Câmara aprova correção do FGTS

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (18) o projeto  de lei que reajusta o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com índices superiores aos atuais (taxa referencial mais 3% ao ano).

 
De acordo com o texto, os depósitos feitos a partir de 1º de janeiro de 2016 serão reajustados, a partir de 2019, pelo mesmo índice da poupança (TR mais 6% ao ano). De 2016 a 2018, haverá uma transição. A matéria ainda vai passar pelo Senado. 

COMSAT denuncia propostas da Previdência e do lobby patronal em relação ao FAP

Ao tomar conhecimento das propostas da Previdência e do lobby patronal ao Fator Acidentário de Prevenção (FAP), a Comissão de Saúde do Trabalhador –COMSAT – do Sindicato dos Químicos do ABC denuncia o retrocesso em andamento, que terá como consequência o rebaixamento de riscos e aumento do déficit previdenciário.

Entre as propostas, por exemplo, está a exclusão de CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho), o que significa não reconhecer 448 mil acidentes (dados de 2013), ou seja 61% de toda a acidentalidade. “É retirar do cálculo e não reconhecer os inúmeros riscos, por exemplo:  10 mil acidentes da Construção Civil; 13 mil do comércio varejista; 8, 5 mil da administração pública; 23 mil de hospitais e redes de saúde; 4,5 mil de frigoríferos e abates; 3,5 mil de bancos múltiplos entre diversos setores. Essa exclusão é um desestímulo à prevenção, desprezar riscos existentes e fortalecer a subnotificação”, pontua a nota.

Leia abaixo:

RETROCESSO NO FAP: REBAIXAMENTO DE RISCOS E AUMENTO DO DÉFICIT PREVIDENCIÁRIO EM 3 BILHÕES.

Persiste na Previdência o Lobby patronal em modificar as regras do Fator Acidentário de Prevenção – FAP. As atuais regras do FAP foram fruto da negociação coletiva efetivadas no Conselho Nacional de Previdência Social entre 2009 e 2010. O Fórum das Centrais participou ativamente deste processo, em que foram superadas regras de um modelo anterior (2007) que excluiu todas as CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) e as mortes acidentárias.  É verdade que há subnotificação das CATs, mas tirá-la é mentir sobre a incidência das mesmas e aumentar a distorção dos dados epidemiológicos e desprezar aquelas situações reais em que sindicatos e CEREST e a fiscalização do MTE e a própria previdência atuam para aumentar seu registro e reconhecer os problemas e inúmeros riscos existentes nos locais de trabalho na luta pela prevenção de doenças e acidentes. Pior ainda a exclusão pura e simples de mais de 2800 mortes por doenças ou acidentes que ocorrem em cada ano em nosso país. Isso é inexplicável e condenável, além de ser desonesto do ponto de vista epidemiológico reforçando os argumentos patronais do acidente/doença zero.

Para mostrar as diferenças  dessas afirmações, basta verificar os graus de risco e as receitas do Seguro Acidente(FAP), do modelo anterior (2007) com o modelo atual (2009-2010) existente,  fruto de estudo e pesquisa.  O modelo de 2007, com 240 mil casos, onde  foram excluídas as CATs, diversos benefícios acidentários e as mortes,  inúmeros  setores econômicos tiveram riscos rebaixados. As atividades econômicas por Subclasse de risco grave (3%) que eram 676 passaram a ser 138; as de risco médio (2%) que eram 463 foram para 536; e as atividades de risco leve que eram 150 cresceram para 626. Com o modelo de 2009/2010, com mais de 700 mil casos, incluindo toda a acidentalidade, CATs, todos os benefícios acidentários incluído todo o NTEP, além de regras quanto à rotatividade e taxa de mortalidade, e riscos em atividades com substâncias cancerígenas teve o seguinte resultado: Risco Grave (3%):730; Risco Médio (2%): 391; Risco Leve (1%): 180.

A demonstração entre receitas e despesas da previdência mostra que as regras de 2009/2010 do SAT/FAP tiveram um impacto significativo conforme gráfico abaixo:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A inclusão das CATs, de todos os benefícios acidentários, NTEP, taxa de rotatividade e taxa de mortalidade fez diminuir o grande déficit da conta de acidentes e aposentadorias especiais, que é uma obrigação exclusiva do patronato, conforme legislação (CF, art. 7º, XXVIII; Art. 22 da Lei 8212 e art. 57 § 6º da Lei 8213) que passou do modelo anterior (2007) sem CATs e mortes, de 8 bilhões para 12,8 bilhões. Houve uma diferença de 4,8 bilhões, e considerando a aplicação do FAP no modelo anterior essa diferença assim mesmo seria menor em 2,4 bilhões. A volta ao sistema anterior geraria uma perda  em torno de 3 bilhões. Discutir isso em um momento que a Previdência está debilitada, com  crescentes déficits é ajudar na  desmontagem do nosso sistema de proteção previdenciária pública.

As exclusões propostas pela Previdência e do lobby patronal no FAP terão os seguintes impactos:

– FAP por filial em vez de CNPJ (matriz):  As grandes empresas (montadoras, bancos, etc…) terão o FAP diluído e rebaixado. Mesmo com os ganhos de empresas  na Justiça,  a lei é clara quanto ao cálculo sobre o CNPJ (matriz);

– Exclusão das CATs, significa não reconhecer 448 mil acidentes (2013), ou seja 61% de toda a acidentalidade. É retirar do cálculo e não reconhecer os inúmeros riscos, por exemplo:  10 mil acidentes da Construção Civil; 13 mil do comércio varejista; 8, 5 mil da administração pública; 23 mil de hospitais e redes de saúde; 4,5 mil de frigoríferos e abates; 3,5 mil de bancos múltiplos entre diversos setores. Essa exclusão é um desestímulo à prevenção, desprezar riscos existentes e fortalecer a subnotificação;

– Exclusão dos acidentes de trajeto: é retirar cerca de 44 mil acidentes de trajeto (2013), garantidos e reconhecidos na legislação previdenciária. É desprezar os riscos existentes com os diversos obstáculos de locomoção que os trabalhadores enfrentam da sua residência até o local de trabalho;

– Exclusão do bloqueio de bonificação em caso de morte e invalidez: O fato é muito simples, se em uma subclasse, há acidentalidade muito próxima pode ocorrer indevidamente bonificação e a função do bloqueio ocorre para  não premiar as empresas que invalidam e matam;

– Exclusão do bloqueio de bonificação no caso de rotatividade acima de 75%: é também não premiar setores econômicos que se beneficiam com a elevada rotatividade. O elevado número de demissões  faz com que as empresas fujam de suas responsabilidades jogando a conta dos benefícios previdenciários pós-demissão a toda sociedade e à Previdência Social;

Sugere-se ao Conselho Nacional de Previdência Social:

– Projeto de lei de cobrança de pequenas e médias empresas que estão excluídas do FAP e SAT, com alíquotas variando de 0,4% a 0,6%;

– Projeto de lei que amplie o SAT em até 9%, com regras de levantamento de risco por subclasse;

–  Contínua campanha de notificação dos Acidentes e Doenças do Trabalho, além de aperfeiçoamento da aplicação do NTEP;

–  Estatísticas previdenciárias  regulares sobre as CIDs por subclasse, além da informação do FAP das empresas para toda a sociedade;

– Mudança da Lei 10.666, mudando a forma de cálculo do FAP, em vez do ranking entre empresas por setor econômico, o cálculo direto do FAP por CNPJ, com uma tabela de conversão onde o FAP tornar-se-á mais transparente para todos.

                                                                       Santo André 18 de agosto de 2015

 COMSAT – Químicos do ABC

Círculos viciosos da direita brasileira

A direita pôde gozar, durante um tempo, da sua capacidade de impor uma estabilidade política – baseada na força – e um crescimento econômico, mesmo se com aumento das desigualdades e da exclusão social. O modelo brasileiro serviu de referência para outros países da região, tanto como imposição violenta da ordem, quanto como modelo econômico. O primeiro aspecto se reproduziu em outros países. O segundo não.

Mas aqui a direita ficou como referência de “ordem” e de “expansão econômica”. Quando a economia deixou de crescer, a legitimidade da ordem ditatorial se enfraqueceu e o consenso da democracia se consolidou. A direita ficou com sua imagem vinculada à repressão.

A direita se renovou no Brasil com o figurino neoliberal, tendo não a repressão, mas o mercado como referência central. Conseguiu um sucesso inicial de marketing com Fernando Collor, e depois o êxito do controle da inflação com Fernando Henrique Cardoso. A incapacidade de transformar esse controle em retomada do crescimento econômico e em distribuição de renda levou ao esgotamento e ao fracasso também desse modelo da direita.

Mas a consolidação da crise da direita veio realmente com o governo de Lula, que conseguiu superar a prolongada recessão que havia herdado, assim como combater ao mesmo tempo as acentuadas desigualdades da sociedade brasileira. Esse sucesso enterrou a direita, como ela existia, e deixou-a órfã de modelos.

A partir daquele momento, a direita oscilou entre a retomada do modelo neoliberal de FHC – fracassado aos olhos da massa da população – ou tentar aparecer como continuador do programa do Lula, com adequações. Fracassou nas duas tentativas.

Seus elementos de força estão na capacidade de desestabilização dos governos a partir do monopólio privado dos meios de comunicação. Nesse plano, a direita tem mostrado invejável capacidade, seja no caso do chamado “mensalão”, com todos os seus desdobramentos, seja na campanha mais recente de denúncias a partir da Petrobras.

Consegue impor a agenda nacional, deixa o governo sem iniciativa e pôde colar no PT a imagem de partido corrupto, extensível ao governo.

Porém, essa capacidade de desestabilização não consegue se transformar em força política alternativa aos governos do PT. A falta de propostas inovadoras leva a direita ao círculo vicioso do neoliberalismo e da ditadura, que não goza de nenhum apoio popular. Assim, apesar de conseguir, conforme pesquisas feitas pela própria mídia privada, rebaixar o nível de apoio do governo Dilma a 7%, não consegue, por mais que manipule, baixar o apoio a Lula a menos do que 33%.

É essa crise que levou a direita às atitudes mais incongruentes, entre apoio a formas de golpe, disseminando ódio e baixarias contra o governo. Seja apoiando medidas contraditórias com o que defenderam e implementaram no passado, elevando os gastos públicos, seja aliando-se, de forma aventureira, a Eduardo Cunha.

Quando baixa a espuma, a direita se vê órfã: nem impeachment, nem qualquer forma de golpe e com perspectivas eleitorais difíceis para 2018: Alckmin contra Lula.

Frei Betto: ‘Dilma saiu da toca’

Após ver a base aliada abandonar o governo, a presidenta Dilma Rousseff inicia um novo estilo ao tomar a iniciativa de dialogar com o Congresso, de acordo com análise do escritor Frei Betto. “Agora ela ouviu os apelos de Lula e saiu da toca”, diz em seu comentário hoje (18) na Rádio Brasil Atual.

Frei Betto alerta também para a necessidade de alterações no programa econômico, centrado no ajuste fiscal. “Falta a presidenta provocar uma mudança de rota na economia brasileira, de modo que o arrocho não penalize apenas os trabalhadores. A elite deve ser obrigada a dar sua contribuição”, diz.

O direcionamento dos ajustes para os mais ricos, segundo Frei Betto, deve começar com “os bilhões de dólares que estão estocados por brasileiros no exterior e que deveriam ser recambiados, enquanto o Banco Central diminui a taxa de juros privilegiando os empregos”.

O assessor lembra que a presidenta Dilma não é chegada a conchavos e negociações. “Porém, o momento atual pede mudança de estilo. Pede mais diálogo com movimentos sociais e atenção às suas demandas”. Para Frei Betto, “só resta agora, ao PT, a linha final de Hamlet, obra-prima de William Shakespeare: ‘A fala é esta, o resto é silêncio'”, diz.

Ouça a íntegra para a Rádio Brasil Atual.

 

Ato em frente ao Instituto Lula reafirma a luta pela democracia

Milhares de trabalhadores participaram de um ato organizado pela CUT em frente ao Instituto Lula, em São Paulo, no domingo (16), em defesa da democracia e do governo de Dilma Rousseff, legitimamente eleito pelo povo. A data foi a mesma escolhida pela direita, que organizou sua manifestação, pela segunda vez, na Avenida Paulista, com bem menos participantes do que em março.

Desde o dia 15 de março, quando os setores conservadores da sociedade se organizaram pela primeira vez contra o governo, o cenário vem mudando gradativamente.

O discurso da direita golpista que não aceita o resultado oficial das eleições e que tomou conta das redes sociais destilando ódio contra o PT e a presidenta vem, aos poucos, se dissipando. “Queremos garantir a democracia no nosso País. Está na hora de acabar com esse terceiro turno. Vamos virar essa página. As eleições são em 2018, vamos esperar as eleições e cada um vota em quem quiser”, disse o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, também defendeu o direito à liberdade de manifestação, desde que pacífica. Suplicy elogiou Dilma, sua retidão e transparência. “Tenho certeza de que ela e sua equipe vão trabalhar para acertar e melhorar a vida da população brasileira”, disse.

O Sindicato dos Químicos de São Paulo participou do ato em defesa da democracia e da presidenta levando mais de 500 trabalhadores. “Podemos até discordar num ou noutro ponto, mas a desestabilidade política não é boa para ninguém. Queremos ver o voto da maioria respeitado”, explicou Hélio Rodrigues, diretor do Sindicato.

O ato também foi um desagravo ao atentado contra o Instituto Lula ocorrido em 30 de julho, quando uma bomba de fabricação caseira foi jogada em direção ao local. No último período, vários diretórios do PT também sofreram atentados.

Governo Dilma vai focar em agenda positiva

A presidenta Dilma Rousseff se reuniu ontem (17) com 12 ministros para avaliar as manifestações ocorridas no domingo (16). De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, as mobilizações foram vistas como “um fato natural dentro da normalidade da democracia”.

O  ministro informou que a presidenta Dilma está trabalhando para superar as dificuldades que levaram os insatisfeitos às ruas. “O governo acredita que as medidas econômicas que, em grande parte já foram tomadas, criam condições para que Brasil retome, num curto espaço de tempo, o crescimento”, disse Edinho.

Apesar de reconhecer a legitimidade das manifestações, o ministro disse que o Brasil vive um momento de intolerância, que não condiz com a tradição de respeito à liberdade de pensamento no país. Para o governo, os protestos de domingo tiveram um recuo na quantidade de participantes em relação à primeira manifestação – em março deste ano – mas, conforme o ministro, o número ou o perfil socioeconômico dos manifestantes que foram às ruas não afetam a legitimidade da mobilização.

 

*Com informações da Rede Brasil Atual 

Cecut acontece na próxima semana

O Cecut (Congresso Estadual da CUT/SP) acontece na próxima semana, de  25 a 28 de agosto, em Águas de Lindóia, São Paulo. O tema deste ano  será “Por um Projeto Popular para Mudar São Paulo” e deve  reunir mais de 700 delegados e delegadas. Durante o encontro também será eleita a nova direção que ficará à frente da entidade no próximo período. 

Diretório do PT é atacado novamente

O diretório municipal do PT-SP foi invadido na madrugada de segunda-feira (17). Este é o quarto episódio de ataque contra o partido em 2015. No dia 15 de março, o diretório regional do partido em Jundiaí (interior de São Paulo) foi objeto de um ataque. Em 26 de março, uma bomba foi lançada contra o prédio do diretório zonal do partido no centro de São Paulo.

No dia 30 de julho, foi a vez de o Instituto Lula ser atacado por uma bomba de fabricação caseira. Em nota oficial o  PT pede investigação dos fatos e punição aos culpados. 

Movimentos e sindicatos querem ‘saída pela esquerda’ para crise política e econômica

Movimentos sociais e centrais sindicais esperam levar milhares de pessoas às ruas em todo o país nesta quinta-feira (20) com a proposta de construção de uma agenda popular em contraposição à Agenda Brasil e ao ajuste fiscal. As organizações defendem que os trabalhadores não podem pagar pela crise e cobram reformas estruturais. As informações foram dadas em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje (17), em São Paulo.

Os manifestantes irão às ruas também com a frase “Fora Cunha” na ponta da língua. Eles querem a queda do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspeito de receber US$ 10 milhões em propina, de acordo com delação obtida pela Operação Lava Jato. Apontam o peemedebista como o principal articulador da ofensiva contra direitos sociais no Congresso.

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse que o ato será em defesa dos trabalhadores e de cobrança ao governo da presidenta Dilma Rousseff. “É um enfrentamento ao ajuste fiscal e à política econômica conduzida pelo governo federal e os governos estaduais. E cobrando uma saída pela esquerda, uma saída popular para a crise. As propostas da Agenda Brasil trazem uma série de retrocessos aos interesses dos trabalhadores. E por isso precisam ser combatidas nas ruas”, afirmou.

A Agenda Brasil foi apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a ministros do governo Dilma como uma forma de retomar o crescimento e realizar reformas. Entre outras coisas propõe mudança no tempo para aposentadoria, aprovação do Projeto de Lei 4.330, de 2004, que regulamenta e amplia a terceirização nas empresas, flexibiliza as regras para concessão de licença ambiental, abre caminho para novas privatizações e ataca as terras indígenas.

“É um pacto entre os de cima. Não é um pacto com o povo brasileiro. O tom da agenda é de retrocessos para a maioria da população. E nós enfrentaremos isso”, afirmou Boulos. Os movimentos avaliam que esta agenda foi organizada pelo lobby de banqueiros, ruralistas e empresários que se articula no Congresso. A agenda que os movimentos levarão às ruas no dia 20 propõe reforma tributária, taxação das grandes fortunas, auditoria da dívida pública e taxação dos lucros e dividendos. “É ajuste para o outro lado”, afirmou.

O presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, destacou que a mobilização de quinta-feira faz parte de um longo processo que vem se construindo desde 13 de março, quando os movimentos e as centrais fizeram o primeiro ato unificado na Avenida Paulista, e que vai prosseguir até barrar as propostas que atacam os trabalhadores. “Não temos espaço para fazer pacto com o governo sobre a Agenda Brasil. Nosso pacto é com os trabalhadores”, afirmou.

No caso do ajuste, o governo federal pretende cortar seus gastos em R$ 63 bilhões. Os movimentos reclamam que este corte atinge em cheio programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida – que neste ano só terá contratação de obras do modelo Entidades, que contém menos de 2% do orçamento total do programa – e outros setores, como a educação, setor que amargou congelamento de R$ 10 bilhões de recursos. “Em vez de atacar direitos trabalhistas e cortar investimentos sociais o governo devia ajustar as contas em cima dos mais ricos”, defendeu Adi.

Para os movimentos, o presidente da Câmara é hoje o principal representante dessa ofensiva que ataca direitos trabalhistas e sociais. “Ele transformou a Câmara em uma casa da intolerância e da retirada de direitos. Esta também é uma mobilização para enfrentar essa direita conservadora que semeia intolerância e preconceito e está representada por Eduardo Cunha no Congresso Nacional”, disse Boulos.

Os movimentos ressaltaram ainda que a mobilização do dia 20 é totalmente diferente da realizada ontem (16), em várias capitais, que pediu o impeachment da presidenta Dilma. “O debate não é se o impeachment é ou não golpe. Nós derrubamos um presidente (Fernando Collor de Mello, em 1992). Mas a lei é clara: Deve haver crime de responsabilidade. E não há indícios ou provas disso atualmente”, afirmou.

Para a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, o enfrentamento à corrupção no sistema político será mais efetivo com a reforma política defendida pelos movimentos sociais, com o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. E também com a adoção de outras medidas como a democratização dos meios de comunicação, a partir da regulamentação da Constituição Federal.

“Somos contra o impeachment. Mas a passeata do dia 20 não vai diferir especificamente por esse motivo, mas sim do ponto de vista das ideias. A de ontem levou às ruas pautas conservadoras, exaltava o Cunha. Nós levamos as ideias dos movimentos e defendemos os investimentos sociais. Não nos unimos nem nas pautas, nem nos objetivos”, disse Carina.

O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro,  o Índio, afirmou que a mobilização de domingo faz parte de uma grande articulação que visa a enfraquecer a presidenta com objetivo de fazer uma repactuação do modelo econômico, com prejuízo para os trabalhadores. “Está em curso uma ofensiva da direita que apresenta saídas que pioram ainda mais as condições de vida no nosso país. Há uma movimentação que tenta derrubar a presidenta Dilma, mas concomitante há uma tentativa de restabelecer o modelo de produção em condições ainda piores para o povo.”

Atos em todo o país

Em São Paulo, os manifestantes vão se concentrar no Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste, a partir das 17h. De lá vão em marcha até o Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, região central da cidade. São esperadas 50 mil pessoas na marcha que envolverá 30 entidades e também partidos políticos. “Não vamos discriminar ninguém. Todos serão bem-vindos se tiverem concordância com a agenda proposta pelos movimentos e centrais”, afirmou Adi.

Haverá atos no Rio de Janeiro (Cinelândia, 17h), em Fortaleza (Praça da Bandeira, 14h), Curitiba (Praça Santos Andrade, 11h), Brasília (Praça Zumbi dos Palmares, 17h), Goiânia (Praça do Trabalhador, 17h), Campina Grande (no Parque Solón de Lucena, 15h), Aracaju (Praça General Valadão, 14h), Salvador (Shopping Iguatemi, 9h) e Campo Grande (calçadão da Rua Barão do Rio Branco, 16h).

Sindicato assina manifesto em favor do governo Dilma

O Sindicato dos Químicos, em parceria a outras entidades e centrais sindicais, assinou um manifesto em defesa da presidenta Dilma Rousseff. O texto foi publicado na última sexta-feira (14) nos principais jornais do País.

O manifesto ao mesmo tempo que defende a presidenta em relação aos golpes que ela vem sofrendo, pede mudanças na política econômica, para um crescimento mais sustentável e que que não penalize os trabalhadores.                     

Abaixo a íntegra do manifesto:

Chamado ao diálogo pela democracia, por crescimento econômico, inclusão social e desenvolvimento nacional

O Brasil já deu mostras de que é um país capaz de promover equidade, bem-estar social e qualidade de vida para todos. Por isto, precisamos retomar rapidamente o investimento e a atividade produtiva para aumentar as oportunidades, o emprego, melhorar a distribuição da renda e as políticas sociais.

Tais desafios exigem, das forças vivas da sociedade brasileira, um claro posicionamento em defesa da democracia, do calendário eleitoral, do pleno funcionamento dos Poderes da República, da estabilidade institucional e dos fundamentos constitucionais como condição para a rápida e sustentada transição para o crescimento econômico. Mais do que isto, é necessário desmontar o cenário político em que prevalecem os intentos desestabilizadores, que têm sido utilizados como o condão para a aplicação de uma política econômica recessiva e orientada ao retrocesso político-institucional.

Assim sendo, reafirmamos que qualquer projeto de desenvolvimento nacional deve ser cimentado pelo fortalecimento das instituições e da democracia, sem descuidar do combate à corrupção, e tem que guiar-se pela superação das graves desigualdades econômicas, sociais e regionais, promovendo”:

Combate à inflação; Juros baixos; Aumento do investimento público e privado em infraestrutura econômica e social; Defesa do emprego e do poder de compra dos trabalhadores; Política cambial que incentive a atividade produtiva, especialmente a industrial; Investimentos na qualidade da educação; Ciência, tecnologia e inovação para agregar valor à produção de bens e serviços; Fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas; Consolidação do mercado interno de consumo de massa; Fortalecimento e estímulo da participação competitiva do Brasil; Modernização das instituições, das leis e do Estado.

O momento exige diálogo, compromisso com o País, com a democracia e com a necessária afirmação de um projeto de desenvolvimento nacional ancorado na produção, em uma indústria forte, um setor de serviços dinâmico, um comércio vigoroso, uma agricultura pujante e em um Estado indutor e coordenador das estratégias de crescimento econômico e de desenvolvimento social.

Por isto, os Sindicatos abaixo assinados declaram-se dispostos, e conclamam os demais segmentos da sociedade civil organizada, a restabelecer as pontes para o necessário diálogo visando a construção de compromissos e acordos para fortalecer a democracia, o crescimento econômico e o desenvolvimento nacional’.

São Paulo, 14 de agosto de 2015.

Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes – Miguel Eduardo Torres, presidente

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – Rafael Marques, presidente

Sindicato dos Comerciários de São Paulo – Ricardo Patah, presidente

Sindicato dos Empregados em Hotéis de São Paulo – Francisco Calazans Lacerda, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo – Rene Vicente dos Santos, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo – Antonio Neto, presidente

Sindicato dos Bancários de São Paulo – Juvandia Moreira Leite, presidenta

Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo – Antonio de Sousa Ramalho, presidente

Federação dos Empregados do Comércio do Estado de São Paulo – Luiz Carlos Motta, presidente

Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo – Osvaldo da Silva Bezerra, coordenador-geral

Sindicato dos Telefônicos de São Paulo – Almir Munhoz, presidente

Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo – Paulo Ferrari, presidente