Vannuchi: “Panelaço foi feito por quem tem panela cheia de comida, intolerância e ódio”
O analista político Paulo Vannuchi, afirmou, em seu comentário à Rádio Brasil Atual na terça-feira (10), que em regiões habitadas predominantemente pela classe trabalhadora não houve ´panelaço´, e que a manifestação ficou restrita a bairros de elite, como Jardins e Higienópolis, em São Paulo, e Leblon e Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, locais onde Dilma não venceu a eleição. Segundo ele, as rádios e TVs da “mídia monopolista” tentam dar uma energia muito maior ao movimento do que o de fato ocorrido.
Vannuchi lembra que o ´panelaço´ é um movimento que, em sua origem, clama por comida, mas “aqueles que bateram panelas, no domingo (8), durante o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff no Dia Internacional da Mulher, as têm fartamente recheadas”.
“Foi o panelaço da panela cheia de ódio, ódio de uma elite antidemocrática, ou de pessoas que nem são ricas, mas que têm pensamento conservador, reacionário, de direita, que não gostam de Lula, de Dilma e do PT, nem de nada que seja parecido”, acrescenta o analista, observando que estes são os mesmos que deverão sair às ruas, no próximo domingo, para pedir o impeachment da presidenta e a volta da ditadura.
O analista lembra que, com a revelação da lista de políticos investigados por corrupção na Petrobras, no âmbito da Operação Lava Jato, não há clima político para levar adiante qualquer processo de impedimento. Tanto os presidentes do Câmara e do Senado, por onde tramitaria o processo de impeachment, constam da lista de investigados, assim como aparece também o senador e ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB), o que refrearia o ímpeto da oposição.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) disse que a estratégia da oposição alimentar o desgaste ao longo de todo o mandato da presidenta Dilma e fazê-la “sangrar”, termo classificado por Vannuchi como “totalmente impróprio, inadequado e condenável”.
Vannuchi reafirma que o chamado ´terceiro turno´ é “violação das regras do jogo eleitoral, dos que buscam, no tapetão, questionar os resultados eleitorais da livre manifestação popular”.