A América Latina vai bem, obrigado

LULA E BARACK Obama conversaram por 25 minutos e, segundo a narrativa do Planalto, Nosso Guia não pronunciou a palavra Cuba. Como diria Rick (Humphrey Bogart) no aeroporto de Casablanca: “Luiz, esse é o começo de uma bonita amizade”. Cuba não é um problema brasileiro, é um problema americano e Obama sabe que precisará descascar esse abacaxi. Ele não tem medo do comunismo de museu da Ilha, o que os americanos temem é uma fuga em massa de cubanos para Miami. A América Latina não é parte desse problema, é parte da solução.

A região vive um período de paz, progresso e diversidade. Completam-se em março 32 anos do golpe militar argentino, o último do gênero. (Noves fora o fracassado putsch dos grã-finos de Caracas, estimulado pela Casa Branca em 2002.)

A agenda Brasil-Estados Unidos não tem contencioso. Tem avenidas para um melhor entendimento, dos biocombustíveis ao meio ambiente.

Isso não quer dizer que os demônios estejam quietos. Basta um pouco de contorção intelectual para se considerar a América Latina um continente em ebulição, com o chavismo venezuelano, a mística indígena boliviana, o esquerdismo de Rafael Correa e, quem sabe, a ingenuidade do paraguaio Fernando Lugo. Todos eleitos, dois deles confirmados nos mandatos por referendos populares.

É interessante observar que a turma do contorcionismo estava calada e contente quando Alfredo Stroessner governava o Paraguai, Augusto Pinochet, o Chile, e os generais açougueiros, a Argentina.

A encrenca que Bush deixou para Obama está alhures. Imagine-se um cenário no qual houvesse um país latino-americano metido com o narcotráfico, gastando uma receita de US$ 716 milhões, enquanto fatura US$ 4 bilhões no comércio de drogas. Esse país existe e não é a Bolívia do companheiro Evo, mas o protetorado americano do Afeganistão, governado pela cleptocracia de Hamid Karzai. Sob as armas de Bush, o Afeganistão tornou-se o provedor de 90% do ópio consumido no mundo. O narcotráfico carrega metade do PIB do país. Lá os Estados Unidos vivem a guerra externa mais longa de sua história e o companheiro Obama quer manter 60 mil soldados no pedaço. Os narcotraficantes são seus aliados. (Registro necessário: em 1989, havia generais americanos planejando uma intervenção militar na Amazônia, com o propósito de erradicar o tráfico de cocaína. Meses depois, Saddam Hussein invadiu o Kuwait e eles mudaram de assunto.)

Outro bom aliado dos Estados Unidos são os militares paquistaneses, com um arsenal de cem bombas atômicas. O risco dessas armas serem atiradas contra a Índia é muito menor que a possibilidade de algumas delas acabarem nas mãos de terroristas. O dono do programa nuclear paquistanês tornou-se contrabandista de tecnologia e vendeu o caminho das pedras para a Coréia do Norte. Ajudou o Irã e foi apanhado em 2003, entregando centrífugas à Líbia.

Comparada com essas regiões (e essas agendas), a América Latina é um balneário. Evo Morales e Hugo Chávez expulsaram os embaixadores americanos. E daí?

Chávez será um valente no dia em que parar de vender petróleo aos americanos. O antiamericanismo verbal não faz mal a ninguém e, com Obama, arrisca sair de moda. É preferível ter Evo Morales por inimigo do que Hamid Karzai como amigo.

CUT no Fórum Social Mundial

A abertura do Fórum Sindical Mundial foi realizada na última terça feira, 27 de janeiro, no Espaço do Mundo do Trabalho, na UFPA.

Cerca de três mil cutistas participaram do evento, entre eles, mais de mil trabalhadores da agricultura, informou Carmem Foro, vice-presidente nacional da CUT e dirigente da Contag. Dos químicos e plásticos de São Paulo uma delegação de cinco diretores representa o Sindicato e a CNQ/CUT (Lourival Batista, Antenor Nakamura (Kazú) Carlos Eduardo de Brito (Carioca), Rosana Souza de Deus e Rosemeire Gomes de Brito (Rose) e ainda a médica do trabalho a professora e doutora Margarida Barreto e o Professor e doutor José Roberto Eloani.

Para o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, a responsabilidade do evento aumenta devido a complexidade da crise, “Está claro que precisamos fortalecer o mercado interno, com investimento em políticas públicas, em geração de emprego e renda”.

João Felício, Secretário de relações internacionais da CUT, destacou algumas das prioridades do evento: “além de propostas concretas contra os impactos da crise para  defender empregos e salários, vamos elevar a voz contra a guerra e pela paz, em defesa dos direitos sociais e de uma agenda positiva para nossos países e povos”.

Veja cobertura completa da participação da CUT, no Fórum Social Mundial na página: www.cut.org.br

Procuradoria contra flexibilização ilegal

Foi expedido em 23 de janeiro pelo Ministério Público do Trabalho, notificações a seis Centrais sindicais e a 16 Federações de empregadores de São Paulo e região para que respeitem as leis trabalhistas ao invés de incentivarem acordos para a redução de jornada de trabalho e salários.

O Ministério Público do Trabalho entende que a redução da jornada e de salários, prevista na Constituição Federal, tem de respeitar a lei que diz que o salário e a jornada de trabalho podem ser reduzidos em no máximo 25% e por três meses.

Segundo a lei, essa redução só pode ocorrer caso a empresa comprove dificuldades financeiras e essas condições têm de ser aprovadas em assembléia de trabalhadores, acompanhadas pelo seu Sindicato de classe.

A preocupação do Ministério Público é para que essas negociações não prejudiquem os trabalhadores.

Veja a matéria completa na página: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2501200910.htm

Novo salário mínimo injeta R$ 27 bi na economia

A partir de 1º de fevereiro o salário mínimo terá um reajuste de 12%, se confirmado pelo Congresso Nacional, passará de R$ 415,00 para R$ 465,00, um aumento real de 6% e deve injetar na economia do país em torno de R$ 27 bi em 12 meses.

Os cálculos são do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e levam em consideração o contingente de 43 milhões de brasileiros que têm seus rendimentos referenciados pelo mínimo.

O novo salário mínimo terá um ganho real de 6%, o maior desde os 13,04% de 2006. “É uma boa notícia em tempos de turbulência. Trata-se de mais um elemento anticíclico da crise”, afirma Nelson Karan, coordenador de educação do Dieese.

No entanto, o valor de R$ 465 ainda não é suficiente para atender às necessidades de uma família composta por dois adultos e duas crianças. “O salário mínimo ideal seria de R$ 2.141,08, o que é bem distante do valor atual”, destaca Nelson.

Veja matéria completa: http://www.diap.org.br/index.php/agencia-diap/7259-novo-salario-minimo-deve-injetar-r-27-bi-na-economia-diz-dieese