Salários e impostos em debate
Salário mínimo, finalmente, obtém aumento real próximo de 10%, enquanto a questão tributária gera polêmica ao onerar uma minoria e aliviar a maioria da população
Dois importantes temas para os trabalhadores fecharam o ano de 2004. O primeiro deles é a definição do valor do salário mínimo, que a partir de maio será de R$ 300,00. Não é o ideal, mas um salto de qualidade já que representa cerca de 10% de aumento real, o que não acontecia há vários anos. A CUT, com a participação deste sindicato, e demais centrais sindicais foram às ruas numa grande marcha (foto) pela recomposição do valor do salário mínimo.
Em segundo lugar a questão tributária. A polêmica sobre impostos. De 1994 a 2000 o governo FHC elevou o percentual de tributos de 26% para 35, 5%. No primeiro ano do governo Lula esta carga caiu para 34,8% e segundo Bernard Appy, Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, vai cair ainda mais de 2004 para 2005 e continuará caindo em 2006.
A revisão da tabela de imposto de renda sobre salários não atendeu ao que o movimento sindical reivindicava, mas a correção do IR negociada entre sindicalistas e governo permitiu um salto que representa ganho médio de até R$ 45,00 por mês para trabalhadores com faixa salarial de
R$ 1.500,00 a R$ 2.500,00. Os trabalhadores de baixa renda foram favorecidos com a isenção de impostos sobre alimentos. Com isso, arroz, feijão, farinha de trigo e outros produtos ficaram mais baratos.
A polêmica, no entanto, se dá na correção da tabela de impostos sobre o chamado lucro presumido para prestadores de serviços. É um imposto oneroso de fato, que atinge, sobretudo, aos chamados profissionais liberais, que recolhem seus impostos como pessoa jurídica, ou seja, como empresa e não como pessoa física.