Em pauta os salários

A polêmica do aumento do salário mínimo continua. As centrais sindicais, em recente marcha à Brasília, reivindicam um mínimo de R$ 420,00. O governo prevê um valor de R$ 367,50, mas o relator da matéria no Congresso Nacional determina que o salário mínimo seria de R$ 375,00, mas em reunião com as centrais sindicais, parlamentares e membros do governo definiram que em 2007 o salário mínimo será de R$ 380,00.

Há um grande debate que vai além dos números. Os argumentos contrários são vários. Dentre eles, os aposentados e pensionistas que teriam direito ao mesmo percentual de aumento e, segundo especialistas, isso aumentaria e muito o rombo na Previdência Social. Outra questão são as prefeituras, sobretudo dos pequenos municípios, do interior do país, nas quais os funcionários públicos em sua maioria recebem o salário mínimo. Os cofres destes municípios não suportariam tal aumento.

Da Previdência pouco se fala de que o rombo não é pelos vencimentos da maioria dos aposentados e pensionistas que recebem até quatro salários, mas um pequeno e seleto grupo de aposentados que recebem fortunas incalculáveis. Mas a principal fonte do rombo é a sonegação. Sabe-se que a lista dos sonegadores é muito grande, vai de empresas a clubes de futebol. No início do governo Lula chegou a ser publicada uma lista dos principais devedores.

O salário mínimo, segundo a lei, deveria garantir as necessidades básicas de uma família com quatro pessoas (marido, esposa e dois filhos), com moradia, alimentação, lazer, saúde e educação, vestuário, etc.

A CUT nacional já apresentou uma proposta de taxação das grandes fortunas. Com essa medida seria possível diminuir o abismo entre os muito ricos e a massa de pobres e miseráveis no país. A entidade propôs também a criação de uma equipe com participação de representantes dos trabalhadores, empresários, parlamentares e governo para formular uma política permanente que garanta a recuperação e valorização do salário mínimo. Todas essas sugestões são possíveis de colocar em prática. Resta saber se o Congresso Nacional terá vontade política para encaminhar.

De acordo com o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos), que realiza estudos técnicos e divulga de quanto deveria ser o valor salário mínimo, hoje seu valor deveria ser de R$ 1.510,00.

Mas a polêmica do mínimo cedeu lugar, nos últimos dias, a uma outra polêmica ainda maior – o aumento dos vencimentos dos parlamentares. Os mesmos congressistas que propõem salário mínimo de R$ 380,00, agora decidem que seus próprios salários passarão de R$ 12.847,20 para R$ 24.500,00, ou seja, dobra o valor, sem contar outras regalias que são custeio de gabinete, passagens aéreas, auxilio moradia, etc…

Mais uma vez a grande maioria dos parlamentares que deveria elaborar leis que beneficiam toda a população e fiscalizar sua execução atua em causa própria negando sua real função. Espera-se que em plenário a maioria dos parlamentar vote contra mais esse abuso.

Antes que o plenário da Câmara se manifestasse, o STF (Supremo Tribunal Federal) impediu que o abuso fosse cometido. Para a CUT essa foi mais uma vitória da sociedade brasileira.

Nossa língua tem história

Para você saber sobre isso e muito mais sobre o seu idioma, visite o museu da Lingua Portuguesa, que fica na Estação da Luz, centro de São Paulo. Proporciona uma viagem pela língua portuguesa, guiada por palavras, autores e estrelas do Brasil.

O museu é o ponto de encontro da língua com a literatura e a história. É um museu diferente, não tem quadros nas paredes nem obras. Lá, você se depara com vozes e imagens em vídeo. No lugar das obras, espaços interativos, nos quais você pode conhecer a origem das palavras, as misturas do português com outras linguas.

O museu revela a língua, das suas origens às produções textuais. No Brasil há uma riqueza cultural imensa. Por exemplo: em cada região, muitas palavras têm um significado diferente e é falada de modo diferente. No museu você tem a oportunidade de descobrir diferentes modos de ouvir e falar.

O museu apresenta uma coletânea de textos antigos, datados desde o século 13 – cartas daquele período, a primeira gramática e até o testamento de um rei.

Veja como é fácil conhecer o museu da língua portuguesa
1. Visitas de grupos apenas com pré-agendamento
2. O agendamento de grupos, mesmo que sem monitoria, deverá ser feito e confirmado através do endereço eletrônico: agendamento@museudalinguaportuguesa.org.br
3. O Museu enviará por correio eletrônico a confirmação da data e horário da visita
4. O responsável pelo grupo deverá apresentar o documento de confirmação no momento da chegada
5. No caso de visita de grupos de estudantes, a instituição deverá enviar um acompanhante adulto responsável a cada grupo de 15 pessoas.
6. Os grupos agendados e devidamente confirmados terão acesso diferenciado dos demais visitantes
7. Os grupos deverão ter no máximo 40 visitantes.
8. As crianças integrantes dos grupos escolares deverão ter no mínimo oito anos de idade. Crianças menores de oito anos deverão estar acompanhadas dos pais ou responsáveis legais

O museu fica na Praça da Luz, s/nº. Informações pelo telefone: (11) 3326 0775
endereço eletrônico: Museu@museudalinguaportuguesa.org.br
O funcionamento é de terça a domingo, das 10h às 18h

Há acessos para pessoas com necessidades especiais, grávidas e idosos
Preço do ingresso R$ 4,00 (quatro reais); estudantes com carteirinha pagam meia entrada; professores da rede pública entrada gratuita. Crianças até 10 anos e adultos a partir de 60 também têm entrada gratuita.

Aos sábados a visitação ao Museu é gratuita

Em defesa da saúde do trabalhador

A entidade é pioneira na luta pela convenção das prensas injetoras que fez diminuir em mais de 90% o número de acidentes. Renovada recentemente, a convenção garante a capacitação dos operadores, dispositivo de segurança nas máquinas e estabilidade para acidentados e inclusive aposentadoria.

Válido para o período de dois anos, participaram da assinatura do Acordo, que ocorreu em 29 de novembro último, os Sindicatos do Ramo Químico do estado de São Paulo coordenados pela CNQ/CUT, da Força Sindical e representantes patronais (Abiplast -Associação Brasileira da Indústria do Plástico).

“Desde 1995, quando foi estabelecida a 1ª Convenção houve significativa redução de acidentes causados na operação de prensas injetoras”, afirma Lourival Batista Pereira, diretor do Sindicato dos químicos de São Paulo.

A luta neste momento é para que o acordo tenha abrangência em todo o Estado de São Paulo, e que seja adotado em todos os estados brasileiros.

CIPA/SUR
Outra forma de garantir a defesa da saúde do trabalhador, bem como os direitos garantidos na Convenção Coletiva da categoria, é a luta do Sindicato pela organização e implantação da CIPA/SUR nas empresas. Em janeiro de 2007 deve ser assinada Convenção Coletiva que garante a implantação do SUR (Sistema Único de Representação) nas empresas do setor farmacêutico.

O SUR (Sistema Único de Representação) agrega as funções da comissão de fábrica, da Cipa e comissão de PLR. Contribui na organização dos trabalhadores dentro da empresa e facilita as negociações com a direção da mesma.

O SUR já é uma realidade na categoria. Dia 29/09 foi feita eleição da 1ª CIPA/SUR na empresa DSM – Produtos Nutricionais Brasil Ltda. Trabalhadores, em conjunto com a direção do Sindicato, se organizaram e depois de um processo de debates elegeram oito representantes, sendo  quatro titulares e quatro suplentes.

A nova comissão CIPA/SUR terá pela frente a missão de acompanhar e garantir que sejam respeitadas as normas referentes à segurança do trabalhador, debater PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e, principalmente, o desafio de fortalecer a OLT (Organização no Local de Trabalho). O Sindicato acompanhou todo o processo e continuará sua função de acompanhar esta Comissão eleita.

Presidente Lula toma posse para segundo mandato

Em discurso de 35 minutos no plenário do Congresso Nacional, Lula prometeu mais esforços para assegurar um crescimento econômico maior do que o obtido em seu primeiro mandato. Ele citou o pacote de medidas para “destravar” a economia, que deve ser anunciado ainda em janeiro. Também citou reformas necessárias, como a tributária, para complementar as mudanças.

“É necessário que este crescimento esteja inserido em uma visão estratégica de desenvolvimento. É preciso uma combinação ampla e equilibrada do investimento público e do privado. Para isso temos de desobstruir os gargalos e de romper as amarras que travam cada um destes setores. Isso significa ampliar e agilizar o investimento público, desonerar e incentivar o investimento privado”, afirmou.

Lula reconheceu que somente o investimento público não pode “garantir sozinho” o crescimento. “Porém, ele é decisivo para estimular e mesmo ordenar o investimento privado. Estas duas colunas, articuladas, são capazes de dar grande impulso a qualquer projeto de crescimento”. O presidente também convocou parlamentares para discutir, em conjunto com o poder Executivo, as mudanças necessárias para avançar na reforma tributária.

O presidente ainda ressaltou que tem “claro” que nenhum país consegue firmar uma “política sólida” de crescimento se os juros forem mais altos do que a taxa média de retorno dos negócios. Na seqüência, reafirmou que pretende expandir o crédito do país a uma meta de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) até o ano de 2010.

O povo é “opinião pública do país”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sua reeleição foi uma decisão livre e consciente do povo, sem a influência de “feitores”. Para Lula, a reeleição significa uma vontade de mudança da população que estava reprimida há anos. “Este povo constitui a verdadeira opinião pública do país que alguns pretenderam monopolizar”.

Descartou a idéia de que a votação nele ocorreu em troca de benefícios. “Não faltaram os que, tentaram desqualificar a opção popular como fruto da sedução que poderia exercer sobre ela o que chamavam de “distribuição de migalhas”. Os que assim pensam desconhecem o que é um povo sem feitores, capaz de expressar-se livremente”, afirmou.

Aos opositores o presidente disse. “Não peço a ninguém que abandone suas convicções. Não desejo que a oposição deixe de cumprir seu papel livremente. Concetremos o debate nos grandes desafios colocados para o nosso país e para o mundo. Que estejamos à altura do que necessita e deseja o nosso povo”, destacou.

No Parlatório
Por volta das 18h10, do dia 1º de janeiro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto, acompanhado pelo vice, José Alencar, para dar início ao segundo mandato e fazer o primeiro pronunciamento à nação no Parlatório.

Milhares de pessoas o aguardavam desde cedo na Praça dos Três Poderes – enfrentaram a chuva que durante todo o dia – Lula prometeu dar a vida para cumprir o compromisso de continuar fazendo do Brasil um país mais justo, menos desigual e plenamente democrático.

“Quero olhar na cara de cada homem e de cada mulher e dizer para vocês: eu e o companheiro José Alencar, se for necessário, daremos a nossa vida para que a gente possa cumprir cada palavra e cada compromisso que assumimos com vocês, para que a gente possa fortalecer a democracia do nosso País, para que a gente possa garantir que a parte mais pobre da população seja tratada com o respeito e com a decência que deveria ter sido tratada há muito tempo”, disse.

Lula voltou a lembrar que é presidente de todos os brasileiros, sem distinção, mas ressalvou: “Não se enganem: mesmo sendo presidente de todos continuarei fazendo o que faz uma mãe. Cuidarei primeiro dos mais necessitados, mais fragilizados, daqueles que mais precisam do Estado brasileiro”.

Agradecimento
O presidente aproveitou a cerimônia para fazer agradecimentos ao povo que o reelegeu, do qual se disse “profunda e eternamente” grato.

“Em momentos difíceis, quando alguns imaginavam que o jogo tinha acabado, o povo entrava em campo e dizia claramente: nós construímos a democracia deste País e nós vamos sustentar a democracia, custe o que custar, doa a quem doer”, afirmou o presidente.

“Os trabalhadores conquistaram o direito de entrar nesta Casa como se esta Casa fosse a casa deles, porque não pode ser diferente, o palácio de um governo tem que ser o palácio do povo”, disse, lembrando que, normalmente, os palácios presidenciais só recebem autoridades e pessoas da elite.
“Este Palácio precisa aprender a receber as minorias marginalizadas deste País. Este Palácio precisa aprender a receber os negros, os índios, as mulheres”, reforçou.

Segundo mandato
O presidente disse ainda que os próximos quatro anos serão mais compensadores e de trabalho duro, porque, “vamos trabalhar mais do que trabalhamos no primeiro mandato, porque já conhecemos o caminho das pedras, já conhecemos onde é que as coisas, muitas vezes, emperram”.

De acordo com o presidente, a principal tarefa, agora, é fazer a economia brasileira crescer, para gerar mais empregos com carteira assinada e promova a inclusão social. “Aí, sim, o trabalhador brasileiro vai estar mais qualificado e vivendo um pouco melhor”, concluiu.

Nesse ponto, voltou a falar sobre o pacote de medidas que será anunciado nos próximos dias, afirmando que ele foi discutido com todos os setores as sociedades e que o momento é de confiança e otimismo.

“Aqueles que apostarem no fracasso do Brasil serão derrotados”, frisou. “Aqueles que acreditarem que este País nasceu para ser um país de crescimento inibido, para ser um país de eterno pequeno crescimento, podem começar a se preparar, porque este País vai ter um crescimento vigoroso”.

Ele destacou que, no segundo mandato, o crescimento econômico continuará acompanhado de distribuição de renda e educação de qualidade, de maneira que o povo possa viver com mais dignidade.