Sistema bancário do Brasil contribui para a exclusão social
O Brasil tem um sistema bancário incompleto, que contribui para a concentração de riqueza e aumento da exclusão social. É o que mostra o estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado pelo presidente da entidade Marcio Pochmann, em coletiva à imprensa realizada em sete de abril, na sede do órgão em Brasília.
Denominado “transformações na indústria bancária brasileira e o cenário de crise” o estudo mostra que ao contrário dos Estados Unidos, o Brasil apresentou diminuição na quantidade tanto de bancos como no número de agências e o esvaziamento do Estado no mercado financeiro brasileiro em nada beneficiou a inclusão social e a popularização bancária.
A redução da quantidade de bancos em operação nos últimos onze anos contribuiu ainda para promover mais desigualdade regional. “Nos últimos dez anos houve uma transferência de recursos que serviam de crédito para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil para uma maior concentração na região Sudeste”, apontou Pochmann.
O estudo observa também, que houve avanço da experiência brasileira de popularização de serviços bancários por intermédio das operações de correspondentes não bancários. “Em 2008, por exemplo, o Brasil registrou a presença de 84,3 mil correspondentes bancários operados em locais não bancários como padarias, postos lotéricos, correios, farmácias, entre outros”.
Esses avanços, no entanto, não são ideais. “O Brasil precisa avançar rapidamente do ponto de vista da popularização dos bancos”, defendeu Pochmann. Ele considera que a constituição de novos bancos, “bancos comunitários como existem nos Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, ajudaria não apenas a difundir o crédito, mas torná-lo mais acessível à população que se encontra fora do sistema bancário”.
Veja a matéria na íntegra na página da Agência Carta Maior
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