Registro de uma história

Publicações do Sindicato marcam período histórico da categoria. Antes da
unificação, cada sindicato tinha seu informativo: Sindiluta e Plastiluta.
Unificados os sindicatos, algumas edições foram  publicadas como
Sindiluta/Plastiluta e, em seguida, como Sindiluta Unificado. A revista Alquimia
também representa outro momento marcante. É a comunicação como ferramenta de
lutas e informação


Matéria publicada na Revista Especial 10 anos de Unificação, de
10/09/2004

Toda uma história de lutas

Ousados, os químicos e plásticos de São Paulo sempre foram além dos limites
da atuação sindical; por isso, têm presença efetiva nas mobilizações sociais e
na vida política do país

Fundada em agosto de 1983, os passos iniciais de organização da CUT, Central
sindical que hoje é a quarta maior do mundo, foram dados na sede do Sindicato
dos químicos de São Paulo. Em março de 1981 acontece o 1º ENCLAT (Encontro da
Classe Trabalhadora), que veio a ser a seção estadual paulista para a realização
do 1º CONCLAT (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), realizado cinco
meses após o evento estadual, em Praia Grande, reunindo mais de cinco mil
trabalhadores das mais diversas categorias.

É verdade que naquela época o Sindicato ainda era controlado por pelegos, que
agiam segundo seus interesses pessoais e em favor dos patrões. Mas naquele
momento já marcava forte presença a oposição sindical que resgatou a entidade
dos trabalhadores para atuar em defesa da categoria. Em 1982 vence as eleições
sindicais, acaba com mais de duas décadas de peleguismo e consolida-se como
referência estadual e nacional de lutas. Apóia diversas oposições sindicais
Brasil afora para a derrubada de pelegos de outras categorias. Tem atuação
decisiva na fundação da CUT, participa ativamente dos grandes embates políticos
e sindicais que consolidam a derrubada da ditadura militar, em 1985.

Se os químicos de São Paulo retomaram seu sindicato em 1982, três anos depois
asseguram a reeleição e ainda têm atuação de destaque no apoio à então oposição
dos plásticos, que também vence as eleições em 1985. Era o início da trajetória
que resultou na unificação dessas duas categorias, em 1994, numa única entidade
sindical, como já era no passado.

Os químicos e plásticos de São Paulo, desde 1983 e sobretudo a partir de 1994
com a unificação da categoria tornam-se referências de atuação sindical na
capital paulista, no Estado e em nível nacional. E vão mais além estabelecendo
contatos com entidades sindicais de outros países na troca de experiências,
sobretudo em relação às lutas e conquistas dos trabalhadores em empresas
multinacionais do ramo químico.

Campanhas Salariais

Ainda como duas entidades sindicais distintas, os químicos e plásticos de São
Paulo e região ousam e saem na frente com a proposta de que as categorias
promovam campanhas salariais unificadas. Era o rompimento, na prática, com os
limites impostos pelos patrões e o então governo da ditadura militar. E a
campanha salarial de 1985 entra para a história, sobretudo pela sua capacidade
de mobilização, além das conquistas. Por exemplo: a redução da jornada de
trabalho para 44 horas semanais, que se tornou lei na constituinte de 1988, foi
conseguida três anos antes pela categoria.

Desde então, todas as campanhas salariais, ano após ano, são unificadas,
envolvendo diversas categorias do ramo químico sob coordenação da CNQ-CUT. Cada
momento com suas particularidades, o fato é que em todas elas os químicos e
plásticos de São Paulo estão à frente não somente porque representam a maior
base sindical deste ramo de atividade, mas sobretudo porque acumularam
experiências nessa forma de atuação sindical que em muito fortalece a luta dos
trabalhadores.

Várias são as conquistas da categoria ao longo desses anos. Mas também merece
destaque a capacidade de resistência e determinação da direção sindical, como
ocorreu em 1998, ano em que os químicos e plásticos de São Paulo se negaram a
assinar uma Convenção coletiva cujo conteúdo apontava para a redução de direitos
e até eliminação de conquistas dos trabalhadores. Este Sindicato, aliás, é um
dos poucos do Brasil que nunca cedeu um milímetro sequer nessas questões.

Atos e atitudes

Uma das primeiras categorias a compreender que a atuação sindical vai além
das lutas por melhores salários e mais empregos, os químicos e plásticos sempre
somaram esforços com outros trabalhadores nas manifestações de primeiro de maio.
Ao lado do importante significado desta data e justa homenagem aos que lutaram
no passado, a comemoração é referência mundial. Sobretudo a partir de 1994,
depois da unificação, a categoria é uma das principais protagonistas das
manifestações do dia internacional do trabalhador na Capital paulista e grande
São Paulo.

Parte dos químicos e plásticos de São Paulo, por exemplo, a iniciativa de
levar as manifestações do primeiro de maio ao trabalhador e sua família, em
locais próximos onde mora. Assim vem acontecendo, com a realização de atividades
diversas nos bairros, nesta data e na semana que antecede para que o dia
internacional do trabalhador alcance a maior dimensão possível, atingindo
corações e mentes pelo seu significado e pela necessidade de lutas.

Atentos aos acontecimentos no campo da política, em 1984, nas grandes
mobilizações e manifestações por eleições diretas para presidente, os químicos e
plásticos também tiveram papel de destaque. Depois, na Constituinte, de 1988,
novamente os químicos e plásticos marcam presença, seja nas mobilizações, seja
na pressão junto aos parlamentares e mesmo na apresentação de propostas.

Enfim, não há um só momento da história recente do Brasil que esta categoria
não tenha tido participação direta. Um dos fatos marcantes foi o fora Collor, de
1992. Já na era FHC, a partir de 1994, os químicos e plásticos denunciaram o
plano Real, cuja estrutura de controle da inflação amparava-se num brutal
arrocho salarial e política recessiva que causava desemprego crescente. Em 1997
participa da marcha dos 100 mil a Brasília. Um ato de protesto contra a política
econômica de Fernando Henrique e sua turma.

Política e social

Os químicos e plásticos de São Paulo vão adiante em sua luta por uma
sociedade justa, solidária, sem exploração. Em busca dessa conquista não medem
esforços na atuação sindical, seja nas lutas da categoria, seja nos desafios
gerais da classe trabalhadora, ao lado de outros sindicatos, da CUT e demais
entidades em torno de questões específicas, mas tendo como objetivo maior o
socialismo como a mais efetiva alternativa de um mundo melhor para todos.

Além da ação sindical, os embates de ordem política. A definição e
posicionamento firme em momentos eleitorais e, principalmente, a atuação nos
níveis institucionais, ou seja, na necessária pressão junto a governos
(municipal, estadual e federal) e parlamentares (vereadores, deputados
estaduais, federais e senadores) para que sejam aprovadas leis de interesse dos
trabalhadores, na apresentação de propostas que nascem das experiências de lutas
da categoria, ou mesmo para garantir nossos direitos e conquistas.

Só para citar um exemplo: um certo candidato a prefeito da cidade de São
Paulo diz em sua propaganda eleitoral que é o pai do genérico. Uma grande
mentira. Já no final dos anos 1980, os químicos e plásticos de São Paulo tomaram
a iniciativa de abrir o debate sobre a implantação do medicamento genérico no
país. Na época, governo federal, muitos parlamentares e sobretudo as grandes
multinacionais do setor não queriam nem ouvir falar a respeito.

Com o apoio de parlamentares petistas os químicos e plásticos de São Paulo
formularam uma proposta nessa direção. O ex-deputado do PT paulista, Eduardo
Jorge, médico sanitarista, aprimorou na técnica, deu texto final e apresentou na
Câmara Federal como projeto de lei, que só foi aprovado em 1993. Depois, ainda
faltava o então Presidente da República sancionar a lei e regulamentá-la.
Atendendo a interesses dos laboratórios farmacêuticos multinacionais, enrolaram
e adiaram o máximo possível, apesar de toda a pressão social pela aprovação
imediata. Só colocaram em prática a partir de 1999; e ainda querem sair de
bonzinhos agora.

Era dos Fernandos

Ápice do movimento pela democratização do país, em 1989 o povo brasileiro vai
às urnas para eleger o presidente da República. Eleições diretas, depois de 25
anos. Entre as várias candidaturas da época, duas surpresas para o segundo
turno. De um lado, Fernando Collor de Mello, um nefasto governador do Estado de
Alagoas, filhote pródigo da ditadura militar. De outro, a candidatura LULA, um
fenômeno político, uma evidência clara de que o Partido dos Trabalhadores,
fundado em 1981, veio para disputar para valer o poder com as elites.

LULA e o PT, com apoio dos químicos e plásticos de São Paulo e todos os
sindicatos filiados à CUT e demais segmentos sociais progressistas, perderam por
uma diferença muito pequena para Collor, que contou com a fortíssima ajuda da
grande maioria dos empresários e, principalmente, dos meios de comunicação com
suas muitas manipulações.

O resultado deste primeiro Fernando na presidência foi o confisco da poupança
da população, um mar de lama de corrupção e seu impeachment na metade do
mandato, em decorrência de ampla mobilização social, da qual os químicos e
plásticos de São Paulo participaram. Em 1992 o vice, Itamar Franco, assume e
leva FHC para ser ministro. Aliás ele já queria isso desde o início do mandato
de Collor de Mello, só não foi porque Covas vetou.

Diante do escândalo Collor, LULA consolidava-se cada vez mais como
alternativa de governo nas eleições de 1994 para presidente. De novo as elites
se anteciparam na manobra, criaram regras restritivas para a disputa eleitoral
para prejudicar o PT e implantaram o Plano Real. Mais uma vez os químicos e
plásticos de São Paulo, ao lado de outras categorias saíram às ruas para
denunciar a falcatrua. A inflação foi controlada, é verdade, mas a um custo
social jamais visto no país, com arrocho salarial brutal e crescentes índices de
desemprego.

FHC em cena

O sociólogo Fernando Henrique encantou-se com o poder. Diferente do atual
governo LULA, cujas viagens ao exterior têm como principal objetivo a promoção
de relações diplomáticas e comerciais, FHC fazia verdadeiro turismo mundo afora.
Ele só queria aparecer, se mostrar como estadista. Enquanto isso, o Real
protagonizava uma das maiores recessões do país. O governo do Fernando 2º reagia
com forte pressão o movimento sindical que ousava reivindicar perdas salariais.
A exemplo da ditadura militar, fez intervenção no sindicato dos petroleiros de
São Paulo.

No reinado Fernando 2º ficou célebre a frase não rouba mas deixa roubar. E
aí surgem escândalos como o caso SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia), cuja
licitação teria sido dirigida para favorecer uma empresa norte-americana. A
Pasta Rosa, conhecida por conter documentos que comprometeria a idoneidade do
governo FHC e o famigerado PROER, uma espécie de ajuda aos bancos privados com
dinheiro público. Mas nada foi apurado, apesar dos protestos da oposição e da
pressão dos movimentos sociais.

O mais drástico, no entanto, ficou por conta das privatizações feitas no
governo FHC. Empresas públicas, principalmente da telefonia, eram entregues para
grupos estrangeiros a preços sempre abaixo do valor e ainda, em geral, com
recursos do BNDES. De novo, nada foi apurado, a imprensa calou-se. Aconteceu
algo como você vender um carro, mas o comprador usa o seu dinheiro e não o dele
para pagar.

Sede de poder

Um certo ministro de FHC, Sérgio Motta, saiu com a história de que o projeto
dos tucanos era ficar 20 anos no poder. Surge daí a aprovação da emenda que
permite reeleição para presidente. Na Câmara Federal alguns deputados federais
chegaram a admitir que receberam 200 mil reais para aprová-la. Perderam o
mandato por corrupção, mas quem corrompeu, que também faz parte do crime, nunca
apareceu. De novo os meios de comunicação, com raras exceções, não se
preocuparam em apurar os fatos.

FHC e sua equipe econômica insistiam na farsa da paridade entre o real e o
dólar. Ganhou a eleição em cima de uma suposta estabilidade econômica que
resistiu poucos meses após o processo eleitoral. Em fevereiro de 1999 uma grave
crise se abateu, o real desmontou e a recessão aumentou ainda mais. A partir daí
o crescente desgaste do governo FHC foi uma constante, até a vitória de LULA, em
2002, quando derrotou Serra, que era o candidato dos tucanos.

São 15 anos de história política, que revelam o potencial de manobra da
elite. Nesse período, os químicos e plásticos de São Paulo sempre marcaram
presença, protestando, denunciando, apontando, ao lado da CUT, propostas e
reivindicações que assegurassem melhores dias para toda a classe
trabalhadora.

Com a eleição de LULA, em 2002, os químicos e plásticos mantém acesa a
esperança de que isto representa um grande passo para a conquista de um Brasil
melhor para todos. Mas não abre mão da autonomia de seu Sindicato de classe, de
sua independência para reivindicar e contestar sempre que entender que seja
necessário. É assim, na prática, que se constrói a liberdade e autonomia
sindical e, principalmente, um país com a tão sonhada justiça social.


Matéria publicada na Revista Especial 10 anos de Unificação, de
10/09/2004

Gestão 2003/2005. Atual Diretoria.

A diretoria eleita em 2003 tem mandato até 2005, quando acontecerão novas
eleições sindicais. Veja, abaixo, quem são os membros desta direção sindical, a
coordenação, respectivas secretarias de trabalho e diretores que fazem parte
destas.

Coordenação
Renato Carvalho Zulato,
Célia Alves Passos,

Edson Luiz Passoni,
Hélio Rodrigues de Andrade,
João Carlos
Rosis,
José Isaac Gomes,
Marcos Fernando Alves de Vila.

1 – Formação
Milton Pereira de Hungria,
Lucineide Dantas
Varjão,
Elizabete Maria da Silva,
Antenor Eiji Nakamura,
Luiz Pinheiro
de Oliveira,
Deusdete José das Virgens,
Aparecida Pedro da
Silva,
Elaine Alves Blefari.

2 – Política, Sindical e de Base
Edson Luiz Passoni,
Adir Gomes
Teixeira,
João Carlos Rosis,
Luiz Alberto Ferreira Neves.

3 – Cidadania, Cultura e Lazer
Nilson Mendes da Silva,
Célia
Alves Passos,
Rosana Sousa de Deus,
Edielson Souza Santos,
Lutembergue
Nunes Ferreguete,
Geralcino Santana Teixeira,
Hélvio Alaeste
Benício,
Ezequiel Gomes de Araújo.

4 – Comunicação e Imprensa
Luiz Carlos Gomes,
Martisalem Covas
Pontes,
Edilson de Paula Oliveira.

5 – Jurídico
Marcos Fernando Alves de Vila,
Geraldo de Souza
Guimarães,
José Isaac Gomes,
José Alves Neto,
Leônidas Sampaio
Ribeiro,
Lourival Batista Pereira.

6 – Saúde e Meio Ambiente
Hélio Rodrigues de Andrade,
Benedito
Alves de Souza,
Sebastião Carlos Pinto dos Santos,
Carlos Eduardo de
Brito,
Rítalo Alves Lins.

7 – Administração e Finanças
Renato Carvalho Zulato,
Carlos
Gomes Batista,
José Neri dos Santos.


Matéria publicada na Revista Especial 10 anos de Unificação, de
10/09/2004

Campanhas Salariais de Conquistas

Consolidada a unificação, as quatro eleições sindicais reafirmam os planos de
lutas e de ação dos químicos e plásticos de São Paulo e região. Atentos à
realidade de seu tempo e anseios dos trabalhadores por melhores condições de
trabalho, as convenções coletivas da categoria expressam esses compromissos

. Piso salarial de R$ 520,60
. Garantida todo ano a Participação dos
trabalhadores nos Lucros ou Resultados da empresa
. Direito de Recusa do
Trabalho por Risco Grave ou iminente
. Auxílio Creche para trabalhadoras

. Adicional Noturno, com percentual de 40%, que é acima do previsto em
lei
. Trabalho Igual
. Salário Igual para trabalhadores que exercem
funções idênticas
. Contrato de Experiência
. Equipamentos de proteção
individual e coletivo
. Material escolar
. Vale transporte


Matéria publicada na Revista Especial 10 anos de Unificação, de
10/09/2004

Eleições consolidam unificação

Há 10 anos os trabalhadores dos setores químico, farmacêutico, cosméticos,
plásticos e similares de São Paulo e região protagonizaram um processo de
unificação que é exemplo para o movimento sindical, em todo o país

Desde 1954, quando são separados em dois sindicatos, os químicos e plásticos
de São Paulo trilharam por diversos caminhos. Em 1982 a chapa de oposição vence
as eleições no Sindicato dos químicos e colocaram fim a duas décadas de
intervenção e ação de pelegos. Em 1985 foi a vez da chapa oposicionista dos
plásticos vencer as eleições sindicais.

Daí para frente os dois sindicatos caminharam lado a lado em iniciativas
conjuntas, das mobilizações e lutas no movimento sindical até as grandes
batalhas políticas e sociais. A unificação das campanhas salariais é um dos
exemplos, que serve de referência de atuação e mesmo negociação para outros
sindicatos nos dias atuais.
Das campanhas salariais unificadas às
manifestações conjuntas, os dois sindicatos iniciaram conversações que levaram à
unificação em 1994.

As eleições sindicais de 1994 ratificaram a unificação decidida em assembléia
no ano anterior. As duas categorias protagonizaram uma grande festa da
democracia, com plena participação das bases na indicação dos nomes que
compuseram a chapa única que disputou as eleições nos dias 28, 29, 30 e 31 de
março.

Eleições 1994

Chapa 1: Potência e lutas
Mais de 1200 trabalhadores da
categoria participaram da convenção que indicou os 72 companheiros para compor a
chapa cutista para dirigir o Sindicato. Com lema potência e luta, a chapa foi
formada por trabalhadores de compromisso comprovado com as lutas históricas da
categoria, por melhores condições de trabalho, melhores salários, mais empregos
e sobretudo pelo fortalecimento do Sindicato.

A convenção deixou marcas na história do movimento sindical pela prática
transparente e pelo exemplo de democracia, sob todos os aspectos, e ainda pela
demonstração de união com que a categoria definiu o programa de atuação da
diretoria do Sindicato Unificado dos Químicos e Plásticos de São Paulo.

No programa de atuação da diretoria constava o enfrentamento ao plano FHC,
participação nas manifestações contra o arrocho salarial, projeto de organização
por local de trabalho, luta por mais emprego e outras exigências da classe
trabalhadora e ainda a campanha permanente de sindicalização.

Eleições 1997

Chapa 1: Unidade e Luta
Segunda eleição para renovação da
diretoria do Sindicato, após a unificação, em 1997 esteve colocada à prova o
grau de unidade dos trabalhadores. Sem acordo para a formação da chapa cutista,
a convenção foi uma das mais disputadas da história da categoria. Ao final,
prevaleceu o bom senso, a unidade na diversidade e foi assegurada a formação da
chapa única cutista.

Eleições 2000

Chapa 1: Novo Milênio Novos Horizontes
Ampla
participação da categoria garante o clima democrático e transparente na
indicação de nomes para compor a chapa 1, que disputou as eleições no Sindicato.
Criteriosamente foram escolhidos nomes de companheiros comprometidos
historicamente com as lutas dos trabalhadores, respeitando a representati-vidade
de todas as correntes de pensamento e também as diversas regiões, para garantir
a atuação sindical constante em todas as empresas.

Dentre as propostas estavam as lutas contra o avanço do projeto neoliberal,
por melhores salários e mais empregos, redução da jornada de trabalho sem
redução de salário, organização por local de trabalho, intensa campanha
salarial, projetos para cultura, esporte e lazer e defesa da saúde do
trabalhador.

Eleições 2003

Chapa 1: Participação, democracia e conquistas.
Três
compromissos importantes da chapa 1, indicada para disputar as eleições, em
2003, para renovação da diretoria do Sindicato. Mais uma vez impera a democracia
e a transparência na convenção que homologou os nomes dos 43 trabalhadores para
assumirem a direção da entidade.

As palavras, participação, democracia e conquistas não foram escolhidas ao
acaso para definir os compromissos da Chapa 1 para os próximos três anos.
Representam o resgate de uma prática que prioriza a participação da categoria
como condição fundamental para fortalecer o Sindicato; a democracia como
exigência para que os trabalhadores tenham voz e vez em sua entidade de classe
rumo a novas conquistas.

Esse compromisso representa a continuidade de um trabalho desenvolvido pelo
Sindicato, sempre ao lado dos trabalhadores. Em cada empresa fiscalizando os
patrões e buscando novas conquistas a fim de melhorar a qualidade de vida da
categoria, lutando sempre para fazer valer seus direitos também em todas as
esferas públicas (municipal, estadual, e federal).


Matéria publicada na Revista Especial 10 anos de Unificação, de
10/09/2004

Esta é a química perfeita: Unidade

Trajetória dos químicos e plásticos de São Paulo tem relação direta com a
história do sindicalismo e a história recente do país.

Seria impossível explicar o processo de unificação do Sindicato dos Químicos
com o Sindicato dos Plásticos sem falar da vitória da chapa de oposição,
pró-CUT, em 1982.

Como todos sabem, em 2002, Químicos e Plásticos de São Paulo comemoraram duas
décadas de atuação sindical combativa, valorizando acima de tudo seu compromisso
com o trabalhador. Para celebrar a data a direção do Sindicato promoveu uma
extensa programação, da qual fizeram parte muitos eventos, palestras, exposição
de fotos, debates, e até o lançamento do livro A química da cidadania.

A retomada do Sindicato dos químicos, em 1982, e dos plásticos, em 1985,
significaram mais um impulso pela democratização do país. Na prática o processo
de unificação dessas duas categorias, foi impulsionado a partir das suas
memoráveis campanhas salariais. Competência, união e dedicação da categoria
foram essenciais nas lutas ao longo das muitas campanhas salariais e outros
desafios nessa trajetória de pouco mais de duas décadas.

Duas grandes conquistas, em 1985, contribuíram para o processo de unificação:
primeiro, a definição de uma única data base para as duas categorias e, em
seguida, a conquista da redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas
semanais.

Congresso da Unificação

O 1º Congresso Unificado dos químicos e plásticos de São Paulo, com data
marcada para acontecer em setembro de 1993, contou com um processo de preparação
e debates na sede e subsedes do Sindicato. Participaram das plenárias e reuniões
regionais mais de 1.200 trabalhadores da categoria. Esses encontros produziram a
proposta final, a tese aprovada por unanimidade pelos 274 delegados presentes ao
Congresso. O evento consolidou a reunificação das duas categorias, que até 1954
faziam parte do mesmo Sindicato. Um passo significativo rumo ao modelo de
organização defendido pela CUT e pela diretoria do Sindicato.

É, com toda certeza, um dos maiores exemplos de exercício da democracia na
prática sindical, já que em todo o processo foi assegurado o mais amplo direito
de manifestação e apresentação de propostas de todas as correntes de pensamento
do sindicalismo, então representado na base sindical da categoria.

Campanha Salarial / 94

Formalmente unidos, a campanha salarial de 1994 foi especial. Depois de uma
grande carreata, em 30 de setembro daquele ano, pela Avenida Paulista, químicos
e plásticos preparam uma semana de lutas que desestabilizou a bancada
patronal.

Entre os dias 17 e 21 de outubro assembléias, atos, manifestações e protestos
nas portarias das empresas foram organizadas. Tudo isso para fortalecer a
primeira campanha salarial depois da unificação dos Sindicatos.

Além das reivindicações salariais, a categoria também luta para avançar nas
cláusulas sociais do acordo coletivo, como: democracia no local de trabalho,
redução da jornada de trabalho, garantia de emprego, salário aos acidentados no
trabalho e igualdade entre homens e mulheres.

Sob o título Patrões fogem da mesa em plena negociação, matéria do Sindiluta
Plastiluta relatou que a bancada patronal se recusou a aceitar a proposta
apresentada pelos trabalhadores e abandonaram a mesa de negociação, dia 31 de
outubro, na Fiesp. O caminho escolhido pela categoria foi organizar a greve.

Como forma de garantir a retomada das negociações e pressionar os empresários
para fazer avançar as conquistas de 330 mil Químicos e Plásticos do Estado de
São Paulo, já que esta campanha salarial era unificada com categorias do ramo
químico em nível estadual, as direções sindicais apresentaram em assembléia a
proposta de que os trabalhadores parassem as máquinas.

Em nova assembléia, realizada dia 18 de novembro, a proposta do sindicato
patronal durante as negociações não apresentou nada de novo. Então os
trabalhadores tomaram a decisão de aprovar o Acordo e ir à luta por empresa para
garantir mais avanços nas conquistas. Na prática, a campanha salarial continuou
em cada fábrica. E nas mobilizações e lutas por empresas, na chamada negociação
direta, foi possível avançar.


Matéria publicada na Revista Especial 10 anos de Unificação, de
10/09/2004

A Unificação que veio pra ficar

Categoria relembra sete décadas de lutas e conquistas e comemora 10 anos de unificação. Após 40 anos separados, em 1994 a categoria se une novamente e surge o maior sindicato do ramo químico do país

O Sindicato nasce em 1933, quando os trabalhadores da Companhia São Paulo de Gás se reúnem e formam sua entidade representativa. Porém, é obrigado a fechar suas portas por não se submeter às determinações do recém criado ministério do Trabalho, pelo governo federal. É o período do Estado Novo. O país vive sob a ditadura de Getúlio Vargas.

Em 1935 é aprovada pelo Congresso Nacional a Lei de Segurança Nacional e em novembro Getúlio Vargas decreta Estado de sítio no país, por conta das manifestações e greves dos trabalhadores. Nesse contexto renasce o Sindicato dos Químicos de São Paulo, desta vez da reunião dos Operários e empregados na fabricação de produtos químicos industriais. Em 1941 o Sindicato é reconhecido oficialmente pelo governo Federal, através do Ministério do Trabalho.

Neste mesmo ano no dia 1º de maio Getúlio Vargas cria a Justiça do Trabalho. O Sindicato volta a ter problemas com o governo, em 1947. Desta vez o presidente da República é Eurico Gaspar Dutra. Por ter uma atuação independente do Ministério do Trabalho e por estar à frente das lutas e anseios dos trabalhadores, sofre intervenção federal que dura até 1950.

Em 1946 é promulgada a nova Constituição Federal. No ano seguinte o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cancela o registro do Partido Comunista e o Ministério da Justiça fecha em todo o país as sedes do PCB.

Em 1950 termina a intervenção federal no sindicato. Getúlio Vargas volta ao poder, eleito presidente da República. Dentre seus atos mais importantes está a criação da Petrobrás, em 1953. No mesmo ano é criado o Ministério da Saúde.

A divisão

Quatro anos depois, em 1954, um grupo de trabalhadores do setor plástico, por determinações estranhas ao conjunto da categoria, decide fundar o Sindicato dos Plásticos. Essa separação permanece até 1994, quando novamente se unem químicos e plásticos de São Paulo.

A direção dos trabalhadores químicos continua firme na luta em defesa da categoria e em 1957, sob a presidência de Adelço de Almeida, esteve à frente da greve que reuniu milhares de trabalhadores. O movimento grevista começou na Nitro Química, zona leste da capital, e chegou a reunir mais de 400 mil trabalhadores em todo o Estado de São Paulo. Nesse período o presidente do Brasil é Juscelino Kubitschek e o Estado de São Paulo é governado por Jânio Quadros.

Em 1960 Jânio Quadros é eleito presidente da República e renuncia dois anos depois; segundo ele em razão das forças ocultas. Após a renúncia o país vive por um curto período o regime parlamentarista, em que os deputados definem quem será o primeiro ministro. Em 1963 acontece o plebiscito no qual a população escolhe o regime presidencialista como sistema de governo. Nesse período o Sindicato dos Químicos, junto com outras entidades sindicais lideram as lutas pela aprovação do 13º salário.

Contra a vontade dos militares e da elite conservadora de direita, mas amparado por forte pressão social, João Goulart, então vice-presidente de Jânio Quadros, assume a presidência da República. Ao assumir declara a intenção de promover a reforma agrária e nacionalizar as refinarias de petróleo, entre outras ações que ficaram conhecidas como as reformas de base.

Em março de 1964 os militares e políticos de direita, num golpe de Estado, tomam o poder e instituem uma ditadura que dura 20 anos. Ao assumir o comando do país os generais decretam intervenção, principalmente nos sindicatos de trabalhadores. Adelço de Almeida, então presidente do Sindicato dos químicos de São Paulo, foi deposto. Em 1965 assume a presidência do Sindicato um interventor, alguém não eleito pela categoria, mas colocado pelos militares. Em 1982, a oposição sindical ganha as eleições e retoma para os trabalhadores a direção do seu Sindicato.

Também nos Plásticos, como em milhares de outros sindicatos, os militares promoveram intervenção brutal e afastaram o então presidente Miguel Pereira Lima e José Custódio de Almeida, membros da diretoria. Em 1985 Almeida veio a compor a chapa cutista de oposição que derrotou os interventores e pelegos.

A ditadura militar

A ditadura militar silenciou lideranças do país, sejam políticas, sindicais e outros movimentos sociais. Houve perseguição, prisão, tortura e assassinato de líderes políticos e trabalhadores que ousaram na luta contra o regime para restabelecer a democracia.

No final da década de 1970 a pressão do arrocho salarial e falta de liberdades são referenciais da retomada do sindicalismo de lutas. Renascem aí as esperanças dos trabalhadores em retomar seus sindicatos até então sob intervenção federal, ou controlados por pelegos a serviço dos patrões.

A retomada dos Químicos

Com essa esperança se reorganizaram os movimentos de oposição sindical pelo país. No Sindicato dos químicos a vitória foi em 1982, quando a oposição, com apoio de várias entidades e outras forças populares de esquerda, conseguiu, nas urnas, derrotar os pelegos e colocar fim a duas décadas de intervenção e desmandos dos pelegos que não tinham nenhum compromisso com a classe trabalhadora.

A nova direção do Sindicato além de lutar em defesa da categoria, participa ativamente do movimento sindical paulista e nacional e contribui para que, em 1983, aconteça a fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), hoje a quarta mais central sindical do mundo.

Fundação da CUT

Na fundação da maior central sindical da América Latina, a CUT, em 1983, o Sindicato dos Químicos de São Paulo estava presente e participou dos encontros, dos debates e manifestações que originaram a Central. Nessa época também estavam presentes os trabalhadores do setor de plástico, que faziam oposição à direção pelega do sindicato.

Químicos e plásticos de São Paulo e região marcaram presença numa das maiores manifestações populares do país pela redemocratização, que foi o movimento das Diretas Já, em 1984. No entanto, só em 1989 os brasileiros tiveram a oportunidade de votar livremente para Presidente da República.

A vitória dos Plásticos

Com apoio expressivo do Sindicato dos químicos a oposição dos plásticos disputa e ganha a eleição, em 1985. A partir deste ano os dois Sindicatos passam a desenvolver ações conjuntas, como as campanhas salariais.

O país vive o auge das lutas sociais e sindicais, crescem os movimentos populares no campo e na cidade – MST (Movimento dos trabalhadores Sem Terra), na zona rural, movimentos de saúde, educação e moradia, entre outros, nos grandes centros urbanos. Os dois Sindicatos apóiam e participam das lutas sociais protagonizando uma forma de atuação que vai além dos limites da ação sindical.

Nas atividades conjuntas químicos e plásticos de São Paulo são pioneiros na unificação das campanhas salariais e protagonizam no final de 1985, a Campanha Salarial unificada, uma luta que os leva à conquista da redução da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais, sem a redução de salários. Com isso antecipam, na prática, o benefício que seria reconhecido só em 1988, na Constituição Federal e alcançaria todos os trabalhadores.

Ano após ano Químicos e Plásticos caminham lado a lado, realizam juntos suas campanhas salariais e outras manifestações sindicais. Realizam juntos debates, seminários e assembléias. É a unificação, na prática, que foi sacramentada em 1994.

CUT: 10 anos

Em 1993 a CUT comemora 10 anos de fundação. Ao mesmo tempo intensificam-se as ações dos Sindicatos dos químicos e plásticos para a unificação. O Brasil vivia um ano de arrocho salarial e massacres hediondos (Candelária e Vigário Geral-RJ, os Ianomâmis-RR). Tem início neste ano a Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria, idealizada e coordenada por Herbert de Souza, o Betinho. A campanha mexeu com o país, envolveu sindicatos, entidades civis e igrejas na luta contra a fome que atinge 33 milhões de brasileiros.

Em 1993 seminários, congressos e assembléias aos poucos vão fortalecendo e solidificando o processo de unificação. Desde junho daquele ano as subsedes e o departamentos jurídico e de comunicação passam a funcionar juntos.

Em Brasília tem início a Câmara Setorial do Complexo Químico, a exemplo das Câmaras setoriais do setores automobilístico, naval e outras. Trabalhadores, empresários e governo sentam-se à mesa para discutir políticas para o setor. Os químicos e plásticos de São Paulo, liderados pela recém criada CNQ (Confederação Nacional do ramo Químico), participam ativamente.
Em setembro de 1993 o 1º Congresso Unificado dos químicos e plásticos oficializa a unificação das duas categorias e define plano de lutas.

A consolidação da Unificação

Em janeiro de 1994 químicos e plásticos definem em assembléia seu novo estatuto, que estabelece as normas de funcionamento do Sindicato unificado. As eleições realizadas em março selaram definitivamente a unificação dessas duas categorias, agora numa única. Torna-se, então, o maior Sindicato do Ramo Químico do país. São mais de 100 mil trabalhadores dos mais diversos setores produtivos (químicos, farmacêuticos, plásticos, cosméticos, tintas etc). A posse da nova diretoria unificada foi em abril de 1994.

Nesse mesmo período tem início o plano real. Para a conversão da antiga moeda para o Real adotaram a chamada URV (Unidade de Referência de Valor), que penalizou a classe trabalhadora com perdas salariais nunca vistas. A categoria, em média, perdeu 25% do valor do seu salário. No final daquele ano houve eleição para presidente. Mais uma vez a direita vence com um plano econômico de alto custo social para a maioria dos brasileiros. O ano foi marcado por manifestações, passeatas e greves contra o plano de FHC, que empobreceu ainda mais o país.

Motivados pelo Sindicato, a CNQ realiza, em nível nacional, a Campanha Nacional Articulada. Químicos, petroquímicos, plásticos e demais setores deste ramo produtivo reivindicam recuperação das perdas salarias, geração de empregos e denunciam a farsa do real.

Agora com Sindicato único, químicos e plásticos fortalecem ainda mais sua luta em defesa da categoria, sua atuação no movimento sindical e nas lutas políticas e sociais. Logo após a unificação acontece o Seminário Internacional do Setor Farmacêutico, que deu origem à Lei sobre os Genéricos e também às Farmácias Solidárias, projeto de lei municipal, aprovado no início de 2004 na capital.

Em junho de 1996 é assinada a Convenção Coletiva sobre a Prevenção de Acidentes em Máquinas Injetoras de Plástico. Assinam o acordo a CNQ (Confederação Nacional do Ramo Químico), ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria Plástica), DRT/SP (Delegacia Regional do Trabalho) e Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) pelo Ministério do Trabalho.

Sindicato dos Trabalhadores

Ao lado da sociedade civil e em defesa da categoria, o Sindicato unificado entra também na luta pela boa qualidade dos medicamentos e promove a maior fiscalização já vista dos laboratórios farmacêuticos, uma vez que em muitos laboratórios as condições de fabricação eram precárias.

Também em 1996 acontece o massacre de Corumbiara/Ro. Trabalhadores sem terra sofrem emboscada pela polícia e são torturados e chacinados.

O país enfrenta desemprego crescente, a CUT e os sindicatos cutistas comandam manifestações, passeatas e greves em defesa dos salários, de melhores condições de trabalho e de mais empregos. Em Eldorado dos Carajás-PA acontece mais um massacre contra os sem terra com mais de 19 mortes. O caso ganha repercussão mundial e a data, 17 de abril, passa a ser o dia internacional da luta pela reforma agrária.

Em julho acontece o 2º Congresso da Categoria, com o tema Unificação: Conquista de Classe. A categoria define plano de lutas para diversas áreas de atuação sindical: formação profissional, emprego, salários e PLR, saúde e meio ambiente, lazer e cultura, entre outros. Delibera ainda a luta pela Organização por Local de Trabalho. E, por último, o Congresso decide sobre a estrutura e funcionamento do Sindicato e as alterações no estatuto.

A saúde em primeiro lugar

A preocupação com a saúde do trabalhador leva o sindicato a promover, em 1997, um seminário sobre LER (Lesão por Esforços Repetitivos). Acontece a eleição para diretoria do Sindicato, a primeira eleição após a unificação. A categoria é convocada amplamente para participar da indicação de nomes para a formação da chapa para a eleição sindical. Democraticamente, 1.800 trabalhadores participam e ratificam chapa única na disputa, o que fortalece ainda mais a unificação do Sindicato.

Em 1998 o Sindicato não assina a Convenção Coletiva que previa a redução de direitos dos trabalhadores. No Brasil acontece mais uma eleição para presidente, que reelege FHC no primeiro turno sob a farsa da paridade do Real com o dólar, que em fevereiro de 1999 causa uma das maiores crises econômicas do país.

Em março de 1999 o Sindicato participa junto com todos os sindicatos ligados à CUT da grande manifestação contra o desemprego na avenida Paulista. Em agosto acontece a marcha dos 100 mil a Brasília, contra os desmandos do Governo FHC, o Desemprego, o FMI e a Dívida Externa. O Sindicato marca presença.

Sempre presente

O 3º Congresso dos Químicos e Plásticos de São Paulo é realizado no ano 2000. Em conjunto com a CUT e outras centrais sindicais o Sindicato participa da manifestação na Avenida Paulista pela correção e pagamento integral das diferenças do FGTS dos planos econômicos (Collor, Bresser e Verão).

Nos anos seguintes e até hoje o Sindicato mantém e reforça sua atuação voltada para as questões da categoria e desafios gerais da classe trabalhadora, ao lado da CNQ e da CUT.

A eleição de LULA para presidente da República, em 2002, marca um novo momento na história do sindicalismo, sobretudo para os sindicatos filiados à CUT, como é o caso dos químicos e plásticos de São Paulo.

Garantir apoio a LULA, sobretudo nas iniciativas que dizem respeito aos interersses da classe trabalhadora, sem permitir no entanto que o Sindicato ou a Central venham a se tornar simples correia de transmissão do governo é tarefa colocada para esta direção eleita em 2003.

Prensas injetoras: acordo inédito

Unificados, químicos e plásticos de São Paulo, mais uma vez saem na frente e definem, ao lado da CNQ-CUT, um acordo inédito que determina a exigência de dispositivos de segurança nas máquinas prensas-injetoras para prevenir e evitar acidentes.

Em 1996 a categoria assina uma convenção coletiva de trabalho que trata exclusivamente pela questão da segurança no trabalho, a preservação da saúde, da vida e pela integridade física do trabalhador. As prensas-injetoras, até então eram causadoras dos maiores índices de mutilações de funcionários. O Acordo é renovado entre representantes dos patrões e dos trabalhadores, com mediação de agentes do governo. E vem comprovando, na prática, a significativa diminuição do número de acidentes neste setor.


Matéria publicada na Revista Especial 10 anos de Unificação, de 10/09/2004

Apresentação

Em 2002 publicamos uma revista especial que marcava duas décadas de retomada do
Sindicato para as mãos dos trabalhadores. Através de imagens, essencialmente,
resgatamos uma trajetória de 20 anos dos químicos e plásticos de São Paulo e
região, seja nas lutas e desafios da categoria, seja nos grandes embates
políticos e sociais do nosso país.

Agora resgatamos, com esta publicação
que você tem em mãos, os 10 anos de unificação da categoria. Em 1994
reunificamos esta entidade sindical que, no passado, já pertencia a uma só
categoria. Sobretudo pelo êxito, pela consolidação desse passo dado pelos
químicos e plásticos de São Paulo e região, é uma história que vale a pena ser
contada.

Como a unificação não é um fato isolado em si, abordamos toda
uma trajetória de lutas, nossa participação na história recente do país. Da
redemocratização com a derrubada da ditadura à eleição de LULA presidente, em
2002. Nesse espaço de tempo entre um acontecimento e outro tem o movimento das
diretas (1984), fora Collor (1992), a marcha dos 100 mil (1999) e muito
mais.

Mas o propósito desta publicação não é só falar do passado. É
resgatar nossa experiência, o exemplo que a categoria vem dando a todo o
movimento sindical brasileiro ao demonstrar, na prática, que é possível
encaminhar por meio das suas iniciativas um novo modelo de sindicalismo,
independente de patrões e de governo e, acima de tudo, com o mais profundo
respeito à democracia na prática sindical.

Parabéns a todos os
trabalhadores das indústrias químicas, farmacêuticas, plásticas e similares de
São Paulo e região. Com a nossa unificação antecipamos em 10 anos o debate sobre
reforma sindical.

:: A unificação
que veio para ficar

:: Esta é a
química perfeita: Unidade

:: Eleições consolidam unificação
:: Campanha Salarial de conquistas
:: Gestão 2003/2005. Atual
diretoria

:: Toda uma história de
lutas

:: Registro de uma história

:: Reforma Sindical assim, na
prática

:: A categoria em todos os
desafios

:: Um time de muita
categoria

:: Aqui, a opinião de
quem sabe

:: Uma história de muita
consciência

:: Unificação:
experiência inovadora

:: Categoria
está à frente da reforma

:: Um bom
exemplo. É assim que se faz

:: Unificar
foi o caminho dos aposentados

:: Diretoria colegiada: isto é
democracia


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Projeto e Edição: Dernal Santos (Mtb:
15736)
Editoração Eletrônica: Eduardo
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Revisão: Daniela
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Fotos: banco de imagens do Sindicato dos
químicos e plásticos de São Paulo e Região, Químicos do ABC, CUT nacional e
estadual, Dino Santos, Eduardo Oliveira, Jailton Garcia, Roberto Parizotti e
Vera Yursis

Aumento real já e redução de jornada

Por unanimidade a categoria aprovou a pauta da Campanha Salarial/2004. Veja os principais pontos da pauta no quadro abaixo. As propostas foram também apresentadas aos sete Sindicatos do ramo químico do Estado de São Paulo que compreende mais de 150 mil trabalhadores. Sob a coordenação da CNQ/CUT, estas entidades encaminharam a referida pauta aos Sindicatos patronais em 20 de setembro último.

A campanha salarial/2004 acontece num momento dos mais propícios, pois a economia dá sinais de crescimento. Nos últimos meses a produção tem aumentado em todos os setores, especialmente nas indústrias do ramo químico, o que justifica crescimento nos níveis de emprego com carteira assinada e aumento do faturamento das empresas. Esses indicadores justificam as reivindicações dos trabalhadores, principalmente o aumento real de salários.

Intransigência patronal continua

Dos 13 sindicatos patronais das empresas do ramo químico, plástico, farmacêuticos e similares do Estado de São Paulo, somente o Sindusfarma não assinou o Acordo. Querem apenas repor o acumulado da inflação (INPC) do período, 5,72%, sem aumento real de salários. A conquista geral da categoria é de 8%.

O Sindicato dos trabalhadores enviou pauta de reivindicações às empresas chamando para negociação. Muitas já negociaram e deram reajuste igual ou superior ao negociado com outros sindicatos patronais, mas algumas empresas se recusam a negociar.

Diante do impasse os diretores do Sindicato, desde o dia 16/11, têm realizado manifestações nas portas de  empresas como Novartis, Roche, Biossintética, Baxter e outras. Na mesma pauta que foi encaminhada já está colocado o aviso de greve, caso necessário.