Exposição conta a história dos 96 anos do Teatro Municipal

Está em cartaz no Teatro Municipal de São Paulo a exposição “Teatro Municipal: Ícone e Memória”, que conta boa parte da história dos 96 anos deste símbolo paulistano, considerado um dos principais cartões postais da Capital.

A mostra, com curadoria de Marcio Sgreccia, é composta de painéis explicativos, fotos de artistas, maquetes de cenários, adereços e outras peças.

Desde 1911 o Teatro Municipal já foi palco de importantes manifestações artísticas, entre elas, a Semana de Arte Moderna de 1922. Hoje, além de oferecer ao público óperas, concertos e espetáculos de dança, o Teatro é a sede da Orquestra Sinfônica Municipal, do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e dos Corais Lírico e Paulistano. .

 

Teatro Municipal: Ícone e Memória
Praça Ramos de Azevedo, s/nº
Museu do Teatro Municipal
Abaixo do Viaduto do Chá, s/n, Centro. Tel. (11) 3241 3815.
A exposição é gratuita

Outros números do PIB brasileiro em 2008

Um influente economista e ex-ministro da Fazenda do período militar já dizia: os números podem confessar aquilo que você quiser, basta selecioná-los de acordo com seus interesses políticos. Eram os tempos dos expurgos nos índices de inflação, tornando taxas elevadas em taxas baixas, num passe de mágica. Seguindo as técnicas daqueles anos de chumbo, era só “apertar os números que eles confessavam”.

Felizmente, hoje as séries estatísticas produzidas pelos órgãos governamentais brasileiros são muito mais confiáveis, cabendo à mídia nativa “fazer o jogo sujo”. Nesta última semana, a análise seletiva produzida pelos grandes meios de comunicação foi direcionada para o crescimento do PIB brasileiro em 2008.
Segundo os principais jornais, revistas, rádios e televisões, o nível de atividade econômica do Brasil derrapou fortemente no final de 2008, comprometendo seriamente o ano de 2009.

Estas duas verdades, meticulosamente selecionadas pelos meios de comunicação, revelam o óbvio: não estamos imunes à maior crise do capitalismo dos últimos 100 anos. De forma subjacente, o esforço da grande mídia nativa é fazer acreditar que “entramos na crise junto com o resto do mundo”, e, portanto, só sairemos da crise quando esta acabar.

Os dados fartamente divulgados nas últimas semanas, porém, encobriram outros tão importantes quanto aqueles selecionados com destaque.
Mesmo com a queda de 3,6% do PIB no último trimestre de 2008 – principalmente por conta da queda da produção industrial nos meses de novembro e dezembro – o Brasil fechou o ano com crescimento de 5,1%. Pelo segundo ano consecutivo, crescemos à taxa superior aos 5%.

Mais ainda, não fosse a queda forte no final de 2008, cresceríamos acima dos 6%, maior taxa desde o Plano Cruzado. Ainda assim, com os números registrados, atingimos um crescimento médio nos últimos três anos de quase 5%, valores apenas obtidos com os choques de estabilização econômica produzidos pelos Planos Cruzado (1985/1986) e Real (1994/1995).

Para relembrar, em ambos os casos, a redução drástica da inflação produziu um aumento de renda das famílias, ampliando o consumo e empurrando o PIB para cima. Nestes dois momentos, o crescimento não foi sustentado por fatores internos. No Plano Cruzado, o nível de produção não acompanhou o abrupto crescimento da demanda interna, ampliando-se o tabelamento de preços dos produtos e a garantia forçada da oferta, simbolizada na “caça aos bois no pasto com helicópteros da Polícia Federal”.

O investimento não se recuperou, a inflação não foi domada, o poder de compra voltou a cair e o país derrapou. No Plano Real, a bem sucedida engenharia de estabilização monetária engendrou três outras políticas econômicas que abortaram qualquer crescimento econômico sustentado: uma política cambial populista, com o real artificialmente valorizado, beneficiando o gasto das classes altas no exterior, mas prejudicando fortemente as exportações brasileiras e fragilizando nosso Balanço de Pagamentos; uma política monetária contracionista, com taxas de juros estratosféricas restringindo o crédito interno e exigindo recursos públicos crescentes para o pagamento da dívida pública; e uma política fiscal também contracionista, com superávits primários crescentes e limitações ao financiamento e aos investimentos públicos. A estabilização monetária veio, mas o crescimento da renda e do emprego não.

Ao contrário daqueles dois períodos, o crescimento que vivemos nos últimos três anos foi “puxado”, sobretudo, pelo aumento da capacidade produtiva do país (medida pela formação bruta de capital fixo), ampliando também a renda e o emprego de maneira forte.

Para efeito de comparação, crescemos nos últimos dois anos a taxas superiores à Coréia do Sul (antigo Tigre Asiático) e ao México, países com economias razoavelmente semelhantes à nossa. O México cresceu 3,3% e 2% nos dois últimos anos, enquanto a Coréia do Sul avançou 5% em 2007 e 4,1% em 2008. Já o Brasil teve crescimento do PIB de 5,7% em 2007 e 5,1% em 2008.

Mais ainda, Coréia e México foram, até bem pouco tempo, apontados como exemplos a serem seguidos: no caso do país asiático, por conta de um modelo de capitalismo orientado pelo Estado; no caso do país latino-americano, através de um modelo de capitalismo orientado pelo livre mercado. A dependência das economias japonesa e norte- americana, respectivamente, fizeram suas esperanças de crescimento sustentado naufragarem.

O Brasil – com um mercado interno de consumo de massas crescente, um setor privado fortalecido e saudável, instituições públicas importantes e uma ampla diversificação internacional das suas exportações – apontou, claramente, para outro modelo possível de desenvolvimento.

Nestes últimos dois anos, crescemos também mais do que o dobro em relação às três maiores economias do mundo: Estados Unidos, Japão e Alemanha.
Finalmente, outros números indicam que a crise sobre os países centrais iniciou-se já em 2007, produzindo, em setembro de 2008, apenas um dos seus ápices: a quebra do Banco Lemman Brothers produziu efeitos imediatos sobre o mundo, com o pânico financeiro que se seguiu e a contração total da liquidez e do crédito.

As economias reais dos países mais ricos, porém, já beiravam a estagnação muito antes. O PIB japonês já vinha derrapando desde o 2º trimestre de 2007, enquanto o americano já patinava desde o 4º trimestre de 2007 e o alemão desde o 2º trimestre de 2008.

Mesmo entre as economias em desenvolvimento, que passaram a sentir os efeitos um pouco depois, o Brasil também se destacou: basta ressaltarmos que durante o 2º trimestre e o 3º trimestre de 2008, crescemos a taxas iguais e superiores à China, respectivamente. De abril a junho de 2008, Brasil e China cresceram à taxa de 1,6%, enquanto no período seguinte, de julho a setembro de 2008, o Brasil avançou a uma taxa de 1,7%, enquanto a China cresceu 0,7%.

O pânico financeiro de setembro de 2008, provocado pela desconfiança generalizada de que instituições financeiras em todo o mundo estariam quebradas, levou a uma profunda contração da liquidez e do crédito, “pegando” boa parte das empresas brasileiras no meio de um ciclo sustentado de investimentos crescentes, demandando, portanto, financiamentos crescentes.

As empresas exportadoras foram atingidas duplamente: pela falta de crédito e pela queda na demanda. As demais empresas de porte, sobretudo no setor industrial, que se fartaram com o crédito fácil internacional no período anterior, encontraram-se em sérias dificuldades para refinanciar suas dívidas, sendo obrigadas a recorrer ao mercado de credito brasileiro.

É claro que a “porta ficou estreita”, apesar das instituições públicas brasileiras – BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – ampliarem fortemente o crédito. Os impactos negativos sobre a atividade econômica no final de 2008, “puxada” para baixo pela indústria, foram fartamente explorados pela grande imprensa.

Outros números do PIB acima apresentados, porém, nos apresentam importantes lições:

Conseguimos nos últimos anos articular investimentos públicos e privados que nos permitiram desenvolver um ciclo econômico virtuoso, com taxas de crescimento da renda, do emprego e da produção expressivos, inclusive se comparamos aos padrões mundiais.

Este processo, iniciado pela obtenção de superávits seguidos nas contas externas, permitiu também um grande ajustamento das contas públicas (medido pela queda forte na relação dívida/PIB) e uma melhoria importante nas condições sociais da população, com o aumento real do salário mínimo e o crescimento da participação da classe média brasileira.

Por tudo isso, entramos na crise bem depois do mundo, e temos ainda as condições para sair dela de forma mais rápida.

“Não somos uma ilha”, esforçou-se a grande imprensa nativa em divulgar. Provamos, porém, que podemos ser uma “península” com um modelo próprio e exitoso de desenvolvimento econômico e social. Basta olharmos com atenção para outros números do PIB.

Eduardo Marques – Economista e Assessor de Finanças e Orçamento da Liderança do PT na ALESP

Trabalho escravo: enfim alguns condenados

Trabalho escravo ainda é uma realidade no Brasil. Um ato desumano a homens e mulheres que, sem ter como se defender, trabalham de sol a sol e não recebem nada e mal tem como se sustentar.

 

Um pouco dessa realidade começou a mudar. Em ato exemplar, esperado da Justiça brasileira por muitos anos, o Juiz Federal de Marabá, Carlos Henrique Borlido Haddad, despachou, em cinco de março, 32 sentenças em ações penais movidas por prática de trabalho escravo. Em 26 sentenças condenatórias, 27 pessoas receberam penas que variam entre três anos e quatro meses e 10 anos e seis meses de prisão, com média de cinco anos e quatro meses: são quase todos os proprietários do sul e sudeste do Pará, além de alguns gerentes e agenciadores de mão-de-obra. Outras oito pessoas, em seis ações, foram absolvidas.

 

As condenações só foram possíveis graças a fiscalizações do Ministério do Trabalho e Emprego, que entre 1999 e 2008, libertou cerca de 500 escravos (sendo 431 nas terras dos réus, condenados), em diversas atividades entre elas, desmatamento e carvoaria, em propriedades localizadas principalmente no Pará. Metade das denúncias feitas por trabalhadores fugitivos em busca de socorro.

 

“Essas condenações constituem uma verdadeira revolução no panorama de impunidade e provam que o trabalho escravo no Brasil ainda é grande, mas a justiça começa a ser feita”, reconhece o juiz de Marabá.

 O governo por sua vez, promete maior fiscalização em todos os Estados, principalmente na região Norte, que segundo pesquisa é a que mais sofre com trabalho escravo.

Banco só se comporta se o Banco Central obrigar

A avaliação da economista e ex-deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro, Maria da Conceição Tavares, mediante a situação econômica atual foi enfática. Para ela está claro quem são os protagonistas dos cruéis efeitos da crise no Brasil: empresários que praticam demissões em massa, neoliberais arrependidos e uma classe que ainda mantém ranço contra um Estado forte.

 

A economista, que tem quase 50 anos dedicados a contribuir para a análise do desenvolvimento econômico brasileiro, conquistou o poder de falar o que pensa, e sem papas na língua afirmou: “O que nos dá poder são os bancos públicos, banqueiro é banqueiro em toda parte. Se o Banco Central ainda facilita e ajuda, eles agradecem. Banco só se comporta se o Banco Central obrigar a se comportar”, criticou.

 

Na perspectiva de Conceição Tavares, a influência que o Estado tem sobre o sistema financeiro determina as condições de segurança para enfrentar a crise. Está é a chave principal para o Brasil aprender a lição. 

Veja a matéria na íntrega na página da agência Carta maior:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15790

Crise abre espaço para repensar Estado e Desenvolvimento

O Seminário Internacional sobre o Desenvolvimento, realizado em cinco e seis de março, em Brasília, abriu espaço para debater assuntos importantes como o papel do Estado e a responsabilidade dos políticos no enfrentamento da crise financeira mundial.

 

A crise, evidentemente, foi um dos pontos mais relevantes no seminário, mas o tema central era o desenvolvimento.

 

As corporações sempre atuaram com liberdade para garantirem que, sem a presença do Estado, resolveriam melhor os problemas do planeta e agora com a crise e a fragilização do Estado formou-se um verdadeiro caos.

 

O ministro Guido Mantega colocou claramente na sua exposição o problema dos custos financeiros nas atividades econômicas. O problema dos juros, na realidade, rondou boa parte das exposições.

 

No contexto geral, além da crise, o seminário serviu como reflexão às autoridades, que concordaram pela reorganização e reconstrução do Estado, para garantir maior segurança aos cidadãos. Em época de crise, o mais importante é pensar em desenvolvimento. Isso vale para o Brasil e para o mundo.

Veja matéria completa na página da agência Carta Maior:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15816

Mesmo em tempos de crise, a luta pela igualdade entre homens e mulheres continua atual

Os eventos que envolvem o 8 de março deste ano têm como eixo principal à questão da igualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho.

Neste sentido, preparamos alguns dados juntamente com algumas reflexões sobre o nosso ramo e esperamos que este material,  para além do 8 de março, possa servir de estimulo para luta de todo o dia.

Uma das mais importantes transformações sociais ocorridas no Brasil, desde os anos de 1970, foi o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho. Contudo, esta inserção tem-se caracterizado por clara desvantagem em relação aos homens em termos de rendimentos.

Uma das questões que tem chamado a atenção refere-se à situação em que pessoas igualmente produtivas são diferentemente avaliadas com base em atributos não produtivos, neste caso, diz-se que existe discriminação no mercado de trabalho. A discriminação por gênero encontra-se presente em praticamente todas as sociedades, independentemente dos traços culturais e religiosos, e dos sistemas políticos e  econômicos.

As mulheres são discriminadas no mercado de trabalho, apesar de igualmente qualificadas, recebem pagamento inferior no desempenho da mesma função e/ou  recebem salários  menores porque têm acesso apenas às ocupações pior remuneradas.

Apesar da igualdade formal, presente na lei, é no cotidiano que se explicitam práticas discriminatórias que atentam contra o direito a igualdade estabelecido na Constituição Federal.

Portanto, o grande desafio dos movimentos sociais e dos poderes públicos, comprometidos com a igualdade e a justiça social,  é contribuir para que se eliminem as desigualdades entre homens e mulheres e se fortaleça a autonomia feminina nos diferentes espaços da vida cotidiana.

Embora as manifestações discriminatórias e sexistas possam ser identificadas em diferentes espaços da sociedade, mas é no mundo do trabalho que adquirem maior visibilidade.

As oportunidades de acesso ao mercado de trabalho se encontram bastante restringidas a determinados setores e ocupações. De acordo com os últimos dados disponíveis para o Brasil (2007), temos para o total do emprego formal 59% de homens e 41% de mulheres. Do total das mulheres 66,2% estão concentradas na área de serviços e apenas 14% na indústria, enquanto que a participação dos homens é de 25% para indústria.

A indústria brasileira (dados de 2007) é responsável por aproximadamente 20% dos empregos formais existentes, sendo que deste total 72% é composto por homens e 28% por mulheres. Se considerarmos o total dos setores (comércio, serviços, agricultura e indústria) as mulheres respondem por 5,7% do total dos empregos na indústria e 27% na área de serviços.

Portanto, existe um acentuado predomínio feminino em um conjunto de ocupações consistentes com os papéis de gênero tradicionais, especialmente nas áreas de saúde e educação.

Além disso, as possibilidades de inserção das mulheres no trabalho também estão limitadas pela desigualdade de gênero na capacitação técnica, derivada de estereótipos sexistas, resultando com isso em uma grande concentração nas atividades de apoio (serviços).

As mulheres do Ramo Químico

A participação das mulheres no ramo químico corresponde a 25%, percentual bastante próximo da participação das mulheres na indústria (27%).  Esta participação não é linear para todos os segmentos, em alguns como a indústria de produtos cosméticos e farmacêuticos o percentual supera os 40%, em outros segmentos com o setor de celulose e papel cai para menos de 20%. Há nestes dados uma nítida concentração de mulheres em segmentos mais associados ao trabalho feminino.

As mulheres químicas apresentam um perfil bastante jovem, em torno de 45%  estão concentradas nas faixas entre 18 a 29 anos. Acima de 50 anos temos pouco mais de 5% e entre 30 a 50 anos são 50%.

No que diz respeito ao grau de escolaridade, o fato do mercado de trabalho demandar uma escolaridade mais elevada das mulheres não significa uma inserção mais igualitária ou qualitativamente melhor comparativamente aos homens.  Em torno de 15% das mulheres químicas possuem superior completo, enquanto que entre os homens este percentual não chega a 9%. 

Embora os diferenciais de remuneração venham caindo ao longo dos anos, no entanto, a sua permanência segue sendo o destaque. Aproximadamente 71% das mulheres recebem até três salários mínimos, enquanto entre os homens o percentual é de 57%. Para as faixas acima de três salários mínimos temos 42% dos homens e apenas 27% das mulheres. Além disso, os rendimentos médios das trabalhadoras químicas representam 75% dos rendimentos masculinos, este percentual está abaixo da média nacional que é de 82%.

Uma das faces da desigualdade se manifesta quando se analisa o perfil das ocupações. Este universo é muito extenso, por isso foram selecionadas  algumas ocupações próprias de nosso ramo para demonstrar que ainda persistem as diferenciações por sexo, a despeito de um forte discurso não discriminatório.

Ocupando cargos de direção de empresa temos 85% de homens e 15% de mulheres; na condição de gerentes são 77% de homens e 23% de mulheres; entre os profissionais da área de física, química e engenharia, temos 79% de homens e 21% de mulheres; técnicos polivalentes são 70% de homens e 30% de mulheres; técnicos de nível médio nas áreas de física, química e engenharia, 83% de homens e 17% de mulheres; atendimento ao público 24% de homens e 76% de mulheres; trabalhadores em processo contínuo, 82% são homens e 18% mulheres; escriturários, 59% homens e 41% mulheres e trabalhadores dos serviços, 61% de homens e 39% de mulheres.

Esta segmentação explica, em parte, os rendimentos médios  inferiores das mulheres, uma vez que estão nas ocupações menos valorizadas.

Finalmente, uma importante dimensão para a análise das diferenças entre homens e mulheres no cotidiano é questão de como ambos distribuem suas atividades ao longo dos dias, ou  seja, como usam o seu tempo e quanto dedicam ao trabalho doméstico.

Neste sentido, cabe destacar a desproporção entre os sexos na distribuição dos afazeres domésticos. Conforme dados do IBGE, as mulheres gastam em média 27 horas por semana com os afazeres domésticos, enquanto que entre os homens o número de horas gasta não excede 10 horas.

A segregação ou discriminação tem importantes implicações para o descompasso salarial entre homens e mulheres, assim como no acesso a oportunidades de promoção. Dessa forma, compreender as causas e conseqüências da segregação profissional é decisivo para a formulação de políticas voltadas ao mercado de trabalho. As políticas de ação afirmativa, por exemplo, podem ser interpretadas como uma tentativa de reduzir a segregação profissional; e as políticas para igualar os salários podem ser vistas, em parte, como um esforço para reduzir as diferenças de renda que a segregação pode causar.

No entanto, apenas o compartilhamento do trabalho doméstico contribuirá decisivamente para que se construa relações de maior equidade no mundo do trabalho.