Reajuste dos combustíveis gera inflação e queda da economia

A política de preços dos combustíveis adotada pelo governo Temer fez com que a economia encolhesse 3,34% em maio e gerou aumento da inflação em junho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, ficou em 1,26% e atingiu a maior taxa para o mês em 23 anos.

A atual política de preços da Petrobras – que prevê reajustes diários dos combustíveis de acordo coma variação internacional do barril de petróleo e a flutuação cambial –  foi implementada por Pedro Parente e levou o Brasil à greve dos caminhoneiros, também foi responsável pela queda de 10,9% da produção industrial em maio

A economia brasileira ainda está muito longe da retomada anunciada pelo golpista Temer e alardeada pelos grandes veículos de comunicação desde o golpe de 2016. Após o PIB acumular uma queda de quase -7% entre 2015 e 2016 e apresentar um pífio crescimento de 1% em 2017, a perspectiva é de que a economia continue estagnada este ano.

O Ministério da Fazenda, que chegou a falar em crescimento de 3% neste ano, agora rebaixou esse índice para 1,6%, mesmo cenário do Banco Central. Até o final do ano, essa projeção pode cair ainda mais.

 

Centrais definem Dia Nacional do Basta, em 10 de agosto

A CUT e demais centrais sindicais se reuniram na última semana para definir os rumos das mobilizações populares contra o governo Temer e a retirada dos direitos trabalhistas.  O Dia Nacional do Basta, foi agendado para 10 de agosto, e estão previstos protestos em todo o país.

Na ocasião, os dirigentes lembraram que há exatamente um ano o Senado federal aprovou, por 50 a 26 votos, a lei n° 13.467 de 2017 que instituiu a reforma trabalhista. Em seguida, o presidente ilegítimo Michel Temer (MDB) sancionou sem vetos a medida, que rasgou a carteira de trabalho.

Além das paralisações nos locais de trabalho pelo Brasil, as entidades sindicais preparam um ato em São Paulo, na Avenida Paulista, às 10h, em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), símbolo do patronato que apoiou o golpe e a prisão política do ex-presidente Lula.

“Estamos diante de um Brasil com 28 milhões de desempregados e frente a uma realidade de desmonte das políticas sociais, de privatização e de entrega dos patrimônios públicos que são estratégicos para o futuro do país. Não podemos entrar num momento de eleições sem colocar nossa posição sobre as reformas que acabam com os direitos trabalhistas porque este não é o Brasil que queremos. O Brasil que queremos nós vamos construir nas ruas”, afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.  

Ao mesmo tempo em que as entidades sindicais e movimentos populares se organizam, setores patronais também se preparam para enganar a classe trabalhadora, como explicou a economista e diretora executiva do Dieese, Patrícia Pelatieri. “Diferentes confederações patronais organizam encontros de julho até dezembro. Eles querem, ao contrário do que comprova a realidade, convencer como a ‘modernização’ trabalhista é um sucesso. Esta é uma ofensiva intensa das entidades patronais para não deixar que nada da reforma trabalhista seja revogado”, diz.

Participaram da reunião, entre outras categorias, professores de escolas públicas e técnicas, bancários, metalúrgicos, químicos, comerciários, gasistas, eletricitários, servidores públicos municipais e estaduais, condutores e trabalhadores da saúde e do setor têxtil e do vestuário.

*Com informações da CUT