Opinião: medicamentos, direitos humanos e patentes

O Estado brasileiro determinou, em quatro de maio, o licenciamento compulsório do medicamento anti-retroviral Efavirenz para o tratamento da Aids, produzido por laboratório multinacional, com fundamento no interesse público. O medicamento é protegido por patente que permite ao laboratório o direito de excluir terceiros da produção ou venda da droga no Brasil, o que resulta em monopólio.

Desde novembro de 2006, o Brasil negociava com o laboratório a redução de preços considerados injustos.

Em 23de maio, foi aprovada na Organização Mundial da Saúde resolução apresentada pelo Brasil propondo estratégia internacional para garantir o acesso a medicamentos essenciais em países em desenvolvimento, bem como a criação de um fundo internacional para o financiamento de pesquisas de novos medicamentos.

A Aids, a tuberculose e a malária matam, por ano, seis milhões de pessoas. Muitas dessas mortes evitáveis decorrem da falta de acesso a medicamentos essenciais e da omissão ou insuficiência de políticas públicas.

Nesse contexto, indaga-se: como tecer um adequado juízo de ponderação entre o direito à propriedade intelectual e os direitos sociais, econômicos e culturais?

O direito à propriedade intelectual é concebido como um incentivo para a criação de novos conhecimentos. Contudo, o direito à propriedade intelectual não deve ser considerado ilimitado ou absoluto, na medida em que tem uma função social. É preciso buscar um adequado equilíbrio entre a proteção dos direitos do inventor e de exploração comercial de um invento científico e os direitos sociais.

Por força do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, os Estados – partes assumem o dever jurídico de respeitar, proteger e implementar tais direitos, garantindo o seu núcleo essencial e promovendo sua aplicação progressiva, vedado retrocesso social.

Pela primeira vez, a OMC reconheceu a importância dos mecanismos de flexibilização do regime de patentes previstos no acordo internacional sobre propriedade intelectual Trips (Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights) – como o licencia-mento compulsório – como uma medida legítima para enfrentar problemas de acesso a medicamentos.

O inédito caso brasileiro lança o desafio de redefinir o direito à propriedade intelectual à luz da prevalência dos direitos humanos, condicionados à produção, à distribuição e ao uso eqüitativo do conhecimento.

Flávia Piovesan, professora doutora de direito constitucional e direitos humanos da PUC-SP, é procuradora do Estado de São Paulo. Holger Hestermeyer, doutor em direito pela Universidade de Hamburgo (Alemanha), é pesquisador sênior do Max Planck Institute for Comparative Public Law and International Law.

Um atleta de categoria

De sete a nove de junho, no Ginásio Tênis Clube, em São Paulo, aconteceu o Campeonato Sul-americano de Kung Fu, participaram oito países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Venezuela).

O diretor deste Sindicato, José Alves Neto, participou e conquistou o 3º lugar no Estilo Louva-Deus do Norte. Neto treina
no Instituto Brendanlai, localizado no bairro de Perus, zona norte da capital.

No campeonato participaram todas as federações de Kung Fu do país.

Torneio: inscreva já sua equipe

O torneio de Dominó e Truco será realizado no dia 19 de agosto, a partir das 9h, na sede central, Rua Tamandaré, 348, Liberdade.

Haverá premiação para os quatro primeiros colocados de cada modalidade e esses já estarão classificados para a grande final que será no Clube de Campo em Arujá, dia 11 de novembro de 2007.

Futebol Society/Salão: os jogos serão realizados por região nas seguintes datas:

* Zona Leste/Centro – dia 5 de agosto
* Zona Oeste – dia 26 de agosto
* Zona Sul – dia 2 de setembro
* Caieiras – dia 23 de setembro
* Taboão da Serra – dia 7 de outubro

Inscreva sua equipe ou dupla com o diretor que acompanha a empresa que você trabalha ou ligue para 3836 6228.

Serão convocados os representantes de cada equipe para ser entregue o regulamento e demais informações sobre o torneio e locais das partidas.

Haverá transporte para as equipes se deslocarem até o local dos jogos.

A final de todas as competições será realizada, dia 11 de novembro, no Clube de Campo em Arujá.

A comissão organizadora faz o desafio para a participação de times femininos no futebol socity/salão e também nas duplas de dominó e truco.

Ato Político: “Vote com a CUT”

Dia quatro de julho, a CUT promoveu uma Ocupação Pacífica do Congresso Nacional. O ato político, que aconteceu às 9h, no salão Nereu Ramos, com a presença de parlamentares, marcou o início da ocupação.

Em seguida os sindicalistas divididos em grupos visitaram as Comissões do Trabalho, seguridade social, educação e habitação, em cada uma delas os sindicalistas conversaram com os parlamentares para votar com a CUT.

Também foi feita uma panfletagem nos corredores do Congresso Nacional pressionando os parlamentares para votar em favor dos interesses dos trabalhadores

Dentre as reivindicações estão: a manutenção do veto presidencial à emenda 3; manutenção dos atuais direitos previdenciários e inclusão dos trabalhadores que estão fora do sistema; projetos que valorizam a escola pública de qualidade.

O tema da mobilização é “Vote com a CUT”. A atividade foi para identificar e mudar a intenção de voto dos parlamentares.

A atividade realizada dia quatro é a sequência de uma série de manifestações que aconteceram dias 10 e 23 de abril e dia 23 de maio, em todo o país, convocadas pela CUT. Na primeira quinzena de agosto, a Central retoma as mobilizações com novas manifestações.

O Sindicato dos químicos e plásticos de São Paulo e região se fez representar em todas as atividades. Em Brasília, por exemplo, participou com 80 pessoas entre dirigentes sindicais e militantes de base.

CUT lança jornal sobre a Previdência
A CUT realizou, dia quatro de julho, em Brasília, o lançamento do Jornal sobre a Previdência. O material esclarece questões de interesse do conjunto dos trabalhadores e da população. O lançamento aconteceu na Rodoviária da capital federal, quando foram distribuídos mais de 20 mil exemplares pela direção e militantes da Central.

“A CUT reafirma sua posição contrária a qualquer tentativa de reforma que venha retirar direitos do conjunto dos trabalhadores. Nossa Central continuará na luta por uma previdência social pública e universal, com inclusão e manutenção de direitos”, destaca Artur Henrique, presidente nacional da CUT.

O material será distribuído em nível nacional pelas CUTs estaduais, ramos de atividade e sindicatos filiados.

Qunito Congresso CNQ/CUT: desafios para a nova direção

De 28 a 30 de junho e 1º de julho aconteceu em Salvador, na Bahia, o 5º Congresso da CNQ/CUT (Confederação Nacional do Ramo Químico). O evento reuniu 223 delegados eleitos nas 36 entidades sindicais de todo o Brasil, que representam mais de 220 mil trabalhadores e trabalhadoras do ramo químico, dos quais mais de 100 mil são sindicalizados.

Do Sindicato dos químicos e plásticos de São Paulo e região participaram 35 pessoas entre delegados, suplentes e membros da direção da CNQ.

Na abertura estiveram presentes: Artur Henrique, Presidente da CUT Nacional; Martiniano Costa, Presidente da CUT Bahia; Edílson de Paula Oliveira, Presidente da CUT São Paulo; Rui Costa, Secretário de Relações Institucionais do Governo da Bahia, Senzeni Zokwana, presidente da ICEM; Manfred Warda, Secretário Geral da ICEM (Federação Internacional da Química, Energia e Minérios); Terry Lapinski, Centro de Solidariedade da AFL-CIO (central sindical estadunidense).

Plano de ação e lutas
Foi aprovado também o Plano de Lutas e Campanhas, veja as questões mais importantes.

* Mudança na política econômica para gerar desenvolvimento com emprego, distribuição de renda e inclusão social;
* Redução da jornada de trabalho sem redução de salários;
* Lutar pela 5ª turma nos turnos de revezamento, com jornada de trabalho limitada a 36 horas semanais;
* Defesa do emprego;
* Pelo aumento real de salários;
* Em defesa da educação pública;
* Em defesa da saúde e segurança públicas;
* Pela Reforma Agrária e investimento na agricultura familiar;
* Pela implementação de Organizações no Local de Trabalho (OLT);
* Realização de campanhas reivindicatórias, articuladas nacionalmente no ramo;
* Participar de todas as lutas, campanhas e jornadas convocadas pela CUT Nacional, da Jornada pelo Desenvolvimento com Distribuição de Renda e pela Valorização do Trabalho e Contra a Retirada de Direitos.
* Foi aprovada também o desenvolvimento de um projeto piloto de implantação de um serviço de acolhimento e atendimento às trabalhadoras do ramo químico, vítimas de violência e perseguição no ambiente de trabalho.

Homenagem
No Congresso foi feita homenagem a três trabalhadores do ramo químico mortos recentemente. São eles: os baianos Jorge França e Antonio Rivas; e o paulista José Custódio Almeida (senhor Almeida).

Rivas e França morreram em outubro do ano passado, num acidente rodoviário e o Senhor Almeida, neste ano por problemas de saúde.

Almeida fez parte da direção do Sindicato, um dos fundadores da Associação dos aposentados e pensionistas da categoria e também do Sindicato Nacional dos Aposentados da CUT e ativo militante político.

Direção eleita
Aparecido Donizeti da Silva foi reeleito coordenador geral da Confederação Nacional do Ramo Químico. Do Sindicato dos químicos e plásticos de São Paulo foram eleitos Lucineide Dantas Varjão (Lu) (Secretaria de Administração e Finanças), Antenor Nakamura (Secretaria de Relações Internacionais), Rosana Deus (Secretaria Regional Sul), Adir Gomes (Secretaria Setorial Farmacêutica e Cosméticos), Suplentes: José Isaac e Carlos Brito (Carioca) Rosemeire Brito, suplente do Conselho fiscal.

Curso de qualificação

Já começou a segunda turma do curso para operadores de máquinas injetoras do setor plástico. Participam mais de 400 alunos em três períodos, manhã, tarde e noite, nas subsedes Taboão da Serra, Santo Amaro, Lapa e sede central. Destaque nessa turma é a participação das mulheres, são pouco mais de 30% dos alunos.

O curso tem a duração de 40 dias, 200 horas de aulas. As aulas são direcionadas ao processo de transformação de plásticos por injeção.
A terceira turma tem previsão de início em agosto. Você, operador de máquinas injetoras nas indústrias plásticas não pode perder a oportunidade de melhorar sua qualificação profissional.

A próxima turma haverá salas na Subsede São Miguel

Editorial: o 5º Congresso da CNQ e nossos desafios

Nesta edição do Sindiluta Unificado informamos aos companheiros e companheiras sobre a realização do 5º Congresso da CNQ-CUT, em Salvador-BA, entre o final de junho e começo de julho. Nossa participação e, principalmente, alguns dos pontos de resolução desse encontro sindical dos trabalhadores do ramo químico, particularmente no que diz respeito à eleição da nova direção desta Confederação, bem como o plano de ação e lutas deliberados.

É nosso, de cada um de nós, o compromisso em fazer valer os desafios colocados. Por exemplo: tem tudo a ver com a gente questões como luta em defesa da saúde e segurança, bem como da educação públicas. Assim como é do nosso interesse a redução da jornada de trabalho sem redução nos salários, defesa do emprego e aumento real. Enfim, são 11 pontos definidos e todos eles relacionados com a vida do trabalhador e sua família, de maneira direta ou indireta.

Vem bem a caráter resoluções dessa natureza, no momento em que o ramo químico, que tem data-base em 1º de novembro, inicia seus preparativos para a campanha salarial deste ano. Somam-se a esse conjunto de reivindicações deliberadas no 5º Congresso da CNQ algumas questões específicas da categoria e pronto; está praticamente feita a pauta para a mobilização, desde já, rumo a essas conquistas.

Na prática, portanto, foi dada a largada da campanha salarial do setor químico no 5º Congresso. Cabe, agora, o desafio maior: reforçar a organização em cada local de trabalho, convocar a união da categoria da nossa base sindical e das demais, com data-base em 1º de novembro, para as mobilizações unificadas que fortalecem nossas lutas. Aliás, um breve resgate da história nos faz lembrar que, no pós ditadura militar, somos pioneiros na unificação de sindicatos com campanhas salariais na mesma data.

Em abril concluímos um processo de negociação bastante positivo para os trabalhadores do setor farmacêutico. Agora, chegou a vez dos setores químico, plástico e de cosmético, tendo como ponto de partida o 5º Congresso da CNQ e suas resoluções, que são colocadas em prática principalmente nesses momentos de embates e mobilizações.

Diretoria Colegiada

Prazos da PLR

* Para os Trabalhadores do Setor Farmacêutico: empresa com até 100 trabalhadores o valor mínimo é de R$ 710,00. Empresas com mais de 100 funcionários o valor mínimo é de R$ 800,00. 
Se a empresa fizer opção por duas parcelas a 1º vence dia 31 de julho e a segunda 31 de janeiro de 2008. Se a opção for em parcela única, a mesma deve ser paga até 30 de setembro.

* Para os Trabalhadores dos Setores Químicos, Plásticos e similares: o valor mínimo da PLR é de R$ 462,00
Se a empresa fez opção em pagar em duas parcelas, a segunda vence dia 31 de julho.

Vale lembrar que os valores estabelecidos pelas respectivas Convenções Coletivas valem para empresas que não têm programa próprio de PLR.

Notas

ICEM – o que é
A ICEM é uma federação sindical mundial cuja base industrial abrange os seguintes setores produtivos: energia, minerais, ramo químico e farmacêutico, papel e celulose, borracha, diamantes, pedras preciosas, ornamentos e fabricação de jóias, vidro, cerâmica, cimento e indústrias afins, metalúrgicos, serviços ambientais, entre outras.  A ICEM promove intercâmbio entre os sindicatos filiados, com especial atenção para os sindicatos de trabalhadores das indústrias multinacionais, incentivando a formação de rede de trabalhadores para cooperação global.

ICEM – atuação
A ICEM representa mais de 400 entidades sindicais que abrangem mais de 20 milhões de trabalhadores nas indústrias de 120 países dos cinco continentes (África, América, Ásia, Europa e Oceania). Esta Federação mundial de trabalhadores promove campanhas para elevar os níveis de saúde e seguridade no local de trabalho e para que as indústrias sejam ambientalmente responsáveis. A ICEM tem compromisso com aplicação global das normas e práticas recomendadas pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), especialmente nas empresas multinacionais.

ICEM – objetivos
Está entre os seus objetivos, manter contato com outros setores do movimento sindical através das FSI (Federações Sindicais Internacionais), com a CSI (Confederação Sindical Internacional), com as organizações regionais sindicais em todos os continentes e entidades de defesa do meio ambiente e direitos humanos, entre outras. A ICEM apresenta reivindicações em nome dos trabalhadores diante das autoridades nacionais e internacionais, entre eles os organismos da ONU (Organização das Nações Unidas) tais como, a OIT e OMS (Organização Mundial da Saúde).

Entrevista: representante da CNQ à ICEM

Sindiluta: Qual a importância da ICEM para os trabalhadores do ramo químico?
Kazú:
Primeiro, a ICEM busca organizar em nível mundial a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e salário e isso tem reflexo importante na luta diária que o Sindicato e seus filiados desenvolvem. Segundo, os trabalhadores, em qualquer indústria sabem que não estão sozinhos, além do seu sindicato de classe, da CNQ, da CUT, tem ao seu lado uma entidade mundial que se preocupa com seus direitos e sua qualidade de vida.

Sindiluta: Qual o papel da ICEM no intercâmbio na ação sindical?
Kazú:
No mundo globalizado as empresas se organizam em redes, especialmente as multina-cionais. A organização das redes de trabalhadores é uma forma de enfrentar esses desafios na busca da justiça social e melhorar a qualidade de vida. Nesse sentido, a ICEM que representa mais de 400 entidades sindicais em todo o mundo tem entre seus objetivos incentivar e criar condições para que em nível mundial os trabalhadores se organizem e possam ter mais condições para resistir e enfrentar esses desafios.

Sindiluta: Quais os desafios da ICEM para os próximos anos?
Kazú:
A conferência realizada em Salvador apontou os principais desafios que entidade vai enfrentar na América latina, nos próximos anos: questão das mulheres, HIV/Aids, energia, diálogo social, sobretudo a questão da terceirização. O objetivo é motivar a troca de experiência entre os sindicatos e coordenar ações de solidariedade e apoio aos sindicatos e representar os interesses dos trabalhadores na ONU e entidades intergovernamentais.