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Postado em: 20/07/2011 - 18h42 | Nilton Freitas

Sindicato preocupado com risco de desindustrialização

 

O coordenador geral do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Osvaldo Bezerra (Pipoka), esteve em Brasília, representando a diretoria colegiada da entidade para participar de reunião com deputados, líderes empresariais e sindicais. A reunião teve como objetivo debater os indícios de que o País estaria entrando em um processo de desindustrialização crescente, que colocaria em risco o crescimento sustentável nos próximos anos.

 

A ameaça para ser mais evidente no setor de máquinas, autopeças e montagem de automóveis, onde há indícios de crescimento acentuado da importação em detrimento da produção local, apontam os especialistas. Consequentemente, empregos estariam sendo gerados no exterior e não aqui no Brasil.

 

As razões para que isso aconteça variam bastante, mas a valorização crescente do Real frente ao dólar e a opção de exportar material bruto e não industrializado aqui, estariam entre os principais motivos.

 

Para o companheiro Osvaldo Bezerra a situação é diferente no setor químico, “devido ao déficit da balança comercial que aponta para a necessidade de investir no crescimento da produção para suprir a forte demanda interna de produtos”. O anunciado Pacto Nacional da Indústria Química lançado em dezembro de 2009 pela Associação Brasileira da Indústria Química – ABIQUIM corrobora a tese, ao apontar para investimentos produtivos da ordem de 200 bilhões de dólares no setor, até 2020.

 

Na reunião em Brasília, a Confederação Nacional da Indústria Química – CNI apresentou um rol de sugestões e iniciativas de caráter político e econômico que entende necessário para evitar a suposta tendência de desindustrialização. Os presidentes dos sindicatos de metalúrgicos do ABC e de São Paulo Sérgio Nobre e Miguel Torres, respectivamente, descreveram as mobilizações que já vêm organizando para alertar governo e sociedade sobre o assunto, como a recente ocupação da Rodovia Anchieta, em São Bernardo, por cerca de 30 mil metalúrgicos.

 

O representante da CUT na reunião, Donizeti Aparecido, que também representa a Central na Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, informou que os trabalhadores também possuem uma agenda para o desenvolvimento sustentável, que deve ser considerada no momento das decisões sobre políticas públicas na área industrial.

 

Os deputados Vicentinho (PT/SP), Sandro Mabel (PR/GO) e Paulo Pereira (PDT/SP) também se comprometeram em inserir o debate sobre o assunto no Congresso Nacional e a identificar todos os projetos de lei em trâmite na Casa, que tratem da matéria de política industrial.

 

Além do Sindicato dos Químicos de São Paulo, outros sindicatos de setores industriais participaram da reunião e se comprometeram a debater o assunto em suas bases, como o Sindicato dos Químicos do ABC, de têxteis, de alimentação, e outros.