Violência tenta encobrir manifestação histórica, diz Frente Brasil Popular
Brasília viu hoje uma das maiores manifestações de sua história, avalia o coordenador da Frente Brasil Popular (FBP), Raimundo Bonfim. Para ele, a forte repressão policial, a convocação do aparato militar e a produção de cenas de violência e barbárie tiveram a finalidade de encobrir, pelos meios tradicionais de comunicação, uma grande e vitoriosa mobilização popular. “A Frente Brasil Popular repudia veementemente o uso de repressão policial e das Forças Armadas que agrediu milhares de brasileiros e brasileiras dentre os 200 mil que participaram da Marcha da classe Trabalhadora, organizada com unidade de todas as centrais sindicais e com a participação das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo”, afirmou em nota a organização.
“O uso das Forças Armadas, de bombas de gás lacrimogêneo e bala de borracha demonstra a atual fraqueza do governo de Michel Temer e seus aliados, ainda mais instável após as inúmeras denúncias de corrupção que envolvem o próprio presidente.”
De acordo com Raimundo Bonfim, que atendeu ao telefone numa região próxima à rodoviária, no Plano Piloto, para onde tiveram de recuar os caminhões, o local tinha ainda muita gente, inclusive crianças, que nem manifestante é. “E as bombas não param.” Segundo ele, há dificuldade de comunicação, os sinais de internet e celular estão difíceis. “Desde a primeira vez que pisei em Brasilia, em 1989, nunca vi uma manifestação tão grande. Muito menos uma repressão tão pesada”, afirmou.
Para a FBP, as Forças Armadas rebaixaram o seu papel ao servir de instrumento político para um “governo moribundo” e atacar indiscriminadamente dezenas de milhares de brasileiros. A organização acredita que alguns poucos infiltrados no movimento pacífico com a finalidade de provocar a repressão militar. “Sem forças, sem apoio popular e vendo sua base golpista pular do barco, Temer criminaliza e persegue os movimentos sociais”, observa a entidade que reúne dezenas de movimentos sociais. “Fomos às ruas hoje para exigir a saída do presidente, eleições diretas e a retirada das reformas da previdência e trabalhista e serão as ruas os nossos espaços sociais de luta até a derrubada de Temer e sua pauta de retirada de direitos.”