Campanha Reivindicatória 2007/2008: assembléia geral para definir pauta

A pouco mais de um mês da data-base, que é 1º de novembro, depois de um intenso processo de mobilização nos locais de trabalho e nas regiões, categoria se reúne para debater e definir as reivindicações que serão encaminhadas ao sindicato patronal para negociação.

Com uma pauta extensa, os pontos de debate estão centrados na questão salarial e direitos dos trabalhadores no local de trabalho. Por exemplo: aumento real de 5% mais a reposição da inflação no período, PLR, redução de jornada e sábados livres, liberdade de organização na empresa, saúde e segurança no trabalho, igualdade de oportunidades profissionais e salário igual para trabalho igual entre homens e mulheres. E muito mais.

Neste dia, também, os trabalhadores associados do Sindicato vão decidir sobre temas como proposta de compra de um imóvel na Cidade de Praia Grande, no bairro Solemar, de acordo com o que prevê o estatuto do Sindicato, em seu artigo 122, bem como a proposta de filiação à ICEM (Federação Internacional de Trabalhadores do Ramo Químico), também previsto no estatuto da entidade no artigo 4º, inciso XI.

Diretoria do Sindicato reforça a convocação a todos os trabalhadores, pois os temas em debate e para deliberação são de interesse de todos, em especial no que diz respeito à campanha salarial. Além da aprovação da pauta, serão apresentadas propostas de atividades de mobilização da categoria, em cada local de trabalho.

Principais reivindicações deste ano

1. Reajuste salarial: a reposição da inflação mais 5% de aumento real
2. Contratação direta de trabalhadores: trabalho igual, direitos iguais
3. Redução da jornada e sábados livres
4. Saúde e segurança no trabalho, fim do assédio moral
5. Estabilidade para o acidentado
6. Igualdade de oportunidades para mulheres e homens
7. Garantia de OLT (Organização no Local de trabalho)

Editorial: reta de chegada a hora é agora

A próxima sexta, dia 28, marca a reta de chegada da campanha salarial dos trabalhadores dos setores químico, plástico, cosméticos, tintas e vernizes, que têm data-base em 1º de novembro. A negociação com o sindicato patronal em torno das nossas reivindicações vai apenas começar, mas a questão fundamental é que o essencial foi feito antes, que é a preparação da categoria para esse embate.

Diretores do nosso Sindicato marcam presença constante nas portarias das empresas para dialogar com os trabalhadores, levar informações e, principalmente, chamar a atenção para a importância da união da categoria nesse momento para garantir suas conquistas. A campanha salarial do setor farmacêutico, cuja data-base é abril, é uma boa referência para todos nós.

Na assembléia, vamos debater a pauta e aprová-la. Em seguida, encaminhamos ao sindicato patronal e entramos na agenda de negociações, através dos embates entre representantes dos trabalhadores de um lado e dos patrões de outro. Serão longas e tensas reuniões, sobretudo em razão da tradicional intransigência patronal.

Os indicadores econômicos revelam crescimento da indústria, em praticamente todos os ramos de produção, mas a choradeira dos patrões é velha conhecida da gente. Eles faturam, lucram, crescem e, mesmo assim, têm dificuldade em reconhecer o valor da sua mão de obra, seja trabalhador da produção ou da administração. É a lógica da voracidade na acumulação do capital sem reconhecer o valor do trabalho humano.

Não podemos, portanto, perder tempo “esperando” reconhecimento. Temos que fazer valer nossos direitos. E para isso é fundamental, nessa reta de chegada da campanha, reforçar a mobilização em cada local de trabalho, participar das reuniões, assembléias e outras atividades convocadas pelo seu Sindicato de classe.

Nossa luta é por aumento real nos salários mais a reposição da inflação no período, sábado livre e redução na jornada de trabalho sem redução nos salários, igualdade de oportunidade e salários iguais para a mesma função entre homens e mulheres, saúde e segurança no local de trabalho… Enfim, é uma pauta extensa, mas você precisa participar. Faça por merecer, reforce esta luta, em sua legítima defesa.

Diretoria colegiada

Empresas estão bem. E você?

Setor químico
As indústrias químicas brasileiras estão entre as 10 que mais faturam no mundo, ocupam a 9ª posição. Em 2006 o fatura-mento foi de 80 bilhões de dólares. O setor prevê, até 2011, investimentos na ordem de 12 bilhões de dólares.

Num período de seis anos, de 2000 a 2006 o setor cresceu 122%. Portanto, há condições de aumento real de salários.

Os projetos de investimentos para o setor químico são bastante elevados; somente para este ano estão previstos investimentos na ordem de US$ 2,83 bilhões.

Entre 2005 e 2011, o setor vai investir cerca de US$ 15,6 bilhões (US$ 12,3 bilhões entre 2007 e 2011). Só metade desse investimento corresponde ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) que está sendo construído pela Petrobrás.

O faturamento da indústria química em 2006 apresentou um crescimento de 2,4% medidos em reais.
De 2000 a 2006 o setor cresceu 122,0%.

Setor plástico
O setor plástico, dentre os setores do ramo químico, é o que mais cresceu em 2006. O faturamento no período foi de 40.593 bilhões de reais, um crescimento de 4,15% em relação ao ano de 2005.

A produção por empregados indica um total de 16,66 toneladas em 2005 e de 17 toneladas em 2007. O emprego neste segmento cresceu 5% entre 2005 e 2006. Em 2005 o setor empregava 252.931 trabalhadores, no ano seguinte passou para 266.787.

Para se ter uma idéia, a indústria de transformadores plásticos faturou cerca de 10 bilhões de dólares no primeiro semestre. Isto representa um aumento de 23,7% em relação à primeira metade do ano passado. O consumo de transformados plásticos (sacolas e produtos em geral) foi de 2,12 milhões de toneladas no período; ou seja, 2,9% superior ao do mesmo período de 2006.

Setor Tintas e vernizes
É um setor onde o nível de emprego não acompanha o crescimento da produção; ou seja, as empresas exigem maior produtividade com o mesmo, ou até menor número de funcionários.

Entre o ano 2000 e 2006 o setor cresceu 9% e o nível de emprego cai 2%. Em 2006 o crescimento foi 4,1% maior que em 2005. Para 2007 a previsão de crescimento do setor é de 5% a 10%. Mais uma razão para aumento real de salários e fortalecer a organização dos trabalhadores do setor para garantir melhorias na qualidade do emprego e aumento nas contratações.

Setor Cosméticos
Atuam no mercado brasileiro 1.494 empresas de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, sendo 15 empresas de grande porte. Com faturamento líquido acima dos R$ 100 milhões, elas representam 72,8% do faturamento total. Só no Estado de São Paulo estão localizadas 689 empresas.

Em relação ao mercado mundial, o Brasil ocupa a terceira posição. É o segundo mercado em produtos infantis, desodorantes e perfumaria. Nos dois primeiros lugares estão os Estados Unidos e o Japão, nesta ordem.

Higiene, cosméticos e perfumaria todas as pessoas usam. Por conta disso, é um dos setores que mais crescem no país. Em 11 anos o setor teve crescimento médio de 11%. Entre 2002 e 2006 as exportações cresceram 153%. Em 2006 o setor registrou lucro de 190 milhões de dólares. As previsões para 2007 são ainda mais animadoras para o setor, portanto, há espaço para aumento real de salários.

Campanha reivindicatória 2007/2008

Campanha salarial dos setores químico, plástico, cosmético, tintas e vernizes e similares entra em ritmo maior, a partir de agora. É o momento que exige muita mobilização, em cada local de trabalho e no conjunto da categoria. O sindicato convoca para as plenárias regionais e, em seguida, a assembléia geral para debate e deliberação sobre a pauta de reivindicações que será encaminhada ao sindicato patronal. Para isso, sua participação é fundamental. As plenárias acontecem nas regiões: Lapa, São Miguel Paulista, Santo Amaro, Taboão da Serra e Sede Central.

Principais reivindicações da campanha salarial deste ano

1. Reajuste salarial composto pela reposição da inflação mais 5% de aumento real
2. Pela contratação direta de trabalhadores: trabalho igual, direitos iguais
3. Redução da jornada e sábados livres
4. Saúde e segurança no trabalho, fim do assédio moral
5. Estabilidade para o acidentado
6. Igualdade de oportunidades para mulheres e homens
7. Garantia de OLT (Organização no Local de trabalho)