude, uma funcionária teria sido agredida por um policial e os militantes reagiram. O estudante de Geografia, João Victor Pavesa, conta que, a seguir, a Tropa de Choque perseguiu os grevistas e lançou bombas de efeito moral em 300 pessoas, que correram para se refugiar no estacionamento localizado em frente ao prédio da História e da Geografia, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

No meio da ação, foram presos dois funcionários: o dirigente do Sintusp, Claudionor Brandão, e Celso Luciano Alves da Silva. O estudante José Ailton Dutra Júnior também foi detido.

Polícia no campus

Antes da ação violenta praticada no dia 9, a invasão da PM no campus Butantã da USP já tinha sido o principal estopim da paralisação de professores, estudantes e funcionários. De acordo com o professor Otaviano Helene, presidente da Associação de Docentes da USP (Adusp), a decisão da reitora Suely Vilela de chamar a PM para dentro da universidade acabou virando-se contra ela, porque desencadeou a paralisação dos professores e alunos no dia 5 de junho – os funcionários já se encontravam em greve desde 5 de maio.

Além disso, frente ao posicionamento da reitora, os alunos também passaram a pedir sua saída do cargo e eleições diretas para novo reitor.

Impasse

Para Aníbal Cavali, diretor de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), a reabertura das negociações dependerá “muito da capacidade de mobilização dos três segmentos da USP”.

Em relação à única reunião de negociação desde o início da greve, Cavali explica que não houve avanços com a reitoria da universidade. Segundo ele, a discordância se deu em torno do reajuste salarial proposto pelo Cruesp de 6,5%, que não foi aceito pelas assembleias dos sindicatos.

Tanto funcionários como professores defendem um reajuste de 10% para reposição de perdas salariais, tendo como base o ano de 1989, e 6,1% referente à inflação dos últimos 12 meses, além da incorporação do pagamento de R$ 200 à remuneração mensal para redução das diferenças entre o maior e o menor salário – ponto esse acertado entre o Fórum das Seis e o Cruesp em 2007 e que ainda não foi cumprido.

“Para recuperar o poder aquisitivo que nós tínhamos em 1989, a gente precisaria de um reajuste da ordem de 40% nos salários. Note que, recuperar o poder aquisitivo de 89 ainda seria pouco, porque de 89 para cá a renda per capita aumentou muito”, explica Helene, da Adusp.

Ensino à distância

As três categorias também se unem em protesto contra o projeto do governador José Serra (PSDB) de criação da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), que dará formação superior, através de aulas semipresenciais, a professores de ensino médio que já lecionem, e posteriormente abrangerá outras áreas. A primeira turma a ser formada é do curso de licenciatura em ciências e o vestibular já está marcado para o dia 2 de agosto.

Stéfano Azi Neto, da direção do Diretório Central de Estudantes (DCE) da USP, afirma que, ao contrário da propaganda do governo de que o projeto visa a ampliar as vagas nas universidades estaduais, a Univesp contribuirá para “a precarização do ensino”.

Para ele, a criação da Universidade Virtual tem como objetivos o barateamento dos custos com a educação e a promoção do governador José Serra em sua campanha eleitoral para presidência em 2010. “Esse projeto é bastante legal para o governo porque, por um lado, economiza com os custos da universidade e, por outro, mostra que abriu vagas, que expandiu o acesso à universidade”, alega Neto.

A mesma opinião é compartilhada por Cavali, que ressalta que os servidores da USP defendem “que o acesso seja ampliado com um ensino de qualidade e presencial”. Nesse sentido, a pauta unificada pede a aplicação de políticas voltadas à permanência estudantil na universidade, com amplo financiamento em infraestrutura, concessão de bolsas-auxílio e disponibilização

 

Fonte:

http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/entrada-da-pm-precipita-greve-na-usp

 

Sindicato é Referência no combate ao Assédio Moral

O Sindicato dos Químicos é pioneiro no combate ao assédio moral. Alguns fatores são decisivos para isso: o trabalho da médica Margarida Barreto, doutora em psicologia social e referência nacional na discussão do assunto; a defesa de classe imposta pela diretoria do Sindicato, intransigente no respeito ao trabalhador; e a confiança da categoria no auxílio da entidade. 

Alguns avanços já são percebidos na categoria. O coordenador da Secretaria de Saúde do Sindicato, Lourival Batista Pereira, destaca o fato das empresas reconhecerem a prática. “Nas mesas de negociação as empresas já assumem que existe assédio moral”, diz o dirigente. Também o nível de informação e atendimento do Sindicato ajuda na prevenção, o trabalhador bem informado se sente mais seguro para reagir ao assédio. 

Colabora para os avanços a discussão não ser mais colocada de lado. O tema é objeto de discussão nas mesas de negociação com os patrões. No entanto, Lourival lembra que o patronato ainda não aceitou incluir o assédio moral dentro da Convenção Coletiva, o que seria um grande passo. 

Questionada sobre se as empresas utilizam o assédio durante períodos de crises econômicas, a doutora Margarida Barreto respondeu: “As crises econômicas sempre foram (e serão) usadas pelo patronato para reestruturar demitindo, sobrecarregando de trabalho aqueles que ficam para intensificar a produção e aumentar seus lucros”, num importante alerta ao trabalhador.Na esfera parlamentar, existe um projeto de lei que tramita no Congresso coibindo a prática do assédio moral. O relator é o deputado Vicentinho/SP e o autor do projeto é o ex-deputado Mauro Passos/SC, que não foi reeleito e, por isso, quem encaminha hoje é o deputado Dr. Rosinha/Paraná. O Sindicato acompanha para que o projeto seja aprovado. 

Ações práticas do Sindicato 

Uma vez por semana, toda terça-feira, a doutora Margarida Barreto atende  os trabalhadores e identifica suas queixas. Além do acompanhamento psicológico e médico, o objetivo é encontrar a melhor saída para que o problema, quando identificado, cesse.

As denúncias recebidas no Sindicato são encaminhadas para o Núcleo de Discriminação e Igualdade no Ministério Público do Trabalho, com o objetivo de interromper o assédio e resolver o mais rápido possível o problema do trabalhador. Quando não é possível, há novo procedimento, desta vez no Ministério Público do Trabalho.

 

Nosso Departamento Jurídico orienta quais são os passos necessários para se defender e nos procedimentos, quando for o caso, para intervir juridicamente. É cada vez mais comum que as empresas reajam quando atingidas economicamente, por isso, o processo judicial também é visto como uma maneira de combate ao assédio moral.

Mais informações visite o site: www.assediomoral.org.br 

Obama sugere que Lula seja o próximo presidente do Banco Mundial

Os rumores sobre um terceiro mandato do presidente Lula estão cada vez mais esvaziados. O boato mais forte, mas com grande apelo e divulgação pela mídia, é que o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, procurou pessoas próximas a Lula para saber se ele aceitaria ser o presidente do Banco Mundial.
 

Seria a primeira vez que o cargo seria ocupado por alguém que não é norte-americano. Especialistas atribuem a ideia à popularidade de Lula, além da necessidade que o governo norte-americano tem de dar respostas populares para a arrogância que está atingida depois da atual crise financeira mundial.

 

Obama não se cansa de dizer que Lula é o político mais popular do mundo: “O cara”. Soma-se às especulações a questão da política social brasileira ter excelente avaliação e ao trânsito do presidente por países como Venezuela e Bolívia, além da China que recentemente se configurou o maior parceiro econômico brasileiro.

 

Seja boato, seja verdade, é motivo de orgulho para o Brasil ver que um metalúrgico sindicalista tem reconhecimento. Os boatos começam a fazer mais sentido quando analisado o fim do mandato do atual presidente do Banco Mundial, fevereiro de 2011, exatamente quando Lula estará fora da presidência.

Ruralistas mostram suas garras

 Ao que tudo indica, os últimos 18 meses do governo Lula serão marcados por uma forte ofensiva ruralista contra os avanços conquistados pelo Brasil em sua política ambiental. Seja por intermédio de suas bancadas na Câmara e no Senado ou através de suas entidades de classe, os setores ligados ao agronegócio e às obras de infra-estrutura estão mobilizados de Norte a Sul para reverter pontos da legislação ambiental por eles considerados como um entrave ao desenvolvimento produtivo do país. Essa contra-ofensiva passa pela aprovação no Congresso de duas Medidas Provisórias que alteram o atual Código Florestal e também pela tentativa de retirar da União e transferir aos estados a prerrogativa de definir as políticas ambientais.

Já aprovada na Câmara, encontra-se agora em discussão no Senado a MP 452 que, apesar de originalmente tratar da regulamentação do Fundo Soberano, leva de “carona” uma emenda feita pelo relator, deputado José Guimarães (PT-CE), que acaba com a obrigatoriedade de concessão de licença ambiental para as obras a serem realizadas em rodovias federais já existentes. Além disso, a MP 452 também estabelece o prazo máximo de 60 dias para que o Ibama conceda as licenças de instalação para obras em rodovias, o que, na prática, fará com que estas obras possam ser iniciadas sem a obtenção das licenças.

Existem atualmente em processo de análise no Ibama 183 pedidos de licenciamento em rodovias, dos quais apenas 82 já receberam licença prévia do órgão ambiental. As obras do PAC são responsáveis por 140 destes pedidos, fato que faz com que os parlamentares ligados ao agronegócio estejam otimistas em receber o decisivo apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Até o momento, nem o presidente nem a ministra externaram suas posições.

Outra Medida Provisória que aguarda votação na Câmara, onde deverá ser aprovada, é a MP 458, que trata da regularização fundiária de terras pertencentes à União localizadas nos nove Estados da Amazônia Legal. Quando foi enviada ao Congresso pela Presidência da República, a MP 458 contava com o apoio do movimento socioambientalista, pois tinha forte cunho social ao determinar a regularização de propriedades de até 1,5 mil hectares. No entanto, as modificações introduzidas pelo relator, deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), desfiguraram a MP.

Entre as alterações sugeridas por Bentes – e rejeitadas pelos ambientalistas – estão a inclusão de áreas devolutas localizadas em faixa de fronteira, além de outras áreas sob domínio da União, no processo de regularização fundiária, e também a retirada da exigência de que o ocupante não seja proprietário de imóvel rural em qualquer parte do território nacional. Além disso, o texto que deverá ser aprovado pelos deputados exclui o parágrafo que impedia a regularização de área rural ocupada por pessoa jurídica: “Essas novas regras legalizarão a grilagem, aumentarão a concentração fundiária e a violência no campo e incentivarão o desmatamento”, resume Raul do Valle, que é coordenador do Programa de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA).

Saiba mais: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15986