Nos dias 14 e 15/05, na sede central do Sindicato, cerca de 400 pessoas de várias partes do país participaram dos debates em torno da questão que é discutida pelos profissionais da saúde do trabalhador, o assédio moral (foto). O debate já chegou nos parlamentos. Na Câmara Municipal de São Paulo, projeto de vereador do PT que protege o funcionário público foi aprovado e sancionado pela Prefeita Marta Supliy. A Assembléia Legislativa aprovou a lei, mas o governador Geraldo Alckmim vetou. No Congresso Nacional vários projetos tramitam nas comissões e em breve devem ser votados. Acompanhe.
Mês: julho 2023
Emprego e Renda: CUT reivindica debate nacional
Os mesmos que sempre apoiaram a política de arrocho salarial e de desemprego de governos passados, agora questionam o presidente LULA por reajustar o salário mínimo em apenas R$ 20,00 e pela falta de emprego no país. Coerente com sua luta histórica, a CUT reivindica debate nacional sobre o salário mínimo, de tal forma que seu valor atenda ao que está previsto na Constituição brasileira (hoje deveria estar por volta de R$ 1.400,00), propõe medidas de geração de emprego e renda e exige a correção da tabela do Imposto de Renda. O governo LULA pode e deve apresentar iniciativas nesse sentido!
Assédio Moral: Repressão psicológica no local de trabalho
O Sindiluta conversou com Carlos Augusto Lopes da Silva, 37 anos, casado, supervisor de expedição vitima de assédio moral numa indústria plástica, em São Paulo. Ele conta as conseqüências para sua saúde física e emocional e onde encontrou apoio.
Sindiluta: Como você sentiu o assédio moral no seu trabalho?
Augusto: Trabalho numa empresa familiar. No início foi tudo bem, o patrão queria que eu organizasse o setor de expedição. Os chefes dos outros setores não gostavam de mim, especialmente o chefe do departamento pessoal da empresa e sua secretária e me perseguiam, faziam tudo para me desmoralizar. As pressões ficaram piores quando o patrão começou a me cobrar pelos erros dos outros setores e sempre falava aos gritos e com ofensas. Tudo isso vai aos poucos desestruturando a gente. O patrão começou a pressionar para que eu controlasse toda produção, produto por produto, e ainda me fazia de 3 a 4 pedidos ao mesmo tempo e queria que desse conta de tudo. Em seguida me mudaram de função, de chefe de expedição me passaram para estoquista, tinha que trabalhar em pé o dia todo e por último me mandaram limpar os produtos quebrados que estavam jogados num galpão abandonado. Minha situação ficou tão crítica que eu tinha vergonha de entrar na empresa junto com os outros funcionários. Só em ouvir os berros do patrão eu estremecia
Sind: Quais conseqüências no seu cotidiano, para sua saúde?
Augusto: Entrei em depressão, tive síndrome do pânico e um forte distúrbio gastro intestinal, erisipela, vitiligo e psoríase que são geradas por um forte desgaste emocional. Em casa não tinha animo para nada, tive problemas no relacionamento com minha mulher. Não saia, tinha medo de tudo. Na empresa o patrão me vigiava no refeitório e até no banheiro. Havia momentos em que eu não tinha sequer forças para levantar a cabeça.
Sind: Como reagiram seus colegas de trabalho?
Augusto: Os que eram controlados pelos chefes viviam fazendo chacotas de mim, os colegas da minha equipe de trabalho também foram perseguidos e sofreram as mesmas pressões que eu. Outras pessoas que se aproximavam ou citavam meu nome eram logo advertidas e também perseguidas. É preciso deixar claro que todos os funcionários da empresa que não entram no esquema da empresa são perseguidos, humilhados pelos chefes e patrões. Duas companheiras que também estão afastadas da empresa participam comigo do grupo de assédio moral aqui no Sindicato, a Cleonice e a Elizabeth, sofreram as mesmas perseguições e humilhações a ponto de terem problemas sérios de saúde.
Sind: Onde encontrou ajuda e solidariedade?
Augusto: Foi no Sindicato que descobri que o que aconteceu comigo foi assédio moral. Ao ler no Sindiluta sobre o assunto, resolvi procurar ajuda. Conversei com um diretor do Sindicato, que me encaminhou para a médica do trabalho, Dra. Margarida Barreto e a partir daí denunciamos na Delegacia do Trabalho, no Ministério Público, no INSS. Entrei para o grupo de assédio moral coordenado pela Dra. Margarida.
Sind: O que as pessoas que sofrem assédio moral devem fazer?
Augusto: Na empresa que eu trabalho, quanto em muitas outras, essa é uma situação de extrema gravidade que precisa ser denunciada, mas as pessoas têm medo de represálias. Quem sofre essa violência que é o assédio moral não pode ficar calado. É preciso denunciar e o caminho é o Sindicato. Toda ajuda que precisei encontrei no Sindicato, que é nossa arma contra a violência praticada pelos patrões contra nós, trabalhadores.
Seminário Nacional
Saúde Mental, Trabalho e Assédio Moral
14 e 15 de maio
Local: Sede Central do Sindicato Rua Tamandaré, 348 – Liberdade
Dia 14 às 17h
Dia 15 às 8h
Informações: 3209-3811 r. 216
Debate nacional: Brasil exige medidas por emprego e renda
É fato que a definição do salário mínimo em apenas R$ 260,00 foi motivo de decepção. Todos esperavam um valor maior, próximo dos R$ 300,00, o que acabou não acontecendo. LULA, em seu programa de rádio, café com o presidente, afirma que “seria irreponsável dar um aumento maior neste momento”.
Justificativas à parte, o momento exige a apresentação de uma política de médio e longo prazos para a recuperação do salário mínimo, como reivindica a CUT. O presidente da Central, Luiz Marinho, afirma que ” é demagogia reduzir o debate a um valor qualquer agora; o fundamental estabelecer um compromisso, envolvendo toda a sociedade, pela recomposição do salário mínimo, tal como prevê a Constituição brasileira”. Segundo cálculo do DIEESE seu valor, hoje, deveria estar por volta de R$ 1.400,00 para o sustento de uma família com quatro pessoas
A Central, com apoio dos sindicatos filiados, encaminhou proposta nesse sentido ao governo LULA e reivindica que sejam abertas negociações e entendimentos rumo a um salário mínimo decente, por medidas imediatas de geração de emprego e renda e correção imediata na tabela do imposto de renda.
Homenagem: Uma vida de lutas
Uma vida dedicada à luta. Perseverança de quem acredita que a vida pode ser melhor. A trajetória do lider sindical Edilson de Paula Oliveira começou em 1985 ao liderar uma greve na Interplastic. Foi diretor do sindicato dos plásticos, atuou na unificação dos químicos e plásticos e foi um dos fundadores da CNQ/CUT. Atualmente preside a CUT/estadual. Edilson recebeu o título de cidadão paulistano no dia 27/04, na Câmara Municipal de São Paulo, por iniciativa do vereador petista Francisco Chagas.
Esporte: III Jogos Sindicais
Chega ao final a competição que já é sucesso em toda a cidade e movimenta os atletas do movimento sindical.
O encerramento dos 3º Jogos Sindicais será dia 16/05 a partir das 8h30 no Centro olimpico do Ibirapuera.
Os jogos promovidos pela Secretaria de Esportes da Prefeitura de São Paulo é sucesso pelo terceiro ano consecutivo.
No dia 16 serão as finais dos jogos coletivos e haverá a entrega dos troféus aos sindicatos que mais pontuaram nas diversas modalidades esportivas.
O Sindicato participou dos 3º Jogos Sindicais nas seguintes modalidades: dominó, truco, xadrez, atletimo, futsal (masculino e feminino) futebol de campo. A equipe Sindquim-2 está na final do Futsal, representado pelos atletas do Laboratório Sanval contra a equipe Sindpd-3.
Lélia Abramo: Toda uma vida dedicada à luta por justiça social
À Companheira de todas as horas Lélia Abramo, atriz, escritora, militante política e sindical. O Sindicato lamenta seu falecimento no dia 11/04.
Revolucionária, nunca deixou de alertar governos e sociedade sobre a importância da cultura como tema central das políticas públicas.
Aprendemos de Lélia a persistência, a coragem e a certeza de que é na democracia, na justiça social e na cultura que se constrói um país mais saudável.
Obrigado por sua vida!
Notas
Emprego
As últimas notícias dão conta de que há um crescente aumento do nível de emprego. Mais de um milhão de trabalhadores tiveram carteiras assinadas no primeiro semestre deste ano. Desde o início do Governo Lula, foram criados mais de 1,6 milhão de novos postos de trabalho registrados. Isto é uma amostra de que a economia do país está retomando sua capacidade de crescimento e o nível de produção aumentou, não só para exportação mas também para consumo interno.
Indústria
O IPEA (Instituto de Pesquisa Aplicada) mostra que a produção industrial teve maior crescimento desde que começou a ser medido, em 1995. Segundo dados do IPEA, a capacidade de produção industrial do país está em 83%. Esse crescimento industrial justifica o avanço dos níveis de emprego e também mostra que as indústrias também estão faturando mais. No ramo químico não é diferente; os setores químico, farmacêutico, plástico e de fertilizantes, entre outros, estão com produção em alta.
Às compras
Ao lado das exportações, sobretudo no setor agropecuário, o mercado interno também vem dando sinais de recuperação. Uma certa lógica: mais empregos geram mais consumo que resulta em novos postos de trabalho para atender à demanda de produção. Tudo isso por conta da efetiva disposição do Governo Lula em colocar o Brasil na chamada rota do crescimento não apenas por um curto período, mas por décadas, como ele mesmo afirma.
E o salário
O cenário não poderia ser melhor. Diante de uma realidade em que a indústria retoma quase 100% de sua capacidade de produção, novos empregos são gerados e a população vai às compras, abre-se o inevitável debate sobre os salários. É preciso, urgente, melhorar o nível salarial da classe trabalhadora brasileira como condição fundamental para sustentar e fazer avançar esta fase de crescimento industrial. Bom desafio para as categorias que têm data base neste segundo semestre.
10 anos de unificação – Químicos e Plásticos, exemplo de unidade
Químicos e plásticos de São Paulo comemoram 10 anos de unificação relembrando sete décadas de lutas e conquistas. Veja, a partir desta edição, um breve resumo dessa trajetória
1933 – Os trabalhadores da Companhia São Paulo de Gás se reúnem e formam o Sindicato. Porém, com a implacável perseguição e onda de demissões aos trabalhadores sindicalizados, promovida pela empresa, o sindicato fecha suas portas.
1935 – Nasce o Sindicato dos Operários e Empregados na Fabricação de Produtos Químicos Industriais.
1941 – A entidade é oficialmente reconhecida.
1947 – Por ter uma atuação independente do Ministério do Trabalho e por estar à frente das lutas e anseios dos trabalhadores, sofre intervenção federal que dura até 1950.
1954 – Os trabalhadores do setor plástico, por determinações estranhas à categoria, decidem fundar o Sindicato dos Plásticos.
1957 – Os trabalhadores químicos, sob a direção de Adelço de Almeida, estiveram à frente da greve que reuniu milhares de trabalhadores. Esta greve começou na Nitroquímica, zona leste da capital, e chegou a reunir mais de 400 mil trabalhadores em todo o Estado de São Paulo.
1962 – Junto com outros sindicatos os químicos lideraram as lutas pela aprovação do 13º salário
1964 – Adelço de Almeida, então presidente do Sindicato, é deposto pelos militares que deram o golpe no país e instituíram uma ditadura por quase 20 anos.
1965 – Um representante dos militares toma posse, assumindo a presidência do Sindicato até 1982. Continua no próximo Sindiluta.
Eleições 2004: Categoria tem seus candidatos
Categoria está presente no processo eleitoral que se inicia para a escolha de vereadores e prefeitos em todos os quase seis mil municípios Brasil afora, seja pelo posicionamento firme ao lado de candidaturas de lutas e compromissos com os trabalhadores, seja com seus próprios candidatos.
Começou, de fato, o processo eleitoral. Dia três de outubro próximo você vai votar para prefeito e vereador, em sua cidade. Serão três meses de intenso debate e propaganda política, com os candidatos apresentando suas propostas. Procure acompanhar os debates, conhecer o que dizem e propõem os candidatos, antes de definir o seu voto.
Três atuais diretores do Sindicato estão licenciados da diretoria, pois são candidatos a vereadores em suas respectivas cidades, todos eles pelo Partido dos Trabalhadores. Apresentam, em comum, como proposta o compromisso de luta em defesa dos trabalhadores.
Erasmo TUCÃO 13100 Candidato a Vereador em Taboão da Serra
“Sempre atuei nas lutas pela melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, nos movimentos sociais e sindical. E, por acreditar que em Taboão as pessoas podem ser tratadas com dignidade e respeito é que sou candidato a vereador .”
Francisco Chagas 13900 Candidato a Vereador em São Paulo
“Vocês podem ter a tranqüilidade e a esperança de que reelegerão para a Câmara Municipal um homem público que defenderá a categoria da qual sou trabalhador, com uma história marcada sempre por lutas e grandes conquistas.”
Edson Azevedo 13456 Candidato a Vereador em Várzea Paulista
“Atualmente sou suplente de vereador. Minha história de lutas nos Movimentos Sociais e Sindical me levaram à participação na política partidária. Sou candidato a vereador por acreditar que Várzea Paulista pode ser melhor e será!”
Lutas e mobilizações
CUT realiza dia 16 de julho o Dia Nacional de Lutas e Mobilizações por Mudanças na Política Econômica e ações da Campanha Salarial unificada. Concentração às 9h na Praça Oswaldo Cruz, próximo à Avenida Paulista.