SINDICATO NO WHATSAPP

Notícias

Voltar
Postado em: 24/05/2011 - 12h52 | Redação

Sindicato organiza manifestação contra o fim das sacolinhas plásticas

 

Há situações em que empresários buscam transformar em mercadoria até as discussões sobre o meio ambiente. A mercadoria da vez é a sacolinha plástica utilizada nos supermercados para transportar as compras, eleita como a vilã do meio ambiente. Foi com esse argumento que os donos de supermercados (representados pela Associação Paulista de Supermercados – Apas) e o Governo do Estado de São Paulo assinaram um protocolo de cooperação para, em seis meses, abolirem as sacolinhas plásticas.

O Sindicato dos Químicos de São Paulo tem uma postura clara de preservação da natureza e atua com seriedade na discussão desse tema, mas não concorda que a proibição do uso de sacolinhas plásticas seja o caminho. O Governo do Estado de São Paulo e a iniciativa privada não têm nenhum projeto de coleta seletiva de lixo e aparecem com uma proposta que terá duas consequências imediatas: o desemprego de muitos trabalhadores e o aumento do lucro dos supermercados.

A manifestação organizada pelo Sindicato contra o fim das sacolas plásticas contou com a presença de mais de  300 trabalhadores foi realizada no dia 9 de maio, às 14 horas, no Expo Center Norte. Dirigentes sindicais e trabalhadores do setor, além do vereador Francisco Chagas (PT), expuseram para a imprensa e para a sociedade a ganância dos empresários que utilizam a discussão contra as sacolinhas plásticas como forma de preservação do meio ambiente.

Entenda como os supermercados aumentam o lucro

As sacolinhas hoje distribuídas nos supermercados têm seu custo incluído em todos os produtos que são comercializados. Caso as sacolinhas não sejam mais distribuídas, o valor pago pelo consumidor será lucro para os donos dos supermercados. Mas, não contentes com isso, poderão vender novas sacolinhas e ganhar ainda mais. Especula-se que cada nova sacolinha custará R$ 0,20 (vinte centavos).

Desemprego de trabalhadores do Setor Plástico

A estimativa inicial é que tenhamos de forma direta o desemprego de 4 mil companheiros, dentro de um grupo de 40 mil trabalhadores. Isso refere-se exclusivamente à base do Sindicato dos Químicos de São Paulo. Se calcularmos os trabalhadores de outras bases e os empregos indiretos, podemos chegar ao desemprego de cerca de 30 mil pessoas.

Estudo comprova a eficácia das sacolinhas plásticas

Em 2010, um estudo da Universidade do Arizona e da Universidade de Loma Linda, liderado pelo pesquisador Charles Gerba, concluiu que as sacolinhas de plástico são as melhores em dois importantes aspectos: a higiene e a preservação do meio ambiente.

Quanto à questão da higiene, o grande destaque é que as sacolas reutilizáveis podem guardar, conforme a pesquisa, bactérias e contaminar os alimentos comprados em bom estado. Além disso, em alguns casos, a simples lavagem não é suficiente para preservar a higiene das sacolas.

Sobre a questão do meio ambiente, o estudo desmistifica o impacto causado pelas sacolinhas plásticas. Além da utilização para guardar os lixos residenciais, o processo de produção das outras sacolinhas pesquisadas causa mais danos à natureza.