Voto impresso é estratégia de Bolsonaro para se manter no poder
Bolsonaro insiste com a tese absurda de que o voto eletrônico não é seguro, sendo que ele mesmo foi eleito dessa forma. Ele, antecipadamente, afirma que se perder a eleição de 2022, é devido ao sistema ter sido fraudado, negando todas as pesquisas de intenção de voto que já o colocam fora da disputa.
O jurista e ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, explica que a ofensiva sobre a urna eletrônica se trata de uma ‘reserva de contestação’ feita pelos seguidores do presidente. “Se eles ganharem está tudo bem, as urnas não vão ser contestadas. Se perderem, já querem contestar o sistema”, diz.
Aragão classifica a estratégia como uma atitude oportunista de quem não tem certeza da vitória. “Hoje as chances de Bolsonaro vencer são cada vez menores e quanto mais se fala na chance de ser derrotado, mais ele vai mexer nessa tecla da legitimidade com a discussão do voto eletrônico”, diz o ex-ministro.
Voto eletrônico
Desde 1996, quando foi implantada a urna eletrônica, não se registrou um único caso de denúncia de fraude eleitoral. Quatro presidentes foram eleitos, sem qualquer contestação.
Pelo contrário, o sistema eleitoral eletrônico derrotou um passado em que eram comuns as denúncias de corrupção nas apurações.
Diferente do que o atual governo propaga, o sistema eletrônico é mais seguro e auditável, portanto fica evidente que seu objetivo é desestabilizar a democracia.
Não podemos esquecer que Bolsonaro convocou a população para manifestações contra os poderes Legislativo e Judiciário, e ele próprio participou de atos públicos que pediam o fechamento do STF e do Congresso e a volta do AI5. O histórico mostra claramente que este governo não respeita a democracia.