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Postado em: 01/08/2011 - 14h39 | Redação

Seminário de Resíduos Sólidos atrai grande público no Sindicato dos Químicos de São Paulo

No dia 5 de agosto foi realizado o “Seminário Estadual sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos e seus Impactos”. Organizado pelo Sindicato dos Químicos de São Paulo e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente da CUT-SP, a atividade durou toda a sexta-feira e contou com a presença de mais de 300 pessoas.


A iniciativa teve dois objetivos bem específicos e que foram atingidos plenamente. O primeiro objetivo era ampliar os interlocutores que podem fazer a discussão sobre uma política ambiental que preveja a reutilização dos resíduos sólidos. O segundo era aprimorar a política já existente com novas propostas e uma participação ainda mais efetiva.
 
A presença de mais de 300 pessoas, a maioria líderes do movimento sindical e ligados à questão do meio ambiente, assegura que o Seminário tem tudo para ter bons desdobramentos.
 
Os dirigentes do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Hélio Rodrigues de Andrade e Lourival Batista Pereira, compuseram as mesas e falaram da importância da atividade. Eles lembraram o embate que o Sindicato trava por conta das sacolinhas plásticas e como o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura de São Paulo tratam o tema do meio ambiente de forma tendenciosa. Não há uma discussão madura ou democrática por parte dos governantes. A proibição pura e simples não resolve os problemas, mas sim agravam.
 
O secretário do Meio Ambiente da CUT SP, Aparecido Bispo, falou sobre a importância da Central construir políticas públicas para os trabalhadores. A CUT tem uma postura ideológica bem definida e, por isso, trata dos temas com uma interlocução que deixa clara a defesa dos trabalhadores. A defesa do meio ambiente é uma defesa da vida que muitas vezes é confronto objetivo contra o lucro. A CUT é a entidade mais importante para representar os trabalhadores no Brasil.
 
O vereador e dirigente licenciado do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Francisco Chagas, fez uma apresentação técnica muito precisa sobre o lixo na cidade de São Paulo. O vereador afirmou que a cidade precisaria ter 96 centrais de recolhimento de lixo e tem apenas 20. Sem as Centrais de Recolhimento e sem apoio mais formalizado às cooperativas de catadores de lixo tudo fica mais difícil.

O deputado estadual, Simão Pedro, falou sobre o esforço feito na Assembleia Legislativa de São Paulo, para aprovar leis que preservem o meio ambiente. Contudo, lembrou que algumas já aprovadas não têm a fiscalização necessária. Destacou o trabalho da ex-prefeita Marta Suplicy que foi mal entendido e apresentado pela opinião pública como taxas impopulares sem a discussão do contexto e aplicação do imposto.
 
Conforme convite formalizado pelo representante do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Borges Bonduki, as entidades nacionais como CUT e CNQ podem e devem participar das reuniões no Ministério que definem as políticas para o setor. Na fala do Sr. Nabil ficou claro o comprometimento do Ministério e a necessidade da participação dos trabalhadores com objetivo de pressionar por uma política que leve em consideração a defesa do meio ambiente antes de qualquer outro objetivo.

O advogado ambientalista, Pinheiro Pedro, foi enfático em diagnosticar a luta de classes colocada nas discussões sobre a política ambiental. Segundo o jurista, as empresas que mais produzem resíduos sólidos pressionam para que o governo tenha uma política mais condescendente. Os trabalhadores precisam ficar de olho e pressionar para não pagar a conta. Quem produz o lixo tem que se responsabilizar por ele.

Hélio Neves, presidente da Feraesp (Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de São Paulo) fez uma fala política em que destacou a importância dos trabalhadores no processo de preservação do meio ambiente. Ninguém quer ser catador de lixo para sempre e todo o processo deve levar em conta que esse trabalho é passageiro. Ainda assim é preciso que o Estado (governos municipais, estaduais e federal) invista em preços mínimos que garantam o sustento dos catadores.

A plateia também contribuiu na atividade com várias opiniões e perguntas, além dos elogios à atividade. A ideia de que o Estado precisa investir, seja o que for necessário, para preservar a natureza é consenso que foi enfatizado por vários militantes, inclusive investimentos em novas tecnologias devem ser feitos como alternativa para substituição de aterros e incineradores. Os catadores de lixo devem ser valorizados e a melhor forma é a existência de preços mínimos, estabelecidos pelo Estado.

A educação ambiental tem que ser pensada no conjunto de qualquer processo ambiental. O ideal é que o consumo reduza. O Seminário marca uma postura socialista frente ao tema. Os resíduos devem diminuir a padrões menores e os cidadãos participarem de uma estrutura proposta pelo Estado que gere o menor número de lixo possível.

A atividade foi um pontapé inicial numa grande discussão. O Sindicato dos Químicos de São Paulo é um importante ator nesse processo e entende que os trabalhadores precisam intervir de forma decisiva. Novas atividades virão e um documento do Seminário será formalizado em breve.